segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ANTES ROTO QUE NU

Errado! Totalmente errado! A blogosfera não é um espaço pessoal, a blogosfera faz parte do espaço público global. Isto é tão evidente que se demonstra por si.

Errado! Totalmente errado! A blogosfera tem regras muito claras e até escritas. E mais ainda: quando se cria um blogue, o mesmo não é publicável enquanto o seu autor não aceitar expressamente, online, as regras básicas que enformam o contrato (sim, contrato) entre ele (pretenso blogger) e a empresa servidora ― não se trata apenas do sempre subjectivo bom senso e prego a fundo ―, fica tudo escrito e “assinado” preto no branco. Para além das regras básicas, há ainda as que advêm da convivência bloguística que se estabelece entre os pares.


A cache do Google não existe “porque sim”. A cache do Goggle existe precisamente para responsabilizar quem anda a escrever no espaço público e quem, como eu, anda a poluí-lo. Não só é, portanto, permitido e lícito vasculhar essa cache à procura, por exemplo, de pedras um dia atiradas a telhados vizinhos, bem como das mãos escondidas que as atiraram; é permitido e lícito (e até obrigatório ― diria eu―) ir àquela cache recuperar auto retratos que permitam confrontar alguém com a falsa figura que um dia assumiu para ofender levianamente os outros sem nunca ter tido sequer o bom senso de se desculpar das ofensas escritas. Dizer à pessoa: vieste e enxovalhaste o roto reivindicando vestires sempre o melhor fato do mundo quando na verdade afinal estás e vives ainda tão nu como no dia em que nasceste.

Não te vás embora, deixa ficar aqui a tua fotografia para que todos te possam conhecer e compreender o porquê e o como do que escreves.

Peça Ensaística Quadragésima, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:


Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895)

O poder político é sempre uma TEATROCRACIA.
É o poder, que se exerce, com uma caracterização
Dramática. Qualquer regímen político é uma
TEATROCRACIA,
Em busca de legitimação.
Qualquer poder que se exerça através da força
É assaz débil, visto que dispensa a legitimação,
Dispensa, outrossim ser reconhecido pelos dominados.

No cerne do Global Político:
Posta Primeira:

(I)                  É de facto verdade, que se identifica uma clivagem entre os movimentos que, como ATTAC (recusam a Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto portadora de hegemonia neo-liberal) e as Organizações não governamentais (ONG) (que pretendem participar no processo de Regulação). Por seu turno, os ALTERMUNDIALISTAS radicais, se pretendem, sem concessão, no que diz respeito ao Sistema Mundial, que querem deitar abaixo e, não só, optaram pela ruptura, como se assumem os advogados, nos grandes Fóruns internacionais.
(II)               É o que explica, em princípio, a fractura, que existe, no seio de um movimento de recrutamento heterogéneo e, entre o qual, encontram a expressão, aquando dos relevantes eventos, que reúnem, regularmente, aos níveis europeu e planetário, os altermundialistas auto-proclamados. Notar-se-á, aliás, que as linhas de clivagem, não são, sempre muito nítidas.
(III)             Donde subsiste, que mesmo as grandes ONG que (participam, plenamente no Sistema das Relações Internacionais) lideram, paralelamente campanhas, violentamente contestatárias. Pôde-se os acusar de jogar com um pau de dois bicos, cultivando, simultaneamente a contestação e a negociação!
(IV)              Todavia, uma tal durabilidade não é consubstancial a este tipo de organização? E, sobretudo, não se vê se desenhar um modo de Governação Mundial, que tende a integrar os opositores, numa dinâmica mais ampla? É, aliás, esta, a Tese do sociólogo alemão (docente, na Universidade de Munique e na London School of Economics), o professor, ULRICH BECK (n-1944), segundo a qual: “a era cosmopolita” em que nos encontramos insertos se caracteriza por “um regímen de inimigos sem inimigos” que integra os governantes e os contestatários. Vê-lo-emos, deste modo, finalmente se unir sobre temas, em que tudo parecia os opor, designadamente, no caso da dívida dos países mais pobres, identicamente, muitos dirigentes reconhecem o interesse da taxa TOBIN.
(V)                Donde, se afigura, assaz pertinente, questionar, se as ONG não seriam elas, então, mais nada que “a consciência superior dos governos”? Em todo o caso, os vínculos/elos que se tecem entre as firmas e as organizações não governamentais estão presentes para atestar deste novo dado: Coca-Cola ajuda o Socorro popular, CARREFOUR escora a Federação internacional dos Direitos Humanos, HAVAS contribui para as acções de CARE.
(VI)              Como se pode ver, o que se desenha (no horizonte dos Eventos) é um jogo mais complexo em que os parceiros da Governação Mundial, já não são, os únicos Estados e organizações internacionais (oriundos dos desideratos governamentais), sim, onde, doravante, passaram a ter entrada as “autoridades privadas”, morais e económicas, ONG e empresas. Um jogo em que a arma da mobilização colectiva, robustamente mediatizada é elevada a um lugar eminente e, em que a prática das parcerias e da negociação, se assume, assaz real e efectiva.
(VII)           No âmbito desta dinâmica, se antolha, quão significativo verificar (e, atentar, ipso facto) na forma como evoluiu o frente a frente, que pôs em espectáculo, a realização, quase simultaneamente, dos fóruns de DAVOS e de Porto Alegre (Brasil). Ou seja:
a.        O primeiro (o de DAVOS) reúne as elites dirigentes da economia Mundial, enquanto o segundo (o de Porto Alegre), foi criado para fazer ouvir a voz dos excluídos.
b.        Vejamos, então, mais, em pormenor:
                                                                           i.      No ano de 2005, foi o Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva (fundador do Partido do Trabalho) e uma das figuras emblemáticas do ALTERMUNDIALISMO, que se deslocou à DAVOS após ter discursado em Porto Alegre. Lula se explicou, deste modo: “A discussão acerca dos campos comuns possíveis entre o Fórum Social Mundial de Porto Alegre e o Fórum económico Mundial de DAVOS, que tem lugar, simultaneamente, constitui uma tarefa incluída, no âmbito desta abordagem. Não se trata de pedir às pessoas de deixar de ser o que são, mas bem de estabelecer vínculos entre comunidades unidas por um destino humano indivisível”. (Extracto do discurso do Presidente, Lula da Silva, sob o título: “Entre DAVOS e Porto Alegre, campos comuns possíveis, 2005).

(VIII)         Neste contexto, se nos afigura, quão interessante e assaz elucidativo, confrontar as formulações de BECK e as análises do filósofo e político marxista, italiano, António NEGRI (n-1933) em colaboração com o seu ex-aluno, o técnico e político filósofo norte-americano, MICHAEL HARDT (n-1960), pois são sintomáticos de uma abordagem que remete, radicalmente em questão o conceito de Estado nação, fazendo certificar que quando se implanta uma entidade englobante, acontece o que o primeiro identifica como regímen cosmopolita, enquanto os segundos a denominam sob o conceito de Império.
(IX)              Interessante consignar, que NEGRI e HARDT, fiéis à tradição marxista, edificam as suas esperanças nos movimentos (em profundidade) que permitirão à multidão de se afirmar, enquanto BECK se coloca, num projecto, que assegura a fusão da democracia e dos Direitos Humanos.
(X)                O que é curioso é que as duas obras concluem por uma referência ao religioso. BECK fala do cosmopolitismo como de uma “religião terrestre”, de uma “ordem divina secular”, enquanto, os autores de Império evocam a imagem de São Francisco de Assis. Identicamente, fazem referência ao conceito de amor, próprio do Cristianismo e do Judaísmo, em que “o amor divino para o Humanismo e o amor humano para Deus são expressos e incarnados no projecto político comum da multidão” e concluem, afirmando da necessidade de “recuperar esta significação material e política do amor como força que se opõe à morte”.
(XI)              De sublinhar, que estas duas evocações do religioso, que se pretendem, antes de tudo, racionais e analíticas, nos parecem, assaz sintomático. Quiçá, se afigure necessário reintegrá-las num contexto marcado pela dificuldade em apreender a questão do poder. Tudo se passa, de algum modo (por assim dizer) se assistíssemos a uma forma de escapadela (leia-se, outrossim, fuga a uma obrigação ou compromisso), no seio do pensamento crítico, perante uma evolução que parece, permanentemente a projectar num futuro que as suas próprias categorias só lhe permitem elucidar anormalmente. A menos, pelo contrário, que ela não se encontre, na acepção própria, ofuscada pela evidência de uma omnipresença do poder (o “poder sem sociedade”), que se auto-reproduz, sem por essa razão, dar ensejo, de algum modo, que os que se mobilizam contra esta se encontram remetidos a uma postura encantatória.
(XII)           Esta situação é particularmente sensível entre os ALTERMUNDIALISTAS, herdeiros de uma retórica dominada pelos conceitos de sociedade e de Estado e que eles mesmos confessam a dificuldade que experimentam em definir uma estratégia de conjunto. Eis porque, não é de se admirar do êxito dos fóruns, este espaço onde reina a palavra, onde se conduzem discussões intermináveis acerca das transformações do Mundo, onde se vêm recarregar as baterias, se exprimir, avaliar os males do presente, perscrutar a perfídia dos tempos vindouros.

Continua:

Lisboa, 29 Agosto 2010
KWAME KONDÉ

(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).

domingo, 29 de agosto de 2010

O IMPÉRIO DO BIG BROTHER

A Internet foi seguramente um dos maiores acontecimentos do século XX e uma das mais importantes criações do Homem.

A Internet, entre muitas outras coisas que é, é uma importantíssima fonte de conhecimento e um já hoje indispensável meio de comunicação para grande parte da humanidade.

Mas a Internet é também implacável em certos aspectos importantes da vida das pessoas: permite-nos e quase nos obriga a sair do anonimato e nunca perdoa as nossas ingenuidades.

Tudo o que nos sai da boca (da pena, do teclado) para fora nunca mais deixa de ecoar por esta esfera globalizante que é a Internet. Tudo fica instantaneamente gravado e muita coisa fica à disposição de todos.

É bom sabermos que não há encobrimento possível; não há forma nenhuma de apagar na Net algo que um dia qualquer tivemos o propósito, a ousadia, a displicência ou o descuido de nela colocar.

Uma das regras fundamentais da blogosfera, por exemplo, é “não apagar as postas” que se coloca nos blogues; e as alterações ou edições das mesmas, ao serem feitas, devem ser referidas em adenda ou nota no texto. Apagar uma posta, nunca! Esta regra é importante por vários motivos: desde logo evita o atirar de pedras aos outros escondendo logo a seguir ou mais tarde a mão; evita que o nosso vómito emporcalhe os outros sem que estes possam depois (em querendo) devolver-nos a factura da limpeza do fato e a do banho (pelo menos).

Outra regra importante é a regra da “linkagem”, isto é, a obrigação de fornecer aos leitores links que lhes permitam verificar da veracidade das nossas citações, nomeações e referências textuais.

Por tudo isso e muito mais, não é blogger quem quer "porque sim"; mas quem quer, respeite e cumpra ao menos as regras básicas da “blogosfera”.

A cache do Google está cheia de cadáveres de textos publicados e depois retirados da Net. A cache do Google é inimiga, testemunha e algoz dos descuidados, dos arrependidos e dos chicos-espertos da bloga e não só. Quem saiba lá ir continua e continuará a poder ler tudo aquilo que um dia postámos e depois pensámos ter apagado. No way!

Seria bom que todos tivéssemos a consciência de que quando vimos para aqui “exercitar” os nossos fígados ficamos expostos às câmaras indiscretas do Big Brother.

Para sempre...

sábado, 28 de agosto de 2010

QUE DESCARAMENTO! MAS JÁ É HÁBITO...

Sócrates confia que os portugueses acreditarão que é precisamente na pessoa do carrasco que o condenado à morte vai encontrar a salvação.

Deu cabo do Serviço Nacional de Saúde e agora propõe defendê-lo.

Quando se sabe que não há solução nenhuma! Que é tudo uma enorme mentira!

Imaginem em que conta este senhor tem a inteligência dos portugueses!

O SNS morreu ― Pim!

Para mim essas declarações são um atestado de estupidez ao povo português, principalmente aos eleitores do Partido dito Socialista, sendo este o maior embuste que alguma vez assisti a um governante desde que me conheço.

Mas talvez Sócrates esteja certo. Talvez essa malta acabe por acreditar nisso tudo.

Peça Ensaística Trigésima Nona, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:


Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).


(1)         Uma vez, expendida, nas postas precedentes, a essência da Problemática, que temos vindo a estudar, na verdade e, na realidade, será possível, no meio de tudo isto, ressalvar, presentemente, que a ortodoxia se concentre sobre movimentos sectários (salvo, porém, a utopia), a única capaz de poder reactualizar a promessa?
(2)         Esta pertinente e oportuna questão tem sido colocada, com uma certa e determinada acuidade, por razões e motivos óbvios, sem, contudo, que as respostas avançadas tenham correspondido às expectativas, pois que todas se afinam pelo mesmo diapasão. Vejamos, então em síntese, qual o panorama em transe (já agora):
a.        De facto, após uma etapa dominada pela declaração de abandono do determinismo marxista e da violência revolucionária, foi afirmada a firme vontade de revivificar o comunismo em torno de um projecto de “passamane do capitalismo”.
b.        O que significa, grosso modo, que o “radicalismo” político e a utopia acham mobilizados, de molde a restituir à intenção e fim comunista “a sua dimensão visionária”.
c.        Este retorno atesta que, uma vez, os três elementos básicos da ortodoxia comunista dissociados, porque não, desconceituados junto das massas, da herança de Lenine, apenas resta a memória de um futuro em busca de legitimidade e de palpabilidade.
d.        Deste modo, o comunismo parece querer se atribuir novas origens (novos valores, obviamente), quiçá voltar às verdadeiras origens (melhor dito), recarregando as baterias, ipso facto, no cadinho da sua origem primordial. Todavia, resta a saber se a fonte não foi vazada, de modo, assaz irreversível.


E, rematando, de molde dialecticamente consequente:
De feito, seja como for, a sua compreensão global, passa, obrigatoriamente pela identificação dos seus vínculos/elos com a Utopia, no desígnio de avaliar a carga ideal e, outrossim a dinâmica da Utopia contida no Comunismo, sem os confundir jamais.


Enfim, enfim, enfim:
Em complemento oportuno, vai, em jeito de recapitulação, uma nova sinopse da UTOPIA e do perfil biográfico do seu autor, São THOMÁS MORE:

(I)

(1)        O vocábulo Utopia, oriundo do Grego (o`v-tóroç), que, em português, se traduz, habitualmente, por nenhures, corresponde ao neologismo introduzido por MORE para designar a Ilha por si imaginada, alegadamente (quiçá) descrita por um navegador português (Rafael HITLODEN). Esta personagem, quão peculiar e sui generis, dá, a conhecer, a MORE, ao longo de todo o Livro II, o sistema económico, político, jurídico, religioso… do povo da Utopia.
(2)        A Utopia é uma obra, eminentemente crítica (de filosofia política e social) cujas implicações éticas não podem (como, aliás, não devem) ser ignoradas, por motivos e razões óbvios, pois que ela (a Utopia, obviamente) se impõe pela sua actualidade e pertinência e, outrossim, sobretudo, pela inegável influência que exerceu no Pensamento Humanista Ocidental.
(3)        Originalmente, escrita em latim e editada em Novembro 1516, em Lovaina (Bélgica), a Utopia foi, pela primeira vez, traduzida para o idioma inglês, em 1551, por RALPH ROBINSON, sendo a segunda tradução da autoria do bispo GILBERT BURNET, datada de 1685.
(4)        A Obra, no seu todo, consta de dois Livros (Livro I e Livro II, respectivamente). Por seu turno, o Livro I, se subdivide em vários capítulos (ou Temas).

(II)
                                THOMÁS MORE nasceu em Londres, a 6 Fevereiro 1478 e morreu (decapitado) a 6 Julho 1535, pagando com a sua própria vida, o preço da sua fidelidade à Igreja de Roma e aos seus princípios éticos, recusando-se aceitar a autoridade religiosa de Henrique VIII, conquanto tenha sido aconselhado por Thomas CROMWELL (este, por sua vez, aluno de MAQUIAVEL).

                                MORE é sem sombra de dúvidas, uma figura incontornável do Pensamento Humanista europeu. Contemporâneo do Literato, Sábio e Filósofo holandês (natural de Roterdão, Desidério ERASMO (1466-1536), desde cedo revelou o seu interesse para as Leis e para a Teologia. Em Oxford, onde estudou, chegou, mesmo a traduzir a Obra: A Cidade de Deus da autoria de Santo Agostinho.
                                Todavia, a sua carreira foi marcada, sobretudo pelos seus cargos políticos de relevo, que ocupou (com ênfase, para o cargo de Chanceler do Rei Henrique VIII de Inglaterra). Foi, precisamente este monarca, o responsável pela sua trágica morte.
                                MORE foi canonizado, no ano de 1935, por ter sido considerado mártir.


Lisboa, 26 Agosto 2010
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A VINGANÇA DO GATO

RITA FERRO (e=mc2)

Convidada, Rita Ferro publicou um texto muito interessante no blogue Delito de opinião. O texto mereceu comentários (alguns bem interessantes também) a que Rita foi respondendo a preceito clarificando as suas posições.

A páginas tantas, numa resposta a um desses comentários, Rita Ferro escreveu (um)a “fórmula” que resume e explica tudo. Assim! Que nem Einstein:

«Escapar à vida para merecer o quadro de honra sempre me pareceu desprezível.»

Bravo! Sempre gostei desta mulher.

Peça Ensaística Trigésima Oitava, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:


Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).

               

(A)          O que é facto é que, a sua inteligibilidade (referindo-se, obviamente, ao Comunismo), exige, por conseguinte, regressar ao núcleo irredutível (a Sociedade invertida), desenhar à partir disso, os contornos, procedendo-se de esquissos fornecidos, aliás pelas utopias e os ensaios históricos de referência, como pelas diversas experimentações e os trabalhos de observadores externos, designadamente, sociólogos, etnólogos, antropólogos e politicólogos/politólogos.
(B)           De facto e, por conseguinte é, no âmbito desta óptica e dinâmica que se consegue aproximar, o mais aproximadamente possível, do conteúdo de verdade da doutrina da felicidade comum (que parte) da promessa conhecida da utopia, para a reencontrar no cerne da acção política, uma vez ornada pela violência redentora e legitimada pela Ciência do movimento histórico.
(C)           Como se pode ver, não se trata (obviamente), distinguir no Comunismo, unicamente a parte imutável, ou seja, a imobilidade da representação do mal e do bem e a parte movediça vinculada à geografia, às culturas, às personalidades, aos grupos sociais e aos Eventos, para ter como resultado a hipótese de um Comunismo contemporâneo oriundo de uma junção coerente e eficaz entre o cientismo, a violência revolucionária e a promessa de um Paraíso sobre a Terra, ingredientes principais da ortodoxia.
(D)          Donde, enfim e, em suma:
a.        O que redunda, deste modo, ipso facto, em poder afirmar que o seu poder de fascinação decorre totalmente da propensão destes três (3) elementos em se caucionar e, em se reforçar, recíproca e mutuamente, sabendo que possuem, individualmente a sua lógica própria e a sua autonomia política, ou seja, exprimindo, de modo assertivo: Um comunista pode se dissociar de um revolucionário ou de um marxista e vice-versa. Estamos, efectivamente, ante a eloquente ilustração da presunção que reforça a observação (atenta e avisadamente) dos partidos comunistas europeus existentes e, não só, colocados na impossibilidade de manter juntos estes três pontos e, por conseguinte, reconduzidos ao CONÚBIO rejeição/desejos, o Húmus utópico sobre o qual alguns esperam, ainda edificar e se salvar.

Continua:

Lisboa, 25 Agosto 2010
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ATRASADA MENTAL! CÉREBRO DE MINHOCA!

ESTE MACACO

É MAIS HUMANO

. . .

FEIA, GORDA E ESTÚPIDA

Este escaravelho bem merece perder o emprego como castigo pelo que fez.

Peça Ensaística Trigésima Sétima, no âmbito de

Na Peugada de NOVOS RUMOS:


Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895).


  Oportuno Ponto preliminar:

                Prosseguindo, de modo, assaz assertivo, o Estudo, que vimos fazendo sobre a Conexão Comunismo/Utopia, se nos afigura, pertinente e elucidativo, antes de mais, trazer à colação, um conjunto de ensinamentos oriundos de Investigações assaz probas, realizadas, no âmbito desta Problemática, com resultados dignos de crédito, pela marca de rigor que ostentam, em substância.

(1)             No seu notável Livro sobre as Paixões comunistas (concretamente, Le passé d’une illusion, essai sur l’idée comuniste au XXº Siécle, Paris 1995), o historiador francês, FRANÇOIS FURET (1927-1997), remontou à fonte da explosão totalitária do Século XX, no desígnio de descobrir a fórmula desta incrível alquimia ideológica, em que se consubstancia o ódio do burguês, os efeitos traumáticos da Primeira Guerra Mundial e a “imaginação política do homem moderno”, que ele concentra na “ilusão”. Todavia, reduzindo a Utopia à uma mera abstracção, FURET limita o campo explicativo do Imaginário comunista às crenças apenas, nas reincidências positivas de uma violência redentora (uma vez, voltada para a classe dominante, tida como responsável de quatro anos de barbárie), sem ter, suficientemente em conta, o corpus utópico, este terriço fértil no qual uma memória do porvir germinou, fixando-se, ulteriormente no Húmus da Humanidade.
(2)             Donde, antes de mais, se impõe, considerar uma pertinente Questão. Ou seja:
a.        Como interpretar as rejeições categóricas ou as dificuldades de apreender os resultados trágicos de mais de setenta (70) anos de experimentação da “felicidade comum”, sem reconhecer, num determinado número de espíritos, não unicamente na extrema-esquerda, a existência de um robusto e sólido baluarte ideológico ou afectivo na realidade dos factos?
b.        Na verdade, efectivamente, a mera noção de desviocionismo estalinístico, aplicada aos crimes cometidos em nome da ideologia redentora, atesta acerca desta amálgama (entre a ortodoxia comunista e um ideal), frequentemente, assaz vaga, sinónimo de tranquilidade, liberdade, abundância e de ausência de exploração, mesmo entre os para quem o acto revolucionário perdeu toda a função mítica.
c.        Enfim, no fundo, para estes “nostálgicos” ou estes “crentes”, o episódio comunista do século XX (soviético ou outro), representa apenas, amiúde, uma experiência social, do mesmo modo, que as colónias e as comunidades abortadas do século derradeiro. Donde e daí, o ensaio seria, por conseguinte, algo para rasurar ou para renovar.

(3)             Este pólo de resistência se reforçou ainda mais, após a publicação dos trabalhos comparativos acerca dos dois (2) influentes sistemas totalitários (comunismo e nazismo) com para todo argumento, a colocação em relevo dos fins procurados:
a.        Humanismo e universalismo (por um lado) e
b.        Purificação racial e programação de exterminação (por outro).
c.        Tanto quanto o Comunismo poderá se vangloriar, sem se definir, exactamente, de uma especificidade epicurista e pacifista, que lhe permite se dissociar radicalmente do “socialismo real”, os obstáculos não serão levantados, pois que, ninguém (e, ainda menos, os próprios interessados) é presentemente capaz de responder, de modo, dialecticamente consentâneo, à Questão primordial e de fundo: “O que é o comunismo?” Quiçá, excepto, que é o reverso do capitalismo.


Continua…

Lisboa, 24 Agosto 2010
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).