Prática de ACTUAÇÃO Décima Quinta:
“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895).
Uma oportuna Análise da questão que se prende com a exequibilidade/viabilidade do Socialismo:
(A)
Há (efetivamente), duas razões distintas para as quais o socialismo (à escala da Sociedade, no seu todo), pode ser reputado, como algo de irrealizável. Uma primeira razão está vinculada aos limites da Natureza humana e uma outra à da tecnologia social. Eis porque, se nos afigura (assaz relevante), distingui-las (simultaneamente), no plano intelectual e político. E, explicitando (de modo dialecticamente consequente), se nos oferece, exarar o seguinte:
--- A primeira razão para a qual o socialismo é imaginado e suposto impraticável, prende-se com o facto, que os homens são (como se diz amiúde), por natureza demasiado (pouco generosos e solidários), para satisfazer aos seus critérios (quão generosos e solidários), sobretudo, no quadro pontual e íntimo de uma tal dinâmica de viver e existir em sociedade.
--- Por seu turno, a segunda razão, é que, mesmo se os homens, podem se transformar, no âmbito de uma cultura idónea, se coloca a pertinente questão, como fazer com que, através de regras e de incitações apropriadas, esta generosidade faça funcionar o maquinismo da economia. Todavia (em contrapartida), sabe-se muito bem (desgraçadamente), tirar partido do egoísmo humano!
(B)
Na verdade, mesmo (admitindo por um mero absurdo), se nenhum destes problemas e (nenhum outro do seu género), prevalecessem, o socialismo poderia, mesmo assim e (a despeito de tudo), ser algo de (francamente), irrealizável, visto que as forças políticas e ideológicas, susceptíveis de entravar um movimento (que a ele conduz, designadamente, a convicção que o socialismo é irrealizável), são demasiado robustas.
No entanto, a questão da viabilidade, que levantamos aqui (neste caso concreto), não é de saber se o socialismo é acessível (diretamente), mas se (se) pode aí chegar, à partir da nossa presente situação, a despeito da pesada herança do capitalismo e todos os demais outros riscos, que pesam sobre a nossa condição social atual.
Com efeito, a questão que se prende com a exequibilidade consiste em saber se o Socialismo funcionaria e se manteria, caso estivéssemos (efetivamente), em posição consentânea de o instaurar. Donde (e por outro), um aspecto relevante, no âmbito desta questão (em análise e apreço), é de saber se a viabilidade de uma Sociedade Socialista reforçaria ou (ao invés), sabotaria as preferências comunitárias e igualitárias necessárias para a estabilidade do Socialismo.
E, já agora, para refletir (antes de mais):
Impõe-se (sem demais delongas), colocar uma Questão, que se prende com A ideia de saber se o Socialismo é compatível (não só), com os impulsos da Natureza Humana, mas (outrossim),
Com a Natureza Humana tal como ela foi moldada pelo capitalismo, visto que as forças susceptíveis de se opor à instauração do Socialismo aventuram outrossim em entravar o seu funcionamento, com eficácia plena.
(C)
Não deixa de ser relevante, sublinhar, que (em princípio), o principal problema ao qual o ideal socialista deve fazer frente se prende com o facto, que somos (humanamente exprimindo), incapazes de fabricar a máquina que assegurará o seu bom funcionamento. De facto, o problema de fundo não é (em primeiro lugar), o egoísmo dos homens, mas (quiçá), a inadaptação à nossa nova tecnologia organizacional. De facto, está-se perante um problema técnico! Eis porque (quiçá), este problema se tornou insolúvel, visto que as nossas propensões egoístas, se foram exacerbando, tanto e de que maneira. De sublinhar, que estamos (efetivamente), ante um mero e simples problema de fabrico.
(D)
E, no desígnio de explicitar (adequadamente), as nossas Ideias, vale a pena, exarar o seguinte:
--- Mas quem não possui propensões, ora egoístas, ora generosas? Todavia, o que é facto (e que vale a pena sublinhar com ênfase), é que sabemos (realmente), fazer rodar a economia na base do egoísmo (o mais desenfreado), entretanto, não sabemos extrair partido da generosidade.
--- Contudo, no mundo real (aliás, no próprio seio da nossa Sociedade), muitas cousas dependem da generosidade, ou (para o asseverar), de modo mais geral, de motivações alheias ao mercado.
E , precisando (de modo avisado e assertivo). Por exemplo: os Médicos, as/os Enfermeiras/os e os Docentes não valorizam a sua Atividade profissional (pela alna), do salário, que podem dela usufruir, como fazem (aliás), os capitalistas e outras categorias profissionais. De anotar, que isto não significa que (eles) vão trabalhar (gratuitamente). Tem-se necessidade de comer (obviamente)! E (por outro, não obstante), não decorre desse facto, que o pessoal de cuidados de Saúde ou de Educação e Ensino malbarate o seu trabalho em função da remuneração financeira esquitada. Não que (eles), sejam dotados de uma alma mais nobre, mas antes porque a sua concepção da produtividade é guiada por uma ideia do que a Humanidade necessita (realmente). Ou seja: Na verdade, não são os índices do mercado que determinam (eficazmente), quais são as enfermidades a tratar ou quais os alunos a educar e ensinar. Todavia, à partir do momento em que quite o registo da necessidade, ou mais (geralmente), assumem a condição de bens dos quais toda a gente pode ter necessidade, integrando (deste modo), o elenco dos produtos opcionais, elenco esse, que se alarga à medida que a Economia prospera e a Vida e a Existência se tornam mais fáceis e mais sofisticadas, torna-se, mais problemático: saber o que produzir e como produzi-lo, sem a ajuda dos índices fornecidos pelo mercado. Eis-nos perante uma verdade, que (presentemente), raros são os economistas que a contestariam, por motivos e razões óbvias.
Lisboa, 17 Novembro 2011
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).