domingo, 11 de novembro de 2007

UM ARTISTA SINGULAR



Esta é uma casa de gatos ― fique a saber quem não saiba!

Já algumas vezes mostrei e falei do meu gato, o Picasso, que anda sempre a dormitar sobre a secretária quando eu ando por aqui a fazer disparates do tipo ― ler, escrever, blogar, estudar, etc. O Picasso é um intelectual de sólida craveira e tem formação política invejável, mas com um defeito ― é de esquerda.

Mas não é dele que vos quero falar hoje. Hoje quero é apresentar-vos o irmão gémeo do Picasso, o Gauguin. Generoso, meigo, sedutor e grande amigo, o Gauguin alia a sensibilidade artística ao destino trágico que o acompanha desde muito pequeno: sofre do coração. Tem uma importante dilatação cardíaca a ponto de experimentar alguma dificuldade em respirar quando se cansa porque o coração ocupa grande parte do tórax retirando campo à necessária expansão dos pulmões. Apesar da doença o Gauguin vive a vida com alegria, corre e pula pela casa toda e só pára quando lhe sobrevém uma espécie de tosse que lhe lembra que ele não pode cometer excessos.

O Gauguin só permanece vivo (e já lá vão 4 anos) porque lhe é ministrado, religiosa e diariamente, um comprimido para ajudar a sua máquina cardíaca a bater mais devagar e com melhor rendimento; assim não fosse... e ele já era memória há um ror de tempo.

A faceta artística do Gauguin manifesta-se sobretudo quando ele vê flores; é um apreciador embevecido e viciado de flores. Quando vê uma jarra com flores é capaz de esperar o tempo que for necessário para se chegar às flores; costuma passar horas e horas olhando através dos vidros da porta da sala, para uma jarra contendo aquilo que ele um dia me confidenciou ser «a minha ambrósia e o meu mel», isto é ― flores; e só descansa depois de cumprir o seu desígnio supremo: tocar e comer as flores.

É isso mesmo: tocar e comer as flores.

As fotografias foram feitas hoje. E não me desmentem.

“¿POR QUÉ NO TE CALLAS?”

O REI DE HISPANIA (COM ELES NO SÍTIO)
MANDA CALAR HUGO CHÁVEZ




Aconteceu ontem na Cimeira Ibero-americana que decorre no Chile: depois de insultos de Hugo Chávez ao antigo primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar, D. Juan Carlos não esteve com meias medidas: mandou calar Chávez.

Há certamente quem ache a atitude do rei pouco democrática; mas de duas uma ― ou faria o que fez (mandar calar Chávez), ou alguém se incumbiria de insultar Chávez transformando a cimeira numa peixeirada degradante e inútil.

sábado, 3 de novembro de 2007

O RATO MORTO DA SAÚDE

Quando são noticiadas anomalias nos domínios da Saúde, invariavelmente aparece alguém que vem explicar ao povão, às vezes com gráficos e números, as razões por que as coisas correram mal. Como se uma simples explicação, na óptica dos responsáveis pela coisa, viesse alterar os factos e fazer com que tudo passasse então a ser suportável e admissível.

Quando assisto a isso costumo habitualmente pensar naquela frase de Fradique Mendes, personagem de Eça de Queiroz:

― Se um rato morto me disser ― «eu cheiro mal por isto e por aquilo e sobretudo porque apodreci» ― eu nem por isso deixo de o mandar varrer do meu quarto.

DOS JORNAIS

E SEM COMENTÁRIOS

«Direcção do Hospital de Faro reconhece perigos para doentes nas urgências»

Apesar de tudo, Bom Dia!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

NEM DE PROPÓSITO


Com a devida vénia publico esta caricatura que furtei do WEHAVEKAOSINTHEGARDEN

GRANDE CAVADELA

A Dra. Carmen Pinatelli, Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, acabou, há bem pouco (20:16 PM), de dar, no telejornal da RTP1, a seguinte explicação para refutar que as listas de espera de primeiras consultas, nos hospitais, tenham a dimensão que foi divulgada naquele telejornal (380.000 doentes); disse a senhora (e cito de cor): os números podem ser outros, não estou a dizer que sejam maiores ou menores que o divulgado, mas, por exemplo, há pessoas nas listas de espera que já faleceram.

Ouviram? Faleceram na lista de espera de primeiras consultas.

E está tudo bem. E isso serve para, com toda a normalidade, se explicar e minimizar o impacte do elevadíssimo número de doentes em espera de primeiras consultas (e só estamos a falar de primeiras consultas).

O que é que se há-de querer? Estamos em Portugal.

ESTAVA TUDO NOS ASTROS

Ouvi hoje, ao fim da tarde, no programa Contraditório da Antena1, mais uma vez, dito agora pelo jornalista Carlos Magno, a estafada frase «os hospitais públicos portugueses produzem pouco: os blocos operatórios, por exemplo, deviam trabalhar mais, deviam ser rentabilizados e não estão a sê-lo.»

Mas quando é que esta gente; quando é que toda a gente percebe que para os blocos operatórios trabalharem mais horas e serem rentabilizados, há que ter mais pessoal a trabalhar neles; que há que gastar mais dinheiro; e deixam de pensar que os mandriões dos cirurgiões, e dos anestesistas, e das enfermeiras, e dos auxiliares é que não querem trabalhar.

É assim tão difícil perceber isto?

Não há tanta gente assim nos hospitais, meus amigos; e cada vez há menos gente a trabalhar nos hospitais, meus amigos.

Acordem! Percebam o que se passa!

Estamos a assistir, na Saúde, à gestão do CORTA, CORTA, CORTA. Isto tinha e tem que ter consequências. E não são os privados que vão resolver os problemas que vão aparecendo: porque os privados são mais caros e por via disso não são para toda a gente.

E a tendência existente é para o agravamento da situação ― tanto pela forma como o Governo governa a Saúde; como pela forma como o PSD (futuro Governo) pretende governar a Saúde: em vez de olharem para os Estados Unidos como exemplo a evitar, olham para lá como modelo a copiar.

Será a catástrofe a prazo.

ÁGUA NA FERVURA


Afinal Leopard não é aquela máquina que a publicidade da Apple me fez crer que era; Leopard tem ainda muitos calcanhares de Aquiles que precisam ser tratados com a futura distribuição de bugfixes e updates por parte da empresa de Steve Jobs.

Veja aqui uma resenha de problemas e probleminhas que a revista PC World encontrou no Leopard e publicou há apenas cinco dias.

Se quer ter o Leopard e não se importa com os problemas relatados, força! Corra já a comprar a coisa; mas se é prudente, espere para ver como vai evoluir a situação. Instale uma versão “patcheada” no seu PC e tire conclusões pessoais. É capaz de ser mais seguro, sempre são mil e tal euros que custa o bicho.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

ELE HÁ COISAS FANTÁSTICAS, NÃO HÁ?

Foi uma questão de... ZERO dias ― é isso que eu gosto nos verdadeiros hackers: aqueles que dedicam o seu tempo não a destruir mas a solucionar problemas informáticos verdadeira ou aparentemente difíceis.

O elogiadíssimo e cobiçadíssimo sistema operativo da Machintosh, denominado Leopard, viu a luz do dia no passado dia 26 de Outubro. Nós aqui já escrevêramos sobre ele dizendo: «Trata-se de uma pequena maravilha para todos os seus utilizadores ― facilidade, versatilidade, rapidez, beleza, inovação, são algumas das muitas palavras que se deve utilizar para descrever o Leopard.» E em jeito de previsão escrevemos então: «Por este andar o futuro é da Mac. Com toda a certeza.»

Pois bem, eis que tivemos esta notícia de que no mesmo dia do seu lançamento os hackers interessados na coisa já tinham construído um patch que utilizaram para que o Leopard funcionasse num PC com determinadas características, a principal a saber: ter processador Intel ou AMD capaz de correr instruções SSE2 ou SSE3 (esta de preferência); e ficou-se assim sem a necessidade de gastar €1.500 ou €1.700 num Mac. Basta comprar o Leopard por €128 e instalá-lo no PC juntamente com o patch; ou conseguir um Leopard pirata que fica ainda mais barato.

ESTE É DOS MEUS

Você, caro leitor, que ― como eu, aliás ― só bebe água, tome cuidado com as fontes da dita; veja só o que aconteceu ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, durante a última cimeira do G8.



Traduzo as palavras do apresentador televisivo:

«Agora não resisto à tentação de vos apresentar o início da conferência de imprensa do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, à saída desta cimeira; ele saía de um encontro com o seu colega russo, Vladimir Putin, e aparentemente ele só bebeu água.»

Vive la France!

PERSPECTIVAS

Eu, como sportinguista, tenho vergonha em festejar uma vitória do Sporting sobre o Fátima.

― Sobre o quê!?...

Mas... vá lá: não posso deixar de felicitar esse profissional único que é Liedson.

Eu disse ÚNICO!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

ESPREITOSCÓPIO

DE BELÉM PARA O MUNDO





Pastéis de Belém esta manhã
(Canon G9, ajustes manuais)

- Clique na foto para ver melhor -

COISA NA COISA NÃÃÃÃOO!!!


A Singapore Airlines inaugurou o seu mais sofisticado avião, o Air Bus A380, que está equipado com esta cama de casal na super primeira classe. Puritanamente admitem que um casal que nela se deite possa tocar-se de diversas maneiras: mão na mão, mão na coisa, coisa na mão

Mas... coisa na coisa nããããoo!!!

Com efeito o porta-voz da companhia aérea, o senhor Stephen Forshaw, declarou isto à imprensa: "If couples used our double beds to engage in inappropriate activity, we would politely ask them to desist,". Leia a notícia aqui.

BAPTISTA BASTOS NO SEU MELHOR

Escreve sobre as sondagens que abateram o PS:

«Não gosto de escrever isto: mas José Sócrates mentiu, descredibilizou todos os princípios de progresso e de justiça contidos na doutrina do seu partido, tripudiou sobre os códigos genéticos de uma certa esquerda, desrespeitou os eleitores e desacreditou as palavras, em nome de uma receita pessoal. A fraude não poderia manter-se. O confronto político estava retirado, inexistia ou se dissolvia numa inutilidade loquaz. As coisas mudaram de figura. A consistência deste Executivo é tão frágil que duas ou três brandas declarações de Menezes se transformaram em hecatombe. As sondagens podem ser fluidas mas estabelecem inevitáveis indicadores. Apavorado, Vítor Ramalho conclamou: "É urgente que o PS regresse à matriz." Interroguemo-nos para saber se é ainda possível manter viva a esperança de transformação da sociedade, que o "socialismo antigo" propunha e o "socialismo moderno" tem espancado sem clemência.»

E termina com este parágrafo:

«Escrevi, nesta coluna, que o debate iria animar. Para governo e conceito de José Sócrates lembro um velho ditado: "Quem melhor cama fizer nela se deitará."»

Vem hoje aqui no Diário de Notícias.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

TECNOLOGIA DE PONTA

Aterraram por aqui nos últimos dias dois gadgets de superior qualidade: primeiro, este micro helicóptero eléctrico controlado remotamente por rádio comando; depois esta fabulosa point&shoot, a G9 da Canon.


De comum só têm o tamanho ― ambos são pequenos e de fácil transporte ― porque, se por um lado a Canon é facílima de usar; já o helicóptero é difícil de pilotar embora não esteja equipado com o passo variável (o comando de torção das pás que permite as inclinações laterais, frontal e posterior) que tornaria a tarefa muitíssimo mais exigente. Mas mesmo apenas com os comandos dos rotores principal e de cauda, a coisa fia fino e não é qualquer um que o faz voar. Quem já escaqueirou helicópteros, como eu já fiz algumas vezes no passado, sabe do que estou a falar.

sábado, 27 de outubro de 2007

BOM DIA


(Clique na imagem para aumentar. Vale a pena fazê-lo)

Pense no país; pense em si; pense nos seus familiares e amigos; pense na vida dos seus familiares e amigos; pense no mundo em que todos estamos inseridos; pense nos conflitos que atravessam a humanidade; pense na VIDA.

Olhe para esta imagem ― tente analisá-la ―
e tente sentir a emoção que ela lhe desperta.

Tenha um bom dia e um bom fim-de-semana.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

PORTUGAL ESTÁ PERIGOSO (II)

OU O REBENTAMENTO DA “CORDA”
QUE NEM A PRESIDÊNCIA DA UE EVITOU


Finalmente aparece uma sondagem que reflecte aquilo que a maioria dos portugueses sente no dia-a-dia perante o ataque desenfreado do Governo aos funcionários públicos, aos juízes, aos professores, aos médicos, aos enfermeiros, aos contribuintes, aos reformados, aos deficientes, aos doentes, aos sindicatos, A QUASE TODOS OS PORTUGUESES, AFINAL:

As intenções de voto no Partido Socialista caem da maioria absoluta para um escasso ponto percentual sobre o PSD.

Já se tornava estranhíssimo que com todo o descontentamento manifestado quotidianamente ― a toda a hora ― pelos portugueses face à governação socialista, as sondagens continuassem a dar resultados altamente favoráveis ao Governo e ao PS como se essas sondagens fossem realizadas no Largo do Rato ou noutro planeta qualquer; ou então como se os portugueses tivessem todos perdido colectivamente o juízo e merecessem internamento em campos psiquiátricos.

Muitas pessoas me disseram várias vezes, perante a publicitação de resultados de sondagens altamente favoráveis ao Governo, que achavam que se tratava de desinformação e propaganda pois não se acreditava que a realidade do país, coisa que a maioria dos portugueses conhece na pele, não se traduzisse de forma negativa para o Governo nas sondagens .

«Há marosca nas sondagens», disse-me certo dia um amigo.

Pois hoje divulgou a TSF e escreveu o Diário Digital esta notícia:

«Dados do barómetro DN/TSF/Marketest indicam que os socialistas registam 36,9 por cento das intenções de voto, enquanto o PSD recolhe 35,9, naquele que é quase o seu melhor resultado dos últimos dois anos.»

«Para que este resultado fosse possível, o PSD conseguiu uma subida de oito pontos percentuais, num estudo realizado após a eleição de Luís Filipe Menezes como presidente do partido, enquanto o PS caiu quase cinco pontos.»


Finalmente parece que a verdade se impôs a ponto de não mais ser possível encobri-la aos olhos de todos. Já se tornava estranho, escandaloso e incompreensível que se mantivesse o apoio maioritário a um Governo que inaugurou a fórmula de GOVERNAR CONTRA (contra tudo e contra todos), pensando autistamente que é possível ganhar jogos diminuindo salários, maltratando os jogadores, ameaçando-os de expulsão e ameaçando extinguir o clube.

Chegou-se ao ponto de não se saber a favor de quem, afinal, governa o PS.

Pois parece haver um Governo de Portugal... contra os portugueses.

Isto é uma aberração. Que as sondagens não podiam deixar de reflectir.

E ei-las aí!

Mas não nos iludamos: se o PSD ganhar umas eleições fará ainda pior do que está a fazer o PS; daí a perigosidade em que se vive.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

A S ROMA 2 ― SPORTING 1

OXALÁ CORRA BEM

O Sporting joga daqui a menos de duas horas contra o A. S. Roma, clube italiano de largo curriculum europeu. Paulo Bento, o treinador leonino, resolveu dar a titularidade ao guarda-redes suplente, Tiago, por ter castigado (embora tenha vindo desmentir isso de forma esfarrapada) o guarda-redes titular, Stojkovic, que se atrasou no regresso após participação na selecção sérvia; Stojkovic não foi sequer convocado para este jogo, tendo ficado em Lisboa.

Tiago é um guarda-redes de qualidade mediana com o defeito principal de resolver mal os lances aéreos. Veremos do que será capaz logo à noite.

Se o caldo se entornar por banda do Sporting e Tiago for responsável pela coisa, lá se irão alguns milhões de euros borda fora, com a agravante de se comprometer seriamente a passagem do Sporting às eliminatórias que se seguirão a esta fase de grupos.

Às vezes é melhor reprimirmos o pequeno ditador que nos habita e tentarmos resolver os conflitos e as indisciplinas por uma via menos troglodita, em nome de interesses maiores, quando, como é o caso, eles se apresentam tão claramente.

Mas, já que o facto está consumado ― Força Sporting; e que alguma poção mágica similar à do druida Panoramix te ajude a dar uma coça aos romanos.

domingo, 21 de outubro de 2007

NO REINO DA MAÇÃ


Estará já disponível no próximo dia 26, para os utilizadores de computadores Machintosh, o novo sistema operativo da Apple denominado LEOPARD.

Trata-se de uma pequena maravilha para todos os seus utilizadores ― facilidade, versatilidade, rapidez, beleza, inovação, são algumas das muitas palavras que se deve utilizar para descrever o Leopard.

Veja aqui uma demonstração da coisa e fique a sonhar com um computador iMac.

Agora percebo bem por que é que se pode correr o sistema operativo Windows num Mac, mas não se pode correr o Leopard num PC ― a Microsoft perderia em pouco tempo grande parte do domínio de que ainda desfruta no mercado doméstico da informática.

Por este andar o futuro é da Mac. Com toda a certeza.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

PORTUGAL ESTÁ PERIGOSO

MAS SÓCRATES PODE DORMIR DESCANSADO

Está a decorrer neste preciso momento na RTP1 uma entrevista ao recém-eleito líder do PSD, Luís Filipe Meneses.

O que o homem disse no primeiro quarto de hora da entrevista chega para perceber que se o PSD (dele e de Santana Lopes) tomasse conta do poder em Portugal

― iria f.... esta m.... toda.

― Sem apelo nem agravo.

Seria certamente mais um período de desvario e de experimentalismo político de alto risco (a modos do que se assistiu já com Santana Lopes) que colocaria o país à beira do, senão mesmo no abismo.

Há que travar este homem que demagogicamente pede o apoio de todos os deserdados do socialismo socrático, mas que na sua acção os desgraçaria ainda mais, ao mesmo tempo que produziria novos desgraçados dentre os que estão hoje a escapar à razia socialista na administração pública, na saúde e na educação, por exemplo, para só referir as áreas mais afectadas.

Com Sócrates caminha-se para o inferno a passos largos; com Meneses seria o despenhamento imediato no abismo.

Razão teve (uma vez mais) Mário Soares quando disse: «a eleição de Meneses foi uma desgraça para o PSD». Pois é, e esperemos que seja mesmo apenas para o PSD

É por isso que actualmente o melhor conselho que se pode dar aos jovens é este: façam os vossos cursos e depois pirem-se daqui enquanto é tempo. Não se casem para já; não tenham filhos; não comprem casa ou outros bens a crédito. Emigrem, não tenham medo de o fazer, que lá fora ainda podem ser gente e viver uma vida digna.

É que hoje já não há políticos (e forças políticas organizadas ― partidos políticos) onde pontifiquem homens e mulheres de visão e com verdadeiro sentido de Serviço Público, capazes de (muitas vezes com sacrifício pessoal) trabalharem em prol de todos os portugueses. Hoje há o que se vê e que abstenho de qualificar pois sei que todo e qualquer português que se preze tem ideias claras sobre isso.

E ELE SEMPRE A DAR-LHE...

Para que o homem se cale de vez com esta cega-rega, construa-se o aeroporto na Ota.

Faça-se-lhe a vontade. Não se lhe obrigue a viajar até Alcochete (Oh ignomínia!).

E não se esqueça: a Nação portuguesa deve-lhe a linda Constituição de 1976; aquela da «sociedade sem classes», lembram-se?

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

DO REGIME MEDIÁTICO

DO CONTROLO DA TELEVISÃO

De um artigo escrito por Umberto Eco, no jornal italiano, La Repubblica, em Janeiro de 2004, respigo (retirando embora do contexto) as seguintes passagens (com sublinhados de que assumo a inteira responsabilidade) para meditação de quem ainda consegue meditar.

«A última afirmação de Berlusconi («ninguém lê jornais, mas toda a gente vê televisão») foi interpretada com a habitual cegueira da cultura de esquerda e classificada como mais uma das suas insultuosas gafes. Só que não era nenhuma gafe: era um acto de arrogância, mas não era nenhum disparate.

Nos dias que correm, os jornais podem dizer o que bem lhes apetecer, porque a chave do poder reside no controlo da televisão.

Este é um dado de facto, e os dados de facto são por natureza inde­pendentes das nossas preferências.
Parti destas premissas para sugerir que as ditaduras do nosso tempo, a existirem, têm de ser ditaduras mediáticas e não políticas. Há quase cinquenta anos, escreveu-se pela primeira vez que, salvo os casos de alguns países remotos do Terceiro Mundo, já não eram precisos tanques para se fazer cair um governo: bastava ocupar as estações de rádio (a últi­ma pessoa a ignorar este facto foi Bush, líder terceiromundista que por engano chegou ao governo de um país altamente desenvolvido). Agora, o teorema foi demonstrado.


A diferença entre um regime mediático e um regime como o fascista é que no segundo toda a gente sabia que os jornais e a rádio só transmi­tiam informações vindas do governo, e que não se podia ouvir a Rádio Londres, sob pena de prisão.

Num regime mediático em que, digamos, dez por cento da população tem acesso à imprensa de oposição enquanto o resto recebe as notícias atra­vés de uma televisão controlada, vigora, por um lado, a convicção de que é permitido discordar e, por outro lado, o efeito de realidade causado pelo impacte da notícia televisiva leva a que só se saiba e só se acredite naquilo que diz a televisão.

Uma televisão controlada pelo poder não tem necessariamente de censurar as notícias.

O problema é que se pode instaurar um regime mediático pela positiva, dando a impressão de que se diz tudo. Basta saber como dizê-lo.

O que a televisão de um regime mediático faz é recorrer ao artifício retó­rico da «concessão».

A televisão funciona desta maneira. Quando se discute uma lei, a televisão enuncia-a e dá de imediato a palavra à oposição, com todos os seus argumentos. Depois volta a transmitir o ponto de vista dos defen­sores do governo, que objectam contra as objecções da oposição. O resul­tado persuasivo é invariavelmente o mesmo: o último a falar tem sempre razão. Sigam com atenção os telejornais, e verão que a estratégia é esta: a seguir à apresentação do projecto, nunca aparecem em primeiro lugar os apoiantes do governo e, em segundo, as objecções da oposição. É sempre ao contrário.

Um regime mediático não tem necessidade de mandar prender os opositores. Não os reduz ao silêncio através, mas fazendo ouvir as suas razões em primeiro lugar



Quem quiser ler na íntegra o artigo de Eco, tem-no aqui; é só clicar e ler. Advirto que vale bem a pena fazer a leitura integral desse artigo.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

MARINHO EM CURVA APERTADA

VÍTIMA DOS "MOMENTOS-CHÁVEZ"

António Luís Marinho, Director de Informação da RTP, entrou em polémica com Pacheco Pereira acusando-o de falta de rigor ao ter escrito no Abrupto que José Rodrigues dos Santos, em entrevista à revista Pública deste domingo, tinha denunciado interferências da administração da RTP na edição de telejornais daquela estação de televisão e de veicular recados do poder político, quando Rodrigues dos Santos era Director de Informação.

Negando que Rodrigues dos Santos tenha feito tal denúncia, Marinho acabou por chamar indirectamente desonesto a Pacheco Pereira ao acusá-lo de “falta de rigor” na interpretação da entrevista de Rodrigues dos Santos.

Mas eis que o Conselho de Administração da RTP acaba de ordenar um inquérito às declarações de Rodrigues dos Santos (com ameaça de processo disciplinar) fazendo sair um comunicado onde se pode ler que «face à gravidade dos factos ocorridos, e para salvaguarda do bom nome da RTP e dos seus quadros, o Conselho de Administração decidiu iniciar os procedimentos legais que as circunstâncias requerem». O comunicado esclarece também que o Conselho de Administação da RTP «repudia veementemente, por serem falsas, as afirmações proferidas por aquele empregado, às quais atribui a maior gravidade, uma vez que põe em causa a imagem da RTP».

Face a isto, o que é que estará neste momento a pensar Marinho? E o que é que vai fazer?

Creio que só lhe resta um caminho ― pedir a demissão do cargo que ocupa e pedir desculpas a Pacheco Pereira.

Veremos se Marinho terá a coerência de fazer estas duas coisas.

domingo, 7 de outubro de 2007

DA CORRUPÇÃO DO ESTADO

Artigo de Vasco Pulido Valente no Público de hoje:

«A entrevista que João Cravinho deu na quinta-feira é indispensável para perceber a corrupção. Cravinho diz duas coisas de uma importância crucial, em que esta coluna tem de resto insistido. Primeiro, que o grosso da corrupção “se faz”, com uma ou outra “entorse” imperceptível, “de acordo com a lei”. Segundo, que por isso mesmo a polícia e os tribunais não podem ir longe e só se ocupam dos casos menores. No fundo o Apito Dourado e operações do género são um espectáculo, que esconde os crimes de consequência. Com grande coragem, Cravinho explica qual é o problema: e o problema é o de que certos lobbies se apoderaram de “órgãos vitais de decisões” do Estado ou dos departamentos que as preparam. Ou, se quiserem, o de que o Estado se tornou o principal agente de corrupção.

Isto significa que o Estado serve, não o interesse do país, como compreendido por este ou aquele partido, mas sim o interesse dos lobbies com mais poder ou influência. E, no entanto, nunca se fala disto, embora toda a gente o saiba ou suspeite, a começar pelo Presidente da República, porque os “negócios” conseguem inspirar um respeito e um temor que, por exemplo, o futebol não consegue e que manifestamente coíbem a imprensa e a televisão. O que se passa no interior de certos ministérios de que depende a orientação da economia nunca chega à rua. Como nunca chega à rua quem perdeu ou ganhou com os “projectos”, que o Estado autoriza ou financia. Ou quem é e donde vem o impecável pessoal que manda nisso tudo. Ainda anteontem o Dr. Cavaco exigiu novas leis para assegurar o que ele chama a “transparência da vida pública”. Infelizmente, novas leis não bastam.

Cravinho descreve o “choque” que sofreu com a complacência do PS perante a corrupção do Estado. Sofreria com certeza um “choque” igual, e talvez pior, no PSD. A verdade é que o “bloco central” se fundiu com o Estado. Não existe um Estado independente do “bloco central” e muito menos dos “negócios”, que o apoiam e sustentam: da banca e da energia a quatro ou cinco escritórios de advogados. Cravinho, como Cavaco, não percebeu, ou preferiu omitir, que hoje não se trata de reformar uma parte inaceitável do regime, mas pura e simplesmente de mudar o regime. Se por acaso caísse do céu a “transparência” que o Dr. Cavaco deseja, metade da primorosa elite do nosso país marchava para a cadeia como um fuso.»


Confrontado com o discurso de Cavaco Silva, na parte em que o Presidente da República exigiu novas leis para assegurar o que ele chamou de “transparência da vida pública”, Vitalino Canas, deputado e dirigente do PS, terá respondido assim, segundo o Diário de Notícias do dia 6/10/2007, que considerou que o apelo do Presidente da República não teve eco no PS: «"Essa não é, de facto, a perspectiva da maioria parlamentar na Assembleia da República"»

Segundo o jornal “Público”, o director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal de Coimbra, Euclides Dâmaso, terá considerado que o novo Código do Processo Penal não serve para combater a corrupção, tendo afirmado: «O código "serve para enfrentar as situações criminais de baixa densidade - as bagatelas penais"».

Tudo, portanto, como disse Joaquim Aguiar à SIC Notícias. Os decisores podem decidir como bem entenderem e dormir descansados.

sábado, 6 de outubro de 2007

A FÓRMULA DA CORRUPÇÃO

1 ouvido + 1 caneta = corrupção

Foi assim que Joaquim Aguiar, ex-assessor presidencial dos ex-presidentes Ramalho Eanes e Mário Soares, resumiu o fenómeno da corrupção no aparelho de Estado, numa entrevista ao Jornal da Noite da SIC Noticias, do dia 4 deste mês.

Foi uma entrevista altamente didáctica e de uma clareza impressionante, em que explicou em poucas palavras como funciona a corrupção ao mais alto nível (no aparelho de Estado).

Disse o entrevistado (cito de cor):

Para haver corrupção basta haver um ouvido que ouve e uma caneta que escreve; o ouvido ouve o pedido e a caneta escreve a autorizar o pedido.

A contrapartida até nem precisa ser financeira ou em bens patrimoniais porque isso seria fácil de descobrir ― bastaria ir à conta bancária ou à declaração do património dos políticos ―. A contrapartida é a protecção de que a pessoa passa a gozar: fica respaldada por um esquema de protecção que lhe garante o futuro, aconteça o que acontecer. É assim que funciona a corrupção.


Mais disse Joaquim Aguiar (e continuo a citar de cor).

A corrupção medra no Bloco Central, na amálgama constituída pelo PS e pelo PSD; dois partidos que se uniram ao centro depois de terem falhado os respectivos projectos de sociedade; são dois partidos hoje sem qualquer projecto, que apenas lutam pela sobrevivência. E não há melhor lugar para sobreviverem do que no centrão. E é aí que eles são permeados pelos grupos de interesse que lhes vão falando ao ouvido fazendo os seus pedidos e garantindo o respaldo.

Joaquim Aguiar deu ainda a entender que as leis são feitas (pelo centrão) de tal maneira que elas não abrangem, não penalizam quem toma as decisões.

Por ter achado esta entrevista de Joaquim Aguiar de grande importância, enviei um email (até agora sem qualquer resposta) à SIC-ONLINE sugerindo que a publicassem na sua página de vídeos na Internet ― página onde publicam todo o género de coisas: desde as redundâncias dentífricas de Jesualdo Ferreira, aos radares de Lisboa, passando pela Maddie e pela Esmeralda todo o género de coisas lá cabe, menos a entrevista de Joaquim Aguiar ― e eles, moita: nem responderam, nem publicaram.

Não sei porquê. Mas a SIC lá sabe. Se calhar alguém não gostou. Se calhar tocou por lá alguma campainha avisadora.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

NARCISO AO ESPELHO

António Lobo Antunes afirmou, nesta entrevista à revista Visão, o seguinte:

«Não tenho a menor dúvida de que não há, na língua portuguesa, quem me chegue aos calcanhares.»

Independentemente de ser verdade ou não ― para mim, não é verdade ― devo dizer que eu, pessoalmente, não gosto de ler Lobo Antunes. O erro será com certeza meu, eu sei; mas não gosto. Contudo declaro: já o li, leio e lerei. Isto para que se não pense que laboro em preconceitos.

Acho, por exemplo, Camilo Castelo Branco, de longe, melhor escritor que Lobo Antunes; e neste caso até posso fazer minhas as palavras de Lobo Antunes: Não tenho a menor dúvida de que Lobo Antunes, no que à língua portuguesa diz respeito, não chega aos calcanhares de Camilo. E já agora de Agustina Bessa-Luís, de Eça de Queirós, de Fernando Pessoa e de outros mais.

Eu nem compreendo muito bem como é que Lobo Antunes, como psiquiatra (não praticante) que é, se permitiu auto-avaliar em matéria tão subjectiva ― sim, porque o domínio de uma língua não é apenas matéria técnica; e de técnica, por sinal, Lobo Antunes não tem muita (compare-se-o a Umberto Eco, por exemplo, e fique-se com essa certeza) ― tendo-se auto-destacado de tal forma que os outros escritores da língua portuguesa, na sua avaliação, ficam longe do seu calcanhar narcísico. É que até o vulgo sabe que ninguém é juiz em causa própria; e Lobo Antunes sabe-o ainda melhor; até porque, como psiquiatra que é, sabe que a última pessoa cuja obra ele será capaz de avaliar com imparcialidade é ele mesmo.

Enfim, deve-se talvez tomar a afirmação de Lobo Antunes apenas como uma provocação.

sábado, 29 de setembro de 2007

DA QUALIFICAÇÃO DOS PORTUGUESES

Hoje dei a volta habitual dos fins-de-semana pela blogosfera e pude ler uma posta interessante do Prof. Henrique Silveira, no blogue Crítico Musical, para a qual chamo a vossa atenção. A posta em causa tem um período sobre a distribuição de computadores pelas escolas do país, por membros do Governo, período que destaco em baixo pela ironia crítica que encerra.

«Talvez assim os jovens não tenham de andar a mentir sobre as suas habilitações profissionais para conseguir progredir numa qualquer carreira política acabando como ministro e ao mesmo tempo como delegado de promoções de uma qualquer operadora móvel. Os portáteis talvez contribuam para uma efectiva qualificação e mesmo que os jovens não vão para uma universidade podem sempre ter uma vida digna sem terem vergonha do que fazem e das habilitações que nem todos podem ter. Os portáteis são fáceis de dar mas o que parece ser muito mais difícil, e seria muito mais barato, é dar bons exemplos.»

O ACORDAR DA FERA

Aaaaaah! Parece que o Abrupto estava mas é grog com o punch de Menezes.

Hoje acordou do KO, às 10:17, estremunhado e vendo tudo de pernas para o ar; escreveu já três postas “cassândricas” sobre o futuro do PSD.

O mais interessante das postas, para mim, são os títulos da segunda e terceira delas: «ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS».

Quando o Abrupto se chateia vê-se às vezes compelido a esmifrar literalmente qualquer que um que se lhe atravessa à frente; e nesses casos costuma expressar-se catalogando tudo como bicho de Lineu.

Lembram-se ainda daquela da «lagartixa» e do «jacaré» nesta posta de Agosto de 2003?

Nota: O logotipo invertido do PSD foi colhido do Abrupto.

NÃO HÁ VIRGENS SANTAS

O mais visível apoiante provincial do PS esboça aqui uma interessante teoria conspirativa contra aqueles que ele sugere serem os principais causadores da deslocação do futuro aeroporto, da Ota para a Margem Sul.

O arauto do Governo não se conforma com o facto de o bom senso e a tão celebrada «poupança dos dinheiros públicos» sejam agora, imagine-se!, usados pela oposição para ditar ― contra a incompreensível opção do Governo e do PS ― a escolha da Margem Sul, em detrimento da dispendiosíssima Ota, para localização do novo aeroporto de Lisboa.

Se se entende, em parte, que a posição do arauto advém do seu apoio cego a todas as medidas do Governo (e esta era mais uma); por outro lado já dá um pouco vontade de rir o perceber-se à légua que o que lhe dói mesmo é o facto de o obrigarem a andar mais algumas dezenas de quilómetros quando quiser sair da sua provinciana Coimbra para apanhar um avião.

Se eu fosse pessoa de me condoer com desditas destas, daria todo o meu microscópico apoio para que o país condescendesse em gastar mais algumas centenas de milhões de euros na Ota só para satisfazer o comodismo do arauto.

SEMPRE A DESCER

O BLASFÉMIAS traz hoje uma interessante posta analítico-predictiva sobre os líderes mais recentes do PSD.

Publicamos a seguir, na íntegra, com a devida vénia, a posta em causa.

«A seguir é o Zé Cabra

«Marcelo Rebelo de Sousa
.....Durão Barroso
..........Santana Lopes

...............Marques Mendes
....................Filipe Menezes

O ABRUPTO EM BAIXO *

Assinalo isto apenas porque é curioso.

Ontem, dia de eleições no PSD, o Abrupto funcionou até cerca de meia hora depois do fecho das urnas, mais precisamente até às 23:26. Até aí houvera postas a dar c’um pau intituladas «DIÁRIO DA CRISE NO PSD ESCRITO EM RONGORONGO». Depois dessa hora veio a saber-se que Menezes ia à frente na contagem dos votos coincidindo essa notícia com o emperramento do Abrupto.

São agora 9:10 de sábado...

e ainda nada por parte de JPP acerca da vitória de Menezes sobre o seu (de JPP) candidato, Marques Mendes.

Esperemos que a avaria nada tenha a ver com a utilização do Windows Vista.

(*) Isto de dizer que o Abrupto está em baixo é um eufemismo pois sabemos bem que o nome do blogue de JPP agora está mesmo bem lá em cima num microchip levado ao espaço pela nave espacial, Dawn, lançada há dois dias em missão de estudo ao asteróide Belt.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

CHAPEAU

BRAVÔ SANTANA!

Por uma vez tiro o meu chapéu a Pedro Santana Lopes.
Com esta sua atitude o "menino guerreiro" acabou por fazer a mais contundente crítica alguma vez feita à ligeireza, à leviandade, à estupidez, à “ralezura” (de ralé) com que se faz televisão em Portugal. Creio mesmo que os estafes das televisões, se ainda têm algum bom senso, irão reflectir sobre este momento televisivo e corrigir algo do seu comportamento actualmente virado mais a tratar o público como mentecapto do que com o respeito devido.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

BEM VOS AVISÁMOS

Os utilizadores tecnicamente mais esclarecidos já tinham avisado a malta: O Windows Vista é um sistema operativo mandão que quer tomar conta de tudo, mandar em tudo e em cada um de nós. É chato que nem uma melga; é lento (mais lento que o XP) nalgumas operações banais como a pesquisa de ficheiros no disco, por exemplo; exige muitos recursos de hardware e dá pouca coisa em troca (uma nova interface para deslumbrar papalvos, alguns recursos de segurança incorporados ― recursos que você podia já ter através dos firewall e antivírus, por exemplo ―, e pouco mais). Para além de tudo o mais, é caro! é injustificadamente caríssimo!

(Veja avisos aqui e aqui, por exemplo).

Com o andar do tempo os utilizadores do Vista foram-se apercebendo do logro em que caíram; choveram as críticas e hoje já se berra contra a Microsoft. Até que esta empresa não pôde mais ficar calada.

E reconheceu o erro com humildade dizendo através do seu chefe de departamento de desenvolvimento, Greg Elston, o seguinte:

«We're focused on giving the customer what they want, and what they want is to just go back to XP,»

― Pois é, o que as pessoas querem é o Windows XP.

Esta frase saíu nesta notícia bizarra que diz que a Microsoft vai contemplar os utilizadores do Vista com o lançamento em breve do “Service Pack 1 do Vista”.

E querem saber o que faz este Service Pack 1?

1. Você pega nele
2. Você instala-o sobre o seu Windows Vista e...
3. (tchantchammmmm!)...
4. O seu computador dá um passo atrás e recupera o Windows XP.

Mas a Microsoft diz mais: diz que não quer perder mais tempo corrigindo os bugs e melhorando as capacidades do Windows Vista; quer afastar as pessoas do Vista para que os seus técnicos se concentrem na produção do novo Windows 7.

Mas a notícia tem ainda uma outra parte bem mais engraçada, por sinal, lá no seu fim; é quando Grec Elston diz (e traduzimos com ligeireza):

“Se as pessoas se queixarem demais o que têm a fazer é reverterem para o Windows Millenium.”

Nem mais!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

UM CARRO MUITO ESPAÇOSO

Trata-se de humor negro, sem dúvida;
mas o humor negro também tem direito à existência.
(Recebido por email)


Em tradução de pé quebrado dá mais ou menos isto:

“Tão espaçoso que você nem diz que as crianças vão atrás”

(Clique a imagem para aumentar)

domingo, 16 de setembro de 2007

ESPECULANDO SOBRE «OS GENÉRICOS»

Depois de cerca de dois anos da introdução em larga escala dos medicamentos genéricos em Portugal, convém dizer duas ou três coisas que se afiguram de alguma importância para se tentar perceber algo até agora foi pouco, mal, ou não explicado sobre o tema.

Peguemos apenas em dois aspectos essenciais, um deles óbvio, e vejamos se somos capazes de os entender:

a) O óbvio: Os medicamentos genéricos são mais baratos que os medicamentos originais vulgarmente identificados como “de marca”;

b) Ninguém, até agora, está em condições de nos afiançar com toda a certeza que a eficácia terapêutica dos medicamentos genéricos é idêntica à dos medicamentos originais;

Especula-se que o preço mais baixo dos genéricos se deverá, entre outras coisas, ao corte das despesas de “publicidade” e marketing dos genéricos junto da classe médica e do público; despesas que não se terá dispensado relativamente aos medicamentos “de marca”.

Tendo começado por ser isso verdade, esta realidade está a mudar rapidamente pois os medicamentos genéricos já contam praticamente com a mesma “publicidade” e o mesmo marketing que envolvem os medicamentos “de marca”. Portanto, não será certamente por aí que parece haver poupança.

Será então na preparação e no fabrico, isto é, pela via da mão-de-obra; e pelo investimento em menos máquinas e menor sofisticação no fabrico, que os genéricos se tornam mais baratos?

Também não parece sê-lo.

Sem recomendar que se ponha a mão no fogo por todos eles, e em todas as circunstâncias ― pois que no comércio, como bem sabemos, não há cem por cento de virgens puras ―, não se crê, contudo, que os laboratórios descurem aspectos essenciais da segurança e rigor na produção dos genéricos buscando com isso reduzir os custos e baixar os preços. Os medicamentos genéricos serão certamente fabricados com os mesmos requisitos de segurança e o mesmo rigor que os medicamentos “de marca” (salvo, é certo, situações de fraude detectadas, por exemplo, na Ásia ― mas não é disso que estamos a tratar).

Sem a veleidade de avançar com estimativas percentuais, dizemos que entre os médicos há muitos com a opinião de que o segredo da baixa de preços estará (não só, mas também) no facto não provado (daí ser pura especulação) de os medicamentos genéricos não conterem os mesmos excipientes encontrados nos respectivos medicamentos “de marca” copiados, contendo embora igual dose da substância activa destes. Esta opinião empírica (colhida normalmente em conversas informais) é encontrada maioritariamente entre médicos que julgam ter falhado terapêuticas por aquilo que classificam como menor eficácia terapêutica de medicamentos genéricos prescritos aos seus doentes.

― Também existem opiniões contrárias de muitos outros médicos para quem os genéricos substituem na perfeição os medicamentos “de marca” ―.

Dediquemos por isso alguma atenção aos excipientes.

A composição dos excipientes é um dos segredos mais bem guardados da indústria farmacêutica, a qual gasta biliões na sua investigação; indústria que não é obrigada, por exemplo, a publicar a composição química dos excipientes nas bulas e nas embalagens dos medicamentos. Repare que quando há referência a isso, costuma ler-se apenas a frase «excipiente q.b.», isto é, excipiente quanto baste. E nem sempre se dá a conhecer a composição do excipiente.

Não sabemos se os fabricantes são obrigados a fornecer a toda a concorrência “genérica” a fórmula dos seus excipientes quando caduca o registo de uma patente de um medicamento e este passa a poder ser copiado, fabricado, sem licença, por outro laboratório; contudo não cremos de todo que essa obrigação exista.

Vejamos agora com muita simplicidade o que é um EXCIPIENTE e que importância tem ou não tem num medicamento.

O excipiente, resumidamente, é uma substância que é incluída na, que se adiciona à, composição do medicamento, e cujo papel fundamental e essencial é conservar e servir de veículo à substância activa, ao fármaco, para que este viaje, sem se degradar pelo caminho, do local onde é introduzido no organismo (aparelho digestivo, músculo, veia, etc.) e seja levado pela corrente sanguínea até aos locais onde se pretende que actue: órgãos, tecidos e células ou microrganismos (em casos de infecção).

Em linguagem mais técnica, os excipientes servem para garantir a biodisponibilidade dos medicamentos. Umas vezes o excipiente é uma substância inactiva corriqueira como o talco ou o açúcar, por exemplo, outras trata-se de substâncias activas complexas.

Fácil parece, então, poder inferir-se que um bom excipiente garante a total ou quase total biodisponibilidade de uma determinada dose de fármaco administrado a um doente; enquanto um excipiente menos bom, ou mesmo mau, não permitirá que um fármaco administrado a um doente chegue em doses terapêuticas ao seu alvo e exerça assim a acção esperada.

Sabendo que quem vende não vende para perder dinheiro;

Sabendo ainda que laboratórios que fabricam medicamentos “de marca”, também fabricam genéricos dos seus próprios medicamentos, e os vendem mais baratos que aqueles;

Você é convidado a ter a sua opinião sobre o fenómeno.

Agora atenção! Que esta nossa reflexão não seja vista como uma campanha contra os medicamentos genéricos. Havê-los-á (genéricos), certamente, de boa qualidade. E não podemos afirmar que os haverá de má qualidade.

Mas que se trata de uma questão parecida com aquela da existência das bruxas...

terça-feira, 11 de setembro de 2007

VEJAM SÓ A PORCARIA

GARE DO ORIENTE
LISBOA
(Não confundir com "Coimbra B")

CONCEDA-SE O PRIVILÉGIO


ESTÁ BEM, SEJA "COIMBRA B" A ESTAÇÃO DO TGV

Esta de facto não serve

É que fica em Lisboa. Pois é!

AINDA ESTÁ AÍ SENTADO?

Se tem ou pensa adquirir um iPod, corra já às lojas todas do ramo e encontre uma onde possa comprar este sistema Hi-Fi da Apple para ouvir música a partir do seu iPod.

É que, segundo os técnicos, a Apple vai deixar (ou já deixou) de produzir este excelente sistema de alta-fidelidade porque o material utilizado na sua fabricação é muito bom e caro, e por isso não consegue baixar o preço do mesmo (cerca de €350) para competir com a concorrência.

Eu tenho a sorte de possuir um (comprei-o na FNAC do Colombo); e tanto quanto o meu pobre ouvido de melómano me permite, aconselho-o (a si) vivamente a fazer o mesmo, pois o som é simplesmente fantástico.

NO 11 DE SETEMBRO DE MÁ MEMÓRIA

Foi divulgado hoje, na Internet, um vídeo com uma mensagem de Osama Bin Laden. Esta notícia corre mundo em todos os jornais, televisões e rádios; aliás, desde ontem houve o aviso prévio da divulgação desse vídeo.

Desengane-se quem acredita que não há censura na Internet neste suposto «Mundo Livre» onde vivemos (União Europeia, Estados Unidos da América, Austrália, e por aí fora).

Por mais que se tente procurar pelo vídeo, por ora não se consegue obter um único URL (endereço electrónico) que nos permita aceder a um dos sites onde o vídeo terá sido divulgado. Todas as notícias lhes chamam «sites islâmicos radicais» mas nenhuma nos dá o URL para que consultemos a coisa. O máximo que fazem é mostrarem fotografias do vídeo. E até o famosíssimo Google assobia para o lado e não encontra a coisa.

Isto é CENSURA.

Censura feita por quem passa a vida a condenar a China por esta não permitir que os seus cidadãos tenham, por exemplo, acesso ao Blogger (para lerem blogues; para publicarem blogues; para colocarem livremente informação na Internet).

Se Bush que (entre várias outras manifestações de igual teor) se julgou na Áustria quando esteve há dias na Austrália, tem direito a ver o vídeo, por que carga d’água é que eu que tenho mais conhecimentos do que ele não posso?

E se encontrar o vídeo, publicá-lo-ei aqui no África Minha. Em nome da liberdade de informação.

A não ser que o Blogger, que pertence ao Google, me censure.

Nota: Uma hora depois de ter escrito esta posta, depara-se-me esta notícia.
Estamos lixados... com F grande.

domingo, 9 de setembro de 2007

ZAROLHICE INTENCIONAL?

O senhor, aqui apelidado de «núncio da ortodoxia governamental», ao que parece, não lê (vê), nem comenta, notícias destas. Que zarolhamente deve achar que revelam medidas governamentais de “Construção do Estado Social”.

Importa-se mais é com este género de serviço.

Mas mesmo assim parece que o Governo, certamente com muita pena, não vai poder construir-lhe o aeroporto na Ota para que Coimbra entre no mapa do país.

Pena! Uma peninha!

sábado, 8 de setembro de 2007

PURITANISMO PARA OS MAIS FRACOS

(Foto Diário de Notícias)
Está-se a armar um escândalo inusitado com a “descoberta” de que há polícias que nas horas vagas trabalham como seguranças em discotecas.

Pois se estamos num país onde se vê saltar gente (ao nível ministerial e secretarial), como pipocas, dos Governos para administrações de empresas, de administrações de empresas para os Governos;

Num país onde deputados activos, e importantes membros activos dos partidos da área do poder, trabalham (como advogados e consultores jurídicos, por exemplo) para empresas públicas e privadas;

Num país onde, cada vez mais, público e privado se vão confundindo (na prestação de serviços aos municípios, na gestão dos hospitais, etc.);

Num país, enfim, onde A LEI DA OFERTA E DA PROCURA assentou arraiais e vai comandando tudo;

Então só os senhores polícias, com ordenados de miséria, é que não podem fazer uma perninha privada para compor o orçamento familiar!

Tenham, mas é santa paciência: liberalizando ou não, a todos os níveis, a promiscuidade Estado/privados; deixem a máquina girar que vão ver o lindo país que Portugal já é.

domingo, 2 de setembro de 2007

PACHECO PEREIRA LAPIDAR

(E EU NÃO PODIA ESTAR MAIS DE ACORDO)

Esta posta de JPP (que também saiu em artigo no jornal PUBLICO) no que diz respeito às reformas do Governo, é de uma veracidade e acutilância irrefutáveis quanto ao sector hospitalar. Aqui JPP acerta na mouche: é isto mesmo que lá se passa (sublinhados da minha autoria):

«O modo populista e punitivo como as reformas foram lançadas colocou contra as reformas, numa amálgama de recusa, os melhores e os piores profissionais e isso impede que haja forças que lhes sirvam de sustentação. Nos discursos oficiais, as palavras são muito bonitas; no interior das escolas, das repartições, dos hospitais, dos serviços públicos, a realidade é o caos e a desorganização, é um agravar dos problemas sobre um enorme mal-estar, em que o que é mais afectado é o melhor e não o pior dos serviços do Estado

«Esta análise "micro" das reformas é pouco jornalística, mas é urgente. É urgente que se vá às escolas e às repartições saber como estão a ser aplicadas medidas como a hierarquização dos professores ou os critérios de mobilidade na função pública, para encontrar ambientes de cortar à faca, em que não é o mérito que impera, mas sim o acantonamento burocrático, os privilégios para os que estão, os conflitos de todos contra todos, as prepotências das chefias, a paralisia entre uma greve de zelo universal não proclamada mas eficaz nos seus efeitos de resistência e uma lei do silêncio e do medo. Corre-se o risco de ter como resultado a diminuição do já muito escasso know how e do capital de experiência existente nos serviços públicos e das medidas aplicadas terem apenas efeitos de contenção financeira, deixando os serviços públicos muito pior do que estavam. Em sectores cruciais como o ensino e a saúde, o preço será muito elevado se a retórica "macro" das reformas esconder a realidade "micro". E não adianta vir dizer que todas as reformas são assim, têm estes efeitos, porque não é verdade. Pode, de facto, estar apenas a assistir-se a mais uma operação de aperto financeiro, sem cuidar dos efeitos perversos que ficam pelo caminho e sem conteúdo reformista real. O barato pode-nos sair muito caro.»

sábado, 1 de setembro de 2007

UMA QUESTÃO DE COMPETÊNCIA
Candidata a ministra da educação apresenta-se.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

27 O DIA EM QUE A INTERNET “CRASHOU”

FOI ONTEM, DIA 27 DE AGOSTO
HOUVE UM ENORME APAGÃO
QUE PÔS O FBI EM CAMPO



Veja e oiça esta importante notícia e saiba como um único utilizador foi capaz de cometer tão estranha quão grande proeza . Sem ter tido a intenção de a cometer.
Durante largo tempo não houve Net para ninguém.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A MORADA DE DEUS

Depois de a conquista do espaço; de os matemáticos, os físicos e os astrónomos terem desfeito em cacos a teoria da Igreja católica, da existência de um Céu, morada de Deus e dos anjos; de um inferno, um purgatório e um paraíso, moradas das almas;

Depois disso, e desde há trinta anos pelo menos, que a Igreja católica ficou com um problema bicudo para resolver. O qual tem vindo a ignorar olimpicamente:

Dizer-nos para onde emigrou toda aquela gente que habitava o Céu e que pelos vistos de lá fugiu a sete pés com medo de ser atropelada por uma nave espacial ou um foguetão qualquer enviados cá de baixo para explorar o espaço.

Em suma, dizer-nos tão simplesmente onde mora Deus nos dias que correm.

Convenhamos que não é tarefa fácil.

Mas também quem os mandou armarem-se em embaixadores do Céu e andarem a enganar a malta com aquelas patranhas!

sábado, 25 de agosto de 2007

LISBOA ESTA NOITE


VISTA DA JANELA DO PICASSO
(Clique na imagem para ver melhor)

NO DIVÃ DO PSIQUIATRA

1) De Agustina Bessa-Luís, pode-se ler [a autora citando Camilo Castelo Branco], no seu romance “Fanny Owen” (Colecção Mil Folhas, PUBLICO, 31; pg. 38, ls. 17 a 22) :

«Em São Bento juntavam-se os traficantes de todas as províncias ― dizia ele [Camilo]. “Portugal, no gozo de uma podre tranquilidade, não sai do marasmo vergonhoso da sua cadência, hipocritamente desmentida por charlatães, incapazes de administrarem uma aldeia”, escrevia [Camilo] no Porto e Carta, em Março de 1885.»

2) Passeando pela blogosfera encontro este blogue ― de consulta obrigatória! ― do Prof. Doutor José Adelino Maltez, de onde respigo:

«muitas vezes se tem dito, e é uma verdade, que não há mais país livre sem instrução, nem um país pode ser bem governado, quando as ciências que mais contribuem para ilustrar os governantes se abandonam ao desamparo...»

OLHEM-ME SÓ ESTA! . . .

Marques Mendes, Interrogado sobre o financiamento ilegal da empresa Somague ao PSD, de que é presidente, achou por bem responder o seguinte:

«Naturalmente se não tivesse acontecido seria melhor».

Vamos supor que Você está perante um assassino cruel a quem coloca a seguinte questão:

― “Está provado que o senhor sequestrou a menina de 8 anos, a violou, a submeteu a tortura e depois a matou decapitando-a a sangue frio; o que é que o senhor tem a dizer sobre este crime horrendo que cometeu?”

E o assassino lhe responde:

«Naturalmente se não tivesse acontecido seria melhor».

O que é que lhe apeteceria dizer a esse f..........?

terça-feira, 21 de agosto de 2007

O MILHO TRANSGÉNICO

Ao longo do tempo muita gente, uma vastíssima maioria de pessoas, tem manifestado a ideia de que OS PRODUTOS NATURAIS NÃO FAZEM MAL À SAÚDE.

Ouve-se dizer nas farmácias, por exemplo, «este pode usar porque é natural», isto é, não faz mal.

Quantos produtos para os mais variados fins (emagrecimento, celulite, osteoporose, tosse e o raio que o parta) não são publicitados com o rótulo de PRODUTO NATURAL querendo dizer que “não fazem mal”!

Produtos chineses altamente tóxicos (chás e outras infusões, e xaropes para os mais variados fins) são comercializados entre nós com o benigno rótulo de “ervas” e “produtos naturais”.

Isto de atribuir à Natureza a faculdade de só produzir coisas boas para a saúde é uma treta de todo o tamanho que apesar disso acaba por servir de argumento aos “protectores da Natureza” no combate à manipulação genética e aos produtos transgénicos, por exemplo.

― Não nos esqueçamos que a Cicuta é um produto natural que mata qualquer um em menos de um fósforo. ― Isto quer dizer que a Natureza não produz só coisas boas.

Depende do Homem, da sua inteligência, estudar e seleccionar, dentre os produtos naturais, aqueles que lhe fazem bem e consumi-los. E rejeitar os produtos naturais que são maléficos para a saúde. E isso, como sabemos, o Homem tem feito.

Comportamento semelhante deve, por isso, ter o Homem para com os produtos não naturais (os transgénicos, por exemplo) de forma a poder aproveitar as vantagens que alguns deles lhe possam trazer e rejeitar aqueles que lhe serão nocivos.

Por isso, no meu entender, a cruzada dos "eufémios" (e outras de igual teor) constitui uma atitude conservadora que contém o pior que o conservadorismo pode conter: a tentativa de impedir a pesquisa científica e o progresso do conhecimento; em última análise: impedir o progresso da Humanidade com base em teorias retrógradas falaciosamente sustentadas.

Entre discutir isto (a fragilidade dos argumentos dos "eufémios") e discutir o fai-divers da destruição de um hectare de plantação de milho transgénico como se disso dependesse a independência da Pátria, vou ali e já volto.

É silly. Para mim é!

domingo, 19 de agosto de 2007

COISAS DO VERÃO

Lá pelas bandas do Abrupto há postas de onde saltam pipocas de «milho transgénico» e peripécias e indignações várias à volta da destruição de um campo de cultivo de tão importante cereal; de que não se safam nem a GNR nem o ministro da Administração Interna.

Será da silly season ou tratar-se-á antes de um assunto sério e grave a que não se está a dar a devida atenção?

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BOAS NOTÍCIAS

Desde há mais de 24 horas que o Skype normalizou as suas comunicações. É uma belíssima opção de telefone, baratíssima, com a enorme vantagem suplementar de permitir carregamentos quase instantâneos.

Se aderir a esta solução não se arrependerá de certeza.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

A LEI DAS PRIORIDADES

Deixem-me contar-vos um pequeno episódio das minhas férias em Cabo Verde.

Escusado será dizer que passei umas óptimas férias em Cabo Verde ― adoro a minha terra e sobretudo adoro S. Vicente e a sua gente. ―

Mas aconteceu-me em S. Vicente protagonizar um acidente de viação que me poderia ter sido fatal: quando, à noite, viajava sozinho na estrada que liga Calhau ao Mindelo ― em plena recta, logo no primeiro quilómetro de estrada ― rebentou-se-me o pneu traseiro direito da viatura e sofri um instantâneo e violento despiste que atirou-me com o carro para fora da estrada tendo andado bem uns 30 metros derrubando obstáculos até conseguir imobilizar a viatura.

Claro que os danos foram grandes no bom automóvel que uma amiga me emprestara.

Mas se o acidente tivesse acontecido mais à frente, em qualquer outro ponto do percurso, as consequências teriam sido bem piores: é que aquele onde se deu o meu despiste era o único quilómetro daquela estrada que não tem valas ou precipícios à mão de semear.

Grande sorte a minha! Sem dúvida nenhuma.

(Eu sei que quando tiver que morrer, morrerei mesmo; mas desta vez não era para morrer. Paciência! Fica pr’à próxima... E prometo que avisarei quando for).

Como qualquer ateu que se presa saí ileso do acidente; abandonei o carro, fiz uma careta de resignação quando olhei para o estado do automóvel, e deitei a mão ao telemóvel.

Viva o telemóvel! Telefonei à minha amiga, dona da viatura, e depois aos amigos que acabara de deixar contando-lhes o sucedido e pedindo-lhes ajuda para a recolha do carro, boleia para a cidade, etc.

Os meus amigos, como sempre, foram inexcedíveis em atenções, carinho e dádiva pessoal; em duas horas, mais coisa menos coisa, o carro estava já numa garagem “de recolha” disponibilizada por um deles e eu estava de garrafa de cerveja na mão a ouvir música frente ao palco do Festival da Baía das Gatas.

Mas o que achei mesmo engraçado em tudo isso (há sempre a parte engraçada da desgraça) é que muita gente que soube, depois, do acidente, nos dias seguintes, quando me abordava, acabava quase sempre por se importar mais em querer saber quem iria pagar os danos da viatura do que em saber se eu ficara bem e sem mazelas de maior no meu pobre corpinho bem tratadinho e conservado em álcool QB.

Enfim... prioridades.

O MEXILHÃO ENTRE O MAR E A ROCHA

Quem usa o Skype deve já ter reparado que desde quinta-feira bem cedo começou a ser difícil utilizar o programa; tão depressa o Skype está ligado como logo a seguir se desliga por longo período de tempo.

O site do Skype já alertou os utilizadores para o caso pedindo-lhes que mantenham os computadores ligados e a correr o programa pois que se tratará de um problema de software que esperam resolver em 12 ou 24 horas.

Correm rumores na internet de que terá sido a Microsoft que, fazendo actualizações recentes ao Windows XP pregou com isso uma partida onerosa à Skype (a empresa estará a perder milhões de dólares com esta dificuldade de comunicação) e desagradável a todos os utilizadores deste programa.

Na verdade, por aqui só comecei a ter problemas com o Skype depois de ter feito as últimas actualizações de software disponibilizadas pela Microsoft; coincidência ou não, foi isso que aconteceu.

A CAMINHO DO NADA ABSOLUTO

A brigada de trânsito da GNR anda por aí munida de aparelhos de detecção de estupfacientes e outras substancias químicas de uso menos ou mais comum, no sangue dos automobilistas, com vista a tornar a circulação rodoviária mais segura, mais fluída e certamente mais despoluída.

Uma vez que todos os medicamentos alteram de alguma forma os parâmetros do nosso comportamento, sugere-se ao Governo dotar a polícia de trânsito de aparelhos capazes de detectar condutores que ingiram qualquer medicamento para que os mesmos sejam multados e não possam conduzir impunemente veículos automóveis.

Para além de permitir arrecadar uma substancial receita (em multas) para os cofres do Estado, seria também de uma grande ajuda para o ministério da Saúde que pouparia imenso dinheiro em medicamentos visto que os condutores se absteriam de os ingerir.

Por outro lado os médicos seriam dispensados das suas funções e as farmácias poderiam fechar as portas.

Pode-se, inclusive, adoptar medidas semelhantes noutras áreas de actividade humana: por exemplo, PROIBIR TUDO.

Conseguir-se-ia, assim, construir um Estado sem compromissos; um Estado desnecessário.

Em suma, UM ESTADO SEM DESPESAS.

Et voilà.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

TERMINADAS AS FÉRIAS

Era para reabrir este blogue apenas amanhã; mas ao ler no Causa Nossa que o senhor ministro da Saúde terá dito numa entrevista ao Público que «o SNS vai importar médicos do Uruguai», não resisti a vir até aqui para dar uma achega que impeça esse esbanjamento de dinheiros públicos:

acho que se o senhor ministro mandar fazer os médicos em bom barro cozido, numa olaria qualquer de Alcobaça ou Batalha, conseguirá obtê-los ainda mais baratos do que «importados do Uruguai».

E o País, já de si agradecido por tudo o que se tem feito na Saúde, certamente se prostrará em humilde reconhecimento.

Penso eu de que.

terça-feira, 17 de julho de 2007

BOAS FÉRIAS

Este blogue encerra para férias até meados de Agosto próximo. Nas próximas semanas o seu autor poderá ser encontrado em qualquer praia, bar ou botequim de Cabo Verde. Onde, na companhia de grandes amigos; de Baco e de Dionísio; se comprazerá a experimentar novos manás e elixires vários.

Não fique aí a pensar!

Venha daí que sou um bom guia e cicerone naquelas paragens.

domingo, 15 de julho de 2007

FOGUETÓRIO COM POUCO SENTIDO

O PS e António Costa fizeram um grande foguetório de palavras lá pelas bandas do hotel Altis, lugar para onde ― adivinhando a escassez de lisboetas, que já não vão nestas cantigas ― tiveram o cuidado de transportar ao engano alguns reformados que foram buscar às berças «para passear» porque senão fariam a festa sozinhos: apenas com alguns membros da direcção do PS e os candidatos à Câmara de Lisboa.

É preciso dizer claramente o seguinte:

Costa ganhou a presidência da Câmara Municipal de Lisboa com os votos de POUCO MAIS DE 10% DOS ELEITORES LISBOETAS.

Com efeito, Costa recolheu 57.907 votos num universo de 524.248 eleitores. Em que 63% dos eleitores se abstiveram, 4% anularam o voto e outros 4% votaram em branco. Tal como eu próprio fiz hoje. Em tomada de posição política. E não por desleixo, laxismo ou para ir à praia.

Na tentativa de apagar da memória dos portugueses a última vaia monumental que sofreu no estádio da Luz, EM LISBOA, e a imagem da “fuga” ao encontro com populares que protagonizou há bem poucos dias aquando da inauguração da ponte da Lezíria que liga Alenquer à Margem Sul ― que liga Alenquer ao «deserto» de Mário Lino ― Sócrates quis cavalgar a falsa onda de Costa subindo para um camião e falando a alguns “apoiantes” que em passeio foram transportados às imediações do hotel Altis.

Mas, apesar de tudo, hoje é um dia assinalável. Porque se pode dizer que Sócrates iniciou hoje a sua queda como líder do PS. Para vir dar lugar precisamente a António Costa. Isto percebe-se sem grandes dificuldades e à légua olhando para o comportamento dos protagonistas e da sua entourage: enquanto Costa cresce politicamente, Sócrates aparenta o ar baço de quem já iniciou um processo de anemia e definhamento político.

E oxalá o banco de sangue do PS dependa da política de saúde deste Governo.

HOMENAGEM


S. Vicente é o único país em Cabo Verde cujo povo não herdou a forma negativa portuguesa de encarar a vida e a ancestral inveja lusitana.

Faz-me bem saber que estou em vésperas de ir até lá para umas boas férias.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

PURA BELEZA

Eu sei que ambos são José; mas José Couceiro acabou por se demonstrar pior ainda que José Peseiro (o que fora do Sporting, lembram-se?).

Vejam só a linda selecção de sub 20 que Couceiro montou e comandou há dias na fase final do mundial da categoria:

domingo, 8 de julho de 2007

«Sócrates e Salazar»

A não perder.

Sem papas na língua; sem medo de perseguições, de represálais ou de processos por difamação; o Prof. Doutor Henrique Silveira, docente do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, faz aqui no blogue Crítico Musical a comparação entre José Sócrates e Salazar.

«SÓCRATES ASSOBIADO»

Vem no Jornal de Notícias:

«E pronto. Após muita discussão, as novas Sete Maravilhas do Mundo estão decretadas. A decisão aconteceu às 23.10 horas, ontem, no Estádio da Luz, em Lisboa. A votação - dizem os organizadores - passou por cem milhões de votos, através de internet e telefone.»
[...]
«O primeiro-ministro José Sócrates foi a personalidade mais vaiada da noite. Pouco antes da banda da GNR interpretar o hino, Sócrates surgiu nos ecrãs da Luz, ladeado por Cavaco Silva. A reacção do público foi imediata e os assobios ensurdecedores. O líder do Executivo pareceu incomodado. Já o futebolista Cristiano Ronaldo foi dos mais aplaudidos da noite, a par do seleccionador nacional, Luiz Felipe Scolari.»

É isso: Primeiro o aperto era só para alguns, mas quando extravasou os quadros da Administração Pública e começou a atingir pobres coitados que na sua santa ignorância, durante dois anos, se julgaram imunes às malfeitorias do Governo... aí o povão sentiu o dói-dói no seu corpinho e toca de assobiar o Primeiro-Ministro quando a imagem deste apareceu nos grandes écrans do estádio da Luz na cerimónia da eleição das Sete Maravilhas do Mundo.

Não é por nada, mas nós já tínhamos avisado (várias vezes até): «vão batendo palmas que ainda hão-de chorar».

Por ora pararam as palmas e surgiram assobios; mas os dias do choro não estarão muito longe.

Infelizmente.

Ou talvez não.

quarta-feira, 4 de julho de 2007