Dir-se-ia que faz todo o sentido um ex-maoísta defender outro ex-maoísta. Mas neste caso não é bem isso que se passa. E concordo com Pacheco Pereira: o declínio do jornal “Público” no panorama da imprensa portuguesa não tem muito a ver com as posições pró-americanas do seu director, José Manuel Fernandes. Deve-se antes ao facto de a Internet e outros meios de comunicação (alguns até gratuitos) cobrirem perfeita e atempadamente a actualidade, tão ou melhor do que a imprensa escrita, sobretudo da imprensa escrita que mais não faz do que servir de caixa-de-ressonância às agencias noticiosas.
Os jornalistas portugueses deviam ler, por exemplo, os jornais e revistas americanos para se certificarem que hoje só é possível vender papel escrito se nele se integrar muito trabalho e muita imaginação dos jornalistas. Já não basta falar do golo marcado ao Porto por David ou da menina cujo pai do coração está sob prisão por sequestro. Isso é do que tratam os jornais gratuitos ― diga-se de passagem ― com muito profissionalismo. O que é preciso é os jornalistas portugueses deixarem-se de ter preguiça e começarem a pôr as meninges a funcionar, investigarem a fundo e escreverem, por exemplo, sobre os novos fenómenos sociais como é a globalização, a perda de paradigmas por parte da juventude, a iliteracia de muitos políticos profissionais, a tomada do poder por grupos económicos sem pátria e sem projecto nacional, a perda de noção de Serviço Público, etc.
Até que algo de semelhante aconteça, vamos continuar a ver definhar os jornais que ora conhecemos como quem assiste ao apodrecimento de uma banana ao sol. É a lei da vida a impor-se inexoravelmente. O negócio da futilidade tem os dias contados pois vai ser cada vez mais gratuito conhecer a futilidade que nos cerca. Ficará de pé o negócio da cultura e da divulgação séria do conhecimento. Aquele que dá trabalho fazer. Aquele que, por isso, tem de ser pago para ser usufruído.
domingo, 28 de janeiro de 2007
BOM DIA
Hoje a ementa é: Caril de Camarão com Arroz Branco.
Mas não é um vulgar caril tipo: “desfaz-se o pó de caril em água e leite de coco, deita-se os camarões previamente descascados para dentro da panela, mistura-se tudo em lume brando e depois de 15-20 minutos serve-se com arroz branco".
Não, nada disso!
O chef confeccionará a iguaria de hoje com esmerado cuidado. E entre vários rituais fará um refogado com cebola e alho; usará o melhor pó de caril do mercado; adicionará à cozedura leite, creme de coco, e coco ralado; coentros, FOLHA DE CARIL, um pouco de água e pouquíssimo sal. Depois de tudo cozido adicionará o camarão previamente descascado. Ficará tudo ao lume e depois do tempo necessário o prato será servido com arroz branco.
Para engrossar o molho de caril e para dar um toque especialíssimo de superior requinte a essa iguaria, o chef costuma usar mais alguns ingredientes que são segredo profissional. Cujo, contudo, o chef está disposto a divulgar. Mas só em parte. E apenas por email.
(Se não quiserdes dar-vos ao trabalho de enviar um email ao chef, contentai-vos então em experimentar esta receita tal como ela vos é dada a conhecer, contendo já um segredo que é a FOLHA DE CARIL, que com ela já estais muito bem servidos e já ireis fazer um figurão perante os vossos convidados).
Como deveis ter reparado, não há aqui referências a quantidades e tempos precisos de cocção. Isso é feito de propósito. É que quem cozinha deve gostar do que faz; passar bastante tempo na cozinha ― experimentando, investigando e criando; na companhia de boa música, com ou sem pessoas queridas ao lado, bebendo um copo e filosofando um pouco ― e ir descobrindo os segredos da Arte de Cozinhar. (Sendo missão de um chef estimular estes hábitos).
E depois ter o prazer de oferecer aos seus convivas uma obra de arte para degustação.
Hoje, por certo, e tal como das outras vezes, haverá disputas de lugares à mesa (todos quererão ter o privilégio de ficar sentados ao pé do chef ); uma ou outra senhora mais sensível terá um princípio de desmaio para captar as atenções do chef; um telefonema de última hora trará a notícia de que a perda de um avião de Londres ou Madrid impedirá que um executivo (já em lágrimas) chegue a horas ao almoço; um SMS secreto comunicará o desespero de quem, por razões “protocolares”, não pode estar presente.
E no meio de murmúrios, suspiros, huuuum(s) de puro prazer... o verdadeiro e único Caril de Camarão com arroz Branco será degustado até ao último átomo.
Em fundo, a música de Wagner assegurará a harmonia do ambiente divinal em que o almoço decorrerá.
Nota: Consta, à boca pequena e no mais absoluto sigilo dentro do grupo de convivas habituais, que se suspeita de que o suicídio de um dos nossos amigos íntimos terá ocorrido em virtude de, retido num hospital por doença súbita, um dia não ter podido estar presente a um destes almoços.
Mas não é um vulgar caril tipo: “desfaz-se o pó de caril em água e leite de coco, deita-se os camarões previamente descascados para dentro da panela, mistura-se tudo em lume brando e depois de 15-20 minutos serve-se com arroz branco".
Não, nada disso!
O chef confeccionará a iguaria de hoje com esmerado cuidado. E entre vários rituais fará um refogado com cebola e alho; usará o melhor pó de caril do mercado; adicionará à cozedura leite, creme de coco, e coco ralado; coentros, FOLHA DE CARIL, um pouco de água e pouquíssimo sal. Depois de tudo cozido adicionará o camarão previamente descascado. Ficará tudo ao lume e depois do tempo necessário o prato será servido com arroz branco.
Para engrossar o molho de caril e para dar um toque especialíssimo de superior requinte a essa iguaria, o chef costuma usar mais alguns ingredientes que são segredo profissional. Cujo, contudo, o chef está disposto a divulgar. Mas só em parte. E apenas por email.
(Se não quiserdes dar-vos ao trabalho de enviar um email ao chef, contentai-vos então em experimentar esta receita tal como ela vos é dada a conhecer, contendo já um segredo que é a FOLHA DE CARIL, que com ela já estais muito bem servidos e já ireis fazer um figurão perante os vossos convidados).
Como deveis ter reparado, não há aqui referências a quantidades e tempos precisos de cocção. Isso é feito de propósito. É que quem cozinha deve gostar do que faz; passar bastante tempo na cozinha ― experimentando, investigando e criando; na companhia de boa música, com ou sem pessoas queridas ao lado, bebendo um copo e filosofando um pouco ― e ir descobrindo os segredos da Arte de Cozinhar. (Sendo missão de um chef estimular estes hábitos).
E depois ter o prazer de oferecer aos seus convivas uma obra de arte para degustação.
Hoje, por certo, e tal como das outras vezes, haverá disputas de lugares à mesa (todos quererão ter o privilégio de ficar sentados ao pé do chef ); uma ou outra senhora mais sensível terá um princípio de desmaio para captar as atenções do chef; um telefonema de última hora trará a notícia de que a perda de um avião de Londres ou Madrid impedirá que um executivo (já em lágrimas) chegue a horas ao almoço; um SMS secreto comunicará o desespero de quem, por razões “protocolares”, não pode estar presente.
E no meio de murmúrios, suspiros, huuuum(s) de puro prazer... o verdadeiro e único Caril de Camarão com arroz Branco será degustado até ao último átomo.
Em fundo, a música de Wagner assegurará a harmonia do ambiente divinal em que o almoço decorrerá.
Nota: Consta, à boca pequena e no mais absoluto sigilo dentro do grupo de convivas habituais, que se suspeita de que o suicídio de um dos nossos amigos íntimos terá ocorrido em virtude de, retido num hospital por doença súbita, um dia não ter podido estar presente a um destes almoços.
sábado, 27 de janeiro de 2007
E VIVA O GOVERNO DE PORTUGAL
Permita-me convidá-lo a visitar o Almocreve das Petas para ler esta posta com informação vital, via Engenheiro João Cravinho, para algum entendimento do receio deste deputado de que sombras do passado possam um dia ameaçar o funcionamento do actual Partido Socialista, mas sobretudo do seu secretário geral e Primeiro Ministro, José Sócrates.
Nota: fotografias copiadas e reproduzidas aqui, sem consentimento, do blogue Almocreve das Petas
Nota: fotografias copiadas e reproduzidas aqui, sem consentimento, do blogue Almocreve das Petas
NOVO AVISO À NAVEGAÇÃO
Siga-me, por favor, nesta descrição breve e simples, e tire daí as devidas ilações:
Instalei o Windows Vista num disco novo e virgem que decidi usar para voltar a testar essa nova coqueluche da Microsoft.
Depois de concluída a instalação e de constatar que tudo estava a correr sobre rodas, desliguei o computador, liguei de novo os restantes três discos que o equipam e arranquei do disco que continha o Vista. O arranque decorreu sem problemas.
Tentei depois instalar um programa que funciona às mil maravilhas no Windows XP.
Não consegui.
Resolvi então esquecer o problema, desligar de novo o computador e voltar a arrancar ― agora a partir dos meus discos montados em RAID1 (dois discos que funcionam como se fossem um só, sendo um a imagem do outro, de forma a prevenir a perda de dados em caso de falha de um deles).
Eis então que se dá o grande acontecimento provocado pela presença (que se suporia pacífica) do Windows Vista no meu computador: embora instalado separada e isoladamente num disco destinado só a ele, o Vista, logo que apanhou os outros discos ligados, escreveu informação no MBR (Master Boot Record) daqueles discos, isto é, alterou a primeiríssima informação que um computador lê antes de usar um disco duro, incluindo nessa operação os dois discos montados em RAID1, provocando com isso a desorganização do sistema não me sendo mais possível reorganizar o array RAID1.
Conclusão: tive que limpar completamente os meus discos, parti-los, montá-los de novo em RAID1, formatá-los e instalar TUDO de novo.
O que vale é que eu tenho sempre guardado (não apenas uma mas) três cópias integrais do sistema e dos dados, tendo recorrido a uma delas para poder voltar a ter de novo o meu computador ao serviço.
Ponha-se a pau com o Windows Vista!
Instalei o Windows Vista num disco novo e virgem que decidi usar para voltar a testar essa nova coqueluche da Microsoft.
Depois de concluída a instalação e de constatar que tudo estava a correr sobre rodas, desliguei o computador, liguei de novo os restantes três discos que o equipam e arranquei do disco que continha o Vista. O arranque decorreu sem problemas.
Tentei depois instalar um programa que funciona às mil maravilhas no Windows XP.
Não consegui.
Resolvi então esquecer o problema, desligar de novo o computador e voltar a arrancar ― agora a partir dos meus discos montados em RAID1 (dois discos que funcionam como se fossem um só, sendo um a imagem do outro, de forma a prevenir a perda de dados em caso de falha de um deles).
Eis então que se dá o grande acontecimento provocado pela presença (que se suporia pacífica) do Windows Vista no meu computador: embora instalado separada e isoladamente num disco destinado só a ele, o Vista, logo que apanhou os outros discos ligados, escreveu informação no MBR (Master Boot Record) daqueles discos, isto é, alterou a primeiríssima informação que um computador lê antes de usar um disco duro, incluindo nessa operação os dois discos montados em RAID1, provocando com isso a desorganização do sistema não me sendo mais possível reorganizar o array RAID1.
Conclusão: tive que limpar completamente os meus discos, parti-los, montá-los de novo em RAID1, formatá-los e instalar TUDO de novo.
O que vale é que eu tenho sempre guardado (não apenas uma mas) três cópias integrais do sistema e dos dados, tendo recorrido a uma delas para poder voltar a ter de novo o meu computador ao serviço.
Ponha-se a pau com o Windows Vista!
SEM APITO DOURADO ARRUMAM-SE AS BOTAS
Os dragões dourados deslocaram-se a Leiria para defrontar o União. Perderam por uma bola a zero com a equipa do ex-dragão Domingos Paciência.
E não foram de cantigas: após o terminus do jogo pediram, pela boca do seu treinador, «uma investigação rigorosa à arbitragem de Elmano Santos». Pois por certo não admitem que o árbitro não tenha levado um apito dourado para o jogo e os não tenha favorecido.
Pena é que não tenham mostrado a mesma preocupação aquando do jogo em que o Atlético os eliminou da Taça de Portugal em pleno estádio do Dragão e em que um árbitro de apito dourado os beneficiou com duas grandes decisões escandalosas (prolongamento do jogo por mais 5 injustificados minutos e marcação de uma grande penalidade inexistente) que felizmente, para a verdade desportiva, acabaram por não os beneficiar em nada porque sequer empataram aquele jogo.
Para o próximo jogo espera-se que a nova comissão de arbitragem deixe que o Futebol Clube do Porto possa escolher o árbitro e a cor do referido apito.
Dourado, claro.
E não foram de cantigas: após o terminus do jogo pediram, pela boca do seu treinador, «uma investigação rigorosa à arbitragem de Elmano Santos». Pois por certo não admitem que o árbitro não tenha levado um apito dourado para o jogo e os não tenha favorecido.
Pena é que não tenham mostrado a mesma preocupação aquando do jogo em que o Atlético os eliminou da Taça de Portugal em pleno estádio do Dragão e em que um árbitro de apito dourado os beneficiou com duas grandes decisões escandalosas (prolongamento do jogo por mais 5 injustificados minutos e marcação de uma grande penalidade inexistente) que felizmente, para a verdade desportiva, acabaram por não os beneficiar em nada porque sequer empataram aquele jogo.
Para o próximo jogo espera-se que a nova comissão de arbitragem deixe que o Futebol Clube do Porto possa escolher o árbitro e a cor do referido apito.
Dourado, claro.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
PARECE BRINCADEIRA
Esta semana, no Parlamento, questionado sobre o facto de os médicos de primeira linha estarem a abandonar os hospitais públicos escolhendo trabalhar no privado, o Senhor Ministro da Saúde saiu-se com esta: “Isso não é problema nenhum pois os médicos de segunda linha dos hospitais são tão bons como os de primeira linha”.
Só não explicou aos deputados porque é que os médicos de segunda linha são médicos de segunda linha.
Se isto não parece ser brincadeira, então o que é que parece ser uma brincadeira?
Mas o pior é que enquanto vão acontecendo diálogos destes com o Senhor Ministro da Saúde, os hospitais vão-se despovoando de médicos competentes ficando com os menos competentes ou contratando tarefeiros de competência duvidosa ― porque mal preparados para as funções que vão desempenhar.
Isto está a ficar lindo! Ai está, está!
Só não explicou aos deputados porque é que os médicos de segunda linha são médicos de segunda linha.
Se isto não parece ser brincadeira, então o que é que parece ser uma brincadeira?
Mas o pior é que enquanto vão acontecendo diálogos destes com o Senhor Ministro da Saúde, os hospitais vão-se despovoando de médicos competentes ficando com os menos competentes ou contratando tarefeiros de competência duvidosa ― porque mal preparados para as funções que vão desempenhar.
Isto está a ficar lindo! Ai está, está!
TUDO CADA VEZ MAIS “NORMAL”
Como é já bastamente sabido, a Polícia Judiciária fez buscas nas instalações da Câmara Municipal de Lisboa e constituiu arguida uma vereadora.
Para já!... É que ao que se diz por aí, mais há-de vir.
Isto, no mínimo e no máximo, quer dizer que há fortes indícios de práticas ilícitas, senão mesmo criminosas, por parte de alguém que trabalha na, ou para a Câmara de Lisboa.
Pois bem, ouvido sobre o assunto, o Senhor Presidente da Câmara, Prof. Carmona Rodrigues, disse que isso era normal. Ele achou normal uma busca da Judiciária às instalações da Câmara Municipal.
Mas não é! Não é normal haver indícios de ilicitude ou de condutas criminosas nas câmaras municipais. E é lamentável que um indivíduo com as responsabilidades do Presidente da Câmara de Lisboa faça e publicite este tipo de branqueamento relativamente a factos anómalos merecedores da maior preocupação e reprovação.
Mas adiante. Ouvido sobre o mesmo assunto, o líder do PSD, Marques Mendes, disse que isso (as buscas e a condição de arguida de uma vereadora) era “uma dificuldade” que teria que ser ultrapassada.
“Uma dificuldadae”. Foi o que ele disse.
Não é “dificuldade” nenhuma!
É, mas é uma autêntica vergonha!
E mandava a coerência que Marques Mendes convencesse Carmona Rodrigues a demitir-se, assim como por razões idênticas não apoiara a candidatura de Isaltino Morais à Câmara de Oeiras.
Enquanto isso, não sei se já repararam que há buracos no pavimento de tudo o que é rua ou avenida de Lisboa. Uma situação destas não acontecia vai bem para perto de 20 anos. Mas é compreensível que hoje assim seja: onde é que essa gente iria arranjar tempo para se preocupar com o pavimento das ruas quando há por aí tanto terreno camarário para permutar?!
Isto está a ficar lindo! Ai está, está!
Para já!... É que ao que se diz por aí, mais há-de vir.
Isto, no mínimo e no máximo, quer dizer que há fortes indícios de práticas ilícitas, senão mesmo criminosas, por parte de alguém que trabalha na, ou para a Câmara de Lisboa.
Pois bem, ouvido sobre o assunto, o Senhor Presidente da Câmara, Prof. Carmona Rodrigues, disse que isso era normal. Ele achou normal uma busca da Judiciária às instalações da Câmara Municipal.
Mas não é! Não é normal haver indícios de ilicitude ou de condutas criminosas nas câmaras municipais. E é lamentável que um indivíduo com as responsabilidades do Presidente da Câmara de Lisboa faça e publicite este tipo de branqueamento relativamente a factos anómalos merecedores da maior preocupação e reprovação.
Mas adiante. Ouvido sobre o mesmo assunto, o líder do PSD, Marques Mendes, disse que isso (as buscas e a condição de arguida de uma vereadora) era “uma dificuldade” que teria que ser ultrapassada.
“Uma dificuldadae”. Foi o que ele disse.
Não é “dificuldade” nenhuma!
É, mas é uma autêntica vergonha!
E mandava a coerência que Marques Mendes convencesse Carmona Rodrigues a demitir-se, assim como por razões idênticas não apoiara a candidatura de Isaltino Morais à Câmara de Oeiras.
Enquanto isso, não sei se já repararam que há buracos no pavimento de tudo o que é rua ou avenida de Lisboa. Uma situação destas não acontecia vai bem para perto de 20 anos. Mas é compreensível que hoje assim seja: onde é que essa gente iria arranjar tempo para se preocupar com o pavimento das ruas quando há por aí tanto terreno camarário para permutar?!
Isto está a ficar lindo! Ai está, está!
domingo, 21 de janeiro de 2007
MAIS UMA MORTE
No Diário de Notícias de hoje:
«É a segunda vítima mortal no espaço de duas semanas. Fernando Santos, de 56 anos, morreu ontem no centro de saúde de Odemira na sequência de um enfarte de miocárdio agudo. O helicóptero do INEM chegou quatro horas depois de ter sido pedido socorro, quando a vítima já estava em falência cardíaca. Pelo meio, foi encaminhado para um Serviço de Atendimento Permanente (SAP), onde não havia médicos suficientes para o acompanhar no transporte a um hospital, ficou à espera de uma viatura de emergência vinda de Beja e, depois, dos meios aéreos de Lisboa.
A morte de Fernando Santos surge poucos dias depois de António Oliveira falecer no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde chegou seis horas depois de ter sofrido um acidente em Odemira. E é mais um caso cujo desfecho foi condicionado pela falta de recursos de saúde no Alentejo.»
Valerá a pena acrescentar mais alguma palavra a isto?
«É a segunda vítima mortal no espaço de duas semanas. Fernando Santos, de 56 anos, morreu ontem no centro de saúde de Odemira na sequência de um enfarte de miocárdio agudo. O helicóptero do INEM chegou quatro horas depois de ter sido pedido socorro, quando a vítima já estava em falência cardíaca. Pelo meio, foi encaminhado para um Serviço de Atendimento Permanente (SAP), onde não havia médicos suficientes para o acompanhar no transporte a um hospital, ficou à espera de uma viatura de emergência vinda de Beja e, depois, dos meios aéreos de Lisboa.
A morte de Fernando Santos surge poucos dias depois de António Oliveira falecer no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde chegou seis horas depois de ter sofrido um acidente em Odemira. E é mais um caso cujo desfecho foi condicionado pela falta de recursos de saúde no Alentejo.»
Valerá a pena acrescentar mais alguma palavra a isto?
sábado, 20 de janeiro de 2007
CUIDADO COM O WINDOWS VISTA
Se pretende instalar o Windows Vista no seu computador, pense várias vezes e siga este conselho:
1)Sirva-se para o efeito de um novo disco duro.
2)Desligue previamente o disco duro que contém o seu actual sistema.
3)Depois disso instale o Vista e explore-o exaustivamente. Para sua decepção.
É um sistema com um interface altamente apelativo e até sedutor. Mas vai depois concluir que é um sistema feito para tomar conta do seu computador e para tomar conta e mandar em si. Você perde toda a liberdade de “mexer” no conteúdo do seu computador. E como se supõe que já deve vir habituado a “mexer” em tudo no Windows XP, por exemplo, sentir-se-á manietado, impotente e frustrado com as restrições que o Vista lhe impõe.
E se tiver a desdita de instalar o Vista sobre o Windows XP (fazendo um upgrade) ― esqueça! Não vai mais poder voltar ao seu sistema original.
Mesmo que instale o Vista num novo disco (mas tendo o disco antigo ligado) ― ele altera o boot sector do seu disco de sistema antigo e de aí em diante você só poderá aceder ao seu sistema antigo através do Vista ― nunca mais poderá arrancar de forma independente o seu sistema antigo; com a agravante de perder todo o sistema e sua configuração caso um dos discos se avariar; porque passam a depender um do outro: nem sequer poderá arrancar o Vista se um dos dois discos duros não estiver a funcionar.
Depois acontece ainda que à mínima alteração que faça à arquitectura do seu computador (mudança da placa gráfica, aumento da memória, etc.) o Vista deixa de funcionar porque considera que você mudou de computador e exige que adquira uma nova licença.
Para além de tudo isso irá constatar que muitos dos seus programas favoritos e com os quais está já habituado a trabalhar, deixam de funcionar no Vista.
Uma tragédia!
E se quiser desinstalar o Vista... não tem como! Quer dizer: tem como mas é arriscado: arrisca-se a perder todos os seus dados e a ficar com um computador vazio onde vai ter que pôr tudo de novo.
Sobre este último aspecto clique nos links abaixo, veja a complicação da coisa e saiba como agir caso já esteja “apanhado” pelo Vista e queira livrar-se dele. Vai ver que não há garantias de sucesso nessa operação.
Ponha-se a pau!
http://www.tech-recipes.com/microsoft_vista_tips1040.html
http://vista-uninstall-bootloader.freeware-alternative.uni.cc/
1)Sirva-se para o efeito de um novo disco duro.
2)Desligue previamente o disco duro que contém o seu actual sistema.
3)Depois disso instale o Vista e explore-o exaustivamente. Para sua decepção.
É um sistema com um interface altamente apelativo e até sedutor. Mas vai depois concluir que é um sistema feito para tomar conta do seu computador e para tomar conta e mandar em si. Você perde toda a liberdade de “mexer” no conteúdo do seu computador. E como se supõe que já deve vir habituado a “mexer” em tudo no Windows XP, por exemplo, sentir-se-á manietado, impotente e frustrado com as restrições que o Vista lhe impõe.
E se tiver a desdita de instalar o Vista sobre o Windows XP (fazendo um upgrade) ― esqueça! Não vai mais poder voltar ao seu sistema original.
Mesmo que instale o Vista num novo disco (mas tendo o disco antigo ligado) ― ele altera o boot sector do seu disco de sistema antigo e de aí em diante você só poderá aceder ao seu sistema antigo através do Vista ― nunca mais poderá arrancar de forma independente o seu sistema antigo; com a agravante de perder todo o sistema e sua configuração caso um dos discos se avariar; porque passam a depender um do outro: nem sequer poderá arrancar o Vista se um dos dois discos duros não estiver a funcionar.
Depois acontece ainda que à mínima alteração que faça à arquitectura do seu computador (mudança da placa gráfica, aumento da memória, etc.) o Vista deixa de funcionar porque considera que você mudou de computador e exige que adquira uma nova licença.
Para além de tudo isso irá constatar que muitos dos seus programas favoritos e com os quais está já habituado a trabalhar, deixam de funcionar no Vista.
Uma tragédia!
E se quiser desinstalar o Vista... não tem como! Quer dizer: tem como mas é arriscado: arrisca-se a perder todos os seus dados e a ficar com um computador vazio onde vai ter que pôr tudo de novo.
Sobre este último aspecto clique nos links abaixo, veja a complicação da coisa e saiba como agir caso já esteja “apanhado” pelo Vista e queira livrar-se dele. Vai ver que não há garantias de sucesso nessa operação.
Ponha-se a pau!
http://www.tech-recipes.com/microsoft_vista_tips1040.html
http://vista-uninstall-bootloader.freeware-alternative.uni.cc/
terça-feira, 16 de janeiro de 2007
NO MELHOR PANO
Sinceramente, não julgava Pacheco Pereira capaz de um erro destes: nesta posta transformou o grama (medida de massa) numa planta semelhante à relva , isto é, chamou-lhe a grama.
Eu sei que nas mercearias e nos telejornais se diz, por exemplo, “trezentas gramas” em vez de trezentos gramas; mas não julgava o autor do Abrupto capaz de os acompanhar nesse erro de palmatória.
Devo até dizer que sob o ponto de vista científico está convencionado não usar plural para as unidades de medida. Sendo assim, a frase que utilizei acima só estará correcta com esta grafia: “trezentos grama” (sem plural).
Valeu!?
P.S. Não vale chamar-me polícia da Língua ou “recta pronúncia”; vale é reconhecer e corrigir o erro. Porque o Abrupto é muito lido e faz escola.
Editado às 8:16 AM de hoje, 17/01/2007: O erro acima apontado já foi corrigido, para bem de muitos leitores, pelo Abrupto. Aplauda-se por isso a atitude do autor do blogue.
Eu sei que nas mercearias e nos telejornais se diz, por exemplo, “trezentas gramas” em vez de trezentos gramas; mas não julgava o autor do Abrupto capaz de os acompanhar nesse erro de palmatória.
Devo até dizer que sob o ponto de vista científico está convencionado não usar plural para as unidades de medida. Sendo assim, a frase que utilizei acima só estará correcta com esta grafia: “trezentos grama” (sem plural).
Valeu!?
P.S. Não vale chamar-me polícia da Língua ou “recta pronúncia”; vale é reconhecer e corrigir o erro. Porque o Abrupto é muito lido e faz escola.
Editado às 8:16 AM de hoje, 17/01/2007: O erro acima apontado já foi corrigido, para bem de muitos leitores, pelo Abrupto. Aplauda-se por isso a atitude do autor do blogue.
SEM GRANDES COMENTÁRIOS
Esta posta de Masson, no Almocreve das petas, diz tudo sobre o descalabro que já é, e do que nos espera, quanto ao desmantelamento, sem alternativa à altura, do Serviço Nacional de Saúde.
Deus nos valha.
Deus nos valha.
domingo, 7 de janeiro de 2007
APITO SEMPRE DOURADO
Os do Atlético da Tapadinha, de Alcântara e de Lisboa, tomaram o autocarro às sete horas desta manhã e rumaram ao Porto para defrontar o penta, tetra, treta campeão numa eliminatória da Taça de Portugal.
Os estafados alcantarenses marcaram um golo aos estagiados dragões dourados e não havia forma de o Futebol Clube do Porto chegar pelo menos ao empate.
Eis então que o homem do apito (dourado?), sem que nada o justificasse, acrescenta mais 5 (cinco) escandalosos minutos à partida.
Como mesmo assim os dragões dourados não conseguiam chegar ao golo, o homem do apito (agora já mesmo dourado) resolveu marcar uma grande penalidade, de todo inexistente, contra o Atlético.
Aí Deus acordou. E atempadamente soprou a bola que se desviou na trajectória, embateu no poste e não entrou.
É este o futebol que há em Portugal.
Bem pode o Ministério Público e todos os Procuradores especiais escrutinar o mundo sujo da bola, português, que aquele continuará a rolar indiferente às regras, à moral e à ética.
Douradamente.
Editado às 9:09 AM de 08/01/2006: O inquietante de tudo isto é que as primeiras páginas dos três principais diários desportivos portugueses hoje publicados não fazem o mínimo eco do escândalo que o árbitro da partida ia protagonizando ontem no Porto. Isto é sintomático da "normalidade" dourada em que vive o futebol português.
Os estafados alcantarenses marcaram um golo aos estagiados dragões dourados e não havia forma de o Futebol Clube do Porto chegar pelo menos ao empate.
Eis então que o homem do apito (dourado?), sem que nada o justificasse, acrescenta mais 5 (cinco) escandalosos minutos à partida.
Como mesmo assim os dragões dourados não conseguiam chegar ao golo, o homem do apito (agora já mesmo dourado) resolveu marcar uma grande penalidade, de todo inexistente, contra o Atlético.
Aí Deus acordou. E atempadamente soprou a bola que se desviou na trajectória, embateu no poste e não entrou.
É este o futebol que há em Portugal.
Bem pode o Ministério Público e todos os Procuradores especiais escrutinar o mundo sujo da bola, português, que aquele continuará a rolar indiferente às regras, à moral e à ética.
Douradamente.
Editado às 9:09 AM de 08/01/2006: O inquietante de tudo isto é que as primeiras páginas dos três principais diários desportivos portugueses hoje publicados não fazem o mínimo eco do escândalo que o árbitro da partida ia protagonizando ontem no Porto. Isto é sintomático da "normalidade" dourada em que vive o futebol português.
sexta-feira, 5 de janeiro de 2007
OH MARAVILHA!
Frescamaciadas de bálsamos suas mãos me tocavam, acariciavam: seus olhos sobre mim não se me refugiam. Arrebatado sobre ela eu jazia, os lábios todos todo abertos, beijava sua boca. Ããm. Suavemente ela passava para a minha boca o torrão quente e masticado. Polpa asquerosa sua boca lhe emprenhara dulçor e agrura de saliva. Alegria: comi: alegria. Vida juvenil, seus lábios me davam num abrocho. Macios, quentes, gomigelatinosos lábios grudentos. Flores eram seus olhos, me toma, olhos querentes. Seixos rolavam. Ela jazia queda. [...] Encoberta entre fetos ela ria braçoenvolta. Selvagemente eu jazia sobre ela, beijava-a; olhos, seus lábios, seu pescoço reteso, pulsando, peitos de fêmea plena em sua blusa de véu de monja, mamilos cheios ponteando. Quente eu a linguei. Ela beijava-me. Eu era beijado. Tudo rendendo ela emaranhava meus cabelos. Beijada, ela beijava-me.
Eu. E eu agora.
[James Joyce – in Ulisses]
Boa noite.
Eu. E eu agora.
[James Joyce – in Ulisses]
Boa noite.
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