Na Peugada de NOVOS RUMOS:
“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895).
Acerca do Domínio Técnico, no âmbito da Sociedade Hodierna:
Diga-se o que se disser, na verdade, presentemente (nos nossos dias de hoje), ninguém pode contestar a vastidão do Domínio Técnico imperante, em todos os aspectos da nossa existência. Donde, a urgência consiste em assumir, sem demais delongas, o desafio/repto lançado.
À tese segundo a qual a modernidade é fundamentalmente sinónimo de “época técnica” (consoante exarou, o filósofo alemão, Martin HEIDEGGER (1889-1976), se opõe, logo à primeira, o facto que a técnica é, outrossim, quão vetusta como o próprio Homem. Trata-se, por conseguinte, de definir o estatuto da técnica hodierna em relação ao uso milenar de ferramentas.
De consignar, avisadamente, que a divulgação da essência originária da Técnica foi conduzida pelo estudo do mundo helénico: Descobre na ferramenta um prolongamento da mão, pelo qual o Homem se configura um ambiente maneável e assegura, deste modo, a sua penhora sobre o Mundo. De feito, a Técnica antiga é, na sua essência primordial uma prestidigitação (leia-se, outrossim, manobra) e é ela que torna o Homem “como mestre e possessor da Natureza”, racionando, criticamente com o filósofo e matemático francês, René DESCARTES (1596-1650).
Por seu turno, no atinente à Técnica hodierna, quanto à ela se define pelo advento da máquina, sendo o filósofo e revolucionário alemão KARL MARX (1818-1883), o pensador desta “Revolução total”, que desapossa o Homem da sua condição de manobrador de ferramenta e da penhora sobre o Mundo, em benefício de uma maquinaria automática na qual ele só intervém a título de meio. Donde e daí, se pode asseverar, avisadamente que a Técnica hodierna é, na sua essência primordial maquinação e só o dispositivo mecânico é, ipso facto, “mestre e possessor da Natureza” e, identicamente dos homens, que são, então escravizados e desapossados da sua própria existência.
Todavia, se a Técnica hodierna não procede da Técnica antiga, é que ela tem uma outra proveniência, obviamente.
Eis porque, a obra do filósofo alemão, KARL MARX se revela, assaz crucial, precisamente, pois que procede, integralmente da de um outro genial filósofo germânico, Friedrich HEGEL (1770-1831). Ou seja: ela mostra em quê a lógica capitalista do dispositivo técnico é apenas diferente da lógica especulativa do sistema metafísico, à saber, a subordinação dos homens particulares (no âmbito) da autoprodução do universal abstracto. Deste modo, evidentemente a obra de MARX põe em evidência, que a época da Técnica é a Metafísica concluída (HEIDEGGER).
Enfim e, em suma e, em jeito de Remate assertivo:
Assim, se revela a ameaça inerente à nossa época, a da aniquilação da Singularidade Humana, ao mesmo tempo, que a essência da modernidade: Eis nos, efectivamente ante o niilismo, na sua assunção mais deletéria.
Lisboa, 01 Novembro 2010
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).