segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O SEGURO DE VIDA


Santana Lopes é, hoje por hoje, o melhor seguro de vida para as maiorias absolutas do PS.

É só ele concorrer a eleições para a gente ir lá toda de caneta afiada, e (alguns como eu), tapando o símbolo socialista com a mão esquerda, botar a cruzinha na quadrícula respectiva a ver se o gajo vai para casa de vez.

MAS QUE MELGA!...
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O QUE ELES INVENTAM!...

Essa coisa dos 11.500 eleitores CDU manipulados pelo PCP para votarem António Costa para Presidente de Câmara, e votarem CDU para Assembleia de Freguesia, é um delírio tão ridículo quão risível.

Eu próprio votei assim e disse-o subentendidamente aqui em baixo ainda a votação ia no adro.

Enquanto a Direita achar que o eleitor (ainda por cima lisboeta) é estúpido e manipulável, vai continuar a perder Lisboa e o País.
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domingo, 11 de outubro de 2009

JÁ VOTEI

Foi logo de manhãzinha.

Vinha de regresso do trabalho nocturno, parei à porta da assembleia de voto e votei no futuro presidente da câmara.

Tive o cuidado de lhe dar maioria na Assembleia Municipal para poder fazer passar o orçamento e as propostas sem ter que andar a esbanjar dinheiro em negociações com a oposição;

Mas alterei o sentido do meu voto no que à Assembleia de Freguesia diz respeito: aí votei no partido do Sr. Domingos que é um gajo porreiro, que é do Sporting, que manda limpar e arranjar a minha e nossa rua, e que de vez em quando, depois de dois copos bem bebidos na tasca do ti Manel, me costuma dizer: «Olha lá, isto é tudo uma g'anda choldra. O único que não tem jeito p'rá a trafulhice sou eu!»
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terça-feira, 6 de outubro de 2009

FRAGMENTOS DE HOJE E DE ONTEM

1) Pacheco Pereira, o PSD e o poder da «sereia»:

«O canto de sereia de um PS enfraquecido, mas legitimado pela vitória eleitoral, soa nestes dias cada vez mais alto e, por todo o lado, os navios deslumbrados encaminham-se para as rochas. Só Ulisses escapará, tapando os ouvidos aos seus marinheiros e amarrando-se ao mastro e, mesmo assim, só a força das cordas o mantém longe da feiticeira.»
[...]
«Outra forma de atracção é, estando enfraquecido, fazer chantagem para que seja de outros o ónus da sua própria fraqueza. Pretende-se apenas dar lugares e prebendas, e manter intacto o poder que os eleitores enfraqueceram. E, sendo as coisas o que são, sendo os homens o que são, sendo Portugal o que é, como os bens são escassos e a fome é muita, as sereias cantam sempre muito alto.»

2) Outdoor de Santana Lopes no nó da Buraca em Lisboa: Promete:

«Acabar com o caos no trânsito em Lisboa».

3) José Rodrigues Miguéis, Escola do Paraíso, p. 376, Citado no Dicionário da Academia, pg.1301:

«Apesar de simpático é um doidivanas, não se pode contar com ele para coisas sérias, “não posso meter uma rapariga que me ajude [...], porque o doidivanas anda sempre a cheirar atrás de saias, capaz de dar uma cabeçada!”»

Ah! É verdade!: Não se esqueçam que no próximo domingo há eleições autárquicas em Portugal.
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ELOCUBRAÇÃO DÉCIMA:

“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895)
“La Chine est une maladive géant de sommeil .Mais quand elle se réveille le monde tremblera »
Napoléon Bonaparte

Acerca do Advento das Potências Emergentes:

Nota Prévia:

Desde alguns anos, um número crescente de Países,
Oriundos do Sul, assumem como “vencedores” da
Globalização. É o caso da África do Sul, do Brasil,
Da China, da Índia ou do México. Enquanto outros,
À semelhança da Rússia, parecem confirmar o seu
Retorno como potência política de vocação planetária.
De feito, estes países ditos do “BRICSAM” aparecem
Como Actores mais influentes e portadores de um
Potencial de desenvolvimento económico e social,
Permitindo-lhes uma competência conducente à uma
Transformação radical do estado do Mundo e das
Conexões de forças, na arena política e económica
Mundial. Desde então, o progresso e desenvolvimento
Respectivo de novas potências coloca a questão da
Multi-polaridade da Ordem Mundial.

(A)
A despeito da supremacia militar dos USA, no Mundo e o seu domínio, no âmbito da estrutura da Segurança Internacional, as intervenções armadas no Afeganistão e no Iraque ocasionaram um custo económico, político e militar avultado para a potência norte-americana. Na verdade, os atolamentos Iraquiano e Afeganistão mostraram os limites do poder de coerção norte-americano, como instrumento de regulamentação dos diferendos.
A sua liderança intelectual e moral se enfraqueceram, afectando a forma de domínio, em parte, consentido do qual desfrutaram desde à orla do decénio 2000. O regímen de crescimento e da acumulação inspirado na lógica do endividamento acabou por mergulhar a economia norte-americana na recessão, a mais longa, que tenha conhecido desde o Pós-Guerra o que, numa economia globalizada não faltou de afectar (conquanto em níveis dissemelhantes), a grande maioria das economias nacionais do Planeta. Esta crise abre uma brecha no modelo neo-liberal oriundo do Capitalismo norte-americano, que, no decurso dos trinta últimos anos tem, em graus diversos, servido de referência, tanto para os países industrializados como os em desenvolvimento.

(B)
Demais, a economia norte-americana, assim como a dos outros da tríade, que representavam até ao início dos anos de 1990, o fundamental do comércio, da produção, das transacções financeiras e das inovações científicas mundiais, devem, cada vez mais e mais confiar na concorrência crescente de países apostados, desde um determinado número de anos (até para alguns, decénios) na construção ou na reabilitação do seu estatuto de potência. A escalada em força da China, o retorno em força da Rússia, a afirmação da Índia ou do Brasil nos negócios internacionais parecem augurar uma transformação do estado do Mundo e das conexões de forças internacionais. Alguns se afirmam, como agiotas para as potências industriais, investidores no estrangeiro e/ou leaders em domínios chaves do Comércio Mundial (energia, agricultura, serviços, produtos manufacturados e/ou têxtil). Estão presentes como os “vencedores” da globalização do futuro.

(C)
Os círculos diplomáticos e financeiros assumiram como de costume reagrupar estes países sob o conceito comum de “BRIC” na sequência de um relatório prospectivo realizado no ano de 2003, pelo banco de Investimento Goldman Sachs. Este Estudo, que coloca o acento nos factores tangíveis da Potência, qualifica os BRIC de “Países emergentes”, pelo facto de possuírem, em comum, uma extensão territorial, uma densidade demográfica importante, abundantes recursos naturais, taxas de crescimento elevadas e uma participação activa no Comércio Mundial.
Sim, efectivamente, visto que as suas economias se encontram, num processo de desenvolvimento acelerado ao ponto que no ano de 2040, o PIB total dos países do BRIC deveria igualar o dos Estados Unidos da América do Norte, do Japão, do Reino Unido, da Alemanha, da França e da Itália. Actualmente, este círculo de potências ascendentes se alargou a outros países, tais como a África do Sul ou o México, o que deu origem ao acrónimo (vocábulo constituído pelas primeiras letras dos vocábulos componentes de uma expressão complexa), como dizíamos, “BRICSAM”, porém, sem realidade formal.
De sublinhar que, no fundo, o conceito de país emergente se inscreve na esteira e peugada do de “Mercado emergente”, preconizado pelo sector da finança Mundial, nos anos de 1980 para designar países em desenvolvimento, de crescimento acelerado e apresentando oportunidades de investimentos para as empresas do Norte.
E, como elucidação pertinente e oportuna, temos que: BRIC é um acrónimo criado em Novembro de 2001, pelo economista inglês, Jim O’NEILL, chefe de pesquisa em Economia global do grupo financeiro GOLDMAN SACHS, para designar, no relatório “Bulding Better Global Economic BRICS”, os quatro (4) principais “Países emergentes” do Mundo: Brasil, Rússia, Índia e China.

(D)
Este género de conexões tem o mérito de chamar a atenção do observador cientista para um fenómeno social, que até presentemente, tem sobretudo sido revezado pelas análises do mundo das médias. Todavia, a démarche analítica privilegiada não evita o escolho do pressuposto. Considera que o robusto potencial de desenvolvimento económico dos Países emergentes depõe a favor da multi-polaridade crescente da Ordem Mundial. Esta percepção, que reflecte a concepção dominante, no âmbito do Estudo dos Países emergentes, se desmarca, tanto por um determinismo dos factores materiais, como por um estatismo analítico.
Donde, em outros termos, o peso demográfico, territorial, económico, comercial…não significa necessariamente uma fonte de potência e nova configuração das conexões, política e económica internacional. É necessário, ainda que estes dissemelhantes elementos sejam mobilizados, de forma consciente e sistemático pelos Actores supracitados, com o objectivo de produzir influência e poder político.

Com efeito, no âmbito desta dinâmica, um Estado é considerado potente quando consegue combinar factores tangíveis e intangíveis. A potência não se define, por conseguinte, unicamente através dos “recursos militares”, tais como o peso económico ou a força militar, outrossim, através da capacidade de um Actor em se afirmar como uma referência, susceptível de mobilizar recursos materiais, tais como, a ideologia, as instituições ou a Cultura.

Finalmente, um outro elemento não quantificável, porém fundamental no Estudo da construção do Estatuto de Potência, mantém na representação. E, para melhor dizer (em outras palavras), se afigura, assaz essencial se interessar na imagem que o País se fez de si próprio e que procura veicular na cena Internacional. Enfim e, em suma: o reconhecimento deve identicamente entrar em linha de conta. Efectivamente, o Estatuto de potência de um País se constrói identicamente em função do reconhecimento exterior.

Lisboa, 06 Outubro 2009
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ELOCUBRAÇÃO NONA:

“Ser culto es el único modo de ser libre”.
José MARTÍ (1853-1895)

“Le vent qui souffle sur l’Afrique n’est pas un vent ordinaire, c’est un ouragan ».
SENGHOR

(I)
Se nos vincularmos, apenas e meramente ao seu desenvolvimento efectivo, a descolonização releva de um processo ininterrupto, remontando à partir do longínquo Ano de 1945, amadurecido e sazonado por um conjunto de factores cumulativos, relativamente indiferentes às flutuações da bipolarização Leste/Oeste.
Todavia, é, assaz evidente que, no âmbito da dinâmica enformadora do elo encadeamento/concatenação ou mimetismo, a Independência de uma colónia chama outras, no seio de um mesmo conjunto regional, ulteriormente, de um Continente para outro. Explicitando:
--- Foi, deste modo, que a Independência da Índia desemboca logicamente na de Ceilão e da Birmânia, indirectamente, em seguida na da Indonésia; e
--- Que, por seu turno, a França não pôde recusar à Tunísia o que acabava de acordar à Marrocos;
--- E que a Independência dos seus dois protectorados encoraja o nacionalismo argelino a reivindicar um tratamento análogo.
Enfim e, em suma: Identicamente, vai acontecer na África negra, onde a Independência do Gana (1957) e da Guiné Conacri (1958) abre a “caixa de Pandora” de uma descolonização, em cadeia, muito mais rápida do que prevista.

(II)
A despeito de, à parte as sobreposições, uma periodização não é impossível, o que não deixa, de se afigurar, oportuna e, quão pertinente, pois que elucida, em substância, acerca do contexto internacional da descolonização, outorgando todo o seu peso ao Evento/Acontecimento, em análise e estudo.
Donde e daí:
- Uma primeira fase se abre ao sair da Segunda Guerra Mundial e se encerra, com a Conferência de Genebra, no ano de 1945, dominada pela Independência das possessões asiáticas, prioridade que se explica pela maturidade dos partidos nacionalistas, fortalecidos para alguns pelos efeitos da Ocupação Japonesa. E, na sequência e, como corolário lógico as coisas principiam a se precipitar. Eis, então, que:
--- A Grã-Bretanha abre a via, acedendo, sem resistir (sem lutar), à reivindicação da Independência da Índia e das suas margens respectivas.
--- A despeito das resistências do Governo de Haia, a da Indonésia segue de muito perto, activada por uma robusta pressão internacional.
Prosseguindo, temos que: Dien Bien Phu (1954), a conferência de Bandung (1955) e a expedição de Suez (1956), três (3) Eventos/Acontecimentos que significam o recuo do colonialismo europeu e cuja a repercussão foi considerável, abrem, deste modo, uma Segunda fase enquadrada pela Independência dos protectorados franceses do Magrebe (1956) e o fim da Guerra de Argélia (1962).

E, entrementes, a Independência do Gana (1957), desencadeia uma primeira fase das Independências africanas, acordadas na precipitação pela Bélgica, com mais ponderação pela França e a Grã-Bretanha. Donde, se pode asseverar, que com a Independência de dezassete (17) países, o Ano de 1960 pode ser, de forma justa, proclamado como o “Ano da África”.

Todavia e, sem embargo, uma nova cesura (corte) intervém, no princípio dos anos sessenta do século XX passado, com o início do neo-alinhamento (conferência de Belgrado, 1961), a criação do Comité de descolonização, no âmbito da ONU (1961) e a da Organização dos Estados Africanos (1963).
Deste modo, de sublinhar, que doravante, a descolonização passa a assumir, menos um assunto de relações bilaterais que de solidariedade entre colonizados e mesmo, numa certa medida, entre países colonizadores. Se inscreve, deste molde, num alargamento dos seus Actores (o Terceiro Mundo, as Grandes Potências) e das suas apostas respectivas (o Apartheid, a Nova Ordem Económica Mundial). Dizia respeito, como ponto principal, a África lusa e os bastiões brancos da Rodésia e da África do Sul e assume a forma de guerras de Libertação longas e mortíferas, complicadas pela intervenção dos Estados vizinhos e pelo activismo das grandes potências.
Enfim, esta fase só termina, nos anos de 1975-1980, mesmo se a Namíbia só acede à Independência em 1990 graças ao aniquilamento do Apartheid, na África do Sul.

Lisboa, 02 Outubro 2009
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).
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