Este homem, Muammar al Kadhafi, foi um ditador e um criminoso com largas centenas de mortes no seu cadastro. Morreu como homem ― preservando a compostura e a dignidade pessoais até ao último suspiro. E morreu como mártir ― com a quase total similitude com que a Bíblia descreve a captura, a tortura, o sofrimento e a crucificação de Jesus Cristo.
Era Presidente de um país, a Líbia. Nessa qualidade, foi perseguido e assassinado pela NATO, por interpostos bombardeamentos aéreos e interpostos terroristas apelidados de “rebeldes”. É que em nada os terroristas que eliminaram Kadhafi se distinguem daqueles que Kadhafi terá utilizado para eliminar os seus inimigos.
Estes episódios recentes na Líbia, mostrados ao mundo na sua quasi completa nudez e crueza, constituem ― longe de uma solução de um ou vários problemas; longe de um ‘aviso’ dissuasor dirigido a regimes ditatoriais ― um aviso e um alerta perversos cujos “frutos” haveremos infelizmente de ver no futuro próximo.
E este alerta perverso consiste em dizer aos ditadores no poder e aos pretendentes a ditadores futuros que:
1) Não sendo eles nem presidente dos Estados Unidos, nem da China ou da Rússia ― os únicos que podem mandar matar impunemente ― o seu fim não será muito diferente do de Muammar al Kadhafi;
2) Que por isso a ditadura por eles praticada deverá ser cada vez mais sanguinária, cada vez mais terrorista e mais desrespeitadora dos direitos humanos, no que deverão preocupar-se em eliminar fisicamente todos os seus opositores, reais ou potenciais, ou mesmo imaginários, como único meio de se manterem no poder e não virem a ter o fim de Kadhafi.
1) Não sendo eles nem presidente dos Estados Unidos, nem da China ou da Rússia ― os únicos que podem mandar matar impunemente ― o seu fim não será muito diferente do de Muammar al Kadhafi;
2) Que por isso a ditadura por eles praticada deverá ser cada vez mais sanguinária, cada vez mais terrorista e mais desrespeitadora dos direitos humanos, no que deverão preocupar-se em eliminar fisicamente todos os seus opositores, reais ou potenciais, ou mesmo imaginários, como único meio de se manterem no poder e não virem a ter o fim de Kadhafi.
Longe de estarem a trazer paz ao mundo, a NATO e o Ocidente cristão, em nome do petróleo e do dinheiro, não têm o menor pejo em se aliarem a terroristas islâmicos (quando isso lhes convém) para, juntos ― em acções concertadas e desenvolvidas mano-a-mano, ― praticarem os actos mais bárbaros e mais terroristas que se pode imaginar.
As mãos da NATO estão tão sujas como estão as da Al Qaeda e tão sujas como estiveram as de Bin Laden. Qualquer diferença é mero pormenor.