terça-feira, 15 de janeiro de 2008

SOARES É FANTÁSTICO

Numa altura em que o neoliberalismo tomou conta do Ocidente ― escangalhou e continua escangalhando cada vez mais a ordem e o modelo social europeu ― e os Estados Unidos se afundaram numa grave crise económica, militar e política; começa a surgir no horizonte dos principais países motores da Europa uma fina e vasta vibração popular que prenuncia as grandes viragens históricas.

Se nos Estados Unidos a cura para os seus problemas pode começar com a eleição de um novo presidente (sobretudo se esse presidente for Barak Obama), já na Europa a sorte de quem aqui vive não é ainda tanta como isso; embora se sinta, como disse, a vibração que prenuncia as tempestades: a queda no abismo vai continuar até que a força da realidade e a indignação dos povos se imponham aos políticos, os removam das lideranças e abram novos horizontes ao futuro.

É nessa base de pensamento que li este artigo que Mário Soares publicou hoje no DN. E onde a dada altura se pode ler (sublinhado de minha autoria):

«Foi criada, em Paris uma nova dupla de confusão política e ideológica, quando o que se impõe é clareza nas ideias e nos princípios: a dupla, Nicolas Sarkozy/Tony Blair, em nome da modernidade. Que modernidade? Obviamente a que agrada ao grande capital, que é velha e está muito desgastada pelas promessas não cumpridas. Os tempos agora são diferentes. Há clarificações que estão a ocorrer, por força das circunstâncias

«Depois do Iraque e da Cimeira dos Açores, o mundo está noutra...»

domingo, 13 de janeiro de 2008

"MELHORIAS" NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

(À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)

«Dezanove chefes das equipas da Urgência [do Hospital de Faro] continuam demissionários desde o princípio de Novembro, alegando falta de condições de trabalho.
O serviço de Urgências encontra-se à beira da ruptura, e ainda não chegou o período das gripes. A maioria dos utentes são idosos a soro, a aguardar por uma cama nos Cuidados Continuados. Quando conseguem "avançar três metros" em relação à porta de saída isso já é considerado uma vitória. Muitos são mandados para casa, regressando pouco tempo depois em situação de verdadeira emergência. Neste pingue-pongue entre o sai e entra no hospital, não se sabe quantos terão perdido.»


PÚBLICO, 13/01/2008

MAIS LUIZ PACHECO

Está aqui, no semanário SOL, aquela que, segundo o mesmo jornal, é a última entrevista de Luiz Pacheco.

Vá ler, mas leia sem tresler: Luiz Pacheco não estava a brincar com os entrevistadores quando dizia o que disse. Pacheco estava a ser sério e sincero (que são coisas diferentes difíceis de se conjugarem numa mesma pessoa).

Saboreei as respostas desse homem verdadeiro, e, sobretudo corajoso, pois, adivinho que não mais na vida lerá outro com essas características.

É que nós, os homens, somos todos uns cobardes. Uns mais cobardes que outros; mas todos cobardes. E é uma pena: não sei se só para nós mesmos; se só para os outros; se para a sociedade em geral.

Um Luiz Pacheco?... deve aparecer de século em século.

Ficam aqui quatro perguntinhas e as respectivas respostas da entrevista de Pacheco ao semanário Sol:

E os Gato Fedorento?
Nunca vi. Isso é de um filho da puta, aquele gajo, o Ricardo Araújo Pereira.

Que já o entrevistou para o Jornal de Letras…
Com o Rodrigues da Silva, um gajo que já conheço há muitos anos. Foram os dois entrevistar-me. E eu aí descaí-me, porque não estou aqui a fazer poses. Digo as coisas e depois o que sai é com vocês. Quero lá saber! Mas fui dizer que uma gaja me tinha feito um broche de pino. E o gajo meteu isso.

Mas de quem foi a culpa?
Fui na conversa. Saiu-me.

Era verdade ou não?
Puseram ali o broche de pino! O que é uma coisa de meter medo…

sábado, 12 de janeiro de 2008

JAMÉ, JAMÉ, JAMÉ, JAMÉ!

O Governo e o PS tudo fizeram para que o novo aeroporto de Lisboa fosse construído na Ota.

Agora sabemos que perderam a jogada e foram obrigados a aceitar Alcochete, no "deserto" da Margem Sul, como destino do novo aeroporto.

Mas não se escusaram de, em conferência de imprensa, fazer de nós parvos: dizer-nos que a nossa memória é uma bosta e que nunca disseram o que disseram sobre a Ota e sobre a Margem Sul.

Seria caso para nos indignarmos e dizer umas boas e feias palavras a esses senhores arrogantes que nos governam;

Mas riamos antes com este vídeo gosão que encontrei por aí na Net:

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"MELHORIAS" NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

(À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)



Hospital de Santata Cruz: transplantes suspensos por falta de seguro.



OLHEM QUE ESTA!

Vital está chateado e já descobriu grande marosca (com Ferreira do Amaral de permeio) na decisão de construir o novo aeroporto de Lisboa... em Alcochete.

Isso não se faz a quem tanto tem defendido o Governo e os apaniguados do Partido Socialista. Deveriam mandar construir-lhe o aeroporto no seu quintal em Coimbra para que o homem não pagasse portagens, e, tal como eu que moro a dois passos do aeroporto da Portela, e passarei a ficar a três passos do novo aeroporto em Alcochete, pudesse ir até a casa trocar de gravata ou beber mais um whisky, mesmo depois de feito o check-in e com o boarding pass na mão, antes de embarcar.

Mas isto não é para todos, meu caro, isto é só para quem mora em Lisboa.

E afinal se o Novo Aeroporto é DE LISBOA, por que carga d’água um cidadão de Coimbra tem que meter, da forma como o tem feito Vital, o bedelho na coisa?

Nota: A fotografia acima é de uma maquete de avião para ligar Coimbra a Lisboa (Alcochete); é bonita e divertida; que mais querem os habitantes de Coimbra?

DA VERGONHA AO AGRADECIMENTO

Fiz anos e as minhas filhas ofereceram-me um alcoolímetro digital.

Acho que isto quer dizer qualquer coisa...

Fica, por isso, ao critério da cada um julgar-me.

Mas, estranhamente, sinto-me tranquilo.

Será que atingi a senilidade e ando a fazer asneiras, ou, pelo contrário, estarei num estadio próprio de quem atingiu a antinóia* e deve, por isso, agradecer o presente?

(*) Vide “A Decadência da Família” da autoria do psiquiatra inglês, David Cooper.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

INTEIRAMENTE DE ACORDO

Com Baptista Bastos quando escreve isto hoje no DN:

O FASCISMO ANDA POR AÍ


Flauteando uma frase de Pacheco Pereira, e apavorado com a "tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder" do Executivo, António Barreto escreveu no Público [6. Janeiro, p.p.] um artigo, cujo conteúdo estilhaça o tom ameno e, até, conciliador, que lhe é habitual. Aflito, o conhecido sociólogo diz: "Foram tomadas medidas e decisões [sic] que limitam injustificadamente a liberdade dos indivíduos. A expressão de opiniões e de crenças está hoje mais limitada do que há dez anos. A vigilância do Estado sobre os cidadãos é colossal e reforça-se." Vão por aí fora, o pesado estilo e a rude acusação. Nunca, como agora, as vozes convergiram no apontar de excessos "autoritários" e em alvejar a infausta acção de um Governo sem sensibilidade, sem remorsos e sem grandeza.

Na recolhida sombra da minha prosa desalinhada e chã tenho procurado cumprir, com modéstia e aplicação, o dever que cabe a um autor sem amos e sem vis desígnios - dar com o sarrafo nas iniquidades do poder. Não estou isento, eu também, de levar umas ripadas, desferidas por quem não está de acordo comigo para estar de bem com o Governo. Malhas que o império tece...

A minha beligerância é conhecida. A do António Barreto, não; pelo menos até agora. Aparenta um homem de palavra grave, porém macia; um sociólogo propenso à mansidão da pesquisa e à quietude do gabinete; um cronista de comedida, acampado na serenidade do velho estilo e da antiga gramática. Ei-lo, então, fulminante, a tanger as cordas do conflito: "Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas, sinceramente, não sei." A frase não é pacífica e revela-se na ambiguidade da conclusão.

Se, por exemplo, eu escrevesse: "Não sei se Sócrates é malandro. Não me parece, mas, sinceramente, não sei" - a dúvida proposta nas locuções misturar-se-ia às meias-verdades sussurradas ao ouvido de outrem. É a intriga em marcha.

As inquietantes frases do Barreto excitam a imaginação dos detractores de Sócrates, suscitam a repulsa dos apaniguados, o sorriso dos adversários, a apreensão dos antifascistas e, acaso, a perplexidade do visado. E, também, a ira do José Manuel Fernandes, assinalado director do Público. Num editorial atravessado por transversais críticas a outros preopinantes, e abonando-se em Bento XVI, Stuart Mill, Coleridge e Isaiah Berlin (não sei se falhei algum outro), o Fernandes demonstra-nos a sua apoquentação com as críticas a "algumas leis e iniciativas do Governo". Não são algumas: são aquelas que têm imposto a radicalidade de uma "democracia administrativa", e retirado aos outros a autoridade da razão.

Não acredito que Sócrates seja fascista. Mas que o fascismo anda por aí, lá isso...

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DIFERENTE SEM DÚVIDA

Uma das facetas que distingue o cabo-verdiano é a forma descomplexada, o salutar “atrevimento”, como olha o mundo à sua volta, pensando grande, sonhando muito, lutando sempre e ousando cada vez mais e mais.



Fiquei satisfeitíssimo ao ler esta notícia :

Microsoft e Cabo Verde assinam acordo estratégico•

A multinacional norte-americana de informática Microsoft estabeleceu sábado na Praia uma parceria com o Governo de Cabo Verde para a criação no arquipélago dum centro de inovação para a governação electrónica.

O centro, destinado a melhorar as capacidades de pesquisa e desenvolvimento das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC), foi assinado pela ministra da Presidência do Conselho de Ministros e da Reforma do Estado de Cabo Verde, Cristina Fontes, e pelo presidente da Microsoft África, Cheick Diarra.

Nos termos do acordo, a empresa fundada por Bill Gates vai apoiar Cabo Verde na formação de quadros, na capacitação de escolas, no acesso e utilização das NTIC e na sua vulgarização no seio das comunidades.

O apoio ao sector privado e à educação, com programas de acesso à tecnologia com preço aceitável, de modo fomentar a literacia digital, é outro dos pontos contemplados no acordo, de três anos, renováveis se as partes assim o desejarem.

O acordo visa também estabelecer um quadro amplo de cooperação nas áreas de governação electrónica, educação, desenvolvimento das indústrias de tecnologia de informação e comunicação, bem como a transferência de tecnologias.

Na educação, a parceria prevê a criação de uma rede escolar com infra- estruturas e conteúdos para o ensino à distância.

O acordo estabelece que a Microsoft apenas cobrará a Cabo Verde os «custos mínimos» relacionados com a licença de utilização dos seus produtos.

Em contrapartida, a empresa espera poder utilizar os resultados do modelo da cooperação com Cabo Verde no âmbito da sua estratégia de conquista do mercado africano.
[...]

Diário Digital / Lusa 06-01-2008 16:01:00

domingo, 6 de janeiro de 2008

BOAVISTA 2 - 0 SPORTING

Nos anos sessenta o Dr. Lawrence J. Peter, dissertando sobre os sistremas hierárquicos nas empresas disse o seguinte:

"Numa administração estruturada hierarquicamente, as pessoas tendem a ser promovidas até ao seu nível de incompetência"

Esta asserção passou então a ser conhecida como “O Princípio de Peter”.


E aplica-se inteira e cabalmente a Paulo Bento. Se o Sporting quiser chegar mais longe terá que arranjar outro treinador; não que Paulo Bento seja um mau treinador, mas apenas porque ele já não consegue ir mais além do que já foi: atingiu o limite da sua incompetência, ou seja, não tem competência para ir mais além.

Aquela pinha já deu toda a fruta que tinha para dar.

Caput! Acabou!

MORREU LUIZ PACHECO


Esta última noite, às 22:17, morreu o editor e escritor, Luiz Pacheco.

Pela admiração que sempre nutri por este intelectual impar a quem se poderia muito bem chamar Homem-Verdade, fica aqui a expressão do meu pesar e duas frases do Luiz retiradas desta entrevista a Miriam Assor, publicada no Correio da Manhã de 8 de Abril de 2007.



O que é preciso para escrever bem?

«Ler muita coisa. Estar atento. E há gajos que escrevem sem nunca terem lido uma frase.»


O que nos diz dos políticos?

«São uns merdas. Comparados com eles próprios.»

BOM DOMINGO

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

DIÁRIO DO GOVERNO

Ao serviço de quem está o Diário de Notícias, afinal?

Eu respondo: está ao serviço do Governo.

Porque quando se titula numa notícia: «Hospital de Aveiro assume falha na assistência a idosa»;

E quando, lendo-se a notícia em causa, nela não se encontra o mínimo sinal correspondente ao título; isto não tem outro nome: chama-se sabujice da pior.

Toda a notícia é um libelo acusatório contra as más condições de assistência numa urgência hospitalar sobrelotada de doentes; libelo que não implica falência do Hospital por causa própria, mas incapacidade do mesmo para lidar com um volume elevado de doentes na urgência. Se isto é culpa do hospital, então bardamerda para a lógica.

O que acontece na notícia é que o seu “redactor” de serviço meteu nela um parágrafo assassino propositadamente intencional, mas estupidamente mal concebido (isto é, não conseguiu disfarçar o “servicinho” ao Governo), parágrafo que reza assim:

«Segundo a directora clínica, a doente acabaria por falecer cerca das 17.45, vítima de paragem cardio-respiratória, o que indicia não ter sido objecto "dos cuidados devidos".»

Onde é que a directora clínica diz que o hospital é culpado? Onde?! Ó seu manipulador de uma figa?

No tempo do fascismo a indivíduos destes pagava-se uma avença mensal; e eram desprezados nos jornais por todos os trabalhadores de espinha direita que lá trabalhavam.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

SEM COMENTÁRIOS

(MAS À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)

Aveiro: OM responsabiliza Governo por morte idosa na urgência.

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) responsabilizou hoje o Governo e o primeiro-ministro pela morte de uma idosa no Hospital de Aveiro, atribuindo a situação à sobrecarga da urgência, e ilibou a unidade de saúde e os profissionais.

«Que fique bem claro que a responsabilidade do que se passa no terreno é da errada política de Saúde do Governo. É ao primeiro-Ministro José Sócrates que devem ser imputadas responsabilidades», afirma José Manuel Silva, o bastonário em exercício.

«Tal como a Ordem dos Médicos tem insistentemente chamado a atenção, as urgências hospitalares estão a funcionar para além do limite das suas capacidades para atender os doentes, com qualidade, humanidade e rapidez. É óbvio, portanto, que a responsabilidade do que aconteceu não pode ser imputada ao Hospital de Aveiro e aos seus profissionais de saúde», conclui.

O comunicado, em que o bastonário apresenta condolências à família da vítima, reporta-se ao caso de uma idosa que morreu terça-feira nas urgências do Hospital de Aveiro sem sequer ter chegado a receber assistência médica e questiona quantos casos terão já acontecido no anonimato.

A doente deu entrada na Urgência do Hospital de Aveiro pelas 14:00 e, na fase de triagem, foi-lhe atribuída a cor amarela, pelo que teria de ser observada por um médico no espaço de uma hora.

Quando finalmente ia ser observada por um médico, pelas 17:45, três horas e 45 minutos depois de ter dado entrada, estava morta.
O bastonário em exercício salienta que a Ordem «tem denunciado as dramáticas consequências para o Serviço Nacional de Saúde e para os doentes do estranhamente acelerado encerramento dos recursos disponíveis para o atendimento de proximidade em situações de urgência/emergência».

Para José Manuel Silva, «não é possível continuar com mais encerramentos e devem ser reabertos alguns dos locais já encerrados, até a lenta reforma dos cuidados de saúde primários produzir alguns efeitos», bem como se concretizarem outras medidas como alargar a reforma dos cuidados continuados, ser conhecida a rede de emergência pré-hospitalar e a rede de referenciação das urgências ser divulgada e operacionalizada.

Diário Digital / Lusa

03-01-2008 19:34:00

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

ENTÃO, E A REMODELAÇÃO?


NÓS ENTRAMOS OU NÃO ENTRAMOS?
É que sabemos que ainda há muitas galinhas no País e também queremos a nossa parte.

ONDE PÁRA O ARAUTO?

Então, o Causa Vossa vitalícia não diz nada a isto?

Não elogia mais esta importante medida de construção do Estado Social ?

Está distraído ou quê?!

Mas quem os topa é Batista Bastos. Que escreveu apenas isto no "Diário de Notícias" de hoje, 02-01-2008:

"Já não há socialistas; há pragmáticos: a maravilha elástica que ministra intensas alegrias aos abjurantes do esquerdismo e aos comunistas contritos, alvoroçadamente convertidos aos prestígios do capitalismo".

PORREIRO PÁ!

A PREVISÃO DO ANO


A análise de Pacheco Pereira:

«Estamos hoje mais pobres e pedem-nos para sermos optimistas, estamos hoje menos livres e pedem-nos para sermos optimistas, estamos hoje mais dependentes e pedem-nos para sermos optimistas, estamos hoje mais fracos e pedem-nos para sermos optimistas. Há algo de tão errado neste optimismo que só me reforça o pessimismo.»

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

HÁ DIABOS COM SORTE

Estive doente, quase inválido fisicamente, com forte gripe, desde o dia 26 até ontem. Hoje estou finíssimo. Pronto para os 110 metros garrafeiras e outras provas habituais das festas de Fim de Ano.

BOAS ENTRADAS E BOM 2008 para todos.

domingo, 30 de dezembro de 2007

A FRASE DO ANO

“¿POR QUÉ NO TE CALLAS?”

É PROIBIDO FUMAR

Isto da proibição do tabaco, melhor dizendo, da proibição de fumar em (quase todos os) lugares públicos, tem que se lhe diga; e muito se tem dito acerca da justiça ou injustiça contida na decisão da proibição de fumar vertida nesta lei que vai entrar em vigor já no próximo dia 1 de Janeiro.

Há tomadas de posição para todos os gostos, umas de excelente estilo e perspicácia, que vale a pena ler, outras menos interessantes (ou mesmo pacóvias), quer contra, quer a favor da lei anti-tabaco. E em quase todas as tomadas de posição encontrámos razões de sobra para as mesmas.

O problema é bicudo porque se trata de um caso de Direito. E todos os casos de Direito são bicudos porque as leis se aplicam a todos por igual ― sendo nós todos diferentes.

Mas acalmai, ó fumadores! A História trabalha para vós. A “bicudeza” deste problema sofrerá o devido tratamento que oito séculos de História ensinaram ao povo português: em pouco tempo não haverá bicos nem arestas na lei, ela ficará redonda e lisinha que nem uma bola de bilhar.

Sempre foi assim, e assim será. Vereis!...

É um pouco como aquela história do controlo de presença de funcionários públicos através da leitura de parâmetros biométricos. Essa treta tem à sua volta tantas almofadas, alçapões, corredores, portas e janelas por onde se pode escapar à sua pretensa eficácia “controleira”, que o melhor mesmo era não se ter gasto tempo e dinheiro na sua implementação. É que até diminui a produtividade, acreditem que é verdade.

Mas é bonito ver esta gente toda a trabalhar nas leis, nos regulamentos, nas normas. São contributos interessantes para arquivar um dia nas estantes da Torre do Tombo.

É o português no seu melhor. Faz leis bonitas, exigentes e aparentemente eficazes; mas o diabo é que sobra esperteza e tradição suficientes para entortar de tal forma a lei que ela acaba por ficar inútil de tão domesticada e domada pela sociedade em geral.

Portanto, corações ao alto, ó fumadores! Isto só vai durar dois dias. Depois confiem na sabedoria popular e na tradição portuguesa segundo a qual:

As leis não são para se cumprir; são para se tornear e entortar.

Eu, sendo embora contra baforadas de fumo nas minhas ventas (e também nas ventas alheias); mas sendo também um estudioso (embora medíocre) da História de Portugal, dentro das minhas possibilidades e conhecimento, de há muito aplico em minha casa esta medida: quem quiser fumar que vá para a cozinha, feche a porta e ligue o exaustor. Perderá o convívio no resto da casa, é certo, mas sei que se vai matar com prazer e a bendizer-me.

Isso deixa-me em paz porque, integrado que estou na sociedade portuguesa, sinto-me a contribuir para o andamento perfeito da máquina histórica portuguesa.

Viva Portugal!

sábado, 29 de dezembro de 2007

A MÃO DE CAVACO SILVA

Com a nomeação de Faria de Oliveira para Presidente da Caixa Geral de Depósitos, temos assistido a declarações, quer da banda do PSD, quer da banda do Governo, a pretenderem reservar para si os louros da escolha.

Da banda do PSD temos Gomes da Silva a tocar a corneta anunciadora do feito; da banda do Governo, temos o próprio Ministro das Finanças a percutir o bombo noticioso.

Mas quem conhece o percurso de Faria de Oliveira e a sua relação com Cavaco Silva sabe de onde veio a “nomeação”; sabe a quem pertence a escolha.

MALHAS QUE A COLONIZAÇÃO TECEU

Será hoje que o Ministro das Finanças anunciará em conferência de imprensa o nome de Faria de Oliveira como o novo presidente do maior Banco português.

Como se sabe, Faria de Oliveira é militante do PSD desde os primórdios deste partido político: 1974.

Mas engana-se redondamente quem pensa que, por ser militante do PSD, Faria de Oliveira aceitará alguma vez “sugestões” do PSD sobre como gerir os destinos da Caixa Geral de Depósitos. Trata-se de um homem verdadeiramente independente (como certamente se verá ao longo do seu futuro mandato à frente da CGD) e estou convicto que o líder do PSD terá tanta (ou até menor) facilidade em falar com ele, como terão todos os outros líderes partidários portugueses.

É engraçado, para mim, registar que a melhor solução para a Caixa Geral de Depósitos vá passar, hoje, por alguém com fundas raízes solis e sanguíneas à Ilha do Fogo, em Cabo Verde: Faria de Oliveira descende de nada menos do que cinco gerações de portugueses cabo-verdianos; tendo, inclusive, sua mãe, Maria da Conceição, também nascido na ilha do Fogo.

Nota: A parte final desta posta foi editada para acrescentar a informação (antes involuntariamente omitida) do nascimento de Maria da Conceição na Ilha do Fogo.

PARABÉNS FERNANDO

Não é todos os dias que a gente tem o prazer de ver um familiar honesto, cujo curriculum fala por si, num alto posto de uma instituição pública prestigiada ― neste caso a Caixa Geral de Depósitos ― em Portugal.

De seu nome completo, Fernando Faria de Oliveira, um verdadeiro engenheiro formado pelo Instituto Superior Técnico em 1965, honrará certamente os seus pergaminhos e fará jus ao seu brilhante e imaculado curriculum, emprestando à Caixa Geral de Depósitos a credibilidade, a eficácia e a independência de que a mesma precisa para se manter no universo bancário português como o Banco de referência que é.

O “Fernandinho” ― como lhe chamava a avó, Lia Avelino Henriques, tia-avó deste humilde e desgraçado blogueiro que com sua acção macula indelevelmente o invejável curriculum do primo segundo ― está mais uma vez de parabéns e merece toda a confiança do Estado e dos accionistas da Caixa Geral de Depósitos, pois, trata-se do homem certo no lugar certo.

Ao invés de outros.

(Desculpem a frase final; mas não podia terminar sem deixar a minha marca “maculatória” nesta posta).

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A FUNÇÃO DAS COISAS

Cada uma destas escovas está desgastada mas vai cumprindo a sua serventia.

Não sei porquê lembro-me delas quando leio certas postas na blogosfera.

E ATÉ SE DIZ QUE CAVACO CONCORDOU

A gente ouve e fica estupefacta:

Um professor de finanças disse ontem em entrevista a Mário Crespo, no “Jornal das Nove” da SIC Notícias, que não concebia o facto de Carlos Santos Ferreira, presidente da Caixa Geral de Depósitos (Banco do Estado), transitar para igual lugar no BCP (Banco privado) visto que os dois bancos são concorrentes [são rivais, são inimigos, são adversários ― chamemos-lhe o que quisermos] e que Carlos Santos Ferreira conhece muito bem todos os pontos fracos, toda a estratégia, todos os clientes da Caixa Geral de Depósitos, e que com isso poderia facilmente beneficiar o BCP em detrimento do banco estatal.

E comparou o caso ao absurdo de, de um dia para o outro, Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, vir a ser presidente do Benfica.

É mais que evidente que esta transferência de Carlos Santos Ferreira para o BCP, ainda por cima com o beneplácito (se não a sugestão do Governo) seria um acontecimento altamente escandaloso que faria cair todos os prédios da Wall Street, em Nova Iorque, se lá tivesse acontecido. Aliás, é totalmente impensável que uma coisa destas pudesse acontecer um dia num país onde a economia e as finanças públicas estivessem separadas dos interesses económicos e financeiros privados.

Quando julgava-mos já ter visto tudo... eis que ainda há mais e mais para ver.

Consta que os maiores accionistas do BCP concordaram todos com a transferência em causa.

Pudera!

É fartar vilanagem.

domingo, 23 de dezembro de 2007

À ESPERA DE SER PRIMEIRO-MINISTRO

Numa caricatura bem conseguida o Kaos fez um diagnóstico radical do que vai na cabeça do líder “desmantelador” do PSD.

Espero, por isso, ter permissão do “Kaos” para reproduzir aqui o boneco.

O PALERMA E O ESPERTO

O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, respondeu aqui, e bem, às palermices declaradas ontem em entrevista ao Expresso pelo líder do PSD.

Disse Teixeira dos Santos, segundo o Diário Digital:

«O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou que a promessa do líder do PSD, Luís Filipe Menezes, de desmantelar o Estado em seis meses é «infeliz» e «tem um toque um pouco anarquista».

Mas não vale a pena Teixeira dos Santos nos vir tentar convencer de que este Governo não «desmantela» nada; desmantela, sim senhor: está em curso, desde há pelo menos dois anos, o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde por parte deste Governo.

O que em Filipe Menezes é palermice, neste Governo é esperteza; esta a grande diferença.

sábado, 22 de dezembro de 2007

O PORTUGUÊS E OS ELEVADORES

UMA RELAÇÃO IMPOSSÍVEL



Definitivamente o português não sabe utilizar elevadores. Nunca soube, nunca aprendeu, e parece que não tem capacidade para um dia vir a aprender como é que deve utilizar essas máquinas desconcertantes que são os elevadores.

É vê-lo, por exemplo, nos centros comerciais:
Está no quinto andar e quer ir para cima, ao sexto andar;
O que é que faz?
Carrega nos dois botões (com setas) que estão à sua disposição,
E logo que se abre a porta do elevador ele entra de roldão com a família;
Uma vez dentro do elevador, carrega no botão com o número 6 (sexto andar)e seja o que Deus quiser;
Fecha-se a porta e o elevador começa a descer;
«Ah, vai para baixo» ― exclama, pasmado, o português;
E de andar em andar, numa via-sacra lenta de morrer, num pára-arranca sofrido, desce à cave -4;
Depois inicia uma penosa subida até ao sexto andar onde queria ir de início.
No fundo, para ir do quinto ao sexto andar, viajou por 19 andares em vez de subir apenas um só andar.
Tudo porque não sabe, não quer saber ou não tem capacidade para saber interpretar simples símbolos luminosos.

O erro fundamental começa logo quando pensa (acho que pensa ― dou-lhe esse benefício) que UMA SETA PARA CIMA SERVE PARA PUXAR O ELEVADOR PARA CIMA quando este está “lá em baixo”; e que A SETA PARA BAIXO, É PARA PUXAR O ELEVADOR PARA BAIXO quando este está lá em cima.

Depois há a incapacidade evidente de interpretar a marcha do elevador através da leitura dos algarismos (em crescendo ou em decrescendo) que vão indicando onde está a cada momento o bicho maldito.

E com isso, quando temos a desdita de visitar um centro comercial ou temos de ir a uma repartição pública instalada em andar, deparamo-nos sempre com os elevadores a abarrotar de povo desorientado sempre a perguntar: «onde é que estamos?» «Já chegámos ao sexto andar?» «Ainda falta muito?»...

Oh sorte madrasta!

Faço votos para que com o NOVO ANO Deus ilumine esses cérebros caliginosos!

“MELHORIAS” NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

(À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)



«O ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciou hoje o encerramento do bloco de partos de Chaves e dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP), no período nocturno, de Murça, Alijó, Vila Pouca de Aguiar e Peso da Régua

ESTE INDIVÍDUO É PERIGOSO

Leiam aqui as enormidades que ele disse ao Expresso de hoje. Com ele a liderar o PSD, Sócrates tem o poder garantido por muitos e bons anos.

Por mim desprezo-o profundamente; porque desprezo profundamente qualquer médico que não exerça a profissão.

Vejam só a cara de palerma que fez para a fotografia publicada pelo mesmo jornal.

E reparem nestas pérolas de puro e perigoso delírio:

«O Estado deve sair do ambiente, das comunicações, dos transportes, dos portos e, na prestação do Estado Social, deve contratualizar com os privados e acabar com o monopólio na saúde, educação e segurança social»

Não admira que Cavaco não lhe ligue nenhuma; nunca gostou de palermas e já no passado mostrou isso mesmo.

Este é mais um caso; o PSD que vá procurando outro líder.

LEIA LIVROS MUITOS LIVROS

Que quando a morte o visitar, por certo terá valido a pena viver.
BOM DIA!

O Bibliómano Visitado pela Morte
(Peter Klaucke)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

CLARO COMO ÁGUA


Este é um cartão de Boas Festas concebido e vendido em Cabo Verde, e que de lá me foi enviado por um amigo.

Está aqui o retrato mental completo do cabo-verdiano: de onde vem, como vive, o que pensa e como sente o seu lugar no mundo; quais as suas aspirações, os seus sonhos e o modelo de vida que quer ter; quais os objectivos que persegue enquanto nação em evolução.

Não há discurso político nenhum diferente (que os tem havido), quer dos responsáveis políticos cabo-verdianos, quer ainda de alguns intelectuais fundamentalistas, que consiga inflectir ― um milímetro só que seja ― o rumo que segue o povo cabo-verdiano.

BOAS FESTAS A TODOS.

CONSELHO AMIGO

Que pode ir ainda a tempo:

DEIXE O CARTÃO DE CRÉDITO EM CASA

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

SIMPLESMENTE FANTÁSTICO, MAN!

O correspondente da BBC em Lisboa, Mark Doyle, despachou para Londres esta interessante notícia sobre o encerramento da Cimeira UE-África, notícia que termina assim:

Grand language
The Summit ended, as do most meetings of this sort, with smiling photocalls.
The Portuguese Prime Minister, Jose Socrates, gave an extraordinary closing speech which spoke about bridges being built, steps forward being taken, and visions being pursued.
He went off on such an oratorical flight, in fact, that I became mesmerised by the beauty of the Portuguese language and the elegance of his delivery.
I was so bewitched that I didn't register any concrete points in the speech at all.
Perhaps there weren't any. But it certainly sounded good
.

Pelos vistos, palavras ocas mas bonitas (e musicais) de José Sócrates no discurso de encerramento da Cimeira.

Parece que Mark Doyle terá ficado fã da Língua Portuguesa.

Valha ao menos isso.

NINGUÉM DUVIDA

Director nacional da PJ garante que "onda de assassínios" no Porto vai parar.

Ai vai, vai! Disso ninguém duvide!

Quanto mais não seja quando restar apenas o último pistoleiro...

Aí pára mesmo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

AÍ ESTÁ A ALTERNATIVA DO PSD

DESMANTELAR O ESTADO

A notícia é do PUBLICO.

«O novo líder social-democrata afirmou que, nos últimos dois meses, tem liderado uma “oposição tranquila” por considerar que o país não estaria atento às suas propostas, mas prometeu que, “a partir de Janeiro, o PSD vai demonstrar aos portugueses que tem um rumo” para Portugal.»

«Entre as propostas que promete apresentar no próximo ano, Menezes destacou um “grande programa” de privatizações, mudanças na legislação laboral, a liberalização da educação e um pacote para a descentralização da administração, garantindo que o grupo parlamentar vai ser uma peça fundamental no combate político.»

E já agora ― acrescentaria eu ― dar um pontapé no cu a cada português.

domingo, 9 de dezembro de 2007

REALIDADE OU ILUSÃO?

Dizem que há em Lisboa uma Cimeira União Europeia África.

Eu, o que tenho sabido é que há uns senhores governantes ou presidentes de países africanos e da Europa comunitária que andam por aí em jantares e poses para fotografia, em que se destacam o senhor Muhamar Al-Kadhafi (de grandes óculos escuros “tapadores”) e o senhor Mugabe (limpinho e impecavelmente vestidinho) apresentando às câmaras fotográficas e televisivas o seu conhecidíssimo esboço de bigode hitleriano.

Para além disso e das perturbações do tráfego automóvel em certas zonas de Lisboa, nada mais parece estar acontecendo.

Ah, mas desde que se iniciou esta Cimeira (que parece que não é cimeira) há uma coisa que tenho ouvido (mais que lido) ― de vez em quando ― e que me deixa o ego um pouco... assim... a modos que... “elevadote”: Cabo Verde tem sido referido como exemplo para várias “coisas” que a Europa apreciaria ver acontecer em África em geral.

Mas depois começo a pensar e fico naquela: porquê África há-de seguir o exemplo de Cabo Verde, um país pericontinental, periafricano, que vive de olhos postos na Europa e nos Estados Unidos, e que quando olha para o continente africano ― ou é para se angustiar, ou é para dar um rápido abraço de agradecimento aos amigos angolanos, voltando de imediato a concentrar-se no seu modelo europeu e americano!

Agora digam-me lá uma coisa: do que é que se trata nessa Cimeira UE África?

Posso lá ir beber um copito de vinho e comer dois croquetes e um rissol de camarão?

DESAPARECIDO ANTES DO COMBATE

A partir do momento em que foi eleito presidente do PSD, Menezes mudou de postura transformando-se num ser ensonado de voz pausada e cava dando a quem o vê e ouve a sensação de estar a sair da cama ou... de um jazigo de um cemitério vizinho qualquer.

Julga (ou julga por ele o seu gabinete de imagem) que aquela é que é postura de homem de estado.

Puro engano! Ainda não se apagou da memória dos portugueses a imagem do outro Menezes ― o que é presidente da Câmara de Gaia ― e assim sendo: quando se vê agora este Menezes, ressuscitado do sono ou da tumba, o que se pensa é isto:

― Olha o gajo! Quem é que ele julga que engana com esta encenação pacóvia, ainda por cima desastrada, de homem de estado? Vá mas é dar uma volta!

E com isso Sócrates pode dormir descansado: se fizer uma boa remodelação governamental ainda acaba o mandato em graça, apesar de todas as maldades e crueldades que tem feito aos portugueses.

É que não se vê alternativa. Menezes é um mau actor: é um canastrão de primeira. Com ele e com Santana ― Santana que já demonstrou no Parlamento que não tem “recheio” nenhum que se veja ― o desastre eleitoral do PSD está garantido.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

QUEIROZ INTELIGENTE

Depois de Soares Franco ter metido a instituição, Sporting Clube de Portugal, ao barulho (fazendo com que a direcção deste clube declarasse Carlos Quiroz “persona non grata” em Alvalade) tentando transformar aquilo que seria apenas uma troca de palavras entre ele e o treinador adjunto do Manchester United, Carlos Queiroz, numa questão entre o Sporting e o mesmo Queiroz;

Eis que Carlos Queiroz (que de parvo não tem nada ― e ainda por cima só bebe água), inteligente, acaba de entalar Soares Franco ao demonstrar que se as coisas são como este diz: então o assunto é entre o Sporting e o Manchester United.

E se assim vier a ser... lá se terão que deixar de queimar uns charutos valentes por conta de negociações e vendas de jogadores para o clube inglês, pois que as coisas se tornarão mais difíceis para o Sporting: será natural o Manchester passar a fazer os “aliciamentos” a jogadores do Sporting através de empresários em vez de pôr Queiroz a contactar directamente a direcção leonina.

E a relação dos jogadores com o próprio clube, por certo não serão beneficiadas com este comportamento charutal, vaporal do presidente do Sporting, Soares Franco. Talvez o mal-estar que se apoderará de certos jogadores venha a ter reflexos no seu desempenho nos jogos do leão.

É de presidentes destes que o Sporting não precisa. Eu, quando os vejo de charuto na boca, penso sempre que aquela fumarada toda: ou é porque já têm o cérebro toldado, ou vai toldar-lhes o cérebro dentre em pouco.
Pois é!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

MESQUINHICE DE GENTE PEQUENA

«O Sporting declarou, esta madrugada de segunda-feira, em comunicado emitido pelo Conselho Directivo do clube, o treinador-adjunto do Manchester United, o português Carlos Queiroz, “personna non grata” nas instalações leoninas e, nomeadamente, no Estádio Alvalade XXI»

Carlos Queiroz e Soares Franco ofenderam-se mutuamente; vai daí Soares Franco faz aprovar, em reunião de direcção do clube, um comunicado declarando Queiroz «persona non grata» nas instalações do clube.

Isto suscita-me dois comentários.

Primeiro comentário: Soares Franco não é o Sporting. Portanto, o máximo que Soares Franco podia fazer era declarar Queiroz “persona non grata”... em sua casa. Nunca em Alvalade. É que as ofensas não envolveram o Sporting Clube de Portugal;

Segundo comentário: Esta declaração que Soares Franco obrigou os demais elementos da direcção do Sporting a votar é um acto desesperado para desviar as atenções dos sportinguistas dos reais problemas que o Sporting actualmente atravessa no campo desportivo, em que um treinador que já atingiu o limite da sua incompetência (provando mais uma vez que o princípio de Peter continua válido) é mantido no lugar só porque é um treinador barato e com isso permite que os dirigentes continuem as suas almoraçaradas e jantaradas de três em pipa, em ambientes de vapores estonteantes e de grossas fumaradas de charutos caros.

Vejam lá que consequências teria para o Sporting se o Manchester United se lembrasse de cometer a mesma asneira e declarasse Soares Franco persona non grata nas instalações daquele clube, por ter ofendido Carlos Queiroz!

Esta saga soares-franquista é ridícula e mesquinha, e só desprestigia o Sporting. Aqui sim: quem devia ser declarado persona non grata é Soares franco por estar a servir-se do Sporting para dar cobertura a disparates que disse sobre Queiroz.

domingo, 2 de dezembro de 2007

SPORTING 1-1 UNIÃO DE LEIRIA

Acabámos todos de ver o resultado da escolha de Paulo Bento: o Sporting podia ter ganho ao Leiria por uma bola a zero; e não ganhou porque Rui Patrício, um guarda-redes inexperiente, deu um frango de todo o tamanho que permitiu o empate ao adversário.

Por culpa exclusiva de Paulo Bento.

Está visto que este indivíduo não pode continuar a sujeitar uma instituição centenária e respeitável, como é o Sporting Clube de Portugal, a vergonhas destas.

Apenas porque tem um desaguisado e não gosta da maneira de ser do melhor guarda-redes que o Sporting tem, Stojkovich, arroga-se o direito de não o pôr a jogar dando o lugar a um miúdo ainda sem experiência ― que até é capaz de se traumatizar com os erros que, naturalmente, vai cometendo ― afundando a equipa na tabela classificativa.

Isto já vai sendo demais. Alguém tem que dar um murro na mesa e obrigar Paulo Bento a respeitar o Sporting Clube de Portugal. Se só o respeitará com o despedimento, então que seja despedido!

E que vá ao psiquiatra que talvez bem precise disso.

LOGO MAIS TEREMOS O SPORTING - LEIRIA

Eu nada queria dizer sobre este assunto. E até me perguntei: mas quem é Paulo Bento para eu estar aqui a preocupar-me com essa figurinha a ponto de escrever mais uma posta sobre o homem.

Mas a verdade é que Paulo Bento é o treinador do meu Sporting; portanto... é alguém que merece, forçosamente, a minha atenção.

Até porque:

Mais uma vez, esse cabeça de abóbora, que se chama Paulo Bento, por birra, não faz alinhar Stojkovich à baliza, escalando o miúdo Rui Patrício para o sacrifício.

Eu faço votos e rezo a todos os santos (em quem, infelizmente, não acredito) para que Rui Patrício cometa uma série infindável de erros de principiante e o Sporting perca em casa por uma cabazada inédita contra o Leiria.

Depois de um almoço bem regado, que faria inveja a Soares Franco (mas... atenção: não estou a falar em bebidas alcoólicas), presidente emérito do meu clube, só me apetece dizer a esse mitra do Paulo Bento o seguinte:

o Sporting não é o Reboleira Futebol Clube; o Sporting é um clube de respeitabilíssimos pergaminhos, cujo treinador... ou se educa e aprende a comportar-se como um gentleman, ou vai para a rua conviver com a malta do centro comercial Colombo... e arredores.

Sou claro nisso, presumo!

E por aqui me fico para não ofender a honra de alguma mulher.

sábado, 1 de dezembro de 2007

UM GRANDE SEDUTOR



Filósofo, político, heterossexual e grande sedutor, o Picasso é muito diferente do Gauguin: prefere estar com as pessoas a quem dispensa as maiores atenções.

Nada parvo, sabe escolher as companhias.

Mónica e Rubim visitaram o primo, Picasso, no outro dia; e ele (Picasso) pediu-me que registasse o momento em que, entre copos, levou a melhor, conquistando a dama ao seu marido.

GAUGUIN ATACA DE NOVO


O grande artista comedor de flores voltou a atacar; desta vez foram rosas amarelas as vítimas do ataque; anteriormente tinha vitimado umas orquídeas.

Desta vez ele foi tão obstinado no ataque que não esperou pela ausência das pessoas para o concretizar; o descaramento foi total... e as pessoas ajudaram à festa, como, aliás, se pode constatar na fotografia presente.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

EM DIA DE GREVE

Leia este prefácio de um livro actual de Jacques Attali.

«Estamos hoje a decidir o que o mundo será em 2050, a preparar o que ele será em 2100. A nossa forma de agir determinará se os nossos filhos e os nossos netos viverão num mundo habitável ou se terão de lidar com um inferno, odiando-nos por isso. Para lhes deixarmos um planeta em condições dignas, é necessário pensar o futuro, compreender de onde ele vem e como agir sobre ele. É possível: a História obedece a leis que permitem prevê-la e conduzi-la.

A situação é clara: as forças do mercado assumiram a liderança do planeta. Expressão última do triunfo do individualismo, esta marcha vitoriosa do dinheiro explica em larga medida os mais recentes sobressaltos da História, que tentámos acelerar, recusar, dominar.

Se esta tendência seguir o seu curso, o dinheiro acabará com tudo o que pode fazer-lhe frente, incluindo os Estados, que destruirá progressivamente, mesmo os Estados Unidos da América. Tornando-se a lei única do mundo, o mercado dará origem àquilo que designarei como um hiperimpério, inatingível e de amplitude planetária, criador de fortuna e miséria extremas; a natureza será hipotecada; tudo será privatizado, inclusive as forças armadas, a polícia e a justiça. O ser humano viverá equipado com próteses, antes de se tornar ele próprio um artefacto, vendido em série a consumidores que se vão por sua vez transformando em artefacto. Depois, tendo-se tornado inútil às suas próprias criações, o homem desaparecerá.

Se a humanidade recuar perante este futuro e interromper a globalização através da violência, antes mesmo de se libertar das suas alienações anteriores, cairá numa sucessão de barbáries regressivas e batalhas devastadoras, utilizando armas hoje impensáveis, num conflito entre Estados, grupos religiosos, entidades terroristas e piratas privados. Chamarei esta guerra de hiperconflito. Um tal cenário poderia também levar ao desaparecimento da humanidade.

Por fim, se a globalização puder ser contida sem ser recusada, o mercado puder ser circunscrito sem ser abolido, se a democracia puder ser instituída em todo o planeta sem se desvirtuar, se se puder pôr fim ao domínio de um império sobre o resto do mundo, então veremos surgir um novo horizonte de liberdade, responsabilidade dignidade, superação e respeito pelo outro. A essa possibilidade darei o nome de hiperdemocracia. Este sistema conduzirá à formação de um governo mundial democrático e de um conjunto de instituições locais e regionais. Permitir-nos-á também, mediante uma reinvenção das fantásticas potencialidades das tecnologias futuras, chegar a uma situação de gratuitidade e abundância; aproveitar de forma equitativa os benefícios da imaginação do mercado; proteger a liberdade tanto dos seus próprios excessos como dos seus inimigos; deixar às gerações vindouras um ambiente mais bem protegido; fazer nascer, através de todos os saberes do mundo, novas formas de viver e de criar em conjunto.

Poderemos, assim, contar a história dos cinquenta anos que seguem: antes de 2035, assistiremos ao declínio do império americano provisório como todos os que o antecederam. Depois, veremos surgir, uma após outra, as três vagas do futuro: hiperimpério, hiperconflito e hiperdemocracia. A priori duas vagas fatais. Uma terceira a priori impossível.

Estes três futuros virão, sem dúvida, misturar-se; já se encontram interligados.

Acredito que, por volta de 2060, possa triunfar a hiperdemocracia, forma superior de organização da humanidade, expressão última do motor da História: a liberdade.»


Este remate final do prefácio ― a manifestação de crença no triunfo da hiperdemocracia ― que acabámos de ler, destina-se, no meu entender, a animar o leitor; a dar-lhe alguma esperança no futuro. Para além disso, é “politicamente correcto” escrever isso.

Mas eu estou com Jacques Attali naquilo que ele pensa mas não escreve taxativamente: o futuro vai ser mas é muito lixado para a humanidade. Não vai haver hiperdemocracia nenhuma; e esta é talvez a "vaga" que ele acha a priori impossível.

Como Jaime Nogueira Pinto expressou um dia num debate televisivo, também eu «não acredito na bondade do ser humano».

Nota: Recomendaria este livro àqueles membros do Partido Socialista que ainda se dedicam à leitura (e aposto que Manuel Alegre já o leu); que ainda acreditam que o cérebro humano serve para alguma coisa: para fazer escolhas políticas, por exemplo.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

PARA QUE FIQUE CLARO

Pelo que tenho visto e apreciado, Rui Patrício tem todas as condições de vir a ser um excelente guarda-redes. Precisa é de tempo e treino adequado para consolidar as suas qualidades e desenvolver aquelas que só a experiência pode fornecer.

Há é que fazer uma escolha, acho eu: ou Rui Patrício vai desenvolver esse trabalho noutro escalão do clube ou mesmo noutra equipa ― por empréstimo, por exemplo ― ou vai praticando na baliza da equipa principal do Sporting sujeitando-a às vicissitudes (golos e derrotas) que temos constatado e que serão sempre inevitáveis.

Ao que parece, o treinador acha que esta última hipótese é a melhor. Eu acho que é a pior.

O tempo nos dirá de sua justiça.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

MANCHESTER 2-1 SPORTING

Digam lá o que disserem...

O segundo golo, o que deu, há pouco, a vitória ao Manchester United sobre o Sporting, foi uma bola de livre que entrou precisamente no chamado “lado do guarda-redes”.




Esse "lado" chama-se “do guarda-redes” porque é ao guarda-redes que compete cobri-lo aquando da marcação de livres pelo adversário.

Vejam bem as imagens: Rui Patrício, o guarda-redes do Sporting, colocou-se mal (aliás, estava bem colocado e saíu de lá) e não cobriu bem "o seu lado".

Não cobriu!

A imaturidade tem dessas coisas!

Pois...

domingo, 25 de novembro de 2007

“MELHORIAS” NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

(À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)
Eu não queria falar disto, pois, de tão sério que é, até parece anedota.
Veio há dias o Tribunal de Contas dizer-nos, a todos, que os hospitais antigamente mal geridos, que gastavam muito porque desperdiçavam à brava os recursos à sua disposição, agora que passaram a ter gestão empresarial (do melhor que há), do tipo CORTA, CORTA, CORTA, afinal, fazendo menos, gastam ainda mais dinheiro do que anteriormente.

...E o Zé pagode a queixar-se das taxas moderadoras, das taxas de internamento, do fecho de maternidades e de Serviços de Atendimento Permanente, do aumento das listas de espera cirúrgicas, das listas de espera DAS PRIMEIRAS CONSULTAS, etc...

― Mas onde é que está esse buraco tão grande aonde vai parar toda essa massa que desaparece, assim, de tão bem gerida?!

QUANDO AS VISTAS SÃO CURTAS

E FALTA CULTURA QB... HÁ BARRACA

Sei que percebo muito pouco da teoria do futebol: Uma vez assisti a um jogo pela televisão, comentado por José Mourinho, e, durante aquela hora e meia, aprendi mais sobre futebol do que em anos a jogar, a ver futebol e a ler artigos sobre futebol.

Mas há uma coisa que sei razoavelmente (senão mesmo bem): avaliar o desempenho dos guarda-redes de futebol; e concluir das suas capacidades, dos seus defeitos e das suas virtudes como guarda-redes.

E é por isso que afirmo aqui: a crise actual do Sporting pode ter muitas origens que me escapam; mas uma delas não ― e está na falta de um bom guarda-redes.

Dos guarda-redes que o Sporting tem acontece o seguinte:

1) Tiago tem vários defeitos que nem vale a pena enumerá-los (não serve, pura e simplesmente) e se joga, a culpa é do treinador;

2) Rui Patrício é um jovem promissor que vi jogar poucas vezes e que cometeu no último jogo contra o Leixões o erro de socar no chão uma bola que devia e podia agarrar provocando com isso um golo (perdoa-se-lhe o deslize pela imaturidade, mas não é em jogos a doer que os guarda-redes jovens devem treinar-se ― culpa do treinador);

3) Stojkovich é um bom guarda-redes em todos os “capítulos”; precisa apenas de rotina de jogo (do tão falado “entrosamento”) com os defesas e a equipa (e é a jogar que pode ganhar essa rotina); mas parece que o treinador não vai com a sua cara ou com a sua maneira de ser; e quem se lixa é o Sporting pois parece que o ego do Sr. Paulo Bento é mais importante que os pergaminhos do clube.

O jogo da próxima terça-feira, para a Liga dos Campeões, contra o Manchester United, é para perder ― isso já percebemos ― pois se houvesse a mínima intenção de ganhar (e devia haver) quem deveria jogar à baliza seria Stojkovich.

Jogando Rui Patrício, mais uma vez vamos assistir a um exercício gratuito e doentio de autoridade por parte de Paulo Bento, em nítido prejuízo de uma instituição centenária como é o Sporting Clube de Portugal que merece maior respeito.

DUAS NOTAS APENAS

A primeira para constatar um fenómeno comum a duas pessoas bem mediáticas que se eclipsaram subitamente: Maria José Morgado e José Sá Fernandes. Perderam o pio desde que lhes deram que fazer nas áreas que os levava a falar dia sim, dia não.

(Que lições tirar disso?)

A segunda nota é para chamar a vossa atenção para o blogue de Pedro Santana Lopes; leiam tudo e tirem as vossas conclusões sobre o homem. Por mim constatei o que me pareceu inconstância e dispersão de ideias; ingenuidade; mágoas de menino ofendido com sacudidelas do berço em que dormia; uma certa dificuldade em dominar (talvez apenas preguiça em aprimorar) o Português escrito; solidão; e muita preguiça em trabalhar as questões de fundo, de modo a poder apresentá-las na sua completude desde a formulação à conclusão, passando, como é óbvio, pela sua historização, análise, debate e síntese.

Assim não me parece que o pássaro volte a levantar voo.

sábado, 24 de novembro de 2007

É QUASE SEMPRE ASSIM

Segundo notícia do Diário Digital «Um soldado português em missão no Afeganistão morreu num acidente rodoviário com um blindado durante uma patrulha nocturna nos arredores de Cabul, disse à Lusa uma fonte do Estado Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) ».

Que eu tenha memória, quase nunca os soldados portugueses morrem em combate ou numa emboscada feita pelo inimigo. Quase invariavelmente morrem de... acidentes de viação.

É a fatalidade rodoviária a perseguir o português onde quer que ele esteja.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

UMA QUESTÃO DE GOSTO

Pode haver quem goste; mas, definitivamente,

não gosto desta senhora.

ESTADOS DE ALMA

Desculpem lá a sinceridade; mas leiam tudo o que se publicou ontem e digam-me se tenho ou não razão em dizer isto:

Estamos a viver num "reino" de filhos da puta!

domingo, 18 de novembro de 2007

A LUZ DAS TREVAS

Esta fotomontagem, no WEHAVEKAOSINTHEGARDEN, está bem conseguida.

E poderia muito bem ser publicada sem qualquer texto ou legenda.

Parabéns ao autor.

CONTRARIEDADES

Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros
Consecutivamente.

Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.


(Cesário Verde)

Bom dia!

FORÇA CHÁVEZ AFINAL TINHAS RAZÃO

Depois de lido esta notícia do Expresso concluo que afinal Hugo Chávez tinha todo o direito de chamar (como chamou) fascista a José Maria Aznar na Cimeira ibero americana do Chile.

E tenho de retirar a minha concordância (aqui anteriormente expressa no blogue) com o «por qué no te callas» que então o rei de Espanha dirigira a Chávez.

É que nem Zapatero, nem o rei, nem ninguém naquela cimeira tinha afinal o direito de exigir que Chávez respeitasse o ex-primeiro-ministro espanhol, José Marai Aznar, se a mesma exigência não existe em Espanha para com o Partido Popular (no seu todo) que acaba de chamar (oficial e institucionalmente) "palhaço" a Hugo Chávez, pela boca do porta-voz das relações exteriores do Partido Popular Espanhol (PP), Gustavo de Arístegui, que declarou na conferência de imprensa acima referida pelo Expresso ser Hugo Chávez uma das pessoas mais «ridículas, apalhaçadas, exageradas e inconsequentes que existem no panorama político mundial».

Quando assim é, só há que dizer uma coisa:

Força Chávez! Chama-lhes mais nomes ainda!

sábado, 17 de novembro de 2007

O COMÉRCIO ESTÁ ESQUISITO

Dois dirigentes desportivos do Sporting de Lamego encontraram-se na quinta-feira passada com dois árbitros de futebol, em Tondela e Castro Daire.

Sabedores de que algo de anormal se iria passar naquele encontro, dirigentes da arbitragem distrital daquela zona alertaram a Polícia de Segurança Pública (PSP) para o facto.

A PSP surpreendeu os quatro senhores em plena «transacção de dinheiro». E prenderam-nos para averiguações.

Depois um dirigente do Sporting de Lamego veio dizer que «um dos dirigentes desportivos é vendedor de peças automóveis» pelo que não sabia se o encontro não se resumiria a uma venda de peças de automóveis.

Claro! então não se está mesmo a ver que se tratava de uma transacção de peças de automóveis!

Aliás, é assim que se compram peças de automóveis em Portugal. Eu, no outro dia, precisei de uma bateria para o meu popó; informei-me a saber como haveria de adquiri-la; disseram-me que eu teria que contactar um árbitro de futebol para que este ma fosse comprar num encontro com dirigentes desportivos na marisqueira Toca do Gato Preto, em Portimão.

Pois!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

«DISPA-SE SE FAZ FAVOR»

Isto é recorrente: de vez em quando aparece alguém a apadrinhar ou a divulgar a ideia de que o numerus clausus para o curso de Medicina em Portugal é fixado pela Ordem dos Médicos.

Por vezes é a ignorância que leva a essas declarações; outras vezes é a má-fé.

Informo a quem não saiba:
O numerus clausus das Faculdades de Medicina em Portugal é fixado pelo Governo através do Ministério da Educação.


Mas mais uma vez, agora via um jornal espanhol, lá apareceu um tal de dr. Campillo a dizer a bacorada.

Esta, entretanto, passaria sem reparo, não viesse o conhecidíssimo Causa Nossa (nossa salvo seja ― até parece que a "causa" é só de um) divulgar o dislate campilloso em mais um ataque quixotesco e ridículo às “corporações” (desta vez contra os médicos).

Mas creio que ficou claro para todos onde está a ignorância e onde estará a má-fé.

Deus o perdoe, pois sabe-se muito bem que a coerência não mora lá e o dislate é livre e não escolhe os seus progenitores.

Aquela de que «têm muito poder» (os médicos) revela a verdadeira dor apendicular de quem gostaria de ver todos os médicos na sarjeta para assim exorcizar-se quanto mais não seja da “humilhação” que estes lhe terão um dia (ou muitas vezes) infligido ordenando-lhe em consulta: «dispa-se se faz favor». Ordem à qual, com toda a certeza deste mundo, sempre obedeceu.

O verdadeiro poder do médico, meu caro, advém dos seus conhecimentos científicos; não precisa criar corporações para ter poder. Basta-lhe ser Médico.

Dói! Eu sei que dói constatar o poder do médico! Aliás, a psicologia está cheia de estudos sobre esta problemática.

É ler um pouco disso em vez de andar a disparar freneticamente em todas as direcções.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

BOM DIA

Pacheco Pereira publica hoje no “Abrupto” um poema genial de Edwin Morgan; cujo não resisto a transcrever na íntegra para que resida para sempre, também aqui no “África Minha”.


The First Men on Mercury

-We come in peace from the third planet.
Would you take us to your leader?

-Bawr stretter! Bawr. Bawr. Stretterhawl?

-This is a little plastic model
of the solar system, with working parts.
You are here and we are there and we
are now here with you, is this clear?

-Gawl horrop. Bawr Abawrhannahanna!

-Where we come from is blue and white
with brown, you see we call the brown
here ‘land’, the blue is ‘sea’, and the white
is ‘clouds’ over land and sea, we live
on the surface of the brown land,
all round is sea and clouds. We are ‘men’.
Men come –

-Glawp men! Gawrbenner menko. Menhawl?

-Men come in peace from the third planet
which we call ‘earth’. We are earthmen.
Take us earthmen to your leader.

-Thmen? Thmen? Bawr. Bawrhossop.
Yuleeda tan hanna. Harrabost yuleeda.

-I am the yuleeda. You see my hands,
we carry no benner, we come in peace.
The spaceways are all stretterhawn.

-Glawn peacemen all horrabhanna tantko!
Tan come at’mstrossop. Glawp yuleeda!

-Atoms are peacegawl in our harraban.
Menbat worrabost from tan hannahanna.

-You men we know bawrhossoptant. Bawr.
We know yuleeda. Go strawg backspetter quick.

-We cantantabawr, tantingko backspetter now!

-Banghapper now! Yes, third planet back.
Yuleeda will go back blue, white, brown
nowhanna! There is no more talk.

-Gawl han fasthapper?

-No. You must go back to your planet.
Go back in peace, take what you have gained
but quickly.

-Stretterworra gawl, gawl…

-Of course, but nothing is ever the same,
now is it? You’ll remember Mercury.

(Edwin Morgan)

domingo, 11 de novembro de 2007

UM ARTISTA SINGULAR



Esta é uma casa de gatos ― fique a saber quem não saiba!

Já algumas vezes mostrei e falei do meu gato, o Picasso, que anda sempre a dormitar sobre a secretária quando eu ando por aqui a fazer disparates do tipo ― ler, escrever, blogar, estudar, etc. O Picasso é um intelectual de sólida craveira e tem formação política invejável, mas com um defeito ― é de esquerda.

Mas não é dele que vos quero falar hoje. Hoje quero é apresentar-vos o irmão gémeo do Picasso, o Gauguin. Generoso, meigo, sedutor e grande amigo, o Gauguin alia a sensibilidade artística ao destino trágico que o acompanha desde muito pequeno: sofre do coração. Tem uma importante dilatação cardíaca a ponto de experimentar alguma dificuldade em respirar quando se cansa porque o coração ocupa grande parte do tórax retirando campo à necessária expansão dos pulmões. Apesar da doença o Gauguin vive a vida com alegria, corre e pula pela casa toda e só pára quando lhe sobrevém uma espécie de tosse que lhe lembra que ele não pode cometer excessos.

O Gauguin só permanece vivo (e já lá vão 4 anos) porque lhe é ministrado, religiosa e diariamente, um comprimido para ajudar a sua máquina cardíaca a bater mais devagar e com melhor rendimento; assim não fosse... e ele já era memória há um ror de tempo.

A faceta artística do Gauguin manifesta-se sobretudo quando ele vê flores; é um apreciador embevecido e viciado de flores. Quando vê uma jarra com flores é capaz de esperar o tempo que for necessário para se chegar às flores; costuma passar horas e horas olhando através dos vidros da porta da sala, para uma jarra contendo aquilo que ele um dia me confidenciou ser «a minha ambrósia e o meu mel», isto é ― flores; e só descansa depois de cumprir o seu desígnio supremo: tocar e comer as flores.

É isso mesmo: tocar e comer as flores.

As fotografias foram feitas hoje. E não me desmentem.

“¿POR QUÉ NO TE CALLAS?”

O REI DE HISPANIA (COM ELES NO SÍTIO)
MANDA CALAR HUGO CHÁVEZ




Aconteceu ontem na Cimeira Ibero-americana que decorre no Chile: depois de insultos de Hugo Chávez ao antigo primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar, D. Juan Carlos não esteve com meias medidas: mandou calar Chávez.

Há certamente quem ache a atitude do rei pouco democrática; mas de duas uma ― ou faria o que fez (mandar calar Chávez), ou alguém se incumbiria de insultar Chávez transformando a cimeira numa peixeirada degradante e inútil.

sábado, 3 de novembro de 2007

O RATO MORTO DA SAÚDE

Quando são noticiadas anomalias nos domínios da Saúde, invariavelmente aparece alguém que vem explicar ao povão, às vezes com gráficos e números, as razões por que as coisas correram mal. Como se uma simples explicação, na óptica dos responsáveis pela coisa, viesse alterar os factos e fazer com que tudo passasse então a ser suportável e admissível.

Quando assisto a isso costumo habitualmente pensar naquela frase de Fradique Mendes, personagem de Eça de Queiroz:

― Se um rato morto me disser ― «eu cheiro mal por isto e por aquilo e sobretudo porque apodreci» ― eu nem por isso deixo de o mandar varrer do meu quarto.

DOS JORNAIS

E SEM COMENTÁRIOS

«Direcção do Hospital de Faro reconhece perigos para doentes nas urgências»

Apesar de tudo, Bom Dia!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

NEM DE PROPÓSITO


Com a devida vénia publico esta caricatura que furtei do WEHAVEKAOSINTHEGARDEN

GRANDE CAVADELA

A Dra. Carmen Pinatelli, Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, acabou, há bem pouco (20:16 PM), de dar, no telejornal da RTP1, a seguinte explicação para refutar que as listas de espera de primeiras consultas, nos hospitais, tenham a dimensão que foi divulgada naquele telejornal (380.000 doentes); disse a senhora (e cito de cor): os números podem ser outros, não estou a dizer que sejam maiores ou menores que o divulgado, mas, por exemplo, há pessoas nas listas de espera que já faleceram.

Ouviram? Faleceram na lista de espera de primeiras consultas.

E está tudo bem. E isso serve para, com toda a normalidade, se explicar e minimizar o impacte do elevadíssimo número de doentes em espera de primeiras consultas (e só estamos a falar de primeiras consultas).

O que é que se há-de querer? Estamos em Portugal.

ESTAVA TUDO NOS ASTROS

Ouvi hoje, ao fim da tarde, no programa Contraditório da Antena1, mais uma vez, dito agora pelo jornalista Carlos Magno, a estafada frase «os hospitais públicos portugueses produzem pouco: os blocos operatórios, por exemplo, deviam trabalhar mais, deviam ser rentabilizados e não estão a sê-lo.»

Mas quando é que esta gente; quando é que toda a gente percebe que para os blocos operatórios trabalharem mais horas e serem rentabilizados, há que ter mais pessoal a trabalhar neles; que há que gastar mais dinheiro; e deixam de pensar que os mandriões dos cirurgiões, e dos anestesistas, e das enfermeiras, e dos auxiliares é que não querem trabalhar.

É assim tão difícil perceber isto?

Não há tanta gente assim nos hospitais, meus amigos; e cada vez há menos gente a trabalhar nos hospitais, meus amigos.

Acordem! Percebam o que se passa!

Estamos a assistir, na Saúde, à gestão do CORTA, CORTA, CORTA. Isto tinha e tem que ter consequências. E não são os privados que vão resolver os problemas que vão aparecendo: porque os privados são mais caros e por via disso não são para toda a gente.

E a tendência existente é para o agravamento da situação ― tanto pela forma como o Governo governa a Saúde; como pela forma como o PSD (futuro Governo) pretende governar a Saúde: em vez de olharem para os Estados Unidos como exemplo a evitar, olham para lá como modelo a copiar.

Será a catástrofe a prazo.

ÁGUA NA FERVURA


Afinal Leopard não é aquela máquina que a publicidade da Apple me fez crer que era; Leopard tem ainda muitos calcanhares de Aquiles que precisam ser tratados com a futura distribuição de bugfixes e updates por parte da empresa de Steve Jobs.

Veja aqui uma resenha de problemas e probleminhas que a revista PC World encontrou no Leopard e publicou há apenas cinco dias.

Se quer ter o Leopard e não se importa com os problemas relatados, força! Corra já a comprar a coisa; mas se é prudente, espere para ver como vai evoluir a situação. Instale uma versão “patcheada” no seu PC e tire conclusões pessoais. É capaz de ser mais seguro, sempre são mil e tal euros que custa o bicho.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

ELE HÁ COISAS FANTÁSTICAS, NÃO HÁ?

Foi uma questão de... ZERO dias ― é isso que eu gosto nos verdadeiros hackers: aqueles que dedicam o seu tempo não a destruir mas a solucionar problemas informáticos verdadeira ou aparentemente difíceis.

O elogiadíssimo e cobiçadíssimo sistema operativo da Machintosh, denominado Leopard, viu a luz do dia no passado dia 26 de Outubro. Nós aqui já escrevêramos sobre ele dizendo: «Trata-se de uma pequena maravilha para todos os seus utilizadores ― facilidade, versatilidade, rapidez, beleza, inovação, são algumas das muitas palavras que se deve utilizar para descrever o Leopard.» E em jeito de previsão escrevemos então: «Por este andar o futuro é da Mac. Com toda a certeza.»

Pois bem, eis que tivemos esta notícia de que no mesmo dia do seu lançamento os hackers interessados na coisa já tinham construído um patch que utilizaram para que o Leopard funcionasse num PC com determinadas características, a principal a saber: ter processador Intel ou AMD capaz de correr instruções SSE2 ou SSE3 (esta de preferência); e ficou-se assim sem a necessidade de gastar €1.500 ou €1.700 num Mac. Basta comprar o Leopard por €128 e instalá-lo no PC juntamente com o patch; ou conseguir um Leopard pirata que fica ainda mais barato.

ESTE É DOS MEUS

Você, caro leitor, que ― como eu, aliás ― só bebe água, tome cuidado com as fontes da dita; veja só o que aconteceu ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, durante a última cimeira do G8.



Traduzo as palavras do apresentador televisivo:

«Agora não resisto à tentação de vos apresentar o início da conferência de imprensa do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, à saída desta cimeira; ele saía de um encontro com o seu colega russo, Vladimir Putin, e aparentemente ele só bebeu água.»

Vive la France!

PERSPECTIVAS

Eu, como sportinguista, tenho vergonha em festejar uma vitória do Sporting sobre o Fátima.

― Sobre o quê!?...

Mas... vá lá: não posso deixar de felicitar esse profissional único que é Liedson.

Eu disse ÚNICO!