domingo, 23 de outubro de 2011

(IX) Alors Que faire?

Prática de ACTUAÇÃO NONA:

“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895).

Com efeito
O populismo industrial engendra uma 
Sociedade incontrolável assombrada 
Pelo espírito do mártir e combate-lo
Constitui a prioridade política absoluta.

(1) Se é verdade, que a hiperpotência do racional se revela ser (outrossim), uma híper-vulnerabilidade (em particular), quando os que acreditam (já nada têm a perder), adoptam comportamentos “irracionais” de destruição (mutatis mutandis), se é verdade, que uma tal sociedade (em que), o poder tecnológico é (apenas uma potencia em acto), na base de uma confiança e no seu funcionamento, pode inverter-se, numa hiperpotência (uma vez que), tal confiança desapareça, então o sistema mimético que intima o populismo industrial assume (supremamente) perigoso mesmo se a gente espera que os “responsáveis políticos” (sejam quais forem), extraem as devidas consequências., por motivos óbvios.
(2) Demais (e por outro), não há dúvida nenhuma, que a captação da atenção é o que destrói as razões de esperar enquanto  a expectativa é o que supõe a atenção. Ou seja: A captação da atenção é o que destrói as razões de atingir algo, no âmbito do desenvolvimento social. Ela é (por conseguinte), inevitavelmente o que engendra desespero, o qual (por seu turno), induz comportamentos incontroláveis. E (dito por outras palavras): Ela produz uma sociedade incontrolável!

(3) Uma vez, posto isto (facilmente), entendemos o raciocínio do atual fantoche lusitano (atualizado), Pedro Passos Coelho (e por extensão óbvia), os seus acólitos, que se assume na edificação da “oposição do ostium e do negotium”. Ou seja: Na oposição das cousas do Espírito (entendido este como ente que pertence ao mundo do divino), enquanto o objecto infinito e (por excelência), incalculável e coisas do mundo concebido como (integralmente), redutível à comensurabilidade (calculável aliás). Todavia, a realidade é que (presentemente), o ostium foi (inteiramente) assimilado no negotium e as indústrias culturais (que desfraldam o populismo industrial), constituem a concretização (mais impressionante e mais problemática), deste feito. E participa disso (DESTARTE), porque (de um modo geral), o ostium e o negotium (que é necessário, com efeito disso distinguir), estão longe de se opor e (ao invés), sempre formaram um todo. De feito, é a sua própria composição que forma um mundo. 
(4) Na verdade, o Mundo é o que não aparece como mundo (leia-se, não como imundo), isto é desencorajador e que, no âmbito do circuito de um desejo, em que o incalculável não é (unicamente), o divino. Sim (efetivamente), é tudo quanto (que não existe), dá a este mundo o seu sentido como consistência e constitui o autêntico Mundo das idealidades. Ou seja: O Mundo do Espírito. E de um modo mais geral, é o que abre o processo de individuação psicossocial à esta falta de acabamento intrínseco e que transpõe (com efeito), a morte, conquanto as civilizações sejam mortais, à começar pela civilização cristã (muito mal de saúde!). 
(5) Eis (de facto), o Espírito (enquanto pode e deve), constituir o objecto de uma economia política industrial (visto que as fantasias), como as ideias religiosas são suportadas por práticas (que denominam elas mesmas, suportes), dos hypomnémata, que (precisamente), nos nossos dias de hoje, se tornam industriais. O que quer dizer (identicamente), que é pelo “cálculo que o incalculável, divino ou temporal” é conhecido (ou mais precisamente), pela prática dos hypomnémata, na qualidade de retenções terciárias que recorrem ao cálculo, mas que (enquanto poder de repetição, que ultrapassam o pessoal). Ou seja: Identicamente, a pulsão de morte arranca a esta, não (unicamente), uma diferença, mas bem a experiência de uma singularidade para além de toda diferença, pois que incomparável. 
(6) Ora (nem mais nem menos), as retenções terciárias (que são os hypomnémata), constituem os suportes do ostium (outrossim do negotium). E deve constituir (precisamente), o papel de uma política concebida (antes de tudo), como uma educação dos seus cidadãos, que fazer a diferença entre ambos sem os opor, visto que uma tal oposição conduz (então), com efeito, à existência de dois mundos. Ou seja: Na realidade, à um mundo em que uma mão recupera o que a outra tinha dado.
(7) Sem sombra de dúvida, numa sociedade política, lutar contra a miséria espiritual consiste em fazer do espírito e dos seu valor incomensurável o próprio cerne/imo da economia política e inscrever (outrossim), numa economia geral, em que não se pode fazer economia do dom e do contra-dom. Delegar esta egrégia questão às organizações confessionais, significa (pelo contrário), instalar esta miséria (duravelmente), pondo-a como um facto contra o qual é impossível agir, deleitando-se em cultivar os mistérios e (em particular), os que conduzem às sublimações negativas, dos candidatos à martirização. 
(8) Enfim e, em suma e, em jeito de Remate assertivo, temos (então), que:
a. Assentando, que o espírito (só é após a morte), que num além da morte, visto que as cousas temporais não podem ser espirituais e nada podem (por conseguinte), fazer para o espírito, os “profissionais da política”(leia-se avisadamente, autênticos casos psiquiátricos) em que, Passos Coelho é (um símbolo perfeito), confirmam o desespero secular, alegando que nada se pode fazer nesse sentido, senão levando a cabo uma política de restauração da autoridade do espírito. Melhor dito, nas circunstâncias, nada melhor, que a implantação do autoritarismo, recorrendo-se à uma política do terror e de cretinização das pessoas, reduzindo-as à condição de espoliados do saber.
b. Com efeito (et pour cause), um tal elóquio (quão estulto e desprovido de ética), infelizmente só pode engendrar a multiplicação dos comportamentos “irracionais e incontroláveis”, a renúncia à toda razão de esperar, neste mundo, incitando (inevitavelmente), ao culto dos fantasmas de sacrificados e ao espírito de mártir que vem sublimar (negativamente) e (concomitantemente), incentivar (de modo irresistível), a tendência suicidaria geral. Eis, a questão de fundo!


Lisboa, 17 Outubro 2011
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo)