Como é já bastamente sabido, a Polícia Judiciária fez buscas nas instalações da Câmara Municipal de Lisboa e constituiu arguida uma vereadora.
Para já!... É que ao que se diz por aí, mais há-de vir.
Isto, no mínimo e no máximo, quer dizer que há fortes indícios de práticas ilícitas, senão mesmo criminosas, por parte de alguém que trabalha na, ou para a Câmara de Lisboa.
Pois bem, ouvido sobre o assunto, o Senhor Presidente da Câmara, Prof. Carmona Rodrigues, disse que isso era normal. Ele achou normal uma busca da Judiciária às instalações da Câmara Municipal.
Mas não é! Não é normal haver indícios de ilicitude ou de condutas criminosas nas câmaras municipais. E é lamentável que um indivíduo com as responsabilidades do Presidente da Câmara de Lisboa faça e publicite este tipo de branqueamento relativamente a factos anómalos merecedores da maior preocupação e reprovação.
Mas adiante. Ouvido sobre o mesmo assunto, o líder do PSD, Marques Mendes, disse que isso (as buscas e a condição de arguida de uma vereadora) era “uma dificuldade” que teria que ser ultrapassada.
“Uma dificuldadae”. Foi o que ele disse.
Não é “dificuldade” nenhuma!
É, mas é uma autêntica vergonha!
E mandava a coerência que Marques Mendes convencesse Carmona Rodrigues a demitir-se, assim como por razões idênticas não apoiara a candidatura de Isaltino Morais à Câmara de Oeiras.
Enquanto isso, não sei se já repararam que há buracos no pavimento de tudo o que é rua ou avenida de Lisboa. Uma situação destas não acontecia vai bem para perto de 20 anos. Mas é compreensível que hoje assim seja: onde é que essa gente iria arranjar tempo para se preocupar com o pavimento das ruas quando há por aí tanto terreno camarário para permutar?!
Isto está a ficar lindo! Ai está, está!