Quando todos os meus ídolos de juventude ― no domínio familiar, das artes, das letras e do desporto ― se forem, eu já não me importarei muito por aí além de seguir o mesmo caminho.
Agnelo Henriques, Pablo Picasso, Leonardo Bernstein, Vinícios de Morais, Jean Paul Sartre, Miles Davis, George Best, Pablo Neruda ― para só citar alguns ― deixaram-me exaurido com a sua ausência.
Ficaram ainda: minha santa mãe, Chico Buarque, Muhammad Ali, Umberto Eco, Keith Jarret ― também para só citar alguns ―, e são eles que me prendem ainda à vida. Seguro-me às obras, às palavras e às memórias que aqueles deixaram e os ainda vivos vão deixando; mas sem a presença de todos eles, o mundo não é a mesma coisa.
Não tivesse eu descendência... retirar-me-ia para uma palhota alcandorada lá bem no alto da serra do Fogo para morrer como um condor.