sábado, 22 de dezembro de 2007

O PORTUGUÊS E OS ELEVADORES

UMA RELAÇÃO IMPOSSÍVEL



Definitivamente o português não sabe utilizar elevadores. Nunca soube, nunca aprendeu, e parece que não tem capacidade para um dia vir a aprender como é que deve utilizar essas máquinas desconcertantes que são os elevadores.

É vê-lo, por exemplo, nos centros comerciais:
Está no quinto andar e quer ir para cima, ao sexto andar;
O que é que faz?
Carrega nos dois botões (com setas) que estão à sua disposição,
E logo que se abre a porta do elevador ele entra de roldão com a família;
Uma vez dentro do elevador, carrega no botão com o número 6 (sexto andar)e seja o que Deus quiser;
Fecha-se a porta e o elevador começa a descer;
«Ah, vai para baixo» ― exclama, pasmado, o português;
E de andar em andar, numa via-sacra lenta de morrer, num pára-arranca sofrido, desce à cave -4;
Depois inicia uma penosa subida até ao sexto andar onde queria ir de início.
No fundo, para ir do quinto ao sexto andar, viajou por 19 andares em vez de subir apenas um só andar.
Tudo porque não sabe, não quer saber ou não tem capacidade para saber interpretar simples símbolos luminosos.

O erro fundamental começa logo quando pensa (acho que pensa ― dou-lhe esse benefício) que UMA SETA PARA CIMA SERVE PARA PUXAR O ELEVADOR PARA CIMA quando este está “lá em baixo”; e que A SETA PARA BAIXO, É PARA PUXAR O ELEVADOR PARA BAIXO quando este está lá em cima.

Depois há a incapacidade evidente de interpretar a marcha do elevador através da leitura dos algarismos (em crescendo ou em decrescendo) que vão indicando onde está a cada momento o bicho maldito.

E com isso, quando temos a desdita de visitar um centro comercial ou temos de ir a uma repartição pública instalada em andar, deparamo-nos sempre com os elevadores a abarrotar de povo desorientado sempre a perguntar: «onde é que estamos?» «Já chegámos ao sexto andar?» «Ainda falta muito?»...

Oh sorte madrasta!

Faço votos para que com o NOVO ANO Deus ilumine esses cérebros caliginosos!