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segunda-feira, 12 de abril de 2010

TUDO VELHO, MUITO VELHO

Para o vulgo o que de mais importante aconteceu neste XXXIII congresso (aclamador) do PSD terá sido a proposta de Miguel Frasquilho de «Redução dos Salários e pensões» em Portugal.

Significando isso que a única solução para os problemas económicos portugueses é cortar radicalmente nas prestações sociais e nos salários ― não se vê onde estará a «NOVIDADE» que o PSD de Passos Coelho apregoa com pompa e circunstância, aos quatro ventos.

Medina Carreira com a sua teoria da «Dona de Casa» faria muito melhor que isso e sem grandes despesas em “governantes”, apparatchiks e demais parasitas dos partidos que infestam habitualmente a máquina do Estado e as dezenas de empresas públicas e participadas dele dependentes.

E se atendermos a que os desempregados políticos do PSD, candidatos a “governantes”, directores gerais, administradores de empresas e demais cargos no aparelho de Estado, são aos magotes e vivem há pelo menos 15 anos com fome e na penúria ― o quadro é de fugir e chorar para que o PS (mesmo o de Sócrates) fique onde está e continue no governo porque senão a albarda que escalavra as costas dos contribuintes e eleitores portugueses ainda será mais dura e pesada do que já é.

Louçã e o Bloco de Esquerda bem se lixaram nas últimas eleições quando vieram defender «o fim dos benefícios fiscais»: mesmo em época de caça ao Sócrates não conseguiram a votação que esperavam.

Agora temos o novo/velho PSD, com falsa unanimidade, a propor a «Redução dos Salários e pensões».

Veremos depois, quando chegar a altura das eleições, qual será a resposta dos eleitores e dos contribuintes portugueses a esta desvergonha de proposta.
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sexta-feira, 2 de abril de 2010

MEMÓRIA 01

O Fac-simile aqui mostrado (clique na imagem para aumentar) é uma página do primeiro documento aprovado, uma semana após o 25 de Abril de 1974, em reunião aberta de cabo-verdianos (estudantes e não estudantes residentes na área da grande Lisboa) em que se fundou o GADCG (Grupo de Acção Democrática de Cabo Verde e Guiné) constituído no mesmo dia e na mesma reunião.


Esse documento foi entregue no dia seguinte, em audiência com um oficial superior do MFA, membro da então Junta de Salvação Nacional, no palácio de Belém, pelos Drs. António Caldeira Marques, jurista, Manuel Chantre, economista, e euzinho aqui, ao tempo armado em Che Guevara.


Naquela audiência exigimos ainda de viva voz a “extinção do campo de concentração do Tarrafal”. Na hora de falar, um dos peticionários (melhor dizendo, um dos “exigentistas”) quis dourar a pílula e disse “campo de reabilitação de Chão Bom” no que foi por mim corrigido de imediato: campo de concentração; campo de concentração do Tarrafal.


Já agora fica como curiosidade o seguinte: Caldeira Marques terá passado por cargos na Justiça de Cabo Verde mas não ficou por lá muito tempo; Manuel Chantre, que era o presidente do conselho de administração da empresa que publicava as Páginas Amarelas ainda foi Ministro em Cabo Verde, já na democracia, mas também regressou e está por cá em Lisboa. Euzinho aqui, saído do PAIGC pelo meu próprio pé, em 12 de Setembro de 1976, regressei a Lisboa onde residia e ainda resido. Só agora, acabadinho de me aposentar antecipadamente, estou a preparar as malas para o regresso à Ilha do Fogo: a mais bonita, a mais imponente, a com melhor qualidade de vida, aquela que tem um povo que “s’êl pêga mundo êl tâ dâ c’uél na tchon” (se pega o mundo, derruba-o de certeza). Vou tocar violão, beber aguardente, deitar-me na rede, curtir e ver passar o tempo qual banco do jardim de Santo Amaro.


Nota: 1) É curioso constatar no documento a hierarquização que então se fazia dos Movimentos de Libertação. Era assim e não o era por acaso.

2) Agradece-se a JPP ter arquivado o documento no Ephemera.

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sábado, 27 de março de 2010

STILL DEAD

Como já nos habituou em situações anteriores de derrota política, o Abrupto mantém-se mudo e quedo há mais de 24 horas.

Ainda não veio "prestar contas" do apoio a Sócrates no Parlamento, com o seu voto de abstenção, e muito menos saudou a eleição do seu novo chefe partidário.

Deve estar a fabricar umas setinhas esquisitas para oferecer a Passos Coelho.

Aguardemos...
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quinta-feira, 25 de março de 2010

UM IMBRÓGLIO

A suspeita seria sempre inevitável ― é um ónus a pagar. E há certamente casos (muitos?) em que há razão para suspeita. Mas também os filhos de governantes não podem ficar obrigatoriamente no desemprego por serem quem são.
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sábado, 20 de março de 2010

ACTUALIDADES

EIS O ESPECTRO POLÍTICO PORTUGUÊS ACTUAL

Da esquerda para a direita:

BEPCPCDSPSDPS

BE: Bloco de Esquerda (Esquerda de Inspiração Trotskysta)
PCP: Partido Comunista Português (Comunista)
CDS: Centro Democrático Social (Partido Social Democrata)
PSD (Entre o Liberalismo, o Neoliberalismo e a confusão)
PS (Partido Neoconservador de Direita).
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quinta-feira, 18 de março de 2010

PERFEITO

Um primeiro-ministro com maioria absoluta, bem acolitado por um hoje “servidor” de um grupo económico com interesses na área da Saúde, Correia de Campos, hostilizou os médicos, mobilizou para esse combate o apoio de uma população que sempre detestou os médicos, e tomou em mãos a tarefa ingente de «melhorar a saúde dos portugueses» e de «dar melhores cuidados de saúde aos que mais precisam» adoptando medidas que foram debilitando de forma planeada o Serviço Nacional de Saúde, permitindo com isso o surgimento gradual dos hospitais privados que só em teoria servem a todos os portugueses ― servem uma minoria.

Resultado: uma resposta mais que esperada da parte dos médicos ― reformas antecipadas e o abandono em massa do Serviço Público por parte dos mais velhos e dos mais qualificados. Que assim resolveram ― finalmente, diria eu ― ajudar de forma patriótica e politicamente empenhada, José Sócrates e o Partido Socialista a continuarem tão meritório “trabalho” no domínio da Saúde, agora que o PS está em minoria absoluta.

Esse “trabalho” ainda não está completo ― vai ser melhor, isto é, vai ser pior, podem crer! Pior para a população e melhor para os médicos. Pois então!...

Dispensam-se falsas preocupações. Dos portugueses em geral; do seu governo eleito; e do Partido Socialista. O país tem o governo que merece e os Serviços de Saúde que merece.

Apraz-me verificar que os médicos estão tranquilos. Nada de greves; de paralisações; de manifestações; de combates verbais nos média. Nada disso! Acção! Apenas acção.

Há sempre um hospital perto de cada médico.
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

PURA PORNOGRAFIA EM SUMA

O Prof. António Hespanha, ontem no Prós & Prós, desalinhou e resumiu genialmente a questão em poucas palavras que cito de cor; mas que não andam longe disto:

Portugal é dominado por cerca de 1500 a 2000 pessoas que funcionam em circuito fechado ― passam da oposição para a situação, depois para o Governo de onde saltam para empresas públicas, para bancos, para empresas privadas ligadas ao Estado, para conselhos de administração de televisões e empresas de média, para a direcção de jornais, voltam de novo ao Governo, etc. ― sempre as mesmas pessoas em animado carrossel, que falam entre si e para si, e tratam fundamentalmente dos seus interesses, enquanto o resto dos habitantes de Portugal são a Gleba a quem tudo é retirado e nada tem.
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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

A RELATIVIDADE SEGUNDO SÓCRATES

FOI PIOR A EMENDA QUE O SONETO
Tentando Esclarecer as inconcebíveis palavras proferidas pelo senhor ministro da economia na China, o senhor Primeiro Ministro, José Sócrates, disse mais ou menos isto em Macau (e as rádios transmitiram): «o que senhor ministro da Economia disse está bem dito: ele disse que os ALTOS salários dos quadros técnicos portugueses, apesar de serem ALTOS ainda são inferiores à média dos salários europeus».

Perceberam o truque de linguagem? ― O senhor ministro da economia não propagandeou os baixos salários dos portugueses para captar investimento chinês em Portugal. O que ele fez foi dizer aos empresários chineses que em Portugal há ALTOS salários que são mais BAIXOS que a média dos salários europeus. E de aí deverem investir em Portugal.

Entenderam agora, ó seus estúpidos de uma figa?

ALTOS salários. Que são Baixos.

Onde é que está o problema?

P.S. Eu tenho cá em casa um cão gigante que é mais pequeno que os cães dos meus vizinhos.

É verdade: O MEU CÃO É UM... GIGANTE PEQUENO.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

UMA «VERDADE» CONDENÁVEL

Faz hoje notícia o que disse na China o Ministro de Economia, Manuel Pinho, para convencer os empresários chineses a investirem em Portugal: «Em Portugal os salários são inferiores à média dos salários europeus».

Conhecido o dislate, toda a oposição, bem como os sindicatos e muitos cidadãos com dois dedos de testa, condenaram o senhor ministro.

Ao que parece o senhor ministro defende-se ― e os seus “defensores” defendem-no ― com o argumento de que «disse uma verdade».

Ora bem, condena-se o senhor ministro não pelo simples facto de ter dito «uma verdade», mas sim pelo facto de ter-se socorrido de uma verdade negativa para promover Portugal. Os baixos salários são uma verdade negativa a que urge pôr cobro; uma verdade negativa que é urgente ser banida da sociedade portuguesa. E é por isso que não se admite que um ministro se socorra dela para promover o País.

O que se diria se alguém com responsabilidades públicas dissesse isto no estrangeiro para promover o turismo, por exemplo: "façam férias em Portugal porque em Portugal temos das mulheres mais boas da Europa".

Primeiro morreria meio mundo de riso; depois morreria outro meio de vergonha. Mas não sem antes condenar-se o desmiolado que tal frase proferisse. Sem que, contudo, deixasse de ter dito «uma verdade». Neste caso, até, uma verdade não negativa: de facto Portugal tem das mulheres mais boas da Europa. E isso não é coisa má. Mas não caberia na cabeça de ninguém que tal verdade pudesse ser usada para promover o turismo em Portugal.

O senhor ministro merece, pois, toda a reprovação pelo que disse na China. Porque envergonhou Portugal e ofendeu os portugueses.

sábado, 27 de janeiro de 2007

E VIVA O GOVERNO DE PORTUGAL

Permita-me convidá-lo a visitar o Almocreve das Petas para ler esta posta com informação vital, via Engenheiro João Cravinho, para algum entendimento do receio deste deputado de que sombras do passado possam um dia ameaçar o funcionamento do actual Partido Socialista, mas sobretudo do seu secretário geral e Primeiro Ministro, José Sócrates.

Nota: fotografias copiadas e reproduzidas aqui, sem consentimento, do blogue Almocreve das Petas

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

TUDO CADA VEZ MAIS “NORMAL”

Como é já bastamente sabido, a Polícia Judiciária fez buscas nas instalações da Câmara Municipal de Lisboa e constituiu arguida uma vereadora.

Para já!... É que ao que se diz por aí, mais há-de vir.

Isto, no mínimo e no máximo, quer dizer que há fortes indícios de práticas ilícitas, senão mesmo criminosas, por parte de alguém que trabalha na, ou para a Câmara de Lisboa.

Pois bem, ouvido sobre o assunto, o Senhor Presidente da Câmara, Prof. Carmona Rodrigues, disse que isso era normal. Ele achou normal uma busca da Judiciária às instalações da Câmara Municipal.

Mas não é! Não é normal haver indícios de ilicitude ou de condutas criminosas nas câmaras municipais. E é lamentável que um indivíduo com as responsabilidades do Presidente da Câmara de Lisboa faça e publicite este tipo de branqueamento relativamente a factos anómalos merecedores da maior preocupação e reprovação.

Mas adiante. Ouvido sobre o mesmo assunto, o líder do PSD, Marques Mendes, disse que isso (as buscas e a condição de arguida de uma vereadora) era “uma dificuldade” que teria que ser ultrapassada.

“Uma dificuldadae”. Foi o que ele disse.

Não é “dificuldade” nenhuma!

É, mas é uma autêntica vergonha!

E mandava a coerência que Marques Mendes convencesse Carmona Rodrigues a demitir-se, assim como por razões idênticas não apoiara a candidatura de Isaltino Morais à Câmara de Oeiras.

Enquanto isso, não sei se já repararam que há buracos no pavimento de tudo o que é rua ou avenida de Lisboa. Uma situação destas não acontecia vai bem para perto de 20 anos. Mas é compreensível que hoje assim seja: onde é que essa gente iria arranjar tempo para se preocupar com o pavimento das ruas quando há por aí tanto terreno camarário para permutar?!

Isto está a ficar lindo! Ai está, está!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

VISTAS CURTAS

Não gosto de dizer “afinal eu tinha razão”; mas não posso deixar passar em claro o facto de só agora, passados mais de três meses, o Governo vir concluir que afinal o diploma que aprovara em conselho de ministros, alterando a forma de justificação de faltas pelos funcionários públicos, é inexequível nos moldes em que foi feito .

Eu chamara aqui a atenção para esse disparate logo na mesma semana em que os fabulosos crânios do Governo conceberam aquela grossa asneira. Então escrevera:

«A partir de agora o funcionário doente irá engrossar a bicha dos Centros de Saúde e entupir as já saturadas urgências hospitalares à procura de uma “baixa” para justificar a falta ao trabalho.»

Tenho vindo a chamar a atenção para várias outras medidas de puro recorte economicista, tomadas na área da Saúde, que penalizam profundamente os utentes e os doentes e que essencialmente visam extinguir a prazo o Serviço Nacional de Saúde.

Desenha-se no horizonte um autêntico desastre que levará ao cerceamento quase total do direito à saúde por parte dos mais pobres e desfavorecidos e à oneração incomportável das despesas de saúde para a restante população trabalhadora.

Os que hoje pateticamente aplaudem as medidas ditas de «equilíbrio das contas públicas», que consistem tão-só em cortes de despesa e nada mais, medidas ditas «iguais para todos» (o que é refinada mentira), ainda hão-de ficar, como todos nós, de calças na mão.

A propaganda deste Governo é fortíssima e bem montada. Mas ela está hoje bem à vista de quem tem olhos para ver, pelo que é preciso ter-se uma boa dose de estupidez para se continuar enganado por essa propaganda e a apoiar quem nos está depenando e empobrecendo.

Essa propaganda assenta fundamentalmente em truques baratos: a estimulação da ancestral inveja dos portugueses; atirar grupos profissionais uns contra os outros; falar em corte de «privilégios» quando se trata de corte de direitos; dizer que o ataque ao cidadão «toca a todos» quando na verdade não toca nos grupos económicos para quem, aliás, se está a trabalhar, sendo disso exemplo modelar o que se passa na área da Saúde.

Repare-se que hoje já nenhum governante, muito menos o Sr. Ministro da Saúde, fala em listas de espera para consultas ou cirurgias. Esse mal deixou de ser um mal. E sambem porquê? Porque o combate a essas listas aumenta a despesa. Portanto, deixem aumentar as listas porque isso significa que a despesa diminui ou não aumenta. O que prova que o que interessa não é governar para os mais desfavorecidos e carenciados; que o que interessa não é governar para o Bem comum. Que, no fundo, o que interessa é, mas é: governar para reforçar e manter o poder. E isso consegue-se de duas maneiras: primeiro, enganando o povinho com propaganda e truques de feira para que em futuras eleições ele vote de novo em quem o tem enganado; e segundo, protegendo e facilitando a vida aos grupos económicos para que este verdadeiro poder seja aliado do poder político na hora das eleições e da governação.

No fundo, com o voto do povo se vai lixando o povo. Que é burro.