segunda-feira, 24 de outubro de 2011

(X) Alors Que faire?

Prática de ACTUAÇÃO DÉCIMA:

“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895)

ET POUR CAUSE
A Tendência para sublimar é (com efeito), irresistível!...


(A) Com efeito (et pour cause), a tendência para sublimar é assaz irresistível (positiva ou negativamente) e isto porque (ela) constitui o desígnio primordial de toda individuação (precisamente), enquanto (ela) for sempre (simultaneamente), psíquica e colectiva, salvo em se tornar o Processo de individuação. 
(B) Temos, nestes nossos Estudos ensaísticos, tentado pensar o nós, em termos não (unicamente), de processo de individuação psíquica e colectiva, mas (outrossim e ainda), como processo de individuação técnica (as retenções terciárias e os hypomnémata em quê elas consistem), quando as sociedades se elevam ao estado de civilizações, estando (estas) submetidas a este regímen de individuação.
(C) De facto, o sistema de hiperpotência (que é outrossim, híper-vulnerável e híper-impotente), advém quando no âmbito do processo de individuação psíquica, colectiva e técnica, a técnica (estando transformada em Tecnologia), torna-se (outrossim), tecnologia de controlo, isto é, adopta novas formas de hypomnémata (hegemonicamente submetida), aos imperativos de uma sociedade híper-industrial de serviços. Ou seja: Que da captação da atenção e de controlo comportamental visa fazer desaparecer os “savoir-faire” e os “savoir-vivre”, em benefício dos modos de emprego e procedimentos definidos pelo marketing para a adopção (soit disant), apropriada de produtos da inovação tecnológica (sempre mais miniaturizadas), o que engendra um imenso processo de desindividulização psíquica e colectiva, processo, que se denomina (identicamente), de estádio da proletarização generalizada, cuja assunção conduz (ipso facto) à perda do sentimento de existir. E dito (de modo mais consequente), esta situação leva ao desespero óbvio! É (aliás), neste contexto, que se produz a miséria espiritual, que (por seu turno), engendra a tendência para sublimar (negativamente), um sistema tecnológico híper-vulnerável. Eis porque, uma tal situação é (manifestamente), explosiva! Óbvia e absolutamente!

(D) Deste modo, a impotência para combater a híper-vulnerabilidade se arvora como consequência da irracionalidade que resulta (ela mesma), por seu turno, da desmotivação. Desmotivação essa (em que) os que perderam todas as razões de esperar, arruínam a confiança dos que (sem isto), tê-la-iam (ainda), enquanto (mais gravemente), ela aparece como um sentimento, não (unicamente), de desmotivação dos indivíduos, mas de imotivação do Mundo e do curso das cousas (que já não é unicamente), desordem e caos, e que desemboca (ipso facto), na verificação do puro e simples absurdo da existência. 
(E) E (em jeito de remate assertivo), temos (então), que:
a. A parada de todo processo de individuação psíquica, colectiva e técnica (ou tecnológica) é: Constituir o seu motivo, ou seja, o seu desejo.  Este não é (nem puramente), psíquica (nem meramente), social.
b. E (eis porque), ele é capaz, à partir desta imaginação, que constitui a faculdade espiritual (por excelência), que KANT denomina transcendental, o que (quiçá) estimula a (“bétise transcendentale) e dizíamos: engendrar um deus (ou Deus), mas (outrossim e, ainda), o triângulo (ou toda idealidade e toda sublimidade, em particular), enfim, esta atividade da sublimação(por excelência), que é (efetivamente), o trabalho artístico. 
c. Deste modo, estamos com NIETZCHE quando afirma que a Arte constitui a única abertura para além do niilismo! Quiçá!...Quiçá!...Quiçá!... 
Lisboa, 19 Outubro 2011
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).