terça-feira, 29 de abril de 2008

QUE FAZER?

Um país cujos cidadãos não conseguem ou são incapazes de se comunicar é um país doente.

Vem isto a propósito de ter constatado que mais de 98% (98,4%) dos emails pretensamente “trocados” comigo nos últimos dois anos e meio consistem em Forwards (os célebres FW) de conteúdos insólitos ou cómicos, ou pretensamente insólitos ou cómicos.

Durante esse tempo guardei todos os emails que me foram enviados. Os que se auto-denunciavam pelo título nem sequer foram abertos; todos os outros foram abertos para se constatar da natureza do seu conteúdo.

E o resultado final foi a triste constatção que fica acima descrita: 98,4% era lixo digital circulando na Net.

Vários contactos por mim feitos ao longo deste período de dois anos e meio (com pessoas amigas, conhecidas e desconhecidas) permitiram-me concluir que com todas essas pessoas, exceptuando uma ínfima percentagem, se passa o mesmo: recebem “carradas” de emails FW.

Mas essas pessoas, elas mesmas, também enviam “carradas” de emails FW.

Temos assim um país ― que já se sabia de anedota na ponta da língua ― transformado num país de foliões autistas atirando “bateladas” de emails FW uns aos outros enquanto a orquestra vai tocando e o seu Titanic vai afundando.

Cheguei a descobrir com desgosto e com muita apreensão que existem indivíduos superiormente formados que são incapazes de manter um diálogo escrito coerente mínimo . Mínimo.

Alguns vão ler-me com certeza. Mas não é por isso que me coíbo de escrever isto. É, no meu entender, demasiado grave para que se não diga aos próprios que assim não pode ser. Que assim Portugal não vai lá.

O que faz falta às pessoas é: LEITURA.

Pouco ou nada leram até hoje. E pouco ou nada lêem hoje em dia. Por isso não conseguem escrever.

Mas o pior, para mim, é ver o tempo que se gasta com a pseudo-anedota e o pseudo-insólito. Como se isso valesse alguma coisa; como se isso trouxesse valor à vida social. Antes pelo contrário: é o analfabetismo funcional que com isso cresce cada vez mais afastando as pessoas umas das outras e afastando Portugal do resto da Europa comunitária onde há países que cuidam muito da educação dos seus cidadãos e lhes dão boas condições para competirem no mercado global onde Portugal está inserido.

E com este desabafo “informativo” me fico.

Acabo de entrar de férias e talvez vá a Cabo Verde. Vou já escolher dois ou três livros para levar.

Fique bem. E não estranhe a falta de actividade aqui no blogue até mais ou menos 19 ou 20 de Maio próximo.

Aceite um abraço meu.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

DOIS OLHARES SOBRE UM TEMA

A 21 de Março comemorou-se o Dia Mundial da Poesia. A este propósito uma rápida recensão pela blogosfera permite constatar que a Inveja e o Ciúme foram dois temas largamente tratados em vários poemas publicados em blogues e outros sítios.

Quanto ao Ciúme diz respeito, publico este poema de Hafiz que me parece de uma simplicidade e densidade extremas:


Jealousy
And most all of your sufferings

Are from believing
You know better than God.

Of course,
Such a special brand of arrogance as that
Always proves disastrous,

And will rip the seams
In your caravan tent,(...)



De Safo, em contraponto ao pragmatismo de Hafiz, encontrei estes vibrantes versos (traduzidos para português) ao que se diz dedicados a uma rapariga com quem mantivera uma relação lésbica (vale a pena ver a entrada aqui na Wikipédia):


Semelhante aos deuses parece-me que há de ser o feliz
mancebo que, sentado à tua frente, ou ao teu lado,
te contemple e, em silêncio, te ouça a argêntea voz
e o riso abafado do amor. Oh, isso - isso só - é bastante
para ferir-me o perturbado coração, fazendo-o tremer
dentro do meu peito!
Pois basta que, por um instante, eu te veja
para que, como por magia, minha voz emudeça;
sim, basta isso, para que minha língua se paralise,
e eu sinta sob a carne impalpável fogo
a incendiar-me as entranhas.
Meus olhos ficam cegos e um fragor de ondas
soa-me aos ouvidos;
o suor desce-me em rios pelo corpo, um tremor (...)


Escolha o poema que mais lhe agradar; ou faça como eu: escolha os dois.

NÃO LEITURA RECOMENDADA

A desta posta de Henrique Silveira no blogue Crítico Musical.

Um must.

VIVA O 25 DE ABRIL


Lembro-me como se fosse hoje da sensação única do ganho da Liberdade num país até então dominado pelo medo e pelas polícias (todas as polícias).

E regozijo-me, muito sincera e muito alegremente, por mais este aniversário do 25 de Abril.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

DO CONHECIMENTO DA VIDA

PRESSENTIMENTO

Sou como uma bandeira rodeada de distâncias.
Pressinto os ventos vindouros e tenho de vivê-los,
enquanto as coisas em baixo ainda se tocam:
as portas ainda se fecham suaves e há silêncio nas chaminés;
as janelas não vibram ainda e o pó ainda é pesado.

Mas eu já conheço as tempestades e agito-me como o mar.
E estendo-me e afundo-me dentro de mim
e lanço-me à terra e estou completamente só
na tempestade imensa.


[Rainer Maria Rilke]

BOA TARDE E BOM FERIADO

terça-feira, 22 de abril de 2008

EDIFICANTE

NO “PRÓS & CONTRAS” DE ONTEM À NOITE NA RTP

Patinha Antão (PA) enaltecia o valor que os currículos pessoais dos candidatos a líder do PSD deviam ter na hora da escolha do melhor para o lugar.

Eis que trava este curto diálogo com Pedro Passos Coelho (PPC):

PPC para PA ― Já vi muitos professores catedráticos que só fazem asneiras.

PA ― Eu também já vi muitos burros falantes.

domingo, 20 de abril de 2008

U. LEIRIA 4-1 SPORTING

Nada a dizer.

De há muito se sabe que a União de Leiria é de longe superior ao Benfica.

Logo, o resultado aceita-se com toda a naturalidade.

Até porque, como também se sabe de há muito, as camisolas não ganham jogos.

Pois!...

domingo, 13 de abril de 2008

EXALTAÇÃO DA BANANA

Impossível não publicar esta fotografia de um pretenso
protesto contra a homossexualidade masculina.
(Apesar de ser uma imagem reaccionária e redutora).
Em todo o caso a miúda é gira, transparece desilusão e está mesmo chateada.

O título “Exaltação da Banana” saiu-me espontaneamente pois sempre achei que nem o órgão da mítica Catedral e Igreja Metropolítica de São Pedro em York consegue ter a importância que se atribui a um órgão fálico verdadeiro. Cujo, apesar de ausente, predomina nesta fotografia (recebida por email).


BOM DIA

sábado, 12 de abril de 2008

BENFICA 0-3 ACADÉMICA


Pois!...
Mas o jornalista errou. O que Chalana disse foi:
"Nós Precisamos da Ajuda dos Árbitros".

quinta-feira, 10 de abril de 2008

INACREDITÁVEL!


Nunca me passara pela cabeça que alguém algum dia tivesse a necessidade de chamar um médico ao domicílio para lhe passar um atestado permitindo-lhe faltar ao trabalho e ficar em casa...

A DAR PUNS!!!

Nunca!



Lembram-se daquela barriga qual “tamborzinho em que não se podia tocar sequer com as pontas dos dedos”? Daquelas “toneladas de gases” que apetecia expelir e se recusavam a sair?

Oi, oi, oi, minhas caras e meus caros ― ao terceiro dia desta estranha virose... é um ver se te avias!

48 horas depois do início dos sintomas da virose, o zepelim de metano que estávamos gerando e quase nos fazia levantar voo... transforma-se aos poucos num turbo-jacto fedorento, violento, imparável e inconveniente.

Mas ficamos tão bem dispostos depois de cada “explosão”!... ... ...

Minha Nossa Senhora das tempestades!

Rogai por nós e segurai as janelas e paredes de nossas casas.

E livrai-nos da incompreensão de nossos vizinhos.

Amen!

terça-feira, 8 de abril de 2008

UM BRINCALHÃO ASSASSINO

Os vírus hão-de nos matar a todos: Homem e demais animais. E depois disso os vírus mais resistentes ficarão aí pelo chão como calhaus  à espera que um dia qualquer apareça na Natureza um novo ser vivo que possam infectar reeiniciando assim a sua reprodução e as suas mutações; ou até que a natureza os incinere de vez. Sim, porque sem nós ou outro ser vivo portador de ADN, os vírus não conseguem replicar-se (reproduzir-se).

Parece que cada vez há mais vírus no planeta Terra. E há, certamente. E é normal que haja.

A cada dia que passa somos alvo de mais um ataque viral diferente dos ataques anteriores; somos alvo do ataque de um vírus mutante ou apenas variante que se diverte a “ver” as suas cópias proliferarem no nosso organismo como cogumelos em estrume não se importando que demos o berro e só fique a nossa carcaça como recordação.

Agora anda por aí um vírus qualquer cujo ataque ao ser humano provoca uma sintomatologia inédita, curiosa e difícil de perceber: de repente o indivíduo atacado começa a sentir-se desconfortável para, poucas horas depois, ser alvo de dores musculares esqueléticas e dores intestinais bastante fortes com cólicas que chegam a ser violentas (sem diarreia).

O curioso da mialgia (dores musculares) que afecta o doente é que as dores instalam-se exclusivamente nos músculos posteriores do corpo: desde a parte posterior do pescoço, abrangendo as costas e os membros superiores e inferiores (apenas as suas faces posteriores) até ao tornozelo, sentimo-nos como se estivéssemos presos do pescoço aos calcanhares; metidos numa semi-carapaça (porque só posterior) fixa a nós por milhões de pregos que nos incomodam: doendo e dificultando os nossos movimentos. A parte anterior do nosso corpo não é afectada e sentimo-la normalmente.

Concomitantemente à mialgia (dor muscular) posterior, surgem em pouco tempo episódios de cólicas intestinais que perduram por dois, três ou mesmo quatro dias, e privilegiam: desde a região epigástrica (a do estômago) ao umbigo, abrangendo ainda os dois flancos do abdómen (regiões do fígado e do baço) ― as cólicas não se manifestam nem na fossa ilíaca direita (zona do apêndice), nem no hipogastro (abaixo do umbigo), nem ainda na fossa ilíaca esquerda. Temos uma imensa vontade de expelir toneladas de gases, mas não sai nada. A barriga fica como um tamborzinho no qual não se pode tocar sequer com as pontas dos dedos.

É o vírus a divertir-se à custa do nosso bem-estar e da nossa saúde. Com o único objectivo de se replicar (reproduzir) ― sem cuidar de saber que essa brincadeira que nos leva ao desespero também nos pode levar ao suicídio pondo então em risco a sua sobrevivência como ser semi-vivo que é.

Remédio? Analgésicos, um anti-espasmódico tipo buscopan, e qualquer coisa para dormir.

Cinco dias depois estaremos prontos para nova invasão.

E eles não tardarão a aparecer.

Cada vez com maior frequência.

Até ao nosso extermínio.

Nota: Postado por uma vítima actual.

sábado, 5 de abril de 2008

A LÓGICA DOS "LAGARES DE AZEITE"

Muita gente ficou “admirada” pelo facto de o antigo ministro socialista (hoje ainda político activo do PS), Dr. Jorge Coelho, licenciado em Economia e gestão de empresas*, ter sido contratado pela Mota-Engil, empresa de construção civil, para «estudar e rever o plano estratégico do grupo para os próximos cinco anos». Logo agora que estão na calha grandes obras a serem lançadas no futuro breve pelo governo socialista em funções.

Eu não fiquei admirado e acho que tem toda a lógica esta contratação e nomeação.

Pela simples razão de que acho que também teria toda a lógica, eu, que só percebo de pulgas, ser hipoteticamente contratado para desenhador de chapéus da família real britânica.

(*) Corrigida a licenciatura que por lapso se escrevera em Direito (o que não invalida o comentário).

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A CAGADA DO PANTERA

NÃO FOI À ENTRADA, FOI À SAÍDA

Eusébio terá dito hoje aos jornalistas que o brasileiro Kaká é o melhor futebolista do mundo da actualidade. Disse mais que Cristiano Ronaldo não é o melhor e tem que esperar pelo seu tempo.

Habituado a ser o ídolo maior e o expoente máximo do futebol português ao longo de mais de 40 anos ― nem Figo conseguiu ofuscá-lo ― o Pantera estará neste momento a viver o maior desgosto da sua vida:

Cristiano Ronaldo já o destronou.

E já o destronou quer dentro de Portugal (no coração dos portugueses), quer, sobretudo, no mundo do futebol internacional.

E o rei que, mesmo reformado, dava mais autógrafos do que Figo quando se deslocava com a selecção portuguesa a qualquer parte do mundo, não pode hoje aceitar que Cristiano Ronaldo o tenha colocado definitivamente no caixote do lixo, tomando-lhe o lugar de estrela maior do futebol português.

E isso deu-lhe volta ao estômago, e vai daí saiu cagada.

Para não variar e fazer cumprir os ditados.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A LUPA DE SHERLOCK PEREIRA

Descortina, por interposto poema de Theodore Roethke, a vida difícil no e do PSD.

Raio de vida!

O melhor mesmo parece ser... pedir a eutanásia.