sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A FORÇA DAS IMAGENS

Gosto muito dos produtos da Apple, e aqui em casa, depois dos iPODs e respectivos sistemas Hi-Fi, acabou por entrar há um mês um computador portátil da série Macbook.

Os sucessivos logótipos adoptados pela Apple sempre captaram a minha atenção pela sua originalidade, beleza e oportunidade (por se adaptarem que nem uma luva ao “espírito” de cada época em que foram lançados).

Vi aqui no Blasfémias a evolução no tempo destes três diferentes logótipos da Apple:



Então lembrei-me de já ter visto também logótipos satíricos como este, por exemplo:



E logótipos como estes representando o culto da marca pelos seus fãs:




Não há dúvida de que Steve Jobs, o patrão da Apple, sabe tirar-nos o dinheiro do bolso sem darmos por isso.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

DESEJOS DE UM CIDADÃO DO MUNDO


Eu gostaria que Barak Obama ganhasse a corrida para nomeação como candidato presidencial pelo Partido Democrata e que ganhasse depois as eleições presidenciais americanas. Pelo simples facto de ele me parecer genuíno e diferente de todos os outros candidatos.

Mas será que a América do Norte já está preparada para ter um presidente negro?

O evidente racismo americano já estará assim tão esbatido que se não atravesse no caminho de Obama?

Não haverá forças na sombra prontas a eliminar fisicamente Obama caso ele tenha reais possibilidades de chegar à Casa Branca?

Em pouco tempo estas perguntas serão respondidas. Na madrugada de amanhã já haverá notícias sobre esta "Super Terça-Feira".

Aguardemos.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

NÃO HÁ VOLTA A DAR-LHE

As elites perceberam muito bem o que está em jogo. E Pacheco Pereira não se coíbe de expor a sua opinião. Mesmo quando (ou talvez porque) muitos tendem a desvalorizar o sucedido.

Eis um extracto do que escreve JPP aqui no Abrupto:

«A questão da "ética republicana" aplica-se às aventuras projectistas do primeiro-ministro, que dava o seu nome, perante pagamento, a projectos que precisavam de um "engenheiro". Não é sequer um crime, dizem os especialistas, e poderia ser um pequeno pecado de um jovem no início da carreira, tentando sobreviver, se Sócrates dissesse claramente dito que foi isso mesmo. Ninguém lhe levaria muito a mal, tão generalizada está esta prática. Se há razão para levantar esta questão em termos políticos é exactamente a de saber porque é que esta pequena falcatrua existe e tem que ser feita com conhecimento de todos. Saber se há burocracia a mais, regras absurdas ou se, pelo contrário, são mesmo graves estas assinaturas de cruz. E, então, deveriam ser penalizadas.

Como aconteceu com a saga do diploma - que me parece mais grave porque há documentos que continuam a não ter explicação cabal, como o currículo corrigido na Assembleia -, Sócrates podia ter simplesmente dito que de facto usou um título que formalmente não tinha, até porque isso era uma reivindicação dele e dos seus colegas quanto à equiparação, ou então, que tinha sido pouco cuidadoso nos papéis. E ponto final, ninguém passaria disso, ninguém lhe iria pedir mais contas. Nós percebíamos tudo e, como pessoas sensatas, sabemos que a vida tem destas coisas e querer que toda a gente seja tão bacteriologicamente pura como as cozinhas de sonho da ASAE, é absurdo.

Mas Sócrates torna os seus pecadilhos em algo de mais grave. Torna-os em virtudes e, com arrogância, atribui-se comportamentos exemplares que não teve. E acresce a isso um autoritarismo que tenta sequer impedir que se discutam, e isso sim, lança uma luz perigosa sobre o seu exercício de funções.»

LEITURA RECOMENDADA

A VITAL MOREIRA

(A ver se se cura destas náuseas):

A leitura deste texto publicado no blogue “A Origem das Espécies”, de Francisco José Viegas. Que a respeito das últimas notícias do jornal Público sobre comportamentos passados de José Sócrates, entre outras coisas, escreve o seguinte:

«Eu tenho admiração por alguns deles [homens comuns], pantomineiros, gente que subiu a pulso, que enriqueceu ou rompeu com o passado de humildade. Mas não aceito que eles me forneçam, com abundância ou com parcimónia, lições de moral ou exemplos para a minha vida.»

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

TENHA UM FIM-DE-SEMANA COM HUMOR

O Prof. Henrique Silveira tem esta tirada humorística no seu blogue Crítico Musical:

«O Currículo do PM»

«Portugal deve ser o único país europeu onde o primeiro ministro orgulhosamente afirma que tem no seu currículo o projecto de ampliação de um palheiro, projecto esse que assinou, e do qual se afirma totalmente responsável.»

«COITADINHOS»

Esta foi-me contada hoje e vendo-a pelo preço que a comprei.

Em conversa com colegas seus a actual Ministra da Saúde (espero continuar a usar estas maiúsculas no futuro), reflectindo sobre o rombo havido nos últimos anos no pessoal médico hospitalar que abandonou (muitos forçadamente) o que teimosamente ainda resta da Carreira Médica Hospitalar, teria dito:

«Só ficaram os coitadinhos».

Esta frase é totalmente verdadeira como metáfora pois a sangria que atingiu e atinge os quadros médicos hospitalares nos últimos dois três anos foi e é enorme; altamente preocupante; e constitui um sinal claríssimo de que o Estado pretende alienar grande parte da medicina hospitalar em favor dos hospitais privados. E se o fizer, no terreno talvez venham a ficar apenas as Unidades de Saúde Familiar, alguns Centros de Saúde e ambulâncias VMERs, SBVs, SIVs.

Hospitais públicos? Sim, também haverá: para indigentes. Assistidos por "coitadinhos". Então verdadeiramente coitadinhos.

Sabendo que a actual Ministra sempre trabalhou no sistema público de Saúde; que era, ainda há menos de uma semana, directora de uma unidade pediátrica de um hospital central ― sendo por isso mesmo conhecedora profunda dos problemas dramáticos que os hospitais públicos enfrentam ―; apesar de a mesma (Ministra) ter declarado que ia prosseguir a política de Saúde do seu antecessor, não acredito que venha a proceder do mesmo modo que aquele.

Entendo que a nova Ministra disse o que disse porque não lhe ficava bem dizer outra coisa naquele momento; mas acredito que já tenha dito outra coisa ao senhor primeiro-ministro e que venha a agir de forma bastante diferente de Correia de Campos.

Quando hoje eu expendi este meu raciocínio a um grupo de médicos hospitalares, com o qual por acaso cruzei, ouvi um coro quase unânime eivado de desdém:

«É pá, quando vão para lá mudam logo de atitude e de pensamento e ficam iguais aos outros».

Reafirmo aqui o que eu lhes disse:

Não acredito!

E não acredito porque quem conhece e vive hoje, na pele, a realidade médica hospitalar: se não é "coitadinho" é pessoa de firme e esclarecida vontade lutando coerentemente contra o desmantelamento dos hospitais públicos e do Serviço Nacional de Saúde.

E sei que a actual Ministra não é "coitadinha".

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A FORÇA DA OPINIÃO PÚBLICA É DEMOLIDORA

NÃO HÁ MURALHAS D’AÇO QUE ELA NÃO DERRUBE

Oxalá a queda do ministro da Saúde tenha o condão de fazer com que os portugueses tomem de uma vez por todas a consciência de que intervindo e lutando com persistência, civicamente, por valores que em cada momento se julgue serem os melhores para a maioria da sociedade e das populações, se consegue fazer com que os governos e os ministros mudem de política e, em alguns casos, até caiam fragorosamente. Por mais sólidos, graníticos e arrogantes que eles sejam.

Mudando de assunto:

1) Siga-se com paciência de chinês os caminhos e os cargos que Correia de Campos percorrerá e ocupará de agora em diante.

2) Seria bom sabermos por onde anda hoje o ex-ministro da saúde, Luís Filipe Pereira.

Isto é apenas curiosidade.

Nota: A imagem foi colhida do Wehavekaosinthegarden

domingo, 27 de janeiro de 2008

SEM COMENTÁRIOS

(MAS À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)

«Sandra Ramalho morreu em sua casa, uma hora e meia após o primeiro telefonema ao 112.»

«Sandra Ramalho, de 31 anos, morreu na madrugada de ontem, na sua casa em Cajados (Palmela). Segundo o marido, Heitor Ramalho, o primeiro telefonema para o INEM foi feito às 6.39 horas. Após um segundo contacto, o único socorro veio dos Bombeiros, às 8.20 horas. Era tarde demais.»

«A família de Sandra, que deixa duas filhas gémeas, está indignada, alertando que do Hospital de São Bernardo (Setúbal) a Cajados, distam apenas 11 quilómetros, pelo que a assistência "podia ter sido quase na hora", diz o viúvo, que pede que seja revelada a gravação do segundo telefonema. "Disseram que aquilo não era nenhuma fábrica de carpinteiros e mandaram-me arejar a cabeça", diz.»


Leia a notícia completa aqui.

sábado, 26 de janeiro de 2008

MacBook Air (Para Brincar)

Ainda não chegou a Portugal, mas há já quase um mês a Apple lançou com grande pompa este novo laptop, o MacBook Air.

Muito bonito e inovador na portabilidade, pois é o laptop mais fino e mais leve até hoje construído, também é o laptop com mais calcanhares de Aquiles que se pode encontrar.

Desde logo o preço, $1,799.

É 1/3 mais caro que o Macbook fabricado pela mesma empresa, este qual é mais capaz e dotado de muitos itens que o Air não tem (diria, até, dotado de tudo aquilo que falta no Air):

A bateria é fixa e só pode ser mudada numa oficina da empresa;

A memória de 2GB é soldada à motherboard pelo que não pode ser aumentada;

Não tem portas USB ou Firewire;

Não tem porta Ethernet;

Não tem leitor (e muito menos gravador) de CD ou DVD;

Não tem leitor de cartões de memória;

O disco rígido de 80 GB tem metade da capacidade do de um novo iPOD clássico e gira à lenta velocidade de 4200 rpm; e se você quiser substituí-lo por uma “drive sólida” mais rápida mas com menos capacidade (64GB), pagará mais $999, passando o pequeno laptop a custar perto de três mil dólares.

Convenhamos que é um brinquedo muito caro para aquilo que faz.

Mas, sobrando dinheiro... é de se comprar... para brincar.

Veja-o aqui.

«CONTRA-VERDADE» OU ERRO DE CASTING

Já é uma prática tão exaustiva, sobretudo nos últimos dias, que não há telespectador que não tenha reparado nela.
De cada vez que o senhor ministro da saúde é confrontado com a realidade, maquinalmente desdobra ou folheia um papel e debita números e mais números pretendendo com isso inverter a percepção que as pessoas têm da realidade.

Isso faz-me lembrar a frase de António José Saraiva, aqui logo abaixo transcrita na posta anterior:

«Só é verdadeiro, meu Caro, o que nós sentimos como verdadeiro.»

«A verdade refere-se ao objectivo, mas tem de ser experimentada subjectivamente.»

BOM DIA

QUANDO A PROPAGANDA IMPÕE (UM)A REALIDADE

«Durante anos acreditei que o Partido era a vanguarda da classe operária; que o Comité Central era a vanguarda do Partido; que o Secretário Geral era, inevitavelmente, a expressão personalizada do Comité Central; que enfim a experiência da classe operária era a experiência mais rica e historicamente prospectiva. Tudo isso funcionava maravilhosamente. Portanto, falando, o Secretário Geral definia a verdade histórica mais avançada em qualquer momento. Até que veio o escândalo do Staline. Afinal o Secretário Geral impunha-se pelo terror eliminando fisicamente os membros do Comité Central que o não acatavam; o Comité Central era escolhido pelo Secretário Geral; os membros do Partido eram recrutados pelo Comité Central. Resultado, o Secretário Geral não enunciava verdades, mas contra-verdades. O Estado caiu por terra.»

«Pela última vez sacralizei instituições humanas.»

«Só é verdadeiro, meu Caro, o que nós sentimos como verdadeiro.»

«A verdade refere-se ao objectivo, mas tem de ser experimentada subjectivamente.»


(António José Saraiva em carta a Óscar Lopes, 23/03/1964)

domingo, 20 de janeiro de 2008

A MÁQUINA DO TEMPO

Não tenho tempo para nada. Não tenho tempo sequer para viver.

Posso passar um fim-de-semana inteirinho em casa que não tenho tempo sequer para ler o que penso (pensava) ler e reler.

Esgotei o tempo esta manhã entre: fazer e tomar o pequeno-almoço; desentupir filtros de água em vários pontos da cozinha (filtros entupidos devido a obras da EPAL no prédio); ouvir e tomar atenção, enquanto trabalhava, ao programa da Antena 2, “Preto e Branco” (em que participa o Prof. Henrique Silveira, autor do blogue Crítico Musical); fazer e colocar três postas aqui no blogue; e reler umas poucas páginas da “Correspondência entre António José Saraiva e Óscar Lopes”.

Mal comecei, e já era hora do almoço.

Para já, preciso “despachar”, lendo ou relendo, os seguintes 10 livros:
O Mundo é Plano, de Thomas Friedman; A Passo de Caranguejo, e História do Feio, ambos de Umberto Eco; A Bíblia, da Igreja Baptista; O Paradoxo do Ornitorrinco, de Pacheco Pereira; A Cidade e as Serras, de Eça de Queiroz; Breve História do Futuro, de Jacques Attali; A Era da Turbulência, de Alan Greespan; Correspondência entre António José Saraiva e Óscar Lopes; e ULISSES (mais uma vez o Ulisses), de James Joyce.

E agora pergunto: e os jornais e revistas; e os Blogues; e os filmes; e a música; e os disparates que os telejornais me trazem até a casa; onde é que arranjo tempo para isso?

Ah, é verdade: e tempo para trabalhar? Onde é que o tenho?

E serei capaz de arranjar tempo para comer, descomer, higienizar-me, passear a pé, ir às compras, a espectáculos, a festas e a algumas reuniões e eventos em que tenha que participar por dever profissional?

E poderei dar-me ao luxo de dormir?

No meio disso tudo um amigo telefona-me e pergunta:

― Então, quando é que apareces aqui por Macau?

― É pá, é para já, meu amigo! É só vestir o casaco e já apareço ― apeteceu-me dizer-lhe.

E também me apeteceu fazê-lo.

Mas isso é impossível! Requer tempo, e não há tempo, caramba!

Não se consegue por aí nenhum iPOD capaz de concentrar tudo isso e permitir-me dar conta de tudo em dois tempos? Um chip que se me implante ou um comprimido que eu tome e ponha tudo a ocorrer em mim à velocidade de trezentos mil quilómetros por segundo?...

Então! Ó engenheiro! Temos um governo tecnológico, ou isso é só fogo-de-vista?

EU BEM TINHA PREVISTO ISTO

E PREFERIRIA NÃO TER TIDO ESSA VISÃO DO FUTURO

Nesta posta datada de 16/12/2004, no Salmoura, eu escrevera:

«Dissolvida a Assembleia da República e demitido o mais incompetente Governo de que há memória em Portugal, estamos ainda a assistir aos últimos estertores da dupla Portas/Santana que teima em tirar um coelho por dia da cartola pensando eles que com isso iludirão os eleitores que de há muito definiram o sentido de voto para as próximas eleições legislativas.»

«Eu só tenho receio é que de tanto se querer penalizar estes incompetentes da Silva ainda calhe uma maioria absoluta ao PS. É que se isso acontecer e ainda por cima Correia de Campos for parar de novo ao Ministério da Saúde, lá teremos que gramar um Luís Filipe Pereira II continuando a "obra" de Luís Filipe Pereira I e enterrando definitivamente o Serviço Nacional de Saúde, único garante de cuidados de saúde para os mais pobres.»


Pois, hoje, como todos sabemos, passa-se o que se passa.

LEIA PORQUE ISTO É COISA SÉRIA

Esta é uma notícia do Diário Digital (com um sublinhado de minha autoria):

«O ex-candidato presidencial independente e deputado socialista, Manuel Alegre, teceu hoje críticas demolidoras à reforma dos serviços de saúde, considerando que se trata de um «erro colossal» e de uma política «estapafúrdia» do actual Governo.»

«As pessoas vão passar a nascer em casa ou a morrer em casa, para além daqueles que já andam a nascer pelo caminho», ironizou, ao abordar numa entrevista à jornalista Flor Pedroso, da Antena 1, a desertificação dos serviços públicos no interior.

«Parece que é isto que se está a fazer (desmantelar)», disse, acrescentando «não compreender esta política, não só das taxas moderadoras para tratamentos e cirurgias (uma dupla tributação), como a extinção de urgências e de Serviços de Atendimento Permanente e o encerramento de maternidades em zonas do interior, seja qual for a fundamentação técnica».


Ah! Finalmente mais alguém percebe que se trata de DESMANTELAR O Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Desde os idos de 2004 (ao tempo ainda do governo de Durão Barroso) que venho ― primeiro, no “Salmoura”, depois, aqui no “África Minha” ― clamando contra o desmantelamento do SNS; agora parece que já todos perceberam que se trata disso mesmo.

Mas ainda muita gente não percebeu que este desmantelamento do SNS é um programa consistente do Bloco Central (PSD e PS) e não apenas um programa (de agenda escondida) do PS e do Governo ― muito menos um programa de apenas o senhor ministro da Saúde ―. Trata-se de um programa consistente e pormenorizado quanto aos meios a aplicar e os objectivos a atingir; programa que favorece os grandes grupos económicos que dominam o País e que através do investimento em hospitais privados e da obtenção da gestão, em parceria público/privado, dos hospitais públicos, pretende entregar os cuidados de Saúde nas mãos das companhias de seguros, onerando com isso largamente a assistência aos doentes, e excluindo desta forma, do sistema, largas camadas da população portuguesa que não têm dinheiro para pagar os cuidados de saúde e os medicamentos de que precisam para não «morrerem em casa» (como disse Manuel alegre); ou na rua, como digo eu agora.

Alegre diz que vai assinar uma petição em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Tanto quanto sei, Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos, é o terceiro subscritor dessa petição que tem como impulsionador o antigo Ministro da Saúde, António Arnaut.

Eu gostaria de ser o número dez milhões dessa lista; isso significaria que finalmente a população portuguesa tinha aberto os olhos à realidade que a espera (e já a atinge em parte) quanto à assistência social e à assistência na doença. O povo todo, o povo pobre todo (mas também o povo “médio”: a classe média e, sobretudo, a classe média baixa) está na iminência de só poder ser tratado a algumas doenças e a receber apenas alguns cuidados médicos e ser sumetido a apenas determinados tipos de cirurgias, consoante o que estará previsto no seu seguro de saúde e não TUDO AQUILO A QUE TEM DIREITO como cidadão e como simples ser humano.

É tempo de acção e não só de palavras.

Cada cidadão que se sente atingido por esta política de Saúde deve procurar agir através de grupos organizados de cidadãos que por certo surgirão um pouco por aí em defesa do Serviço Nacional de Saúde.

Não fique à espera de «morrer em casa».

Lute com todas as forças que tiver

Este Governo não é de aço.

Se já mudou de opinião, de certezas e de decisões (a OTA é um exemplo acabado disso) sob pressão de grandes grupos económicos; se decidiu fraccionar os retroactivos miseráveis dos pensionistas e depois se viu forçado pela opinião pública a mudar a mão em 48 horas e a pagá-los por inteiro;

Você pode, organizadamente, civicamente intervindo, obrigar o Governo a recuar no desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde.

Informe-se, participe nas iniciativas de cidadãos que vierem a ser criadas e não se deixe ficar em casa.


E, por favor:

NÃO PENSE QUE ESTE PROBLEMA SERÁ RESOLVIDO PELO VOTO

Desde logo porque o PSD, que é a alternativa ao PS, para além de pertencer ao Bloco Central, tem, segundo o seu próprio e cómico líder, a intenção de «DESMANTELAR o peso do Estado em seis meses» privatizando tudo o que mexe e tudo o que não mexe.

Não será, portanto, através do voto nos partidos que este problema se resolverá.

Será através da participação em movimentos cívicos, legais, de cidadãos.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

SE A ORDEM DOS MÉDICOS FOSSE UM BCP...

DARIA IMENSO JEITO

Mas Pedro Nunes foi reeleito Bastonário da Ordem dos Médicos derrotando o candidato concorrente, Miguel Leão.

Isso deve ser um grande desgosto para o senhor ministro da Saúde. Que ainda há bem poucos dias não disfarçava as suas falsas expectativas, no programa “Prós & Contras”, da RTP, dizendo mais ou menos isto: «entregarei essas propostas AO NOVO Bastonário da Ordem dos Médicos».

Pois! Há-de entregar as propostas, sim, e contra sua vontade, mas é ao velho Bastonário em quem já sabe que não mora um interlocutor dócil, reverente e obrigado.

Esperava que lhe saísse na rifa um leãozinho domado e afinal vai ter que continuar a “interlocutar” com o homem do nónio! Que lhe medirá com o maior rigor as suas “medidas” nos domínios da Saúde até à mais ínfima fracção que elas contiverem.

Por parte da Ordem dos Médicos, vai continuar a haver, portanto, tolerância zero no que respeita ao Desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde.

ENTÃO, E A REMODELAÇÃO?


TANTA GALINHA SOLTA POR AÍ, E NÓS À ESPERA!...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

GRANDE MARTELADA

«NUM CASO E NOUTRO, o referendo e o aeroporto, os governantes mentiram, desdisseram-se, negaram o que tinham afirmado, mudaram de opinião e de certezas, voltaram atrás, disseram que não tinham dito, não era bem assim, só queriam dizer que era isto e não aquilo... Neste exercício de garantir o que não é evidente para ninguém e de negar o que disse e prometeu, Sócrates foi absolutamente excelente. Revelou a convicção de um vendedor de persianas. Portou-se com a inocência de um escuteiro. Sócrates está convencido de que pode vender o que quiser a quem quer que seja. Basta ele falar, controlar a informação, negar a evidência, garantir as suas certezas e elogiar o produto!»

(António Barreto no Sorumbático). Vá lá, já! ler a posta toda.

20 VALORES PARA PACHECO PEREIRA

QUE ESCREVEU SEM MEDO E SEM TERGIVERSAÇÕES

O artigo saiu no Público de 12 de Janeiro. Foi escrito por Pacheco Pereira. E é demolidor. Para o Governo. Para José Sócrates. Para Jorge Coelho e vários spin doctors. Para o PSD, o seu líder e acompanhantes. E também para os portugueses em geral, que não há maneira de aprenderem (no sentido de entenderem) o que é evidente quando alguém os engana e lhes mente dia sim, dia não.

Do artigo de Pacheco Pereira, publicado também aqui no Abrupto, cuja leitura lhe recomendo vivamente, destaco estes três parágrafos que se seguem embora todo o artigo mereça igual destaque:

«Agora que o Governo e os seus alter-egos na oposição começam a conhecer as suas reais dificuldades é que é a sério. Sempre foi assim. Há um momento em que tudo deixa de ser a feijões e nessa altura não se brinca em serviço. Ao ar vão as amabilidades, usam-se as armas públicas e acima de tudo as menos públicas, as pressões sobre os órgãos de comunicação social, os ataques de carácter ad hominem, os processos, as tácticas de isolamento dos desobedientes. No "politiquês" há uma palavra para isto, "crispação". Agora que começam todos a ficar "crispados" atribuem-se as culpas aos do costume, por não se sentirem motivados pelo excelso optimismo do Governo, pelas virtudes sarkozianas do "líder da oposição", pela maravilha de país da West Coast da Europa que nos calhou em sina.»

«Os culpados são uns "velhos do Restelo", sem humor, uns pessimistas frustrados, que queriam ter uma gloriosa carreira pública, mas que não ganham eleições como o engenheiro Sócrates ou o dr. Lopes e vivem roídos por isso, uns intelectuais que só escrevem livros, o que, como se sabe, não é trabalho decente, e que nunca tiveram oportunidade de fazer festas, piscinas e centros de congressos com dinheiros públicos, deixando os municípios endividados por décadas, nem de darem computadores nas escolas, extorquidos por pouco subtis pressões às empresas que precisam do Plano Tecnológico e que também têm que pagar, como os empreiteiros obrigados a dar uma loja à câmara para fazer um edifício. Esses ressentidos subversivos que só sabem dizer mal sentem o mundo a cair à sua volta e não são capazes de ver o imenso mérito dos tempos modernos, quer do engenheiro tecnológico, quer dos modernizadores que querem partidos SA com cibercafés nas sedes, quer dos pensadores-engraçadistas que imitam os Gatos Fedorentos e o Inimigo Público e pululam nos blogues e nas televisões.»


«Aquilo que, na sua imensa ignorância, alguns consideram ser as ideias dos anos 60, o mal que Sarkozy e os seus imitadores querem extirpar, é uma noção individual da liberdade, um gosto pela vida autónoma, uma vontade de não depender de ninguém, uma desconfiança natural da autoridade presumida e arrogante, que sempre foi mais forte do que o invólucro radical desses mesmos anos. Por estranho que pareça, esta liberdade libertária tem continuidade na profunda convicção de que a revolução dos costumes desses anos, o que deles vai ficar, só é garantida pela riqueza, riqueza de dentro, a "cultura", esse termo tão abastardado, e riqueza de fora, posse das coisas, de bens, do tempo próprio.»

Leia e julgue por si.

OBSERVATÓRIO EUROPEU

É indiscutível que a França é um dos principais motores da Europa. Sempre nos habituámos a olhar para os presidentes franceses como figuras políticas de grande poder (conferido e sustentado pelos eleitores franceses); bagagem política e visão estratégica assinaláveis; dedicação extrema à causa pública.

Se bem que Jacques Chirac tenha degradado um pouco essa imagem, ao longo dos seus dois mandatos, hoje o que é que vemos em França quando olhamos para o presidente?

Esta é, pelo menos, a sensação que eu tenho: vejo um homem mais preocupado em namorar e se mostrar enamorado de uma cantora pop, do que empenhado em melhorar a vida dos franceses ― antes pelo contrário ― empurrando a França e a Europa para o buraco em que o neoliberalismo os meteu.

Peço desculpas, mas eu não vejo nesta fotografia, por exemplo, o presidente da França.

SOARES É FANTÁSTICO

Numa altura em que o neoliberalismo tomou conta do Ocidente ― escangalhou e continua escangalhando cada vez mais a ordem e o modelo social europeu ― e os Estados Unidos se afundaram numa grave crise económica, militar e política; começa a surgir no horizonte dos principais países motores da Europa uma fina e vasta vibração popular que prenuncia as grandes viragens históricas.

Se nos Estados Unidos a cura para os seus problemas pode começar com a eleição de um novo presidente (sobretudo se esse presidente for Barak Obama), já na Europa a sorte de quem aqui vive não é ainda tanta como isso; embora se sinta, como disse, a vibração que prenuncia as tempestades: a queda no abismo vai continuar até que a força da realidade e a indignação dos povos se imponham aos políticos, os removam das lideranças e abram novos horizontes ao futuro.

É nessa base de pensamento que li este artigo que Mário Soares publicou hoje no DN. E onde a dada altura se pode ler (sublinhado de minha autoria):

«Foi criada, em Paris uma nova dupla de confusão política e ideológica, quando o que se impõe é clareza nas ideias e nos princípios: a dupla, Nicolas Sarkozy/Tony Blair, em nome da modernidade. Que modernidade? Obviamente a que agrada ao grande capital, que é velha e está muito desgastada pelas promessas não cumpridas. Os tempos agora são diferentes. Há clarificações que estão a ocorrer, por força das circunstâncias

«Depois do Iraque e da Cimeira dos Açores, o mundo está noutra...»

domingo, 13 de janeiro de 2008

"MELHORIAS" NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

(À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)

«Dezanove chefes das equipas da Urgência [do Hospital de Faro] continuam demissionários desde o princípio de Novembro, alegando falta de condições de trabalho.
O serviço de Urgências encontra-se à beira da ruptura, e ainda não chegou o período das gripes. A maioria dos utentes são idosos a soro, a aguardar por uma cama nos Cuidados Continuados. Quando conseguem "avançar três metros" em relação à porta de saída isso já é considerado uma vitória. Muitos são mandados para casa, regressando pouco tempo depois em situação de verdadeira emergência. Neste pingue-pongue entre o sai e entra no hospital, não se sabe quantos terão perdido.»


PÚBLICO, 13/01/2008

MAIS LUIZ PACHECO

Está aqui, no semanário SOL, aquela que, segundo o mesmo jornal, é a última entrevista de Luiz Pacheco.

Vá ler, mas leia sem tresler: Luiz Pacheco não estava a brincar com os entrevistadores quando dizia o que disse. Pacheco estava a ser sério e sincero (que são coisas diferentes difíceis de se conjugarem numa mesma pessoa).

Saboreei as respostas desse homem verdadeiro, e, sobretudo corajoso, pois, adivinho que não mais na vida lerá outro com essas características.

É que nós, os homens, somos todos uns cobardes. Uns mais cobardes que outros; mas todos cobardes. E é uma pena: não sei se só para nós mesmos; se só para os outros; se para a sociedade em geral.

Um Luiz Pacheco?... deve aparecer de século em século.

Ficam aqui quatro perguntinhas e as respectivas respostas da entrevista de Pacheco ao semanário Sol:

E os Gato Fedorento?
Nunca vi. Isso é de um filho da puta, aquele gajo, o Ricardo Araújo Pereira.

Que já o entrevistou para o Jornal de Letras…
Com o Rodrigues da Silva, um gajo que já conheço há muitos anos. Foram os dois entrevistar-me. E eu aí descaí-me, porque não estou aqui a fazer poses. Digo as coisas e depois o que sai é com vocês. Quero lá saber! Mas fui dizer que uma gaja me tinha feito um broche de pino. E o gajo meteu isso.

Mas de quem foi a culpa?
Fui na conversa. Saiu-me.

Era verdade ou não?
Puseram ali o broche de pino! O que é uma coisa de meter medo…

sábado, 12 de janeiro de 2008

JAMÉ, JAMÉ, JAMÉ, JAMÉ!

O Governo e o PS tudo fizeram para que o novo aeroporto de Lisboa fosse construído na Ota.

Agora sabemos que perderam a jogada e foram obrigados a aceitar Alcochete, no "deserto" da Margem Sul, como destino do novo aeroporto.

Mas não se escusaram de, em conferência de imprensa, fazer de nós parvos: dizer-nos que a nossa memória é uma bosta e que nunca disseram o que disseram sobre a Ota e sobre a Margem Sul.

Seria caso para nos indignarmos e dizer umas boas e feias palavras a esses senhores arrogantes que nos governam;

Mas riamos antes com este vídeo gosão que encontrei por aí na Net:

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"MELHORIAS" NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

(À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)



Hospital de Santata Cruz: transplantes suspensos por falta de seguro.



OLHEM QUE ESTA!

Vital está chateado e já descobriu grande marosca (com Ferreira do Amaral de permeio) na decisão de construir o novo aeroporto de Lisboa... em Alcochete.

Isso não se faz a quem tanto tem defendido o Governo e os apaniguados do Partido Socialista. Deveriam mandar construir-lhe o aeroporto no seu quintal em Coimbra para que o homem não pagasse portagens, e, tal como eu que moro a dois passos do aeroporto da Portela, e passarei a ficar a três passos do novo aeroporto em Alcochete, pudesse ir até a casa trocar de gravata ou beber mais um whisky, mesmo depois de feito o check-in e com o boarding pass na mão, antes de embarcar.

Mas isto não é para todos, meu caro, isto é só para quem mora em Lisboa.

E afinal se o Novo Aeroporto é DE LISBOA, por que carga d’água um cidadão de Coimbra tem que meter, da forma como o tem feito Vital, o bedelho na coisa?

Nota: A fotografia acima é de uma maquete de avião para ligar Coimbra a Lisboa (Alcochete); é bonita e divertida; que mais querem os habitantes de Coimbra?

DA VERGONHA AO AGRADECIMENTO

Fiz anos e as minhas filhas ofereceram-me um alcoolímetro digital.

Acho que isto quer dizer qualquer coisa...

Fica, por isso, ao critério da cada um julgar-me.

Mas, estranhamente, sinto-me tranquilo.

Será que atingi a senilidade e ando a fazer asneiras, ou, pelo contrário, estarei num estadio próprio de quem atingiu a antinóia* e deve, por isso, agradecer o presente?

(*) Vide “A Decadência da Família” da autoria do psiquiatra inglês, David Cooper.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

INTEIRAMENTE DE ACORDO

Com Baptista Bastos quando escreve isto hoje no DN:

O FASCISMO ANDA POR AÍ


Flauteando uma frase de Pacheco Pereira, e apavorado com a "tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder" do Executivo, António Barreto escreveu no Público [6. Janeiro, p.p.] um artigo, cujo conteúdo estilhaça o tom ameno e, até, conciliador, que lhe é habitual. Aflito, o conhecido sociólogo diz: "Foram tomadas medidas e decisões [sic] que limitam injustificadamente a liberdade dos indivíduos. A expressão de opiniões e de crenças está hoje mais limitada do que há dez anos. A vigilância do Estado sobre os cidadãos é colossal e reforça-se." Vão por aí fora, o pesado estilo e a rude acusação. Nunca, como agora, as vozes convergiram no apontar de excessos "autoritários" e em alvejar a infausta acção de um Governo sem sensibilidade, sem remorsos e sem grandeza.

Na recolhida sombra da minha prosa desalinhada e chã tenho procurado cumprir, com modéstia e aplicação, o dever que cabe a um autor sem amos e sem vis desígnios - dar com o sarrafo nas iniquidades do poder. Não estou isento, eu também, de levar umas ripadas, desferidas por quem não está de acordo comigo para estar de bem com o Governo. Malhas que o império tece...

A minha beligerância é conhecida. A do António Barreto, não; pelo menos até agora. Aparenta um homem de palavra grave, porém macia; um sociólogo propenso à mansidão da pesquisa e à quietude do gabinete; um cronista de comedida, acampado na serenidade do velho estilo e da antiga gramática. Ei-lo, então, fulminante, a tanger as cordas do conflito: "Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas, sinceramente, não sei." A frase não é pacífica e revela-se na ambiguidade da conclusão.

Se, por exemplo, eu escrevesse: "Não sei se Sócrates é malandro. Não me parece, mas, sinceramente, não sei" - a dúvida proposta nas locuções misturar-se-ia às meias-verdades sussurradas ao ouvido de outrem. É a intriga em marcha.

As inquietantes frases do Barreto excitam a imaginação dos detractores de Sócrates, suscitam a repulsa dos apaniguados, o sorriso dos adversários, a apreensão dos antifascistas e, acaso, a perplexidade do visado. E, também, a ira do José Manuel Fernandes, assinalado director do Público. Num editorial atravessado por transversais críticas a outros preopinantes, e abonando-se em Bento XVI, Stuart Mill, Coleridge e Isaiah Berlin (não sei se falhei algum outro), o Fernandes demonstra-nos a sua apoquentação com as críticas a "algumas leis e iniciativas do Governo". Não são algumas: são aquelas que têm imposto a radicalidade de uma "democracia administrativa", e retirado aos outros a autoridade da razão.

Não acredito que Sócrates seja fascista. Mas que o fascismo anda por aí, lá isso...

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DIFERENTE SEM DÚVIDA

Uma das facetas que distingue o cabo-verdiano é a forma descomplexada, o salutar “atrevimento”, como olha o mundo à sua volta, pensando grande, sonhando muito, lutando sempre e ousando cada vez mais e mais.



Fiquei satisfeitíssimo ao ler esta notícia :

Microsoft e Cabo Verde assinam acordo estratégico•

A multinacional norte-americana de informática Microsoft estabeleceu sábado na Praia uma parceria com o Governo de Cabo Verde para a criação no arquipélago dum centro de inovação para a governação electrónica.

O centro, destinado a melhorar as capacidades de pesquisa e desenvolvimento das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC), foi assinado pela ministra da Presidência do Conselho de Ministros e da Reforma do Estado de Cabo Verde, Cristina Fontes, e pelo presidente da Microsoft África, Cheick Diarra.

Nos termos do acordo, a empresa fundada por Bill Gates vai apoiar Cabo Verde na formação de quadros, na capacitação de escolas, no acesso e utilização das NTIC e na sua vulgarização no seio das comunidades.

O apoio ao sector privado e à educação, com programas de acesso à tecnologia com preço aceitável, de modo fomentar a literacia digital, é outro dos pontos contemplados no acordo, de três anos, renováveis se as partes assim o desejarem.

O acordo visa também estabelecer um quadro amplo de cooperação nas áreas de governação electrónica, educação, desenvolvimento das indústrias de tecnologia de informação e comunicação, bem como a transferência de tecnologias.

Na educação, a parceria prevê a criação de uma rede escolar com infra- estruturas e conteúdos para o ensino à distância.

O acordo estabelece que a Microsoft apenas cobrará a Cabo Verde os «custos mínimos» relacionados com a licença de utilização dos seus produtos.

Em contrapartida, a empresa espera poder utilizar os resultados do modelo da cooperação com Cabo Verde no âmbito da sua estratégia de conquista do mercado africano.
[...]

Diário Digital / Lusa 06-01-2008 16:01:00

domingo, 6 de janeiro de 2008

BOAVISTA 2 - 0 SPORTING

Nos anos sessenta o Dr. Lawrence J. Peter, dissertando sobre os sistremas hierárquicos nas empresas disse o seguinte:

"Numa administração estruturada hierarquicamente, as pessoas tendem a ser promovidas até ao seu nível de incompetência"

Esta asserção passou então a ser conhecida como “O Princípio de Peter”.


E aplica-se inteira e cabalmente a Paulo Bento. Se o Sporting quiser chegar mais longe terá que arranjar outro treinador; não que Paulo Bento seja um mau treinador, mas apenas porque ele já não consegue ir mais além do que já foi: atingiu o limite da sua incompetência, ou seja, não tem competência para ir mais além.

Aquela pinha já deu toda a fruta que tinha para dar.

Caput! Acabou!

MORREU LUIZ PACHECO


Esta última noite, às 22:17, morreu o editor e escritor, Luiz Pacheco.

Pela admiração que sempre nutri por este intelectual impar a quem se poderia muito bem chamar Homem-Verdade, fica aqui a expressão do meu pesar e duas frases do Luiz retiradas desta entrevista a Miriam Assor, publicada no Correio da Manhã de 8 de Abril de 2007.



O que é preciso para escrever bem?

«Ler muita coisa. Estar atento. E há gajos que escrevem sem nunca terem lido uma frase.»


O que nos diz dos políticos?

«São uns merdas. Comparados com eles próprios.»

BOM DOMINGO

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

DIÁRIO DO GOVERNO

Ao serviço de quem está o Diário de Notícias, afinal?

Eu respondo: está ao serviço do Governo.

Porque quando se titula numa notícia: «Hospital de Aveiro assume falha na assistência a idosa»;

E quando, lendo-se a notícia em causa, nela não se encontra o mínimo sinal correspondente ao título; isto não tem outro nome: chama-se sabujice da pior.

Toda a notícia é um libelo acusatório contra as más condições de assistência numa urgência hospitalar sobrelotada de doentes; libelo que não implica falência do Hospital por causa própria, mas incapacidade do mesmo para lidar com um volume elevado de doentes na urgência. Se isto é culpa do hospital, então bardamerda para a lógica.

O que acontece na notícia é que o seu “redactor” de serviço meteu nela um parágrafo assassino propositadamente intencional, mas estupidamente mal concebido (isto é, não conseguiu disfarçar o “servicinho” ao Governo), parágrafo que reza assim:

«Segundo a directora clínica, a doente acabaria por falecer cerca das 17.45, vítima de paragem cardio-respiratória, o que indicia não ter sido objecto "dos cuidados devidos".»

Onde é que a directora clínica diz que o hospital é culpado? Onde?! Ó seu manipulador de uma figa?

No tempo do fascismo a indivíduos destes pagava-se uma avença mensal; e eram desprezados nos jornais por todos os trabalhadores de espinha direita que lá trabalhavam.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

SEM COMENTÁRIOS

(MAS À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)

Aveiro: OM responsabiliza Governo por morte idosa na urgência.

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) responsabilizou hoje o Governo e o primeiro-ministro pela morte de uma idosa no Hospital de Aveiro, atribuindo a situação à sobrecarga da urgência, e ilibou a unidade de saúde e os profissionais.

«Que fique bem claro que a responsabilidade do que se passa no terreno é da errada política de Saúde do Governo. É ao primeiro-Ministro José Sócrates que devem ser imputadas responsabilidades», afirma José Manuel Silva, o bastonário em exercício.

«Tal como a Ordem dos Médicos tem insistentemente chamado a atenção, as urgências hospitalares estão a funcionar para além do limite das suas capacidades para atender os doentes, com qualidade, humanidade e rapidez. É óbvio, portanto, que a responsabilidade do que aconteceu não pode ser imputada ao Hospital de Aveiro e aos seus profissionais de saúde», conclui.

O comunicado, em que o bastonário apresenta condolências à família da vítima, reporta-se ao caso de uma idosa que morreu terça-feira nas urgências do Hospital de Aveiro sem sequer ter chegado a receber assistência médica e questiona quantos casos terão já acontecido no anonimato.

A doente deu entrada na Urgência do Hospital de Aveiro pelas 14:00 e, na fase de triagem, foi-lhe atribuída a cor amarela, pelo que teria de ser observada por um médico no espaço de uma hora.

Quando finalmente ia ser observada por um médico, pelas 17:45, três horas e 45 minutos depois de ter dado entrada, estava morta.
O bastonário em exercício salienta que a Ordem «tem denunciado as dramáticas consequências para o Serviço Nacional de Saúde e para os doentes do estranhamente acelerado encerramento dos recursos disponíveis para o atendimento de proximidade em situações de urgência/emergência».

Para José Manuel Silva, «não é possível continuar com mais encerramentos e devem ser reabertos alguns dos locais já encerrados, até a lenta reforma dos cuidados de saúde primários produzir alguns efeitos», bem como se concretizarem outras medidas como alargar a reforma dos cuidados continuados, ser conhecida a rede de emergência pré-hospitalar e a rede de referenciação das urgências ser divulgada e operacionalizada.

Diário Digital / Lusa

03-01-2008 19:34:00

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

ENTÃO, E A REMODELAÇÃO?


NÓS ENTRAMOS OU NÃO ENTRAMOS?
É que sabemos que ainda há muitas galinhas no País e também queremos a nossa parte.

ONDE PÁRA O ARAUTO?

Então, o Causa Vossa vitalícia não diz nada a isto?

Não elogia mais esta importante medida de construção do Estado Social ?

Está distraído ou quê?!

Mas quem os topa é Batista Bastos. Que escreveu apenas isto no "Diário de Notícias" de hoje, 02-01-2008:

"Já não há socialistas; há pragmáticos: a maravilha elástica que ministra intensas alegrias aos abjurantes do esquerdismo e aos comunistas contritos, alvoroçadamente convertidos aos prestígios do capitalismo".

PORREIRO PÁ!

A PREVISÃO DO ANO


A análise de Pacheco Pereira:

«Estamos hoje mais pobres e pedem-nos para sermos optimistas, estamos hoje menos livres e pedem-nos para sermos optimistas, estamos hoje mais dependentes e pedem-nos para sermos optimistas, estamos hoje mais fracos e pedem-nos para sermos optimistas. Há algo de tão errado neste optimismo que só me reforça o pessimismo.»

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

HÁ DIABOS COM SORTE

Estive doente, quase inválido fisicamente, com forte gripe, desde o dia 26 até ontem. Hoje estou finíssimo. Pronto para os 110 metros garrafeiras e outras provas habituais das festas de Fim de Ano.

BOAS ENTRADAS E BOM 2008 para todos.

domingo, 30 de dezembro de 2007

A FRASE DO ANO

“¿POR QUÉ NO TE CALLAS?”

É PROIBIDO FUMAR

Isto da proibição do tabaco, melhor dizendo, da proibição de fumar em (quase todos os) lugares públicos, tem que se lhe diga; e muito se tem dito acerca da justiça ou injustiça contida na decisão da proibição de fumar vertida nesta lei que vai entrar em vigor já no próximo dia 1 de Janeiro.

Há tomadas de posição para todos os gostos, umas de excelente estilo e perspicácia, que vale a pena ler, outras menos interessantes (ou mesmo pacóvias), quer contra, quer a favor da lei anti-tabaco. E em quase todas as tomadas de posição encontrámos razões de sobra para as mesmas.

O problema é bicudo porque se trata de um caso de Direito. E todos os casos de Direito são bicudos porque as leis se aplicam a todos por igual ― sendo nós todos diferentes.

Mas acalmai, ó fumadores! A História trabalha para vós. A “bicudeza” deste problema sofrerá o devido tratamento que oito séculos de História ensinaram ao povo português: em pouco tempo não haverá bicos nem arestas na lei, ela ficará redonda e lisinha que nem uma bola de bilhar.

Sempre foi assim, e assim será. Vereis!...

É um pouco como aquela história do controlo de presença de funcionários públicos através da leitura de parâmetros biométricos. Essa treta tem à sua volta tantas almofadas, alçapões, corredores, portas e janelas por onde se pode escapar à sua pretensa eficácia “controleira”, que o melhor mesmo era não se ter gasto tempo e dinheiro na sua implementação. É que até diminui a produtividade, acreditem que é verdade.

Mas é bonito ver esta gente toda a trabalhar nas leis, nos regulamentos, nas normas. São contributos interessantes para arquivar um dia nas estantes da Torre do Tombo.

É o português no seu melhor. Faz leis bonitas, exigentes e aparentemente eficazes; mas o diabo é que sobra esperteza e tradição suficientes para entortar de tal forma a lei que ela acaba por ficar inútil de tão domesticada e domada pela sociedade em geral.

Portanto, corações ao alto, ó fumadores! Isto só vai durar dois dias. Depois confiem na sabedoria popular e na tradição portuguesa segundo a qual:

As leis não são para se cumprir; são para se tornear e entortar.

Eu, sendo embora contra baforadas de fumo nas minhas ventas (e também nas ventas alheias); mas sendo também um estudioso (embora medíocre) da História de Portugal, dentro das minhas possibilidades e conhecimento, de há muito aplico em minha casa esta medida: quem quiser fumar que vá para a cozinha, feche a porta e ligue o exaustor. Perderá o convívio no resto da casa, é certo, mas sei que se vai matar com prazer e a bendizer-me.

Isso deixa-me em paz porque, integrado que estou na sociedade portuguesa, sinto-me a contribuir para o andamento perfeito da máquina histórica portuguesa.

Viva Portugal!

sábado, 29 de dezembro de 2007

A MÃO DE CAVACO SILVA

Com a nomeação de Faria de Oliveira para Presidente da Caixa Geral de Depósitos, temos assistido a declarações, quer da banda do PSD, quer da banda do Governo, a pretenderem reservar para si os louros da escolha.

Da banda do PSD temos Gomes da Silva a tocar a corneta anunciadora do feito; da banda do Governo, temos o próprio Ministro das Finanças a percutir o bombo noticioso.

Mas quem conhece o percurso de Faria de Oliveira e a sua relação com Cavaco Silva sabe de onde veio a “nomeação”; sabe a quem pertence a escolha.

MALHAS QUE A COLONIZAÇÃO TECEU

Será hoje que o Ministro das Finanças anunciará em conferência de imprensa o nome de Faria de Oliveira como o novo presidente do maior Banco português.

Como se sabe, Faria de Oliveira é militante do PSD desde os primórdios deste partido político: 1974.

Mas engana-se redondamente quem pensa que, por ser militante do PSD, Faria de Oliveira aceitará alguma vez “sugestões” do PSD sobre como gerir os destinos da Caixa Geral de Depósitos. Trata-se de um homem verdadeiramente independente (como certamente se verá ao longo do seu futuro mandato à frente da CGD) e estou convicto que o líder do PSD terá tanta (ou até menor) facilidade em falar com ele, como terão todos os outros líderes partidários portugueses.

É engraçado, para mim, registar que a melhor solução para a Caixa Geral de Depósitos vá passar, hoje, por alguém com fundas raízes solis e sanguíneas à Ilha do Fogo, em Cabo Verde: Faria de Oliveira descende de nada menos do que cinco gerações de portugueses cabo-verdianos; tendo, inclusive, sua mãe, Maria da Conceição, também nascido na ilha do Fogo.

Nota: A parte final desta posta foi editada para acrescentar a informação (antes involuntariamente omitida) do nascimento de Maria da Conceição na Ilha do Fogo.

PARABÉNS FERNANDO

Não é todos os dias que a gente tem o prazer de ver um familiar honesto, cujo curriculum fala por si, num alto posto de uma instituição pública prestigiada ― neste caso a Caixa Geral de Depósitos ― em Portugal.

De seu nome completo, Fernando Faria de Oliveira, um verdadeiro engenheiro formado pelo Instituto Superior Técnico em 1965, honrará certamente os seus pergaminhos e fará jus ao seu brilhante e imaculado curriculum, emprestando à Caixa Geral de Depósitos a credibilidade, a eficácia e a independência de que a mesma precisa para se manter no universo bancário português como o Banco de referência que é.

O “Fernandinho” ― como lhe chamava a avó, Lia Avelino Henriques, tia-avó deste humilde e desgraçado blogueiro que com sua acção macula indelevelmente o invejável curriculum do primo segundo ― está mais uma vez de parabéns e merece toda a confiança do Estado e dos accionistas da Caixa Geral de Depósitos, pois, trata-se do homem certo no lugar certo.

Ao invés de outros.

(Desculpem a frase final; mas não podia terminar sem deixar a minha marca “maculatória” nesta posta).

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A FUNÇÃO DAS COISAS

Cada uma destas escovas está desgastada mas vai cumprindo a sua serventia.

Não sei porquê lembro-me delas quando leio certas postas na blogosfera.

E ATÉ SE DIZ QUE CAVACO CONCORDOU

A gente ouve e fica estupefacta:

Um professor de finanças disse ontem em entrevista a Mário Crespo, no “Jornal das Nove” da SIC Notícias, que não concebia o facto de Carlos Santos Ferreira, presidente da Caixa Geral de Depósitos (Banco do Estado), transitar para igual lugar no BCP (Banco privado) visto que os dois bancos são concorrentes [são rivais, são inimigos, são adversários ― chamemos-lhe o que quisermos] e que Carlos Santos Ferreira conhece muito bem todos os pontos fracos, toda a estratégia, todos os clientes da Caixa Geral de Depósitos, e que com isso poderia facilmente beneficiar o BCP em detrimento do banco estatal.

E comparou o caso ao absurdo de, de um dia para o outro, Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, vir a ser presidente do Benfica.

É mais que evidente que esta transferência de Carlos Santos Ferreira para o BCP, ainda por cima com o beneplácito (se não a sugestão do Governo) seria um acontecimento altamente escandaloso que faria cair todos os prédios da Wall Street, em Nova Iorque, se lá tivesse acontecido. Aliás, é totalmente impensável que uma coisa destas pudesse acontecer um dia num país onde a economia e as finanças públicas estivessem separadas dos interesses económicos e financeiros privados.

Quando julgava-mos já ter visto tudo... eis que ainda há mais e mais para ver.

Consta que os maiores accionistas do BCP concordaram todos com a transferência em causa.

Pudera!

É fartar vilanagem.

domingo, 23 de dezembro de 2007

À ESPERA DE SER PRIMEIRO-MINISTRO

Numa caricatura bem conseguida o Kaos fez um diagnóstico radical do que vai na cabeça do líder “desmantelador” do PSD.

Espero, por isso, ter permissão do “Kaos” para reproduzir aqui o boneco.

O PALERMA E O ESPERTO

O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, respondeu aqui, e bem, às palermices declaradas ontem em entrevista ao Expresso pelo líder do PSD.

Disse Teixeira dos Santos, segundo o Diário Digital:

«O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou que a promessa do líder do PSD, Luís Filipe Menezes, de desmantelar o Estado em seis meses é «infeliz» e «tem um toque um pouco anarquista».

Mas não vale a pena Teixeira dos Santos nos vir tentar convencer de que este Governo não «desmantela» nada; desmantela, sim senhor: está em curso, desde há pelo menos dois anos, o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde por parte deste Governo.

O que em Filipe Menezes é palermice, neste Governo é esperteza; esta a grande diferença.

sábado, 22 de dezembro de 2007

O PORTUGUÊS E OS ELEVADORES

UMA RELAÇÃO IMPOSSÍVEL



Definitivamente o português não sabe utilizar elevadores. Nunca soube, nunca aprendeu, e parece que não tem capacidade para um dia vir a aprender como é que deve utilizar essas máquinas desconcertantes que são os elevadores.

É vê-lo, por exemplo, nos centros comerciais:
Está no quinto andar e quer ir para cima, ao sexto andar;
O que é que faz?
Carrega nos dois botões (com setas) que estão à sua disposição,
E logo que se abre a porta do elevador ele entra de roldão com a família;
Uma vez dentro do elevador, carrega no botão com o número 6 (sexto andar)e seja o que Deus quiser;
Fecha-se a porta e o elevador começa a descer;
«Ah, vai para baixo» ― exclama, pasmado, o português;
E de andar em andar, numa via-sacra lenta de morrer, num pára-arranca sofrido, desce à cave -4;
Depois inicia uma penosa subida até ao sexto andar onde queria ir de início.
No fundo, para ir do quinto ao sexto andar, viajou por 19 andares em vez de subir apenas um só andar.
Tudo porque não sabe, não quer saber ou não tem capacidade para saber interpretar simples símbolos luminosos.

O erro fundamental começa logo quando pensa (acho que pensa ― dou-lhe esse benefício) que UMA SETA PARA CIMA SERVE PARA PUXAR O ELEVADOR PARA CIMA quando este está “lá em baixo”; e que A SETA PARA BAIXO, É PARA PUXAR O ELEVADOR PARA BAIXO quando este está lá em cima.

Depois há a incapacidade evidente de interpretar a marcha do elevador através da leitura dos algarismos (em crescendo ou em decrescendo) que vão indicando onde está a cada momento o bicho maldito.

E com isso, quando temos a desdita de visitar um centro comercial ou temos de ir a uma repartição pública instalada em andar, deparamo-nos sempre com os elevadores a abarrotar de povo desorientado sempre a perguntar: «onde é que estamos?» «Já chegámos ao sexto andar?» «Ainda falta muito?»...

Oh sorte madrasta!

Faço votos para que com o NOVO ANO Deus ilumine esses cérebros caliginosos!

“MELHORIAS” NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

(À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)



«O ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciou hoje o encerramento do bloco de partos de Chaves e dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP), no período nocturno, de Murça, Alijó, Vila Pouca de Aguiar e Peso da Régua

ESTE INDIVÍDUO É PERIGOSO

Leiam aqui as enormidades que ele disse ao Expresso de hoje. Com ele a liderar o PSD, Sócrates tem o poder garantido por muitos e bons anos.

Por mim desprezo-o profundamente; porque desprezo profundamente qualquer médico que não exerça a profissão.

Vejam só a cara de palerma que fez para a fotografia publicada pelo mesmo jornal.

E reparem nestas pérolas de puro e perigoso delírio:

«O Estado deve sair do ambiente, das comunicações, dos transportes, dos portos e, na prestação do Estado Social, deve contratualizar com os privados e acabar com o monopólio na saúde, educação e segurança social»

Não admira que Cavaco não lhe ligue nenhuma; nunca gostou de palermas e já no passado mostrou isso mesmo.

Este é mais um caso; o PSD que vá procurando outro líder.

LEIA LIVROS MUITOS LIVROS

Que quando a morte o visitar, por certo terá valido a pena viver.
BOM DIA!

O Bibliómano Visitado pela Morte
(Peter Klaucke)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

CLARO COMO ÁGUA


Este é um cartão de Boas Festas concebido e vendido em Cabo Verde, e que de lá me foi enviado por um amigo.

Está aqui o retrato mental completo do cabo-verdiano: de onde vem, como vive, o que pensa e como sente o seu lugar no mundo; quais as suas aspirações, os seus sonhos e o modelo de vida que quer ter; quais os objectivos que persegue enquanto nação em evolução.

Não há discurso político nenhum diferente (que os tem havido), quer dos responsáveis políticos cabo-verdianos, quer ainda de alguns intelectuais fundamentalistas, que consiga inflectir ― um milímetro só que seja ― o rumo que segue o povo cabo-verdiano.

BOAS FESTAS A TODOS.

CONSELHO AMIGO

Que pode ir ainda a tempo:

DEIXE O CARTÃO DE CRÉDITO EM CASA

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

SIMPLESMENTE FANTÁSTICO, MAN!

O correspondente da BBC em Lisboa, Mark Doyle, despachou para Londres esta interessante notícia sobre o encerramento da Cimeira UE-África, notícia que termina assim:

Grand language
The Summit ended, as do most meetings of this sort, with smiling photocalls.
The Portuguese Prime Minister, Jose Socrates, gave an extraordinary closing speech which spoke about bridges being built, steps forward being taken, and visions being pursued.
He went off on such an oratorical flight, in fact, that I became mesmerised by the beauty of the Portuguese language and the elegance of his delivery.
I was so bewitched that I didn't register any concrete points in the speech at all.
Perhaps there weren't any. But it certainly sounded good
.

Pelos vistos, palavras ocas mas bonitas (e musicais) de José Sócrates no discurso de encerramento da Cimeira.

Parece que Mark Doyle terá ficado fã da Língua Portuguesa.

Valha ao menos isso.

NINGUÉM DUVIDA

Director nacional da PJ garante que "onda de assassínios" no Porto vai parar.

Ai vai, vai! Disso ninguém duvide!

Quanto mais não seja quando restar apenas o último pistoleiro...

Aí pára mesmo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

AÍ ESTÁ A ALTERNATIVA DO PSD

DESMANTELAR O ESTADO

A notícia é do PUBLICO.

«O novo líder social-democrata afirmou que, nos últimos dois meses, tem liderado uma “oposição tranquila” por considerar que o país não estaria atento às suas propostas, mas prometeu que, “a partir de Janeiro, o PSD vai demonstrar aos portugueses que tem um rumo” para Portugal.»

«Entre as propostas que promete apresentar no próximo ano, Menezes destacou um “grande programa” de privatizações, mudanças na legislação laboral, a liberalização da educação e um pacote para a descentralização da administração, garantindo que o grupo parlamentar vai ser uma peça fundamental no combate político.»

E já agora ― acrescentaria eu ― dar um pontapé no cu a cada português.

domingo, 9 de dezembro de 2007

REALIDADE OU ILUSÃO?

Dizem que há em Lisboa uma Cimeira União Europeia África.

Eu, o que tenho sabido é que há uns senhores governantes ou presidentes de países africanos e da Europa comunitária que andam por aí em jantares e poses para fotografia, em que se destacam o senhor Muhamar Al-Kadhafi (de grandes óculos escuros “tapadores”) e o senhor Mugabe (limpinho e impecavelmente vestidinho) apresentando às câmaras fotográficas e televisivas o seu conhecidíssimo esboço de bigode hitleriano.

Para além disso e das perturbações do tráfego automóvel em certas zonas de Lisboa, nada mais parece estar acontecendo.

Ah, mas desde que se iniciou esta Cimeira (que parece que não é cimeira) há uma coisa que tenho ouvido (mais que lido) ― de vez em quando ― e que me deixa o ego um pouco... assim... a modos que... “elevadote”: Cabo Verde tem sido referido como exemplo para várias “coisas” que a Europa apreciaria ver acontecer em África em geral.

Mas depois começo a pensar e fico naquela: porquê África há-de seguir o exemplo de Cabo Verde, um país pericontinental, periafricano, que vive de olhos postos na Europa e nos Estados Unidos, e que quando olha para o continente africano ― ou é para se angustiar, ou é para dar um rápido abraço de agradecimento aos amigos angolanos, voltando de imediato a concentrar-se no seu modelo europeu e americano!

Agora digam-me lá uma coisa: do que é que se trata nessa Cimeira UE África?

Posso lá ir beber um copito de vinho e comer dois croquetes e um rissol de camarão?

DESAPARECIDO ANTES DO COMBATE

A partir do momento em que foi eleito presidente do PSD, Menezes mudou de postura transformando-se num ser ensonado de voz pausada e cava dando a quem o vê e ouve a sensação de estar a sair da cama ou... de um jazigo de um cemitério vizinho qualquer.

Julga (ou julga por ele o seu gabinete de imagem) que aquela é que é postura de homem de estado.

Puro engano! Ainda não se apagou da memória dos portugueses a imagem do outro Menezes ― o que é presidente da Câmara de Gaia ― e assim sendo: quando se vê agora este Menezes, ressuscitado do sono ou da tumba, o que se pensa é isto:

― Olha o gajo! Quem é que ele julga que engana com esta encenação pacóvia, ainda por cima desastrada, de homem de estado? Vá mas é dar uma volta!

E com isso Sócrates pode dormir descansado: se fizer uma boa remodelação governamental ainda acaba o mandato em graça, apesar de todas as maldades e crueldades que tem feito aos portugueses.

É que não se vê alternativa. Menezes é um mau actor: é um canastrão de primeira. Com ele e com Santana ― Santana que já demonstrou no Parlamento que não tem “recheio” nenhum que se veja ― o desastre eleitoral do PSD está garantido.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

QUEIROZ INTELIGENTE

Depois de Soares Franco ter metido a instituição, Sporting Clube de Portugal, ao barulho (fazendo com que a direcção deste clube declarasse Carlos Quiroz “persona non grata” em Alvalade) tentando transformar aquilo que seria apenas uma troca de palavras entre ele e o treinador adjunto do Manchester United, Carlos Queiroz, numa questão entre o Sporting e o mesmo Queiroz;

Eis que Carlos Queiroz (que de parvo não tem nada ― e ainda por cima só bebe água), inteligente, acaba de entalar Soares Franco ao demonstrar que se as coisas são como este diz: então o assunto é entre o Sporting e o Manchester United.

E se assim vier a ser... lá se terão que deixar de queimar uns charutos valentes por conta de negociações e vendas de jogadores para o clube inglês, pois que as coisas se tornarão mais difíceis para o Sporting: será natural o Manchester passar a fazer os “aliciamentos” a jogadores do Sporting através de empresários em vez de pôr Queiroz a contactar directamente a direcção leonina.

E a relação dos jogadores com o próprio clube, por certo não serão beneficiadas com este comportamento charutal, vaporal do presidente do Sporting, Soares Franco. Talvez o mal-estar que se apoderará de certos jogadores venha a ter reflexos no seu desempenho nos jogos do leão.

É de presidentes destes que o Sporting não precisa. Eu, quando os vejo de charuto na boca, penso sempre que aquela fumarada toda: ou é porque já têm o cérebro toldado, ou vai toldar-lhes o cérebro dentre em pouco.
Pois é!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

MESQUINHICE DE GENTE PEQUENA

«O Sporting declarou, esta madrugada de segunda-feira, em comunicado emitido pelo Conselho Directivo do clube, o treinador-adjunto do Manchester United, o português Carlos Queiroz, “personna non grata” nas instalações leoninas e, nomeadamente, no Estádio Alvalade XXI»

Carlos Queiroz e Soares Franco ofenderam-se mutuamente; vai daí Soares Franco faz aprovar, em reunião de direcção do clube, um comunicado declarando Queiroz «persona non grata» nas instalações do clube.

Isto suscita-me dois comentários.

Primeiro comentário: Soares Franco não é o Sporting. Portanto, o máximo que Soares Franco podia fazer era declarar Queiroz “persona non grata”... em sua casa. Nunca em Alvalade. É que as ofensas não envolveram o Sporting Clube de Portugal;

Segundo comentário: Esta declaração que Soares Franco obrigou os demais elementos da direcção do Sporting a votar é um acto desesperado para desviar as atenções dos sportinguistas dos reais problemas que o Sporting actualmente atravessa no campo desportivo, em que um treinador que já atingiu o limite da sua incompetência (provando mais uma vez que o princípio de Peter continua válido) é mantido no lugar só porque é um treinador barato e com isso permite que os dirigentes continuem as suas almoraçaradas e jantaradas de três em pipa, em ambientes de vapores estonteantes e de grossas fumaradas de charutos caros.

Vejam lá que consequências teria para o Sporting se o Manchester United se lembrasse de cometer a mesma asneira e declarasse Soares Franco persona non grata nas instalações daquele clube, por ter ofendido Carlos Queiroz!

Esta saga soares-franquista é ridícula e mesquinha, e só desprestigia o Sporting. Aqui sim: quem devia ser declarado persona non grata é Soares franco por estar a servir-se do Sporting para dar cobertura a disparates que disse sobre Queiroz.

domingo, 2 de dezembro de 2007

SPORTING 1-1 UNIÃO DE LEIRIA

Acabámos todos de ver o resultado da escolha de Paulo Bento: o Sporting podia ter ganho ao Leiria por uma bola a zero; e não ganhou porque Rui Patrício, um guarda-redes inexperiente, deu um frango de todo o tamanho que permitiu o empate ao adversário.

Por culpa exclusiva de Paulo Bento.

Está visto que este indivíduo não pode continuar a sujeitar uma instituição centenária e respeitável, como é o Sporting Clube de Portugal, a vergonhas destas.

Apenas porque tem um desaguisado e não gosta da maneira de ser do melhor guarda-redes que o Sporting tem, Stojkovich, arroga-se o direito de não o pôr a jogar dando o lugar a um miúdo ainda sem experiência ― que até é capaz de se traumatizar com os erros que, naturalmente, vai cometendo ― afundando a equipa na tabela classificativa.

Isto já vai sendo demais. Alguém tem que dar um murro na mesa e obrigar Paulo Bento a respeitar o Sporting Clube de Portugal. Se só o respeitará com o despedimento, então que seja despedido!

E que vá ao psiquiatra que talvez bem precise disso.

LOGO MAIS TEREMOS O SPORTING - LEIRIA

Eu nada queria dizer sobre este assunto. E até me perguntei: mas quem é Paulo Bento para eu estar aqui a preocupar-me com essa figurinha a ponto de escrever mais uma posta sobre o homem.

Mas a verdade é que Paulo Bento é o treinador do meu Sporting; portanto... é alguém que merece, forçosamente, a minha atenção.

Até porque:

Mais uma vez, esse cabeça de abóbora, que se chama Paulo Bento, por birra, não faz alinhar Stojkovich à baliza, escalando o miúdo Rui Patrício para o sacrifício.

Eu faço votos e rezo a todos os santos (em quem, infelizmente, não acredito) para que Rui Patrício cometa uma série infindável de erros de principiante e o Sporting perca em casa por uma cabazada inédita contra o Leiria.

Depois de um almoço bem regado, que faria inveja a Soares Franco (mas... atenção: não estou a falar em bebidas alcoólicas), presidente emérito do meu clube, só me apetece dizer a esse mitra do Paulo Bento o seguinte:

o Sporting não é o Reboleira Futebol Clube; o Sporting é um clube de respeitabilíssimos pergaminhos, cujo treinador... ou se educa e aprende a comportar-se como um gentleman, ou vai para a rua conviver com a malta do centro comercial Colombo... e arredores.

Sou claro nisso, presumo!

E por aqui me fico para não ofender a honra de alguma mulher.

sábado, 1 de dezembro de 2007

UM GRANDE SEDUTOR



Filósofo, político, heterossexual e grande sedutor, o Picasso é muito diferente do Gauguin: prefere estar com as pessoas a quem dispensa as maiores atenções.

Nada parvo, sabe escolher as companhias.

Mónica e Rubim visitaram o primo, Picasso, no outro dia; e ele (Picasso) pediu-me que registasse o momento em que, entre copos, levou a melhor, conquistando a dama ao seu marido.

GAUGUIN ATACA DE NOVO


O grande artista comedor de flores voltou a atacar; desta vez foram rosas amarelas as vítimas do ataque; anteriormente tinha vitimado umas orquídeas.

Desta vez ele foi tão obstinado no ataque que não esperou pela ausência das pessoas para o concretizar; o descaramento foi total... e as pessoas ajudaram à festa, como, aliás, se pode constatar na fotografia presente.