sábado, 27 de novembro de 2010

ENTÃO BOA NOITE

Joana Amaral Dias
E BOM FIM-DE-SEMANA!

Peça Ensaística Sexagésima Sexta; no âmbito de

Na Peugada de
NOVOS RUMOS:

Ser culto es el único modo de ser culto
José MARTÍ (1853-1895).

É hora da criação de uma opinião pública africana participativa:

Marcas pertinentes para principiar o ofício:

(1)           Numerosos países de África celebram o quinquagésimo Aniversário da sua Independência em 2010.Trata-se de um Evento assaz relevante. Com efeito, o Continente, que atravessou séculos de sofrimentos físicos e morais durante dois “Grandes Abalos” (Tráfico negreiro e colonização, em seguida), (parece) enfim, dirigido pelos seus filhos.
(2)           É tempo, todavia, de proceder à análise do sentido destas independências e à reflexão assisada sobre o balanço do exercício do poder pelos próprios Africanos. É, outrossim e, ainda o ensejo para se interrogar sobre o intolerável paradoxo da África: Continente abarrotado de riquezas humanas e naturais, todavia, continente empobrecido, assistido e fragilizado
(3)           Na verdade, é tempo que os Intelectuais (dos quais os dirigentes políticos, amiúde, minimizaram ou receiam o papel, mantendo-os à distância) se empenham no debate e contribuem, activamente na criação de uma opinião pública africana participada (sumamente credível) sem a qual o verdadeiro e autêntico desenvolvimento permanecerá hipotético.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

MORTE INGLÓRIA

Foi a frase sucessivamente repetida, até ao último suspiro, pelo malogrado escritor cabo-verdiano, António Aurélio Gonçalves (nhô Roque), quando se apanhou no hospital do Mindelo em S. Vicente, vítima de atropelamento por um automóvel em despiste que galgou o passeio e lhe tirou a vida. Isto foi-me contado pela médica que o recebeu no banco de urgências naquele dia fatídico.

Pois bem. Hoje, aqui na pacatíssima cidade de S. Filipe, na ilha do Fogo, estando em amena cavaqueira com dois amigos, sentados em mochos colocados à porta, no passeio público (aqui ainda é assim: à tarde há pouquíssimo movimento de viaturas e pessoas e por isso se desfruta deste prazer, sobretudo quando devido ao sol inclemente o calor se faz sentir mais em casa que na rua);  mas dizia, estando nós os três conversando, eis que um automóvel em despiste nos ia esmifrando a todos contra a parede, não fora o “rabo” de um outro automóvel que estava estacionado um pouco mais acima, que recebeu o primeiro choque e fez rodopiar o carro assassino em meio pião, impedindo assim a acção do matador encartado.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

PALAVRAS INEXISTENTES EM CABO VERDE (002)

RECONHECIMENTO
SENSATEZ

Peça Ensaística Sexagésima Quinta, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:


“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895).


                        NP:
            A crise financeira provocou, em 2009, uma forte contracção da actividade nos países desenvolvidos, que impeliu os Bancos Centrais e os Governos a coordenar os seus esforços para limitar os efeitos deletérios da recessão. No entanto, esta está doravante terminada, porém, a actividade, apenas lerdamente levanta o ferro e ao preço de um pesadíssimo endividamento público. Donde, com efeito, o seguinte panorama:
            --- Na Europa, a crise da dívida soberana ameaça esta retoma frágil, acelerando o calendário do ajustamento orçamental.
            --- Nos Estados Unidos da América do norte, a procura interna se contrista para assumir o revezamento das despesas públicas.
            --- Enfim e, em suma: Por toda a parte, o aumento do desemprego e o acesso, cada vez mais, difícil ao mercado do crédito limitam as perspectivas do crescimento.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Peça Ensaística Sexagésima Quarta, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:


Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

Acerca da Língua portuguesa:

“Os portugueses teriam renunciado à cruz e ao gládio, confiando o sexo, as tarefas da colonização”. In ROGER BASTIDE: Anthropologie appliquée, Paris, PAYOT, 1971.

“A língua portuguesa nunca foi considerada pelos próprios portugueses como um agente suficiente, ou sequer indispensável, para assegurar as operações coloniais. É certo, que aqui e ali, os portugueses procuravam assegurar a difusão da língua, mas esse impulso era limitado e não tardou a esvair-se, sem deixar quase traço algum. Os locutores autóctones foram sempre considerados incapazes de respeitar a norma linguística e, ainda hoje, tal continua a verificar-se”. Alfredo MARGARIDO (1928-2010).

domingo, 21 de novembro de 2010

ENTÃO BOA NOITE!

Joana Amaral Dias

Por ter estado num "refúgio" onde não há electricidade e muito menos Internet, publico já tarde, mas publico, a habitual fotografia semanal da nossa querida Joana.

Peça Ensaística Sexagésima Terceira, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:


Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

“Não há educação fora das sociedades humanas e não há homem no vazio”.
Paulo FREIRE (1921-1997).


(1)
            É um facto, assaz pertinente, que, na verdade, é inconcebível pensar a Educação fora do Primeiro espaço, no qual a Criança é concebida e educada: a Família. De facto, é impensável um tal procedimento! (Quiçá!...).
            De feito, esta espécie de “Sociedade natural”, que apresenta a particularidade de conjugar o biológico e o social, foi, muito tempo, concebida como a fonte e o esteio de toda a Comunidade organizada.

(2)
            Eis porque, deste modo, até meados do século XIX, numerosos eram os que não concebiam outra instância de Educação que a Família. Sendo, esta, o suporte e a origem do vínculo social. É a ela, que incumbe, ipso facto, assegurar o fundamental da Educação, com ênfase, na infância e na adolescência (sobretudo). Todavia, as coisas mudam à partir do momento em que a Organização política já não se pode conceber como o espelho ampliado de uma família subordinada a um chefe que protege, proíbe e autoriza.

domingo, 14 de novembro de 2010

Peça Ensaística Sexagésima Segunda, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

            “A educação é uma resposta da finitude da infinitude. A educação é possível para o homem, porque este é inacabado e sabe-se inacabado. Isto leva-o à sua perfeição. A educação, portanto, implica uma busca realizada por um sujeito que é o homem. O homem deve ser o sujeito de sua própria educação. Não pode ser objecto dela. Por isso, ninguém educa ninguém”.
                                   Paulo Freire (1921-1997).

Nos meandros do Diagnóstico do Estado actual da EDUCAÇÃO:

            --- De feito, presentemente, são as próprias condições de possibilidade do Empreendimento Educativo que vêem postas em causa pela Evolução das nossas Sociedades.
            --- Na verdade, toda uma série de dados que se afiguravam quão evidentes e que serviam de supedâneo e esteio à Instituição Escolar foram abalados e, até estão em via de desaparecer. Não se trata de lastimar o desvanecimento de um passado para o qual nenhum retorno não seja imaginável, nem desejável. Trata-se, sim, de evidenciar (tornar explícito) uma série de transformações relevantes e fazer sobressair o repto que representam. É apenas a este nível que se pode, verdadeiramente compreender as dificuldades às quais a Educação é alvo e se acautelar ante a tarefa de refundação que se encontra a nossa frente.

sábado, 13 de novembro de 2010

INVIÁVEL NÃO DIGO; MAS É PROBLEMÁTICO

Grosso modo a organização e o funcionamento social em Cabo Verde estão ao nível de uma Amadora ou de uma Reboleira, isto é, de um subúrbio lisboeta prenhe de imigrantes do que de um país um pouquinho mais evoluído como seria de exigir após tantos anos de independência e tantos dinheiros próprios e de cooperantes gastos na educação e em tudo o resto que tem a ver com maior civilidade para os supostos beneficiários que são afinal todo o povo; sobretudo os jovens – os menos bem preparados moral e civicamente em Cabo Verde.

Como sou um desbocado indiferente a qualquer mordomia ou sinecura, digo-o assim, à boca cheia, não só por ser verdade mas também porque me envergonha profundamente ver os meus concidadão comportarem-se tão incivilizadamente como ora acontece.

E quando digo isso comparo Cabo Verde ao Ocidente civilizado; não à África profunda onde infelizmente condicionalismos vários de que Cabo Verde nunca sofreu ou sofre levaram à sua condição de atraso civilizacional.

Merecemos outro país. Este povo necessita ter dirigentes cultos e instruídos.

É que aqui também há muita gente como que “licenciada por fax” em cargos de responsabilidade e de direcção no país.

E o pior é que todo e qualquer habitante destas ilhas julga-se um grande doutor com direito a tudo do melhor sem ter que trabalhar. Até há quem acha que o dinheiro que o emigrante transfere ou traz no bolso lhe pertence por inteiro, a ele habitante local, não tendo sequer que agradecer para o gastar em benefício próprio.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ENTÃO...

Joana Amaral Dias

BOM FIM-DE-SEMANA!

PODE SER MINISTRO

O cão aqui de casa, esta coisinha minúscula mais pequena que o meu gato, o Picasso, que toda a gente conhece, não se cala à noite e não deixa ninguém dormir enquanto minha mãe não lhe deseja, em voz alta, as boas noites – então cala-se, retira-se do espaço de convívio e procura o seu lugar para descansar.

António Damásio está farto de nos dizer que estes mamíferos (a par da maioria dos outros) não só pensam como têm sentimentos sociais e tomam decisões conscientes.

Eu diria que este cão cabo-verdiano, pertença de minha mãe, está mais que preparado para fazer uma licenciatura por fax.

BOM DIA!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ÊXITO ESTRONDOSO NA EXPORTAÇÃO…

De doses maciças do mesmo palavreado, repisado pela enésima vez, sobre “economia”.

Há seis ou sete anos que Portugal é “economia” do nascer ao pôr-do-sol.

Não há cu que aguente…!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Peça Ensaística Sexagésima Primeira, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:


Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895)

Les nations sont des universaux, une sorte de moyen terme entre la vie de l’individu et la vraie vie du genre humain. Ce sont des essais d’individualisations collectives ».
Jules MICHELET (1798-1874), historiador francês (In Journal, 7 juin 1842

(1)    Se o Estado é o herdeiro de séculos de monarquia ou de despotismo, a Nação (por seu turno) é admitida e utilizada, no século XIX, na sequência da impulsão revolucionária e do modelo francês. De anotar, com efeito, que o despertar das nacionalidades se edificou sobre o tema da conquista da Liberdade Política. Eis porque, deste modo, a República não é um sonho abstracto da razão. Aliás, ela não é dada por um direito ou uma lei natural. Sim, efectivamente, ela constrói historicamente uma Identidade Colectiva por um imaginário específico

sábado, 6 de novembro de 2010

DESCUIDO DE EMIGRANTE ASSIMILADO

E MAIS UMA LIÇÃO RECEBIDA DA NATUREZA

Na primeira noite, no campo, tendo as janelas do quarto abertas, acendi a luz... e poucos minutos depois tinha o quarto invadido por centenas ou mesmo milhares de insectos voadores nocturnos de espécies e tamanhos variados; dentre eles descobri uma “mosquinha” do tamanho de um ponto feito no papel por uma BIC de ponta fina – mosquinha com corpo equipado com asas; cabeça com olhos e provavelmente aparelho de audição; dotada de um sistema nervoso, certamente rudimentar, mas capaz de lhe permitir a orientação, a coordenação do voo, a adaptação às condições do ambiente, a regulação da sua fisiologia, a resolução de problemas surgidos no espaço habitado, etc., etc.
Ah! Já me esquecia – dotada também de capacidade de reprodução.

Senti-me então mais pequenino que aquela mosquinha. Mas continuo teimosa e ridiculamente a pensar que valho alguma coisa. Imaginem só o disparate…!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

NUNCA ESQUECENDO

Joana Amaral Dias


BOM DIA DE AMANHÃ
E bom fim-de-semana

Peça Ensaística Sexagésima, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

Que les oiseaux et les sources sont loin!
Ce ne peut être que la fin du monde, en
Avance ».
ARTHUR RIMBAUD (Poeta francês : 1854-1891).

Acerca da Actividade Filosófica

(A)
            Não há dúvida nenhuma, que, se a Actividade Filosófica quer ser outra coisa mais que uma mera assunção museográfica, se ela pode resistir à tentação de se entrincheirar numa mera conservação de antiguidades espirituais, ela deve correr o risco de pensar este Evento e a Era que inaugura. No entanto, precisamente a dificuldade neste ponto consiste em reconhecer o ponto de vista peculiar e próprio ao Pensamento, deste modo, atribuído ao seu site. Ou seja: a colocação em situação do Pensamento (que só lhe pode dar o para pensar) deve, singelamente assumir a sua contextualização, que explicita as ferramentas com as quais ela pode pensar esta situação.

Peça Ensaística Quinquagésima Nona, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:


Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

2008, Ano em que a População Mundial se tornou maioritariamente Urbana (…):

(I)
            Não há dúvida nenhuma, que (nós) somos os coetâneos da mais profunda mutação que tenha conhecido a Humanidade desde o Neolítico. Donde e daí, que seria quimérico, pueril e ilusório comportar-se e agir como se os mesmos problemas se colocassem em termos idênticos, no âmbito de um colóquio secular de filósofos desvinculados destas contingências. De feito este Evento, de uma rapidez fulminante, tem, com efeito, transformado, de alto a baixo, a Existência Humana, a tal ponto que se afigura, assaz difícil identificar o que permanece da História Antiga. Ou seja: numa época em que a Igreja Católica submete as mais santas das suas relíquias a testes de datação ao carbono 14 e análises palinológicas, a própria religião sofreu o domínio da Técnica e se encontra abalada pelo facto.
            Enfim e, em suma: A vida de um Homem, presentemente, já só possui uma remota conexão com o que era a vida dos seus avoengos (dois séculos mais cedo) e o até na intimidade das suas crenças.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

NAVEGAR NAVEGAR

Navegar navegar 
Mas ó minha cana verde 
Mergulhar no teu corpo 
Entre quatro paredes 
Dar-te um beijo e ficar 
Ir ao fundo e voltar 
Ó minha cana verde 
Navegar navegar

[Fausto]


Então, até já! Pois, navegar é preciso.

Peça Ensaística Quinquagésima Oitava, no âmbito de

 Na Peugada de NOVOS RUMOS:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

Acerca do Domínio Técnico, no âmbito da Sociedade Hodierna:

            Diga-se o que se disser, na verdade, presentemente (nos nossos dias de hoje), ninguém pode contestar a vastidão do Domínio Técnico imperante, em todos os aspectos da nossa existência. Donde, a urgência consiste em assumir, sem demais delongas, o desafio/repto lançado.
            À tese segundo a qual a modernidade é fundamentalmente sinónimo de “época técnica” (consoante exarou, o filósofo alemão, Martin HEIDEGGER (1889-1976), se opõe, logo à primeira, o facto que a técnica é, outrossim, quão vetusta como o próprio Homem. Trata-se, por conseguinte, de definir o estatuto da técnica hodierna em relação ao uso milenar de ferramentas.
            De consignar, avisadamente, que a divulgação da essência originária da Técnica foi conduzida pelo estudo do mundo helénico: Descobre na ferramenta um prolongamento da mão, pelo qual o Homem se configura um ambiente maneável e assegura, deste modo, a sua penhora sobre o Mundo. De feito, a Técnica antiga é, na sua essência primordial uma prestidigitação (leia-se, outrossim, manobra) e é ela que torna o Homem “como mestre e possessor da Natureza”, racionando, criticamente com o filósofo e matemático francês, René DESCARTES (1596-1650).

PLENAMENTE DE ACORDO

«O pior dos inimigos, que agora domina Portugal, é a suprema hipocrisia de certos políticos, alguns até auto-intitulados "socialistas", que perante um aperto financeiro por razões alheias ao sistema esquecem as juras de solidariedade e cortam nos apoios aos mais necessitados para manterem benesses dos grupos de pressão.»

[João César das Neves - no Diário de Notícias]