Prática de ACTUAÇÂO Décima Segunda:
“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895)
“Um grande vento sopra nas árvores, de todas as partes
tombam frutos – verdades. É a louca generosidade de
um Outono demasiado opulento: tropeça-se à cada passo
sobre verdades, se esmaga algumas – Il y en a trop”.
(NIETZSCHE, ECCE HOMO)
Uma abordagem da Questão que se prende com a apologia do mercado, tendo em conta que: “Os vícios privados engendram o bem público”:
NP:
Não há dúvida nenhuma, que a cupidez/ganância e o medo permanecem os principais motores do mercado. Com efeito, mesmo quando as nossas preocupações ultrapassam a nossa minúscula pessoa, o mercado nos torna ávidos e cobardes, apresentando os nossos concorrentes como eventuais fontes de proveito ou como ameaças ao triunfo.
Todavia (antes de mais), convém referir, que não é ao capitalismo que se deve a invenção da cupidez e do medo, pois que (efetivamente), estes sentimentos estão (profundamente) ancorados na nossa natureza humana. De sublinhar (com ênfase), que a diferença da civilização feudal (que o precedeu), e que tinha a delicadeza (cristã ou outra), de condenar a cupidez, o capitalismo fez dela uma apologia evidente.
(1) Para principiar (avisadamente), este nosso Estudo, se nos afigura pertinente e oportuno, asseverar que (na verdade), toda tentativa de realização do Ideal socialista embate (concomitantemente) contra o império do capitalismo e o egoísmo dos homens. Eis porque, se (se) pretende levar (a sério) a política, deve-se contar com estes obstáculos (obviamente). Todavia, esta evidência não deve constituir razão para trair este nobre ideal (antes pelo contrário). De feito, renunciar à isso, sob pretexto que se tropeça neste duplo obstáculo, é sinónimo de ir em debandada, mesmo quando é possível defendê-lo (quiçá, um tanto ou quanto menos resolutamente), que se o deveria, visto que terá perdido de vista a sua própria definição primordial.
(2) E, numa tentativa (de índole eminentemente pedagógica), no desígnio de assentar (assertivamente), as ideias, que enformam (em substância), o húmus desta temática (que estamos a estudar), visando a assunção de uma práxis eficaz e afirmativa, susceptível de levar á bom porto este nobre Ideal, se impõe (antes de mais), anunciar (assertivamente), que o “Socialismo tem por ambição aplicar a comunidade e a justiça ao conjunto da nossa vida económica”. De anotar, todavia, que, conquanto se afigure assaz difícil (à primeira vista), levar a cabo, com êxito esta árdua e ingente tarefa não constitui motivo para renunciar à este nobre Ideal. Bien sûr, au contraire! É a Hora de todas as Verdades!