quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

E ATÉ SE DIZ QUE CAVACO CONCORDOU

A gente ouve e fica estupefacta:

Um professor de finanças disse ontem em entrevista a Mário Crespo, no “Jornal das Nove” da SIC Notícias, que não concebia o facto de Carlos Santos Ferreira, presidente da Caixa Geral de Depósitos (Banco do Estado), transitar para igual lugar no BCP (Banco privado) visto que os dois bancos são concorrentes [são rivais, são inimigos, são adversários ― chamemos-lhe o que quisermos] e que Carlos Santos Ferreira conhece muito bem todos os pontos fracos, toda a estratégia, todos os clientes da Caixa Geral de Depósitos, e que com isso poderia facilmente beneficiar o BCP em detrimento do banco estatal.

E comparou o caso ao absurdo de, de um dia para o outro, Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, vir a ser presidente do Benfica.

É mais que evidente que esta transferência de Carlos Santos Ferreira para o BCP, ainda por cima com o beneplácito (se não a sugestão do Governo) seria um acontecimento altamente escandaloso que faria cair todos os prédios da Wall Street, em Nova Iorque, se lá tivesse acontecido. Aliás, é totalmente impensável que uma coisa destas pudesse acontecer um dia num país onde a economia e as finanças públicas estivessem separadas dos interesses económicos e financeiros privados.

Quando julgava-mos já ter visto tudo... eis que ainda há mais e mais para ver.

Consta que os maiores accionistas do BCP concordaram todos com a transferência em causa.

Pudera!

É fartar vilanagem.