José MARTÍ (1853-1895).
NA ERA dos “WEBACTEURS”:
NOTA PRÉVIA:
Aproximadamente um quarto da População Mundial utiliza, actualmente a INTERNET. Impressionante! Este número constitui apenas uma pálida indicação das metamorfoses em curso.
Na verdade, após ter sabiamente principiado por consultar Sites, acompanhar em linha, procurar a sua “alma gémea”, permutar correios, os cibernautas se encetaram a partilhar, se exprimir, criar em grupos. Eis porque, a WEB se tornou tão simples que (eles) podem utilizá-la, a seu grado, ao ponto de se tornar disso os autênticos Actores.
Por outro, com os BLOGS (estes famigerados jornais pessoais, em linha) exprimem hoje (nos nossos dias que correm) directamente, nos seus próprios sites (pessoais). De feito, no YOUTUBE e DAILYMOTION, partilham os vídeos e no MASPACE ou FACEBOOK, desenvolvem as suas redes sociais. E, não contentes de Surfar, estes cibernautas, de um novo tipo, propõem Serviços, permutam informações, se envolvem. Denominados “WEBACTEURS” estão a mudar o Mundo e, de que maneira!
Enfim e, em suma: Este fenómeno hodierno, que, por vezes, se apelida de “WEB.2.0”, quão estimulante e quão promissor, e que esteve na origem de um movimento participativo irreversível, denominado pela idónea equipa, coordenada, respectivamente por:
Francis PISANI (n-1942), escritor, professor e jornalista
Independente francês
E
Dominique PIOTET
De “Alchimie des multitudes”,
Não é unicamente portador do melhor. Constitui sempre, um Desafio para as Instituições como o indica o entusiasmo que suscita junto das jovens gerações.
Na verdade, verdade!...Não há dúvida nenhuma, que estamos no Momento azado para levar a cabo um Estudo avisado e responsável das relevantes Evoluções da INTERNET e WEB do futuro.
(I)
Efectivamente, não há dúvida nenhuma, que o número de utilizadores da INTERNET cresce, tão rapidamente, que, em breve, no dealbar da década de 2010, quiçá deverá corresponder a um quarto da População Mundial. Seria, outrossim necessário, ter em conta, todas as zonas que escapam à medida de topo desde os países desenvolvidos, da velocidade de penetração das tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), na China e na Índia e do facto que o acesso através dos telefones móveis, se acelera, a olhos vistos. Todavia, de sublinhar, que, na verdade, o número de cibernautas constitui apenas uma pálida indicação da situação. No entanto, o que mudou, é o que fazemos sobre e com a INTERNET da qual estamos a se tornar Verdadeiro Actores.
A meio da década dos anos de 1990, os primeiros cibernautas se maravilharam ante todas estas informações bruscamente disponíveis, da sua facilidade de acesso, graças aos primeiros motores de busca e da potência da Comunicação pelo correio electrónico. Encetaram a fase de fazer compras em linha (on-line), agendar encontros, procurar as suas “almas gémeas”, a acompanhar conversas de grupo. E, progressivamente, por pequenos toques, iniciaram a fase de participação activa.
Demais, as ferramentas/utensílios para o fazer se tornaram correntes, simples, obviamente fáceis de se manusear. Os softwares gratuitos para criação de BLOGS (estes famigerados jornais pessoais, em linha) lhes permitiram criar os seus próprios sites e se poder exprimir, tão bem e, directamente, como deixar comentários nos BLOGS dos outros. Publicam, outrossim e, ainda Fotos sobre Flickr.com ou Spanish.com, por exemplo, para que os seus os possam ver. Enfim e, em suma: Para os vídeos familiares e demais aplicações, têm, presentemente YouTube.com e Daylymotion.com.
Finalmente, os Sites de redes sociais (MySpace, Facebook, Bebo e os demais outros), já contam por dezenas os seus utilizadores respectivos.
(II)
Estão longe, estes cibernautas, um tanto ou quanto, passivos que consumiam, sem reagir a Informação que lhes era proposta, em sites realizados por especialistas na matéria. Os utilizadores da WEB dos nossos dias, propõem serviços, permutam informações, comentam, se envolvem e participam activamente. Eles e Elas produzem o essencial do conteúdo de WEB. Estes cibernautas, em plena mutação, já não se contentam em navegar, surfar, apenas. Actuam e de que maneira!
(III)
Aliás, para bem compreender estes novos Actores, é necessário, marcar, antes de mais, a distinção entre a INTERNET e a WEB. De anotar, com efeito, que os dois são, frequentemente confundidos, pela facilidade de linguagem e pelo facto da sua indissociável contiguidade. E, explicitando temos que:
--- A INTERNET é a rede informática Mundial que nos permite aceder aos nossos correios electrónicos ou à Sites WEB.
--- Por seu turno, a WEB (ou WORLD WIDE WEB) é uma das aplicações majores permitidas pela INTERNET. Trata-se de um sistema que permite consultar, com um BROWSER (“navegador”), páginas colocadas em linha, em Sites. Donde, temos, por conseguinte, por um lado, um Conjunto de Computadores conectados entre si e, por outro, um Conjunto de documentos mutáveis, conectados, identicamente entre si.
(IV)
E, em jeito de Remate:
A INTERNET é a Rede, a WEB, uma das suas aplicações mais populares.
Os primeiros utilizadores eram, antes de mais, viajantes, passando, graças à esta rede, de WEB em Site WEB, sem ser demasiados capazes de aí fazer outra coisa que aí recolher as informações disponíveis. Todavia, estes Sites se tornaram, cada vez mais e mais, abertos aos utilizadores e, cada vez mais e mais, simples para criar e desenvolver, mesmo para os neófitos. Deste modo, com o rolar do tempo, os utilizadores passaram do estatuto de meros viajantes da INTERNET (cibernautas) para o estatuto de Actores da WEB, talhando todos estes Sites a seu modo, propondo serviços e conteúdos, que lhes são próprios, comentando ou discutindo as Informações disponíveis.
Enfim, simplificando-se, por razões de ordem didáctico-pedagógico, temos que:
A WEB se tornou uma plataforma, mais aberta aos utilizadores, enquanto a INTERNET, ela mesma, se abriu a débitos crescentes, permitindo aceder a conteúdos e serviços mais “ricos”. Eis porque, deste modo, uma outra conexão se tornava possível, dando origem ao advento dos “WEBACTEURS”, estes cibernautas que se envolvem nos Sites que visitavam, quando não os criavam eles próprios. A atitude, já não é idêntica!
E, no âmbito desta dinâmica, os cibernautas consultam e compulsam a WIKIPEDIA. Org: (a enciclopédia em linha), os WEBACTEURS escrevem artigos ou corrigem os, nos quais encontram erros.
(V)
Na verdade, verdade!...Quão profundo é a mutação em curso. De sublinhar, no entanto, que chegou, como por mera surpresa, sem que déssemos conta. Hélas!...
E, complementando, avisadamente:
(1) Não há dúvida nenhuma, que a INTERNET é uma das redes de Comunicação cuja a penetração terá conhecido a progressão mais robusta e, a mais célere, no âmbito da Evolução e Percurso respectivo da História Humana. Foi vinte (20) vezes mais célere que o telefone, dez (10) vezes mais que a rádio e três (3) vezes mais rápida que a televisão, sem falar, obviamente da Estrada e do Caminho-de-ferro.
(2) O crescimento das conexões a débito elevado é, particularmente impressionante, independentemente do incremento constante dos débitos disponíveis, permitindo usos, sempre mais ricos e rápidos.Com efeito, em cinco (5) anos apenas, os débitos oferecidos pelas tecnologias DSL foram multiplicados por quarenta (40), passando de 512 kbits/s a 20Mbits/s. As tecnologias de fibra óptica, que permitem, presentemente débitos até 100 Mbits/s, estão em curso de desenvolvimento.
Todavia, a despeito de desta progressão fulgurante, uma ampla parcela da População Mundial permanece excluída da INTERNET. Donde, ipso facto, resulta de tudo isso, uma Geografia, assaz particular:
--- Nos Países desenvolvidos, distingue-se as zonas rurais e desfavorecidas das zonas urbanas e ricas.
--- À Escala Mundial, esta geografia recorta, muito frequentemente o mapa do desenvolvimento.
Donde, temos que, apenas 2,9% da população Africana se encontra conectada, sendo a proporção, designadamente, de 3,7% para a Índia, 12,3% para a China e de 19,8 para a América Latina. E, de anotar, no entanto, que as Capitais, sobretudo os seus bairros, os mais munidos e fornecidos, podem reservar surpresas.
E, no atinente à WEB, falar dele, presentemente, obriga a se situar em relação à expressão “WEB 2.0”, inventado, no ano de 2004, propulsionado, ulteriormente pela equipa do editor Californiano, TIM O’REILLY. Pouco explícita é, aliás, muito contestada. O autor e consultor, DON TAPSCOTT, prefere, a designação, “Wikinomics”, que sublinha o papel fundamental da colaboração e da partilha (os “Wikis” são utensílios simples e abertos de trabalho de colaboração em linha). Para alguns é a noção de inteligência colectiva que é central. Todavia, o termo “WEB 2.0” é o que fez, concomitante fortuna e a volta ao Mundo.
Com efeito, “WEB 2.0” parece demasiado redutor e demasiado marcado pela ideia que se trataria de uma “nova versão” da WEB. Demais, outrossim, permanece, sobremaneira ancorado nas raízes da WEB anterior, mesmo se for também, assaz dissemelhante pelos usos que dele se faz, a sua extensão, o desenvolvimento de determinadas funcionalidades e os novos modelos de negócio que induz, obviamente.
Importante, no entanto, é que a WEB a qual tem que se haver, actualmente é o produto dos efeitos de redes que surgem quando um grande número de cibernautas realizam uma boa parte das suas actividades na WEB, utilizando a sua dimensão de colaboradora e interactiva. Assistimos, de facto, à apropriação da WEB pelos “WEBACTEURS” conectados uns aos outros, em rede.
Donde e daí, à guisa de remate, temos que os desenvolvimentos mais interessantes se articulam, em torno, de seis (6) elementos, designadamente:
--- Plataforma; receber/publicar/modificar, débito elevado, contribuições, efeitos de redes, a “Longue traîne”.
Deste modo, no âmbito desta perspectiva, a WEB pode, por conseguinte, ser abordada, como uma plataforma dinâmica, entendendo-se por “plataforma dinâmica”: o lugar, onde se vai buscar conteúdo, como o onde se publica e, que pode ser modificado, a todo o instante.
Enfim, os elementos tecnológicos radicalmente inovadores são, assaz escassos. Os serviços originais nascem, amiúde, da miscelânea de tecnologias e/ou de fontes de Informações dissemelhantes, os MASHUPS. DESTARTE, Heterogeneidade e interoperabilidade se tornam Noções dominantes.
IMPORTANTE:
Efectivamente, tudo isto contribui para o advento de uma nova Economia e de uma nova Cultura. De feito e, por motivos óbvios, a WEB pertence aos que a utilizam… nos dois (2) sentidos: para receber e para criar, para aceder à Informação e a compartilhar e a fazer circular. É talhada pelos “WEBACTEURS” que se servem disso, por sua vez, para mudar o Mundo. Esta mudança de prática (não de utensílios), se encontra no cerne da Evolução em curso, da que, todos nós, sem excepção, deve, ipso facto, compreender, estudando-a, de modo dialecticamente consequente.
Lisboa, 07 Janeiro 2010
KWAME KONDÉ (Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).
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