segunda-feira, 31 de outubro de 2011

CONTEM COMIGO, CONTEM!

Sendo a educação o que é, o coitado do cidadão é sempre enganado! Por isso, quando o (des)governo diz que os contribuintes podem deduzir, na declaração de IRS do próximo ano, 5% do IVA que pagarem (se pedirem factura), o pagode pensa que valerá a pena ‘perseguir’ os comerciantes pois assim só pagará 18% de IVA. O pagode pensa que os 5% serão subtraídos aos 23% do IVA a pagar.

Claro que as contas são outras ― o contribuinte só recuperará 5% de 23%, ou seja, 1,15% do valor do IVA pago.


É óbvio que para alguns valerá a pena dar-se ao trabalho de pedir factura ― se comprarem p’raí um automóvel Ferrari por ano...!


Porque se, por exemplo, cada família gastar três mil euros por ano em compras (que é o que se indica como a média de gastos sujeitos a IVA das famílias portuguesas), cada FAMÍLIA abaterá 34,5 euros POR ANO nos seus impostos, ou seja DEZ CÊNTIMOS POR DIA POR FAMÍLIA. Se, por exemplo, for uma família de quatro elementos isto representará dois cêntimos e meio por dia por cabeça.

E para receber esta fortuna e assim poder levar a família de férias com esse dinheiro, cada família média terá que arquivar e compilar uma tonelada de facturas de pequenas importâncias e declará-las no IRS.


TUDO MUITO FÁCIL! E VALE A PENA!!!

(XI) Alors Que faire?

Prática de ACTUAÇÃO DÉCIMA PRIMEIRA:


“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895).


No cerne da ecologia das conexões entre Humanos e não-humanos:
NP:
É (efetivamente), na segunda metade do século XIX que as abordagens e os domínios (respectivos) das Ciências da Natureza e das Ciências da Cultura deixaram de ser delimitados. Esta delimitação fora conseguida (em teoria), pelo desenvolvimento dos trabalhos epistemológicos (fazendo ressaltar) as diferenças de método entre os dois campos de estudo e (na prática), pela afinação da organização compartimentada das Universidades e das Instituições de Investigação (tal como), a conhecemos (presentemente). 
De anotar (no entanto), que como em todo processo de especialização, esta divisão das competências teve efeitos positivos por ter concentrado, no seio de comunidades eruditas “savoir-faire” e automatismos de pensamento, sistemas de qualificação, meios de trabalho e dispositivos de avaliação comuns (que desmultiplicam), deste modo, as condições ideais de elaboração dos saberes. Todavia, esta divisão institucional (reforçada entre as Ciências e as Humanidades), teve (outrossim), como consequência tornar-se (muito mais difícil), a compreensão das situações de interface entre fenómenos materiais e fenómenos morais. 
Eis porque, das ciências que se fixaram como objecto as conexões entre as dimensões físicas e as dimensões culturais das atividades humanas (a Geografia, a Psicologia ou Etologia, por exemplo), se encontraram (finalmente), cindidas no interior (delas mesmas), facto que se anuncia nos defensores de uma ou de outra abordagem, cada uma (acabando), por se resolver, num divórcio (amigável), no melhor dos casos.


Posto isto, vamos abordar (então),  a questão que  se prende com o Universalismo e o Relativismo:

domingo, 30 de outubro de 2011

A ÁRVORE E A FLORESTA

Sempre se defendeu aqui a filosofia do nivelamento por cima e não por baixo; mas o português sempre praticou e pratica o contrário. Daí aparecerem agora na comunicação social tantas notícias sobre este assunto das pensões, ordenados e subvenções de algumas personagens.

Isto das notícias de ordenados e pensões altos, são faits divers para entreter o pagode e afastá-lo da discussão do que é essencial ― que é saber onde foram parar os milhares de milhões que faltam nas contas do Estado.

É que o que empobreceu e empobrece Portugal são os roubos e as negociatas de milhões, e de dezenas de milhões, praticados ao longo dos anos a coberto dos partidos do centrão (PS e PSD) e com a conivência do CDS. Praticados nos gabinetes ministeriais; nos escritórios dos advogados avençados; através das empresas públicas e das parcerias público privadas; e nas autarquias. É com isto que as pessoas devem preocupar-se. E os faits divers servem para que as pessoas não discutam isto e andem atrás de pensões, subvenções e ordenados chorudos deste e daquele, em que, tudo somado, se obtém um rato a que se dá a maior importância estando-se ao pé de uma montanha para a qual não se olha.

Nunca demos nem damos para este peditório.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

PSD - GALERIA DE NOTÁVEIS

              Duarte Lima       Oliveira Costa   Dias Loureiro  Isaltino Morais

terça-feira, 25 de outubro de 2011

PLENAMENTE DE ACORDO!!!

MUTATIS MUTANDIS



Este homem, Muammar al Kadhafi, foi um ditador e um criminoso com largas centenas de mortes no seu cadastro. Morreu como homem ― preservando a compostura e a dignidade pessoais até ao último suspiro. E morreu como mártir ― com a quase total similitude com que a Bíblia descreve a captura, a tortura, o sofrimento e a crucificação de Jesus Cristo.

Era Presidente de um país, a Líbia. Nessa qualidade, foi perseguido e assassinado pela NATO, por interpostos bombardeamentos aéreos e interpostos terroristas apelidados de “rebeldes”. É que em nada os terroristas que eliminaram Kadhafi se distinguem daqueles que Kadhafi terá utilizado para eliminar os seus inimigos.

Estes episódios recentes na Líbia, mostrados ao mundo na sua quasi completa nudez e crueza, constituem ― longe de uma solução de um ou vários problemas; longe de um ‘aviso’ dissuasor dirigido a regimes ditatoriais ― um aviso e um alerta perversos cujos “frutos” haveremos infelizmente de ver no futuro próximo.

E este alerta perverso consiste em dizer aos ditadores no poder e aos pretendentes a ditadores futuros que:
1) Não sendo eles nem presidente dos Estados Unidos, nem da China ou da Rússia ― os únicos que podem mandar matar impunemente ― o seu fim não será muito diferente do de Muammar al Kadhafi;
2) Que por isso a ditadura por eles praticada deverá ser cada vez mais sanguinária, cada vez mais terrorista e mais desrespeitadora dos direitos humanos, no que deverão preocupar-se em eliminar fisicamente todos os seus opositores, reais ou potenciais, ou mesmo imaginários, como único meio de se manterem no poder e não virem a ter o fim de Kadhafi.

Longe de estarem a trazer paz ao mundo, a NATO e o Ocidente cristão, em nome do petróleo e do dinheiro, não têm o menor pejo em se aliarem a terroristas islâmicos (quando isso lhes convém) para, juntos ― em acções concertadas e desenvolvidas mano-a-mano, ― praticarem os actos mais bárbaros e mais terroristas que se pode imaginar.

As mãos da NATO estão tão sujas como estão as da Al Qaeda e tão sujas como estiveram as de Bin Laden. Qualquer diferença é mero pormenor.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

(X) Alors Que faire?

Prática de ACTUAÇÃO DÉCIMA:

“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895)

ET POUR CAUSE
A Tendência para sublimar é (com efeito), irresistível!...


(A) Com efeito (et pour cause), a tendência para sublimar é assaz irresistível (positiva ou negativamente) e isto porque (ela) constitui o desígnio primordial de toda individuação (precisamente), enquanto (ela) for sempre (simultaneamente), psíquica e colectiva, salvo em se tornar o Processo de individuação. 
(B) Temos, nestes nossos Estudos ensaísticos, tentado pensar o nós, em termos não (unicamente), de processo de individuação psíquica e colectiva, mas (outrossim e ainda), como processo de individuação técnica (as retenções terciárias e os hypomnémata em quê elas consistem), quando as sociedades se elevam ao estado de civilizações, estando (estas) submetidas a este regímen de individuação.
(C) De facto, o sistema de hiperpotência (que é outrossim, híper-vulnerável e híper-impotente), advém quando no âmbito do processo de individuação psíquica, colectiva e técnica, a técnica (estando transformada em Tecnologia), torna-se (outrossim), tecnologia de controlo, isto é, adopta novas formas de hypomnémata (hegemonicamente submetida), aos imperativos de uma sociedade híper-industrial de serviços. Ou seja: Que da captação da atenção e de controlo comportamental visa fazer desaparecer os “savoir-faire” e os “savoir-vivre”, em benefício dos modos de emprego e procedimentos definidos pelo marketing para a adopção (soit disant), apropriada de produtos da inovação tecnológica (sempre mais miniaturizadas), o que engendra um imenso processo de desindividulização psíquica e colectiva, processo, que se denomina (identicamente), de estádio da proletarização generalizada, cuja assunção conduz (ipso facto) à perda do sentimento de existir. E dito (de modo mais consequente), esta situação leva ao desespero óbvio! É (aliás), neste contexto, que se produz a miséria espiritual, que (por seu turno), engendra a tendência para sublimar (negativamente), um sistema tecnológico híper-vulnerável. Eis porque, uma tal situação é (manifestamente), explosiva! Óbvia e absolutamente!

domingo, 23 de outubro de 2011

(IX) Alors Que faire?

Prática de ACTUAÇÃO NONA:

“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895).

Com efeito
O populismo industrial engendra uma 
Sociedade incontrolável assombrada 
Pelo espírito do mártir e combate-lo
Constitui a prioridade política absoluta.

(1) Se é verdade, que a hiperpotência do racional se revela ser (outrossim), uma híper-vulnerabilidade (em particular), quando os que acreditam (já nada têm a perder), adoptam comportamentos “irracionais” de destruição (mutatis mutandis), se é verdade, que uma tal sociedade (em que), o poder tecnológico é (apenas uma potencia em acto), na base de uma confiança e no seu funcionamento, pode inverter-se, numa hiperpotência (uma vez que), tal confiança desapareça, então o sistema mimético que intima o populismo industrial assume (supremamente) perigoso mesmo se a gente espera que os “responsáveis políticos” (sejam quais forem), extraem as devidas consequências., por motivos óbvios.
(2) Demais (e por outro), não há dúvida nenhuma, que a captação da atenção é o que destrói as razões de esperar enquanto  a expectativa é o que supõe a atenção. Ou seja: A captação da atenção é o que destrói as razões de atingir algo, no âmbito do desenvolvimento social. Ela é (por conseguinte), inevitavelmente o que engendra desespero, o qual (por seu turno), induz comportamentos incontroláveis. E (dito por outras palavras): Ela produz uma sociedade incontrolável!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

DIGNIDADE NA MORTE

Um homem quer-se homem até ao último momento da sua vida. Quer seja santo, quer seja um ditador e assassino como foi Muammar al-Kadhafi, ou como revelou ser George W. Bush. Não interessa nada: que há sete meses aqui tenha previsto que Kadhafi não morreria cobardemente enforcado ― como o foi Saddam Hussein que foi apanhado, como a um coelho, escondido numa toca ― ou humilhado, como um miserável, à frente dos juízes do Tribunal Penal Internacional que só julga ditadores derrotados e não persegue nem prende para julgamento os criminosos internacionais por interpostos exércitos, como George Bush, por exemplo.

Kadhafi morreu dignamente, de armas na mão e pisando o solo onde nascera, Sirte. Eu apreciei a coragem, a coerência e a dignidade pessoal deste homem nos seus últimos momentos de vida.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

ESTA É UMA MISSÃO

É preciso começar a lembrar aos militares e aos polícias que eles são filhos do povo e não filhos da grande finança nem de grandes empresários e banqueiros.

Lembrar-lhes que a sua missão não é ir p’rá rua dar porrada nos seus pais e demais familiares, vizinhos  e amigos quando estes se manifestarem em defesa dos seus direitos actualmente discricionária, desigual e brutalmente atingidos pelas decisões dos que estão no poder.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

VIAGENS JUSTIFICADAS

Acabo de ler a crónica de hoje, de Manuel António Pina, no JN, e não sei porquê deu-me logo para ir a esta página de Alberto Pimenta que, em forma de poema, a certa altura escreve:

o grande filho da puta
também em certos casos começa
por ser
um pequeno filho da puta,
e não há filho da puta,
por pequeno que seja,
que não possa
vir a ser
um grande filho da puta,
diz o grande filho da puta.

domingo, 16 de outubro de 2011

(VIII) Alors Que faire?

                         Prática de Actuação Oitava:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895)

Algumas ideias (quão pertinentes) sobre o Processo de redefinição dos conceitos de culturas nacionais homogéneas e de...

            Não há dúvida nenhuma, que os Conceitos de:
                        ---Culturas nacionais homogéneas
                        ---De transmissão consensual ou contiguidade de tradições históricas
                        ---(Ou ainda), de Comunidades étnicas “orgânicas”(como o próprio esteio do comparativismo cultural)
                        Atravessam (atualmente), um profundo Processo de redefinição. E explicitando (adequadamente) as ideias, temos que:
a)     O hediondo (e levado ao extremo), nacionalismo sérvio demonstra que a própria ideia de uma identidade nacional pura (“etnicamente limpa”), só se pode atingir pela morte (na acepção literal ou figurada), do entrelaçamento complexo da História e das fronteiras (culturalmente), contingentes da nação moderna. De sublinhar (antes de mais), que este aspecto da psicose de fervor patriótico, leva a pensar (sobremaneira), visto que se trata de uma prova manifesta de um sentimento mais tradicional e de transição do hibridismo das comunidades imaginadas.
b)    O teatro SRI-LANKA contemporâneo representa o conflito (mortalmente) entre tâmules e cingaleses, por referencias alegóricas à brutalidade do Estado na África do Sul e na América Latina
c)     O cânone anglo-celta da literatura e do cinema australianos é (presentemente), reescrito (do ponto de vista), dos imperativos políticos e culturais aborígenes

sábado, 15 de outubro de 2011

CONVITE ESPECIAL

(VII) Alors Que faire?

Prática de Actuação Sétima:

No cerne dos termos do
“engajamento” cultural:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895)

“Hello America
this is the voice of Gran Vato Cherollero
broadcasting from the deserts of Nogales, Arizona
zona de libre cogercio
2000 megahertz en todas direciones

you are celebrating Labor Da in Seattle
while the klan demonstrates
against Mexicans in Georgia
ironia, 100% ironia
                                    GUILLERMO GOMEZ-PENA
(Artista de performance que vive---designadamente entre outros tempos e lugares---na fronteira do México e dos Estados Unidos).

(A)       Não há dúvida nenhuma, que os termos do compromisso cultural (antagonistas ou filiados), são produzidos, num modo performativo. Eis porque, a representação da diferença não deve ser lida (precipitadamente), como o reflexo de caracteres culturais ou étnicos preexistentes, gravados no mármore da tradição estabelecida. De anotar (aliás), que (do ponto de vista da minoria), a articulação social da diferença constitui uma negociação complexa e incessante que envida em autorizar hibridações sociais (que emergem), nos momentos de transformação histórica.

(VI) Alors Que faire?

                        Prática de Actuação Sexta:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895)

Quiçá a “arte do presente”!

(1)           É o tropo do nosso tempo: Situar a questão da cultura  no domínio do além. Na viragem do século, encontramo-nos menos preocupados com o exício (a morte do autor) ou com a epifania (o nascimento do sujeito). A nossa existência é marcada (presentemente), por um sentimento obscuro da sobrevivência, uma vida nas mãos do “presente” para a qual (se nos afigura), não ter outro nome que astúcia (tão clássica) como controvertida do prefixo “pós”: pós-moderno, pós-colonialismo, pós-feminismo...
(2)           Com efeito (et pour cause), o “além” não é (nem) um novo horizonte (nem) um modo de deixar atrás de si o passado... O princípio e o fim podem ser mitos núncios  para os anos medianos. Todavia, neste fim de século, encontramos (neste momento de trânsito): Em que o espaço e o tempo se intersectam para produzir figuras complexas de diferença e de identidade (de passado e de presente), de interior e de exterior (de inclusão e de exclusão). Existe (com efeito), no “além” um sentimento de desorientação, uma perturbação da direcção: um movimento incessante de exploração. Ou seja: (aqui e acolá, de todos os sentidos, aqui e ali, para frente e para trás).
(3)           Por seu turno, o abandono das singularidades de “classe” ou de “género”, enquanto categorias conceptuais e organizacionais primárias acarretou uma tomada de consciência das posições do sujeito(raça, género, geração, posicionamento institucional, lugar geopolítico, orientação sexual), que perseguem toda afirmação de identidade do mundo hodierno.

domingo, 9 de outubro de 2011

(V) Alors Que faire?

Prática Quinta de Actuação:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895)


Um oportuno Apontamento sobre a Sobrevivência Cultural


            NP:

            Com efeito, apoiando-se na Literatura, Filosofia, Psicanálise e História logra-se (de modo dialecticamente consequente):
            --- Repensar as questões (muito actuais), no atinente à Identidade e de pertença nacionais
            --- Superar (graças ao) conceito (assaz fecundo) de hibridismo cultural, a visão de um Mundo dominado pela oposição entre o Si e o outro
            --- À discernir como (através) da imitação e da ambivalência, os colonizados introduzem entre os seus colonizadores, um sentimento de angustia que os debilita significativamente
            --- (ou ainda), à compreender mais (minuciosamente), os elos/vínculos (que existem) entre colonialismo e globalização.

(I)
            Convém (antes de mais), sublinhar que a crítica pós-colonial testemunha acerca das forças desproporcionadas implicadas na luta para a autoridade política e social, no seio da Ordem mundial hodierna. De facto, as perspectivas pós-colonial emergem do depoimento colonial dos países do Terceiro Mundo e dos discursos das minorias, no seio das divisões geopolíticas Este e Oeste, Norte e Sul.
            Por seu turno, estas forças intervêm nestes discursos ideológicos da modernidade (que se esforçam) em outorgar uma “normalidade” hegemónica ao desenvolvimento desigual e às histórias diferenciais (frequentemente) desfavorecidas das nações, das raças, das comunidades, dos povos. De feito (elas) formulam as suas revisões críticas (em torno), de questões de diferença cultural, de autoridade social e de discriminação política para revelar os momentos antagonistas e ambivalentes, no seio das “racionalizações” da modernidade.
            E (já agora), poderíamos (outrossim) defender que o projecto pós-colonial (ao nível teórico mais geral), procura explorar estas patologias sociais (“perda de significação, condições de anomia”), que já não se limitam em “se reagrupar em torno do antagonismo de classe, porém, são rompidas em contingências históricas, amplamente disseminadas”.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS

Esta semana já ouvi duas notícias sobre a vida de dois professores universitários na Grécia. E deu-se-lhes importância nas televisões. E dou-lhe eu importância agora porque esses professores são representantes da chamada classe média.

Ora bem, a primeira notícia foi veiculada no último domingo pelo Prof. Marcelo, na TVi. Contou ele que esteve numa reunião a conversar com uma colega universitária grega que lhe disse que actualmente, devido às reduções salariais, que no caso dela chegaram já a 60%, passaram a viver, no apartamento que ela dantes partilhava apenas com o marido, 12 pessoas (entre filhos, noras, genros e netos).

A segunda notícia ouvi-a eu ontem da boca de Ana Lourenço, num telejornal da SIC Notícias. Disse a Ana Lourenço, que teve conhecimento de um caso em que um professor universitário grego já está a acrescentar água ao leite dos pacotes para poder suprir à alimentação dos filhos.

Eu não tenho a menor dúvida que é este o paradigma para que Portugal caminha. Primeiro porque acredito na lógica, e também porque, por profissão, sei que a mesma receita tende a produzir os mesmos resultados nos doentes a elas submetidos.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A TOMADA DE PALERMO

Em O Cemitério de Praga, de Umberto Eco, Abba, um intelectual e soldado sob o comando do general Garibaldi, descreve A Batalha da Ponte do Almirante:

«Ultrapassamos a ponte, juntamo-nos no cruzamento de Porta Termini, mas estamos debaixo de fogo dos tiros de canhão de um navio que nos bombardeia do porto, e do fogo de uma barricada à nossa frente. Não importa. Um sino toca a rebate. Embrenhamo-nos pelas ruelas e, a dado momento, Deus, que visão! Agarradas a uma grade com as mãos que pareciam lírios, três meninas vestidas de branco, belíssimas, olhavam-nos mudas. Pareciam os anjos que se vêem nos frescos das igrejas. «Mas quem sois vós», perguntam-nos, e nós dizemos que somos italianos, e perguntamos-lhes quem são elas, e elas respondem que são freirinhas. Oh, pobrezinhas, dizemos nós, pois não nos teria desagradado libertá-las daquela prisão e dar-lhes alegrias, e elas gritam: «Viva Santa Rosália!» Nós respondemos: «Viva a Itália!» E também elas gritam: «Viva a Itália!», com aquelas vozes suaves de salmo, e desejam-nos a vitória. Combatemos ainda durante cinco dias em Palermo, antes do armistício, mas de freirinhas nada, e tivemos de nos contentar com as putas!»

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O WINDOWS 8 APRESENTA-SE

Há dois dias que estou a testar a versão de desenvolvimento do novo sistema operativo da Microsoft, o WINDOWS 8. A primeira impressão que se tem é a de que se trata de um Windows 7 ligeiramente modificado. Mas a verdade é que o W8 é bastante mais do que isso.

Neste seu começo o W8 aparece com duas interfaces em vez de apenas uma como era costume. Por defeito a interface que se apresenta após terminado o arranque do sistema é uma nova interface a que foi dado o nome de Metro. É esta aqui em baixo:

Embora se use o rato para navegar nesta interface, a verdade é que ela se apresenta fazendo-nos sentir como se estivesse-mos frente a um smartphone gigante que nos oferece um touch screen para trabalharmos. É a partir desta interface que poderemos aceder às várias funcionalidades novas do W8  e ao antigo desktop que se pode ver aqui em baixo:

Este desktop é em quase tudo igual ao do Windows 7; mas tem uma coisa que o torna muito diferente e muito melhor: do lado direito da barra inferior pode-se aceder a todo o sistema operativo e aos dispositivos de hardware clicando na pequena seta branca orientada para cima ― aparece um menu em forma de lista, completíssimo e muito fácil de usar.

Mas a interface Metro (a da primeira foto), pela sua novidade e facilidade de uso, é aquilo que neste Windows 8 mais prende a atenção do utilizador. Descobre-se com facilidade que também através dela se pode aceder a todas as ferramentas que o desktop oferece. Por isso se pensa que aquela nova interface deverá vir a ser a interface única com que o Windows 8 se apresentará futuramente. Por agora os bugs a ela associados são muitos ― por exemplo, há programas que não se consegue fechar uma vez abertos ―.

Mas aquilo que mais desagrada (e espera-se que só exista agora nas versões de teste) é a obrigatoriedade da abertura de uma conta de email no Windows Live, conta à qual o Windows 8 fica associado e ligado, sempre e logo que se faça o arranque do sistema. Isto deverá desaparecer futuramente, pois, imagine-se que se tem que ter uma ligação activa à Internet para se poder usar um computador com Windows 8. Não faria sentido! Mas enquanto se testa e se envia resultados dos testes à Microsoft, claro que faz todo o sentido!

Primeira impressão: Parece que a Microsoft, com este Windows 8, pretende dar um passo diferente dos que deu com o Windows Vista (o pior de sempre) e com o Windows 7 (fragmentado em seis versões, sendo caríssimas as duas melhores) nenhum deles (Vista e W7) superando o célebre e ainda muitíssimo usado Windows XP; a não ser nos serviços de rede em que no XP se exige algum conhecimento técnico para estabelecer redes de comunicação.

sábado, 1 de outubro de 2011

DO USO DA INTELIGÊNCIA

Não sei se sabem, mas a palavra “plantel” significava, até há bem pouco menos de 20 anos, apenas e só: «Grupo de animais de raça, seleccionados para reprodução». Foi há menos de 20 anos que a palavra “plantel” passou a significar também «conjunto de jogadores e técnicos de uma equipa desportiva».

Pois, José Mourinho terá dirigido “plantéis” (à antiga) até chegar ao Real Madrid. No Real, ao que está à vista, os jogadores acabam de mostrar a Mourinho que este está a tratar com pessoas e não com animais ou gado.

Abone-se a favor de Mourinho este ter tido a inteligência suficiente para mudar de atitude e acolher a razão dos seus comandados: parece, assim, que agora se está a formar em Valdebebas uma equipa de homens e não uma manada de animais.

Os meus parabéns aos jogadores do Real e ao seu treinador, José Mourinho!