sábado, 31 de maio de 2008

MORREU CARLOS ALHINHO

Com a vida toda dedicada ao futebol e ao desporto, Carlos Alhinho fez, enquanto profissional de futebol, o pleno dos grandes clubes portugueses: para além da Académica de Coimbra, onde se fez profissional, Carlos Alhinho representou ainda o Sporting, o Benfica e o Futebol Clube do Porto.

Estava em Angola a negociar mais um contrato de trabalho como treinador de futebol quando um acidente num elevador de um hotel o vitimou ingloriamente.

O meu adeus a este amigo de longa data é sentido e sincero e quero ainda enviar as minhas condolências aos seus familiares.

Adeus, Godjaba! Ficarás sempre na minha memória como um profissional exemplar e um bom amigo.

COISA MUITO FEIA

É o modo como os jornais lisboetas têm “noticiado” o possível afastamento do Futebol Clube do Porto da Liga dos Campeões desta época, antecipando uma decisão da UEFA que estará a apreciar algumass conclusões do caso “Apito Final”.

As “notícias” não escondem o desejo profundo (dos jornalistas que as produzem) de ver o F.C.P. no fundo do poço desportivo.

Para além de ser uma perfeita falta de ética, revela o espírito mesquinho que enforma a ancestral inveja lusitana.

Como sportinguista, não escondo que isto me causa imenso repúdio; a despeito de não apreciar, minimamente, o estilo de dirigismo desportivo que o Sr. Pinto da Costa exerce no F.C.P.

CABO VERDE (CENAS DO QUOTIDIANO) (2)

O MERCADO DA PRAIA




terça-feira, 27 de maio de 2008

CABO VERDE (CENAS DO QUOTIDIANO) (1)

À CHINESA


Isto passa-se na cidade da Praia, capital de Cabo Verde, numa das duas ruas principais ― a antiga Rua Sá da Bandeira.

A casa é uma só.

O chinês arrendou um terço para comércio e certamente não satisfeito com a insegurança do telhado (quer contra intempéries, quer contra furto), vai daí mandou roer a parte do telhado que lhe cabia, tapou o tecto com betão e colocou lá em cima um split de ar condicionado. E não contente com isso resolveu pintar a "sua" parte de verde para a distinguir do resto da fachada.

E pelos vistos a Câmara Municipal da Praia aceitou a coisa sem mais aquelas.

E tudo ficou com este lindo aspecto que se vê em cima.



Aqui o chinês já não foi tão longe: arrendou três quintos da casa e mandou pintar as “suas” portas de outra cor.

A casa é uma só.

E pelos vistos a Câmara Municipal da Praia aceitou a coisa sem mais aquelas.

E tudo ficou com este lindo aspecto que se vê em cima.

Nota: Eu vivi seis anos na China e sei que na China é assim. Mas em Cabo Verde nunca dantes fora assim e à excepção da Ilha de Santiago, não é assim em nenhuma outra.

HUMOR MASOQUISTA

Não há ninguém melhor que os benfiquistas para dizer mal do Benfica.

Leiam porque até os comentários têm piada.

DEMOLIDOR COMO SEMPRE

Henrique Silveira, no blogue Crítico Musical, escreve assim acerca dos preços dos combustíveis e das razões invocadas por José Sócrates para não baixar o ISP (Imposto Sobre Produtos Petrolíferos):

Estou surpreendido com algumas observações feitas por figuras públicas. Comento...

Curso de lógica

Sócrates diz que se baixar os impostos dos combustíveis as "pessoas que não andam de automóvel passam a financiar a gasolina dos que andam de carro"!

A par do inglês técnico e do curso por FAX (há que ser moderno, antes era por correspondência) do primeiro ministro, não seria melhor ter tirado um curso acelerado de lógica? Não será antes o contrário? Com 70% do preço do combustível formado por impostos não serão os que andam de carro que andam a pagar pelos que andam a pé? Enfim, para se ser um bom demagogo há que inventar silogismos e outras aldrabices mais conseguidas, assim Sócrates, como em tudo o resto, não passa de um demagogo de "meia-tijela".

domingo, 25 de maio de 2008

SEM PROCURAÇÃO

A Dra. Vanda Évora foi recentemente convidada pelo Governo de Cabo Verde, representado na pessoa do Sr. Ministro da Economia, (e aceitou o convite) para exercer o cargo de presidente da Assembleia Geral da ENACOL (Empresa Nacional de Combustíveis, de Cabo Verde).

― Diga-se de passagem que a ENACOL é uma empresa de capitais mistos cujo capital social é detido essencialmente pela Galp Energia (Portugal), pela Sonangol (Angola) e pelo Estado de Cabo Verde.

Este convite surgiu após a Dra. Vanda Évora ter sido candidata derrotada à eleição para Presidente da Assembleia Municipal de S. Vicente, lugar a que concorrera, como independente, nas listas do PAICV, o partido que suporta parlamentarmente o actual Governo de Cabo Verde.

Após conhecimento público do referido convite choveram críticas acérrimas e descabeladas por parte de apaniguados do partido da oposição (ganhador das eleições autárquicas em S. Vicente).

Essas críticas provêm de falsos ― falsíssimos ― moralistas pretensamente escandalizados com o badalado convite que consideram o «pagamento de um favor» por parte do Governo, a alguém que se terá prestado a concorrer numas eleições praticamente perdidas à partida (tal a indicação das sondagens prévias às mesmas). Esses falsos moralistas mostram-se ainda mais escandalizados por considerarem que «estava tudo combinado».

Conhecedor de Cabo Verde; conhecedor de muitos dos seus políticos (da oposição e do Governo); conhecedor bastante de muitos dos “críticos” pseudo-moralistas, e do seu percurso profissional, social e político ― e fico-me por enquanto por aqui ―, penso que estou à vontade para opinar com propriedade e sem facciosismo sobre o assunto em questão, não escondendo minimamente a minha profunda amizade e admiração pela Dra. Vanda Évora, a qual, como deixo entender no título desta posta, não me constituiu seu procurador não sabendo eu sequer se concordará minimamente com aquilo que ora digo sobre o assunto.

E não pretendo (pelo menos por ora e desde que não seja provocado) pôr o dedo em qualquer ferida (que as há, e muitas); mas devo esclarecer que entendo que o convite que o Governo fez à Dra. Vanda Évora é um acto técnica e politicamente perfeito.

Tecnicamente perfeito porque a Dra. Vanda Évora reúne todas as condições essenciais (e muitas condições acessórias) para o cargo: desde logo é uma jurista experiente, portadora de um já longo, variado e imaculado currículo profissional; é uma profissional competente, com provas dadas, capaz, por isso, de desempenhar o cargo com total adequação ao mesmo e às suas exigências; e ― last but not least ― a Dra. Vanda é uma pessoa HONESTA (atributo este cada vez mais raro na espécie humana) e garante por isso a todos os accionistas da ENACOL que o banalizadíssimo fenómeno que dá pelo nome de CORRUPÇÃO terá enormes dificuldades em passar-lhe sequer por perto.

O acto é politicamente perfeito porque o Governo achou, e bem, que, tendo essa possibilidade e necessitando nomear alguém para o cargo de Presidente da Assembleia Geral da ENACOL, deveria dar ― rápida, clara e publicamente ― o sinal do apreço e do respeito que a Dra. Vanda Évora lhe merece. E do apreço e do respeito que a Dra. Vanda Évora merece (sem o “lhe”).

É assim que deve funcionar a política quando é séria e responsável. E neste caso o Governo do PAICV foi exemplar.

Na impossibilidade de apontar qualquer falha de carácter; qualquer falha profissional, social ou familiar à Dra. Vanda Évora, só restará aos seus adversários políticos os fracos argumentos de «favores» ou de «combinação prévia» ― que não querem dizer coisíssima nenhuma ― na tentativa de atacarem politicamente quem se lhes apresenta como uma adversária moral e profissionalmente couraçada e de promissor futuro político.

Oxalá a Dra. Vanda Évora queira dar os próximos passos.

Para bem de S. Vicente e de Cabo Verde.

Declaração de interesses:
Ex-militante do PAIGC (“GC”, não “CV”) sou politicamente independente e bastante crítico do actual Governo de Cabo Verde. Apoiei o Dr. Carlos Veiga nas últimas eleições presidenciais e já por mais que uma vez o incitei a voltar a candidatar-se à Presidência da República reiterando todo o meu apoio. Tenho mais amigos no MPD do que no PAICV e dentre aqueles destaco os Drs. Carlos Veiga e Gualberto Rosário. E quanto à Dra. Isaura Gomes (Zau), nutro por ela simpatia pessoal. Quanto à Dra. Vanda Évora, está tudo dito no texto supra.

sábado, 24 de maio de 2008

BOM DIA

Oh, ele fez. Nela. Ela fez. Feito.

Ah!

(James Joyce - in Ulisses)

BOM FIM-DE-SEMANA.

domingo, 18 de maio de 2008

BURLA OU NÃO, SEJA VOCÊ A DICIDIR

Passei uma noite no Hotel Dunas de Sal, na Ilha do Sal.

Ao fazer o checkout disseram-me que utilizando o cartão VISA eu tinha que pagar 6% de “comissão” sobre o total da conta. Mandei então que fizessem reflectir isso na factura visto que não pagaria qualquer importância não referida na mesma.

Primeiro não queriam colocar essa “despesa” na coisa; mas depois não tiveram outro remédio senão passar a factura cujo fac-símile aqui têm.

Resultado:

Vai uma queixa para o meu banco pedindo que me reembolsem no valor dos 6% surripiados à minha carteira visto que já pago anuidade pela utilização do cartão e pagarei juros (bem altos) se não liquidar a totalidade da conta no espaço de 50 dias;

Vai uma queixa para a UNICRE, a emissora dos cartões, para que saibam como estão agindo certos parceiros seus de negócio e para que actuem pondo cobro a isso;

E vai ainda uma queixa para a VISA Internacional para que saibam como é que esse hotel em Cabo Verde parece estar furtando dinheiro aos clientes para pagar os seus compromissos com a VISA.

Resta saber se outros hotéis em Cabo Verde não estarão fazendo o mesmo.

Se o estiverem, não seria despiciendo um inspector da VISA Internacional ir até Cabo Verde verificar as condições em que os seus clientes são tratados quando utilizam cartões VISA naquelas paragens.

P.S. Para ler a factura clique na imagem.

CURA RADICAL


'DJARFOGO PA RIBA TUDO


Acabei de passar três semanas de férias em Cabo Verde. Três semanas em que não tive o mais pequeno, o mais ínfimo contacto com televisão ou jornais portugueses.

No fim fiquei com a pleníssima certeza de que faz bem à saúde andar longe, longe da comunicação social portuguesa.

E para além de pretender que isso me continue a acontecer, aconselho a si que me lê e consome dessa comunicação social que faça por ter um dia qualquer uma experiência semelhante à minha. Verá que anda doente e não sabe.

Com essa minha experiência compreendo agora aquilo que antes achava ser um snobismo de Carlos Magno quando diz que não lê (ou lê muito pouco) os jornais portugueses preferindo antes o diário espanhol El Pais.

É que a comunicação social portuguesa é um factor de doença pior que muitas bactérias e vírus. Porque estes costumam matar, enquanto a comunicação social portuguesa moe-nos literalmente o juízo, nos enlouquece e nos maltrata perenemente até ao mais longínquo dos nossos dias futuros preservando-nos da morte para que soframos quase eternamente.

Interessante e sobre o mesmo fenómeno é este artigo de Pacheco Pereira no Público de 17/05/08.

De que respigo algumas breves passagens:

FUTEBOL,
FUTEBOL,
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«Eu sei que já escrevi sobre isto, a mais quixotesca das minhas actividades, ainda pior do que a do PSD, mas isto é mais grave do que se pensa. É um sinal de descontrolo cívico, de atraso político e social, de retrocesso da nossa democracia e da nossa vida pública. Não é só na economia que estamos a andar par atrás, é na cabeça. A cultura da irrelevância está a crescer exponencialmente e todos já esperam que o mesmo aconteça nos próximos meses, em que mais uma vez o país vai parar porque há um Campeonato.»

«O mundo agressivo e brutal do futebol, com a sua pedagogia de grosseria e violência, ordinário e vulgar, movimentando poderosos interesses políticos, nacionais, autárquicos e regionais, servindo uma economia paralela, que para nosso mal ainda é a única que funciona em muitos sítios, imerso em corrupção, não aflige nem preocupa ninguém. A começar pelos nossos deputados, que dão a caução institucional da Assembleia da República a um dirigente desportivo acabado de sancionar por "corrupção tentada" e que saía de uma acareação num tribunal.»

«A cultura da irrelevância está impante como nunca, espectáculo e pathos brilham no sítio que anteriormente ainda era frequentado, de vez em quando, pela razão, pelo bom senso, pela virtude. Esta é, obviamente, a melhor comunicação social, a melhor televisão para os governos, e o actual cuida bem que não lhe falte dinheiro para as suas quinhentas horas de futebol. Compreende-se: a bola não pensa, é para ser chutada.»

PERDOAI-LHES SENHOR

PORQUE EU... NÃO CONSIGO


Aspecto da tentativa musculada de arrombamento do fecho da minha mala na viagem a Cabo Verde.

E prova de que uma Samsonite (passe a publicidade) vale bem o seu preço. As duas linguetas que se vê em baixo, bem como os seus respectivos encaixes são em puro aço. Não o fossem... a esta hora, chapéu!...

BOM DIA E BOM DOMINGO


Acabado de chegar tendo deixado Cabo Verde em ebulição com as eleições autárquicas cujo desfecho será conhecido hoje até cerca da meia noite (sim, porque aquilo não é o Zimbabwe), faço votos para que a minha fraternal amiga, Dra. Vanda Évora, conquiste a presidência da Assembleia Municipal de S. Vicente.