sábado, 26 de novembro de 2011

STEVE JOBS SEGUNDO WALTER ISAACSON

Era um indivíduo profunda e permanentemente afectado pelo facto de ter sido abandonado para adopção ― facto que lhe foi dado a conhecer ainda em criança, logo que teve entendimento para isso ― e afectado ainda por não ter conhecido os seus pais biológicos. Era afectivamente bastante insensível, pouco ou mesmo nada ‘reconhecedor’ ou agradecido dos enormes esforços pessoais, familiares e económicos que seus pais adoptivos despenderam para oferecer-lhe a esmerada educação que teve nos melhores colégios e universidades privadas da época; e ara também pouco escrupuloso ou mesmo desonesto em alguns negócios (mesmo para com um amigo íntimo e colega de profissão, Wosniak, que o ajudou muito sob o ponto de vista profissional); e pouco ou mesmo nada amigo do banho e da higiene pessoal. ― Neste último aspecto, muitas foram as queixas de que ele «cheirava muito mal» e não o queriam por perto.

No que está escrito pelo biógrafo (por enquanto sobre a vida de Jobs até aos 19 anos) há que destacar algo que aquele confirmou em Steve Jobs  algo por que Jobs veio depois a ser conhecido no mundo inteiro ―: o facto de ter sido, desde muito jovem, um visonário “efectivo” que idealizou ao longo da vida muitos produtos novos para vender às pessoas.

«Era um mau engenheiro», disseram alguns entrevistados que foram seus colegas e ou amigos, mas sabia melhor que ninguém «embrulhar e vender caro» um produto. Jobs punha os outros a conceber "o miolo" daquilo que imaginava, punha-os a fabricar e a “embrulhar” da forma a mais apelativamente concebível os produtos que ele idealizava apenas na forma, para que estes fossem bonitos e userfriendly, e, depois de obtida a criação dos produtos, era ele quem se encarregava da venda dos mesmos. Sempre teve um enormíssimo “faro” para o negócio e para fazer dinheiro.

Abro um parêntesis para dizer que na biografia em questão, W. Isaacson diz que Jobs, na juventude, era consumidor de drogas alucinogénias, sendo o LSD talvez a mais consumida. E nestas primeiras páginas por mim lidas (71 páginas, ou seja, 10% apenas do livro original, em Inglês), o biógrafo “deu-me a entender” (subjectividade minha?!) que Jobs nunca deixou totalmente esse consumo.

Nota: Walter Isaacson escreveu, na introdução deste livro, que impusera (e Jobs aceitara) como condição para escrever esta biografia, que Jobs não teria acesso ao que ia sendo escrito e não lhe seria permitido fazer qualquer alteração ao texto a publicar logo que este ficasse pronto e lhe fosse dado a conhecer.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ESTETOSCÓPIO

O povo português está mais que bem preparado para voltar a ser miserável como fora no passado.

Para isso bastará que o governo ― qualquer um ― decrete a pobreza em Portugal. Como, aliás, este governo tem estado a fazer: na maior das calmas e com total tranquilidade.

CONCATENANDO DADOS

1. Os bancos portugueses, de cofres praticamente vazios e próximos da bancarrota, classificados como “lixo” pelas agências de rating, prometem taxas de juro que nalguns casos chegam aos 6,2% para depósitos a prazo de três anos (não é possível encontrar taxas de juro tão altas em mais nenhum banco estrangeiro sério).

2. Segundo notícias de jornais e televisões, desde Julho passado os bancos portugueses já captaram depósitos a prazo no valor de €17.000.000.000 (dezasssete mil milhões de euros).

Alguém já se perguntou onde irão os bancos arranjar dinheiro para pagar esses juros e reembolsar o capital investido? Alguém já se perguntou o que acontecerá àqueles depósitos a prazo caso Portugal saia do euro ― coisa praticamente inevitável ― e volte ao escudo que poderá ser desvalorizado a bel-prazer dos governos?

Ai pobre povo, nação dormente...!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O HUMOR EM CABO VERDE

Nos EUA:
iPhone, iMac, iPad, iPod....

Em Cabo Verde:
Ai Electra, Ai TACV, Ai Telecom,
Ai Kasu Body, Ai c'afronta,
Ai mintroso, Ai Vida di pobre...


[Enviado pelo Djibla]

(XVI) Alors Que faire?

Prática de ACTUAÇÃO Décima Sexta:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

            Neste nosso Estudo, vamos abordar, numa base (assumidamente) pedagógica, as duas funções do preço do mercado, visando à um melhor entendimento da problemática, que temos vindo a analisar e estudar, nas “postas” anteriores.

(1)           Grosso modo, podemos afirmar que os Preços do mercado possuem duas funções (logicamente assaz distintas), a saber: Uma função de Informação e uma outra função de Motivação. E, explicitando (adequadamente), as nossas ideias, temos (então), que:
a.     Por um lado (elas), mostram quanto se está disposto à sacrificar para se procurar tais ou tais bens de consumo e indicam (deste modo), o que convém produzir.
b.    E (por outro), os Preços servem de Motivação para fornecer aos consumidores os bens em questão: O mercador/comerciante procura encaixar (por sua conta própria), o que os clientes estão dispostos a desembolsar.
c.     Estas duas funções seguem (não unicamente), uma lógica independente, entretanto (por vezes), uma opera sem a outra, como no caso de um administrador de organismo caritativo que procura maximizar o rendimento do seu fundo de dotação, no entanto, não alardeia a menor intenção de encher os bolsos, pois que (ele), não deve conservar os excedentes e (a maior parte das vezes), o seu próprio capital permanece o mesmo (leia-se outrossim, sem alteração nenhuma), sejam quais forem os resultados do fundo que (ele), gere.
(2)           E, tendo em conta, as falhas, no âmbito do planeamento global (por um lado), e da injustiça dos resultados do mercado e da moralidade duvidosa da motivação do mercado (por outro), é natural, perguntar: Se é realizável (na prática), preservar a função de Informação do mercado, continuar a encaixar os benefícios que (ela), procura quanto à geração e a gestão da Informação em relação ao que deve ser produzido (asfixiando integralmente), os seus pressupostos motivacionais normais e as suas consequências distributivas (respectivas)?
Lisboa, 17 Novembro 2011
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo):

domingo, 20 de novembro de 2011

(XV) Alors Que faire?

Prática de ACTUAÇÃO Décima Quinta:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).


            Uma oportuna Análise da questão que se prende com a exequibilidade/viabilidade do Socialismo:

(A)
            Há (efetivamente), duas razões distintas para as quais o socialismo (à escala da Sociedade, no seu todo), pode ser reputado, como algo de irrealizável. Uma primeira razão está vinculada aos limites da Natureza humana e uma outra à da tecnologia social. Eis porque, se nos afigura (assaz relevante), distingui-las (simultaneamente), no plano intelectual e político. E, explicitando (de modo dialecticamente consequente), se nos oferece, exarar o seguinte:
            --- A primeira razão  para a qual o socialismo é imaginado e suposto impraticável, prende-se com o facto, que os homens são (como se diz amiúde), por natureza demasiado (pouco generosos e solidários), para satisfazer aos seus critérios (quão generosos e solidários), sobretudo, no quadro pontual e íntimo de uma tal dinâmica de viver e existir em sociedade.
            --- Por seu turno, a segunda razão, é que, mesmo se os homens, podem se transformar, no âmbito de uma  cultura idónea, se coloca a pertinente questão, como fazer com que, através de regras e de incitações apropriadas, esta generosidade faça funcionar o maquinismo da economia. Todavia (em contrapartida), sabe-se muito bem (desgraçadamente), tirar partido do egoísmo humano!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

TRAIÇÃO

Paulo Macedo, ministro da saúde, disse ontem no parlamento: «Há mil especialistas a mais nos hospitais».

Dizer isto é de uma gravidade, de uma ignorância, de uma insensatez, inauditas. É próprio de quem não percebe mesmo nada (ou não quer saber nada) do que é a Saúde e o seu funcionamento.

É absolutamente indigente e criminoso reduzir ainda mais o número de profissionais de saúde dos serviços públicos; criminoso porque vai morrer gente à conta de "medidas" que podem vir a ser tomadas em conformidade.

A História está cheia de nomes de gente que um dia desgovernou o seu país para desgraça deste e do seu povo ― começando pelos menos maus, como Salazar ou Franco, passando por Mussolini e por Hitler, até terminar em Pol Pot (na Ásia), temos exemplos de todas as nuances de desgovernança possíveis de imaginar.

Sou da opinião de que este actual desgoverno de Portugal é um desgoverno formado por gente perigosa para o seu país e para o seu povo. Se cumprir a legislatura toda, destruirá ruinosamente o património material e cultural deste povo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

(XIV) Alors Que faire?

                        Prática de Atuação Décima Quarta:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895)

(1)           Visto que a Arte é o que transforma e “trans-valia” o imotivado em motivos (leia-se, sobretudo em motivos de viver e de amar, em motivos do desejo). Já agora, por exemplo, o imotivado da língua é o que a “poesia”, faz o seu motivo sublime. De feito, a sublimação é (sempre), uma tal espécie “de transformação do chumbo em ouro”. Dir-se-á (precisamente),  que a Arte já não é (tão pouco), um objecto de amor. Aliás, diz-se, identicamente (amiúde), das obras de arte contemporânea, que (elas), são “interessantes”, sem  (para tanto), asseverar amá-las...Sem comentários!...
(2)           De sublinhar (antes de mais), que este estado de facto (que é da mais elevada relevância e outrossim um fabuloso enigma), constitui (ele também), um facto do domínio do modelo do consumo acerca do que se denomina (tão pouco, como consequência), as obras de arte ou do espírito. Sim, a “cultura”, o que para o qual, já não se trata, desde lá vão, mais de três décadas, apenas reivindicar um mísero orçamento ao Estado. Pobre ambição!
(3)           Com efeito, não há processo de individuação psíquica, colectiva e técnica possível na ausência do superego e sem sublimação. De anotar (por outro), que o que constitui a possibilidade da individuação do psíquico, do colectivo e do técnico é a trans-individuação como constituição de um (nós), que deseja e em os (eu), que desejam (singularmente), todavia (uns com os outros e uns para os outros).
(4)           Eis porque (tendo em conta o arrazoado, acima exposto), uma política do espírito, que projeta a necessidade do superego, num plano dissemelhante do que sobre o da repressão, é indispensável e só pode constituir uma política da sublimação. De anotar (outrossim), que  sociedade alguma, jamais assentou sobre algo diferente que sobre este “poder de fazer Um com o Múltiplo”, o que constitui a primeira e (quiçá), a única “questão da filosofia”. É o que os “profissionais da política” confundem com a religião e que constitui apenas uma época e uma modalidade da organização, das conexões do Um e do Múltiplo. De salientar (aliás), que esta “confusão” constitui para a nossa época, a própria miséria espiritual (uma miséria quão confusa), da qual o Papa Bento XVI (ele mesmo), apenas pretende louvar os benefícios da laicidade.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

(XIII) Alors Que faire?

 Prática de ACTUAÇÃO Décima Terceira:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

                        “Supposons que la chose soit faite, que la tempête
                        révolutionnaire, l’épave sur laquelle nous flottons
                        ait enfim touché le rivage”. LOUISE MICHEL, L’Ére
                        nouvelle, souvenirs de Calédonne, Paris, Librairie socialiste
                        inter.nationalle,1887.


                        E, já agora
                                    E (antes de mais), em jeito de
                                                ALERTA OPORTUNA: Um lúcido
AVISO À NAVEGAÇÃO, em tempo útil e oportuno!...

                        Posto isto, em jeito de breve EXÓRDIO, eis:

(1)           Com efeito, quando, no início do século XVI, THOMAS MORE (1478-1535), escreve a sua famigerada UTOPIA, aparece pela primeira vez, a promessa de uma Cidade maravilhosa. Utopia, cidade justa e harmoniosa, em parte alguma, existe. Todavia, descrevendo-a, nos seus ínfimos pormenores como o contrário perfeito de onde vive, THOMAS MORE cria um instrumento de sátira social jamais igualado.
(2)           De anotar, que a despeito da riqueza crítica e criativa deste “idealismo” (ele), contém os seus perigos (concretamente) e sobretudo, quando serve para justificar “as doutrinas e as políticas extremistas”.
(I)
            Na verdade, como o falsário/falsificador em matéria de moeda falsa, o “utopista” produz falsa sociedade, conquanto (aparentemente), muito bem imitada. Contrafação (leia-se, outrossim: imitação fraudulenta), necessária para experimentar a fiabilidade de princípios societários (não usitados), para justificar resultados de uma experiência jamais ainda perpetrada. De facto, pela magia da ficção se anima grupos de indivíduos cujos desejos de paz e de felicidade (amiúde mal afirmados), vêem-se submersos por vagas de beleza, abundância e harmonia.

domingo, 13 de novembro de 2011

VEJAM SÓ...

Pertencemos a um mesmo ramo filogenético
― não há a menor dúvida nisso, ―
mas a mulher é um outro ser!

Bar Rafaeli

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

(XII) Alors Que faire?

                         Prática de ACTUAÇÂO Décima Segunda:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895)

Um grande vento sopra nas árvores, de todas as partes
tombam frutos – verdades. É a louca generosidade de
um Outono demasiado opulento: tropeça-se à cada passo
sobre verdades, se esmaga algumas Il y en a trop”.
(NIETZSCHE, ECCE HOMO)

Uma abordagem da Questão que se prende com a apologia do mercado, tendo em conta que: “Os vícios privados engendram o bem público”:

            NP:

                        Não há dúvida nenhuma, que a cupidez/ganância e o medo permanecem os principais motores do mercado. Com efeito, mesmo quando as nossas preocupações ultrapassam a nossa minúscula pessoa, o mercado nos torna ávidos e cobardes, apresentando os nossos concorrentes como eventuais fontes de proveito ou como ameaças ao triunfo.
                        Todavia (antes de mais), convém referir, que não é ao capitalismo que se deve a invenção da cupidez e do medo, pois que (efetivamente), estes sentimentos estão (profundamente) ancorados na nossa natureza humana. De sublinhar (com ênfase), que a diferença da civilização feudal (que o precedeu), e que tinha a delicadeza (cristã ou outra), de condenar a cupidez, o capitalismo fez dela uma apologia evidente.

(1)     Para principiar (avisadamente), este nosso Estudo, se nos afigura pertinente e oportuno, asseverar que (na verdade), toda tentativa de realização do Ideal socialista embate (concomitantemente) contra o império do capitalismo e o egoísmo dos homens. Eis porque, se (se) pretende levar (a sério) a política, deve-se contar com estes obstáculos (obviamente). Todavia, esta evidência não deve constituir razão para trair este nobre ideal (antes pelo contrário). De feito, renunciar à isso, sob pretexto que se tropeça neste duplo obstáculo, é sinónimo de ir em debandada, mesmo quando é possível  defendê-lo (quiçá, um tanto ou quanto menos resolutamente), que se o deveria, visto que terá perdido de vista a sua própria definição primordial.
(2)     E, numa tentativa (de índole eminentemente pedagógica), no desígnio de assentar (assertivamente), as ideias, que enformam (em substância), o húmus desta temática (que estamos a estudar), visando a assunção de uma práxis eficaz e afirmativa, susceptível de levar á bom porto este nobre Ideal, se impõe (antes de mais), anunciar (assertivamente), que o “Socialismo tem por ambição aplicar a comunidade e a justiça ao conjunto da nossa vida económica”. De anotar, todavia, que, conquanto se afigure assaz difícil (à primeira vista), levar a cabo, com êxito esta árdua e ingente tarefa não constitui motivo para renunciar à este nobre Ideal. Bien sûr, au contraire! É a Hora de todas as Verdades!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

MEDICAMENTOS GENÉRICOS

Não os tomo! Desde logo porque estou inserido numa economia de mercado ― e para bom entendedor...

Mas há mais duas razões dentre muitas.
Primeira. Se o chef de cozinha, Luís Suspiro, confeccionar um Lombo de bacalhau com molho de queijo da serra e frutos secos, batatinha a murro e miga crocante de broa de milho com grelos e servi-lo a Domingos Duarte Lima, este, depois de o degustar (ao bacalhau, ao bacalhau!), exclamará certamente ― «Divinal, meu caro Suspiro, divinal!». Mas se, por acaso, você se lembrar de levar à cozinheira de uma casa de pasto ― ali da Baixa de Lisboa, por exemplo, ― os mesmos ingredientes utilizados pelo chef Suspiro, nas mesmas proporções, acompanhados de uma receita minuciosa sobre o modo de confecção do prato, quando você regressar umas horas depois para consumir o seu bacalhau, não resistirá por certo a exclamar ― «Uma bosta! Peço desculpas D. Emília, mas isto está uma bosta».

Segunda. Aí há pouco mais de um ano, a minha médica detectou-me dislipidémia (trocado por miúdos, constatou que eu tinha os triglicéridos, a gordura no sangue, elevados); deu-me então um medicamento de marca para eu tomar. Passados dois meses repeti análises e o problema estava controlado ― «vais ter que manter esta terapêutica, meu caro! Nós também adoecemos, não é?» ― disse-me ela. Mantive a terapêutica bem como os mesmos hábitos alimentares. Um segundo controlo voltou a revelar a eficácia da terapêutica instituída. Foi aí que resolvi então substituir o medicamento de marca por um genérico “equivalente”, com a mesma dosagem e posologia, mantendo os mesmos hábitos alimentares. Passados três meses fiz análises ― Jesus! Os triglicéridos tinham trepado que nem um tigre atrás de um macaco por uma árvore acima. Preocupado, voltei de novo ao medicamento de marca ― dois meses depois tinha de novo o problema controlado (análises feitas há uma semana).

Admiro, por isso e por outras razões, quem acha que «divinal» e «bosta» são sinónimos.

Nota importante: As patentes dos medicamentos não são «receitas minuciosas» como a do bacalhau.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

HOJE ESTOU MUITO CONTENTE

Estou contente porque a economia italiana se afunda; contente porque a França começou a tomar medidas de austeridade: a idade da reforma vai subir dos 60 para os 62 anos e o IVA vai subir dos 5% para os 7% ― imaginem! ― Mas vai ser ainda pior, vão ver! isto é, vai ser melhor, na minha perspectiva: os franceses vão provar da receita que, quais cãezinhos domados pela senhora Merdel, deram aos países periféricos da União; e vão sentir como é bom e como é fácil viver com dificuldades e na injustiça social e política.

Mas mais contente ainda fico quando penso que a China e os países emergentes (Índia e Brasil) mandaram a União Europeia à fava, há três dias, na Cimeira do G20. A presidente do Brasil, Dilma Russef, essa então, não teve papas na língua ― se vocês europeus não confiam uns nos outros para emprestarem dinheiro entre vós, porque haveremos nós de vos financiar e confiar em vós???!!!...

São tudo boas notícias! Significam que o actual sistema económico-político europeu vai ter de mudar. Para desgosto dos cantigas esteves, medinas carreiras, joões duques & Cia.

Eu sei que vou ficar de tanga; que vou ter de trabalhar até morrer para manter um nível de vida decente. Mas terei todo o prazer nisso! Tanto quanto tive quando pelo 25 de Abril assisti ao derrube do fascismo e do colonialismo em Espanha e em Portugal. E mais tarde na Grécia.

E olé!...

ATENÇÃO ANGOLANOS

ATENÇÃO INVESTIDORES ANGOLANOS
ATENÇÃO BENFIQUISTAS ANGOLANOS


No que me cabe, a mim, como cidadão do mundo, digo a Javi Garcia que se ele de facto fez isso, ele, para mim, não passa de uma cavalgadura; e não merece jogar no clube de Mário Wilson, Mário Coluna, Eusébio e Mantorras.

Se isso for verdade, vocês angolanos o que é que fazem? Apoiam Garcia e pintam-se de outra cor? Ou apoiam Alan e pedem o esclarecimento cabal do caso e uma mão forte do Benfica contra o racismo dentro da sua equipa?!...

domingo, 6 de novembro de 2011

O PLÁGIO “NATURALIZA-SE”

Alberto Gonçalves, aqui no DN, desanca (e bem) um artigo de Jorge Messias, no jornal Avante. Mas peca logo por utilizar para isso, sem fazer a devida citação, palavras e informações colhidas no livro O Cemitério de Praga do escritor italiano, Umberto Eco ― o que é plágio, ― pretendendo então “explicar-nos” (a nós, pobres iliterados), o que se entende por «Protocolo de Sião».

Já antes tomáramos conhecimento de uma pseudo polémica em que, através do Secretariado Nacional Pastoral da Cultura, a Igreja católica critica e ataca o último livro do apresentador televisivo, José Rodrigues dos Santos, livro em que este defenderia que Jesus Cristo não era hebreu.

Ora, longe de polemizar com um entrevistador televisivo, penso que talvez fosse melhor a Igreja católica tentar desmascarar Rodrigues dos Santos perguntando-lhe onde terá ele ido buscar a ideia de questionar a identidade tribal ou rácica de Jesus; se não terá sido a páginas 441 de O Cemitério de Praga (traduzido), obra do medievalista, historiador, filósofo, linguista, ensaísta, professor e muito mais que isso, Umberto Eco! Perguntar a Rodrigues dos Santos se não acha que fez, no caso, um plágio descarado!

O Cemitério de Praga é um livro cuja recensão não tenho, como é mais que óbvio, a veleidade de fazer. Mas sempre digo que, entre outros assuntos históricos importantíssimos para o conhecimento da História das Civilizações, sobretudo para o conhecimento da cultura ocidental, esse livro aborda a questão de «documentos forjados» que terão servido de base a movimentações históricas espantosamente importantes e de proporções gigantescas, que mudaram várias vezes o curso da História Universal (mas sobretudo a do Ocidente) e moldaram a civilização ocidental tal como a conhecemos.

Após ter lido esse livro, há bem poucas semanas, constatei vários plágios descarados e muitas “inspirações” não declaradas, por parte de alguns “escritores” e de escribas de jornais e revistas, dessa obra de Umberto Eco ― até a capa do livro de Rodrigues dos Santos é, no meu entender, uma descarada, oportunista e pornográfica cópia quase fiel da capa de O Cemitério de Praga de Umberto Eco.

É assim que estamos em Portugal ― Aqui não há só políticos péssimos, ladrões que não são julgados e assassinos à solta. Há também plagiadores descarados armados em grandes intelectuais.

O plágio é, quanto a mim, um dos crimes mais hediondos que se pode cometer. Roubar as ideias de outro é roubar-lhe também a alma. É mais grave que tirar a vida a alguém!

sábado, 5 de novembro de 2011

HUMOR MATINAL

Cada país tem o artista que merece
O Brasil tem o Lima Duarte
E Portugal tem o Duarte Lima...

[Pedro Rolo Duarte - Hotel Babilónia, Antena 1, hoje]

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

KARL POPPER E OS “ESPECIALISTAS”

Neste tempo de verdades únicas, saídas únicas, caminhos únicos, soluções únicas ― em que mal ligamos a rádio ou o televisor ouvimos uma caterva de “especialistas” escolhidos a dedo pregando ao povo “inevitabilidades” e certezas, de que sobressai o autoritário «Não há outra alternativa!» ― lembrei-me de trazer-vos aqui Karl Popper.

Admito que os actuais protagonistas do poder já tenham ouvido falar deste filósofo, mas duvido que o tenham lido e muito menos ainda que o tenham estudado; mas isso é outra história. Vamos então a Karl Popper. E cito.

Hoje, o apelo à autoridade dos peritos é de algum modo desculpado pela imensidão do nosso conhecimento especializado. E é por vezes defendido por teorias filosóficas que falam de ciência e racionalidade em termos de especializações, peritos e autoridade. Mas, do meu ponto de vista, o apelo à autoridade dos peritos não deveria ser nem desculpado nem defendido. Deveria sim, pelo contrário, ser reconhecido pelo que é — uma moda intelectual — e deveria ser atacado pelo reconhecimento franco de quão pouco sabemos e de quanto esse pouco se deve a pessoas que trabalharam ao mesmo tempo em muitos campos. E dever-se-ia também combater pelo conhecimento de que a ortodoxia produzida por modas intelectuais, pela especialização e pelo apelo às autoridades, constitui a morte do conhecimento, e que o desenvolvimento do conhecimento depende inteiramente do desacordo.

Não deverá ter sido antes de 1933 ― ano em que Hitler subiu ao poder na Alemanha ― que um jovem da Caríntia, membro do Partido Nacional-socialista, que não era nem soldado nem polícia, mas que usava um uniforme do partido e andava armado, me disse: «O quê, quer discutir? Eu não discuto, disparo!». Mais de sessenta anos decorreram desde esta experiência.

O ataque do irracionalismo à argumentação tem continuado, durante estes sessenta anos, de mais de sessenta maneiras diferentes.

O futuro está em aberto. Não é predeterminado e, deste modo, não pode ser previsto - a não ser por acaso. As possibilidades contidas no futuro são infinitas. Quando digo «é nosso dever permanecermos optimistas», isto inclui não só a abertura ao futuro, mas também o facto de que todos contribuímos para ele mediante todos os nossos actos: somos todos responsáveis por aquilo que o futuro nos reserva.
É, assim, nosso dever, não profetizar o mal, mas lutar por um mundo melhor.
Fim de citação.

E a luta por um mundo melhor, no meu entender, passa actualmente e antes de mais por apoiar a juventude sacrificando-nos em seu benefício, no que nos compete inalienavelmente desmascarar todos e cada um desses soldados disfarçados de “especialistas”, que recusam argumentos alheios e... «Não discutem, disparam!» ― disparam, entre outras, esta bala irracional: «Não há alternativa!».

Nota. Os negritos e itálicos no texto são da minha responsabilidade.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

BRINCANDO COM O FOGO

O mundo está a ser conduzido para uma verdadeira catástrofe, por uma dúzia de pessoas de pouca cultura e qualificações, incapazes e aventureiras, dentre quem se destacam políticos ingleses, franceses, alemães e alguns americanos na oposição no seu país.

Esta Europa neoliberal, sem ideias e obviamente sem rumo, não descansará enquanto não desencadear uma verdadeira terceira guerra mundial tendo por base mais uma cruzada (de há muito em curso, diga-se) contra os países islâmicos e o seu direito à defesa, tendo por motor dessa cruzada a cobiça de petróleo gratuito. E forjará todos os 'documentos' que forem necessários para inculpar os islamitas da inevitabilidade da guerra.

Não está é a reparar que a China se coloca de fora e 'faz contas' à parte!...

DESENGANOS


Julgava!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

MANIFESTO À JUVENTUDE

«Não há alternativa». Ouve-se dizer isto amiúde. E quer-se com isso dizer que: ou se faz aquilo que querem a troika e os paladinos dos “sacrifícios”, da “austeridade”, dos “cortes” injustos e discriminatórios, e das “medidas” de empobrecimento dos pobres e de enriquecimento dos ricos, ou será a miséria completa, o beco sem saída, o caos social.

Ora isso de não haver alternativa não é verdade! Há alternativas, sim senhor!

Por isso tenho uma enorme esperança de que a crise grega evolua no sentido da desagregação do actual projecto europeu, do desaparecimento do euro e da actual ordem económica mundial em que os egoísmos das “lojas” atiraram borda fora os direitos dos povos, e os sequestradores das fortunas das nações se entretêm em jogos de poder perigosíssimos e sádicos, com total indiferença perante o sofrimento de praticamente mais de 90% da população do globo, retirando, aparentemente em definitivo, o futuro às novas gerações às quais sequer algum sonho é hoje permitido.

Pessoalmente estou mais que disposto a sofrer perda significativa (total se tiver que o ser), por exemplo, da minha pensão, para que se mude de paradigma, pois, a História já nos mostrou à saciedade que há sempre alternativas (ao que está) e que muitas vezes a melhor alternativa é a revolução dos costumes, das práticas, das políticas e dos pressupostos dos poderes instituídos; que há casos em que só a destruição de um modelo permitirá a construção de outro modelo diferente e justo para a maioria; que do caos emerge sempre a ordem. Que, por isso, esta juventude terá mais a ganhar com a desagregação do actual projecto europeu do que com a sua continuação.

Assim como ao longo dos últimos trinta anos houve grupos organizados que sequestraram o dinheiro; que retiraram poder e direitos aos povos; que privatizaram Estados, Serviços Públicos e a Economia global, meios essenciais ao bem-estar dos povos ― porque é disso que se trata! Privatização de bens públicos ― assim também é possível haver uma verdadeira revolução que conduza a um novo paradigma ― Socializando Estados, Serviços Públicos e a Economia, libertando-os, através de nacionalizações (não tenhamos medo das palavras!), das garras da minoria que agora detém  tudo isto que é essencial à vida de todos e foi sendo privatizado ao longo destes últimos trinta anos.

É precisa uma revolução em larga escala para que se encontrem alternativas ao estado actual em que vivem povos inteiros subjugados aos sacrossantos “mercados”.

QUE A GRÉCIA NÃO VOLTE ATRÁS! QUE SAIA DO EURO!
QUE O PROJECTO EUROPEU SE DESMORONE!
QUE SOBRE A NOSSA DESGRAÇA A JUVENTUDE POSSA CONSTRUIR UM MUNDO NOVO!

GRANDE JOGADA POLÍTICA DE PAPANDREU

E A ALEMANHA VAI PERDER A SUA TERCEIRA ‘GUERRA MUNDIAL’

Dependendo dramaticamente a credibilidade do Projecto Europeu do que vier a acontecer na Grécia, o primeiro-ministro grego, Sr. Georges Papandreu, resolveu que era chegada a hora de cobrar à Sra. Merkel e ao Sr. Sarkozy as humilhações por que têm feito passar a Grécia, e declarou ontem ao mundo que vai pôr a democracia a funcionar em pleno, pois, «vai chamar o povo grego a pronunciar em referendo sobre o novo acordo» que a troika lhes quer impor. Perante esta ‘ameaça’, Sarkozy está em pânico e a senhora Merkel diz-se «muito preocupada».

A Grécia tem sido humilhada até ao tutano pelos senhores Merkel & Sarkozy. Este senhor até veio publicamente, há poucos dias, chamar os gregos de aldrabões pois terão fornecido «des chiffres faux» (números falsos) para poderem entrar para a União Europeia; e rematou com desprezo ― «a Grécia nunca deveria ter entrado para a União».

E agora que o Senhor Papandreu quer fazer funcionar a democracia ― e nunca nos esqueçamos que foi na Grécia Antiga que nasceu o conceito de Democracia, sendo a Grécia o berço da civilização europeia actual ― agora que o povo soberano grego poderá ter a oportunidade de ser ele a decidir directamente do seu destino (se fica dentro ou sai da União), os dois democratas, a alemã e o francês, não querem que isso aconteça.

Dá para entender?... Dá, dá!  Pois, não há democracia na Europa.