domingo, 15 de julho de 2007

FOGUETÓRIO COM POUCO SENTIDO

O PS e António Costa fizeram um grande foguetório de palavras lá pelas bandas do hotel Altis, lugar para onde ― adivinhando a escassez de lisboetas, que já não vão nestas cantigas ― tiveram o cuidado de transportar ao engano alguns reformados que foram buscar às berças «para passear» porque senão fariam a festa sozinhos: apenas com alguns membros da direcção do PS e os candidatos à Câmara de Lisboa.

É preciso dizer claramente o seguinte:

Costa ganhou a presidência da Câmara Municipal de Lisboa com os votos de POUCO MAIS DE 10% DOS ELEITORES LISBOETAS.

Com efeito, Costa recolheu 57.907 votos num universo de 524.248 eleitores. Em que 63% dos eleitores se abstiveram, 4% anularam o voto e outros 4% votaram em branco. Tal como eu próprio fiz hoje. Em tomada de posição política. E não por desleixo, laxismo ou para ir à praia.

Na tentativa de apagar da memória dos portugueses a última vaia monumental que sofreu no estádio da Luz, EM LISBOA, e a imagem da “fuga” ao encontro com populares que protagonizou há bem poucos dias aquando da inauguração da ponte da Lezíria que liga Alenquer à Margem Sul ― que liga Alenquer ao «deserto» de Mário Lino ― Sócrates quis cavalgar a falsa onda de Costa subindo para um camião e falando a alguns “apoiantes” que em passeio foram transportados às imediações do hotel Altis.

Mas, apesar de tudo, hoje é um dia assinalável. Porque se pode dizer que Sócrates iniciou hoje a sua queda como líder do PS. Para vir dar lugar precisamente a António Costa. Isto percebe-se sem grandes dificuldades e à légua olhando para o comportamento dos protagonistas e da sua entourage: enquanto Costa cresce politicamente, Sócrates aparenta o ar baço de quem já iniciou um processo de anemia e definhamento político.

E oxalá o banco de sangue do PS dependa da política de saúde deste Governo.