terça-feira, 28 de junho de 2005

ALMOCREVE DAS PETAS

Quero hoje elogiar aqui aquele que considero ser um excelente blogue, e o blogue em português com mais bonito visual: o Almocreve das Petas

Já nos idos de Julho de 2004 JPP fizera, aqui no seu magazine Abrupto, um rasgado elogio ao quadro (que ele chamou de "logótipo") que ornamenta o cabeçalho do Almocreve. Daí partiu para a (psic)análise ao anónimo "masson" servindo-se do conteúdo do blogue que classifica de «mistura de surrealismo com bibliofilia... mistura de radicalismo político com memória».

Concordo inteiramente com JPP quanto ao elogio do "logótipo"; mas quanto ao conteúdo textual e imagético do Almocreve (que, ao contrário do que acho, JPP terá de certa forma considerado datado), para além da sua valia como produto intelectual, oferece-se-me ressaltar a harmonia com que as imagens jogam com o texto contribuindo de forma decisiva para a transmissão da mensagem.

Quero aqui felicitar "masson" - que me faz lembrar alguém que escuto de há muitos anos na Antena 2 da RDP -, homem de fina ironia e sólida cultura, por nos proporcionar bons momentos de leitura e informações culturais valiosas.

Parabéns "masson", e muito obrigado.

domingo, 26 de junho de 2005

MUDANÇA DE VISUAL

Uma anomalia no "Newblogger.com", onde está alojado este blogue, obrigou-nos a ter de fazer a mudança do "template" do mesmo. Pelo inconveniente pedimos desculpas aos nossos leitores e esperamos que rapidamente se habituem a este novo visual.

sexta-feira, 24 de junho de 2005

ELEIÇÕES E MORTOS (o habitual na Guiné)

Na Guiné é assim: se não há mortos a coisa não é normal.

Já estávamos a ficar admirados de os guineenses terem adoptado em tão curto espaço de dois meses uma postura da povo adulto, sereno, habituado à vivência em democracia, sendo, por isso, respeitador das decisões do eleitorado.

Mas eis que, mal ainda vai a meio a eleição do novo presidente, e nos chega uma notícia de algo que a ninguém causa admiração, algo que já esperávamos que acontecesse mais cedo do que tarde; vem nos jornais:

«A calma regressou à cidade de Bissau onde esta sexta-feira de manhã se registaram confrontos entre a polícia e manifestantes afectos a Kumba Ialá, de que resultaram três mortos, cinco feridos e 12 detidos.»

Resta só acrescentar que Kumba Ialá diz não aceitar o resultado da primeira volta das eleições de que ficou excluído. Aguardemos para ver como reagirá o perdedor da segunda volta; e sobretudo esperemos para ver como os militares tratarão o futuro presidente.

Estamos curiosos de o saber.

sábado, 18 de junho de 2005

UMA TERTÚLIA NO MINDELO


A tertúlia do Sassá

Aqui estamos nós de visita à tertúlia que se reúne quotidianamente na esplanada do bar do Sassá, no Mindelo, Em S. Vicente. A reunião deu-se no rescaldo das eleições presidenciais em Cabo Verde, ganhas pelo Comandante Pedro Pires. Nesta fotografia reconhece-se o actual embaixador de Cabo Verde em Lisboa, Dr. Onésimo Silveira (de casaco).

sexta-feira, 17 de junho de 2005

ALÔ, ALÔ, LUANDA. SERÁ ISTO VERDADE?

Esta ouvi eu, esta tarde, no Rossio, em Lisboa

- Então! fulano já regressou de Luanda?

- Era para vir agora em Junho mas o gajo diz que só em Dezembro. O gajo diz que está maluco com as “catorzinhas”.

- Que é isso das “catorzinhas”?

- São miúdas de 14 anos. Um gajo vai até Lubango, paga o “alambamento”, e traz uma miúda de 14 anos. Sem problemas.

Diga-me que é mentira, oh Luanda!

Ou então meta essa gente na cadeia.

Já!

quarta-feira, 15 de junho de 2005

DIZERES DE AMOR

Há textos cuja beleza se nos impõe com tal força que não podemos deixar de os exaltar e fazer com que outros os leiam para, de alguma forma, contribuirmos para o alargamento do universo daqueles que gostam intimamente de celebrar a graça dos momentos felizes que permitiram a concepção dos mesmos.

Tal é o caso deste pequeno texto "carta não assinada encontrada no espólio de um poeta" que nos foi enviado por email; certamente um fragmento de obra maior que infelizmente não nos foi dado identificar.

«Padeço, amor, porque me falta a sensualidade dos teus lábios carnudos nessa tua boca de romã onde cada beijo era uma aventura indescritível que acabava sempre em êxtase deixando-me no desejo louco de te possuir até à completa diluição de nossos corpos e seres.

Padeço porque me falta teu corpo de Afrodite, de mulher-cosmos, de mulher-sensualidade, corpo em que me perdia inebriado pela sinfonia de aromas exóticos que o povoam e do qual eu saía sempre renascido pois que, no dizer do poeta, tu és sol, ambrósia e mel.

Padeço, enfim, porque me falta a presença da tua doce e sedutora personalidade de Eva bíblica com quem cometi o pecado original que me estigmatizou definitivamente mas do qual nunca me arrependerei pois que sem ele o significado da Vida seria um equívoco histórico de aceitação impossível.

Padeço por não te ter, minha Mulher, minha Amiga, minha Amante.

Padeço.»

Pela beleza que encontrámos nele, este texto foi arquivado n’O Baú de Salmoura juntando-se lá a uma narrativa excelente e belíssima de Enrique Lanza, republicada há quase um ano naquele blogue-arquivo. Vá até O Baú e delicie-se com a escrita de Lanza.

domingo, 12 de junho de 2005

JUSTIFICAÇÃO

Regresado hoje de um fim-de-semana quase prolongado (trabalho amanhã, feriado), espero, ao dizer isso, ter justificada a ausência de postas nestes últimos dias.

Confesso que também a falta de "inspiração" contribuiu para o facto.

Queira a musa deixar de ser cometa a meus sentidos que logo a veia aparece.

Assim seja!

terça-feira, 7 de junho de 2005

O DR. BALTAZAR E O “TEMPO”



Este calor derrete a mioleira de qualquer um. E está derretendo a mioleira da malta da blogosfera. É ver a escassez de postas que há um pouco por todo o lado para constatar isso.

Aqui no "África Minha" não somos excepção: com os miolos entre o pouco-sólido e o líquido – quiçá o gasoso – estivemos uns dias parados e não há meio de dizermos coisa que se entenda.

Este fenómeno de falta de produtividade intelectual devida ao calor faz-me lembrar o que disse uma vez o Dr. Baltazar Lopes da Silva quando, no seu "escritório", à beira da (hoje) praia da Lajinha lhe perguntavam porque escrevia tão pouco (quase nada mesmo): «sabe, aqui em S. Vicente não há tempo psicológico».

E continuava pela tarde fora, na Lajinha, descansando sentado no lugar do condutor do seu carro verde (o tal "escritório" já falado) estacionado debaixo de uma árvore, com as portas abertas para que circulasse o ar e lhe permitisse dormitar um pouco ouvindo rádio. Às vezes lia a passagem de um livro ou simplesmente conversava com "visitas" ocasionais que por lá passavam e lhe davam dois dedos de conversa.

É isso! Que me desculpem os meus amigos que me costumam conceder algum tempo lendo este blogue: «não há tempo psicológico». Prometo voltar quando a meteorologia for mais favorável.