sábado, 30 de janeiro de 2010

ELOCUBRAÇÃO TRIGÉSIMA PRIMEIRA:

“Ser culto es el único modo de ser libre”.
José MARTÍ (1853-1895).


Antes de mais e, para principiar, vale a pena, apresentar três (3) marcas, quão pertinentes e oportunas:

(I)
Paradoxalmente, vale melhor, para idêntico serviço, utilizar 2KWh de energia solar que 1KWh de petróleo. De feito, a Energia proveniente do petróleo possui dois (2) inconvenientes. Primeiramente, se levanta antecipadamente num stock finito, por conseguinte, os recursos em petróleo se esgotam. Em segundo lugar, a combustão do petróleo gera CO2 e aumenta, por conseguinte, o efeito de estufa.
Já, no atinente, à Energia Solar apresenta a vantagem de não emitir Gás de efeito de estufa, aquando da sua utilização e, por outro, é inesgotável e durará tanto quanto a nossa Estrela (o Sol) brilhará. Acontece, com efeito, que, todos os anos, o Sol nos fornece, uma quantidade de energia (mais de 10 000 vezes superior) que a nossa Civilização consome durante este período, em apreço.

(II)
No Futuro, ter-se-á necessidade de mais Electricidade, visto que vão aparecer, designadamente:
--- Um desenvolvimento assaz relevante das bombas a calor para o Aquecimento ou para Climatização;
--- A recarga das baterias dos Veículos híbridos recarregáveis;
--- O Fabrico de Hidrogénio por Electrólise para os Biocarburantes de segunda geração e a Petroquímica.

(III)
O Veículo eléctrico não emite CO2, localmente. Todavia, globalmente, tudo depende da forma como se fabrica a Electricidade. (…).

(A) Grosso modo, são Três (3), os Grandes Usos da Electricidade, a saber: A Produção da Electricidade, para os Transportes e para a Produção de Calor ou de Frio.
a. Da electricidade, em si. A Electricidade é, fundamentalmente um Vector energético, particularmente cómodo e adequado para numerosos usos e pode ser produzida à partir de praticamente todas as fontes de Energia. O incremento do consumo eléctrico Mundial é muito mais célere que a da própria Energia Primária o que mostra o seu interesse, cada vez mais, assaz crescente. Se a utilização da Electricidade não produz Gás a efeito de estufa, a sua produção pode ser, mais ou menos, poluente consoante a Tecnologia escolhida.
b. Em complemento consentâneo, vamos tecer algumas considerações acerca do modo como a Electricidade é produzida em dissemelhantes Países, nomeadamente:
i. Estados Unidos da América (USA). Neste País a maior parte da Electricidade aí é produzida à partir dos combustíveis fósseis e, muito, frequentemente com Centrais a Carvão. As emissões de CO2 por KWH produzidas são, por conseguinte, sobremaneira relevantes.
ii. Alemanha: Produz, identicamente mais de 60% da sua Electricidade à partir de combustíveis fósseis cujas as centrais utilizam a linhite (um carvão muito jovem), cuja a combustão é particularmente poluidora.
iii. Dinamarca. Conquanto se cita, frequentemente a Dinamarca como um dos países, onde o eólico é muito importante, este último processo representa apenas 17% da produção da Electricidade, sendo o remanescente produzido com combustíveis fósseis, por conseguinte, poluidores.
iv. França. Este país europeu escolheu o nuclear para produzir uma grande parte da sua electricidade, completando, deste modo, a hidráulica que produzia a maioria da Electricidade francesa na década de 1950-1960. De anotar, aliás, que em 1960, 56% da Electricidade era, ainda produzida pela hidráulica. Importante sublinhar: A França produz 90% da sua Electricidade sem emitir Gás a efeito de estufa.
(B) Donde e daí, para atenuar as emissões de Gás a efeito de estufa e economizar os combustíveis fósseis será necessário no futuro produzir o máximo de electricidade à partir das Energias renováveis e do Nuclear.
(C) Deste modo, como para a Indústria, são, por vezes, necessárias grandes potências, o nuclear tem neste caso, em concreto, todo o seu lugar respectivo. Entre as Energias renováveis, a Hidráulica é particularmente competitiva, todavia, os sítios possíveis são limitados.
(D) Enfim e, em suma: A Energia solar fotovoltaica se assume como uma Energia do futuro, conquanto actualmente seja demasiado dispendiosa. E, com a escalada do preço dos combustíveis fósseis e os progressos tecnológicos no domínio das camadas finas fotovoltaicas, esta fonte de energia de futuro será, em breve (dentro de pouco tempo, aliás), assaz competitiva, mesmo que seja difícil precisar qual o prazo.


DOS TRANSPORTES:
Os Transportes são indispensáveis para toda a permuta económica, dependem, porém, quase exclusivamente do petróleo. Esta dependência constitui uma fraqueza, porquanto todo aumento importante do preço do petróleo possui uma robusta influência nos transportes e estes poderiam ser bloqueados, em caso de interrupção do abastecimento deste. Para suavizar isto, os Estados constituem reservas estratégiacas.
Com efeito, relevantes progressos estão já feitos e continuam a ser feitos no domínio dos motores e dos carburantes. O objectivo primordial, visando atingir um consumo de 3 a 4l/100KM é acessível em viaturas de grande série. Todavia, é necessário ir mais além.

No curto e médio prazo, é preciso recorrer, em parte, à Electricidade para diminuir a dependência em combustível fóssil. No longo prazo, o hidrogénio e as pilhas a combustíveis poderiam constituir uma solução por essa razão e que o hidrogénio fosse preparado sem emissão de gás de efeito de estufa, por conseguinte, por electrólise à partir de electricidade produzida pelas energias renováveis ou pelo nuclear.
A viatura eléctrica tem tido dificuldade para se desenvolver por causa da sua autonomia que quase não ultrapassa (até agora) uma centena de KM com a condição ter o pé leve e suave sobre o acelerador. Das novas tecnologias de baterias podem esperar que duplique mais esta autonomia. Todavia, alguns problemas de segurança com as baterias LI-ION devem ainda ser resolvidos, visto que algumas tecnologias podem, por vezes, explodir ou pegar fogo, como foi observado com baterias de telemóveis portáteis ou de computadores. A viatura eléctrica se encontra bem adaptada à cidade, porquanto permite, outrossim, suprimir a poluição local, assim como para as frotas cativas como as pertencendo a grandes empresas fazendo curtas distâncias, como é o caso dos correios, por exemplo. Para grandes distâncias, seria necessário poder mudar rapidamente de bateria, pois que o tempo de carregamento é redibitório. Contudo, o peso da bateria é importante, o que torna a permuta pouco cómoda.
Já a Viatura híbrida recarregável constitui uma boa solução, no médio prazo. Com efeito, como maioria dos trajectos quotidianos são, em geral, inferiores a 30-40 KM, uma bateria, tendo esta autonomia permitiria rolar à electricidade, a maior parte do ano. Utilizando, além disso, biocarburantes da segunda geração, para o motor térmico, poder-se-ia esperar dispor de veículos que consomem, em média, ao ano, da ordem de 1L de petróleo aos 100 KM, o que reduziria, substancialmente as emissões de CO2.
E, rematando, assertivamente, na verdade, se a electricidade utilizada nos Veículos eléctricos híbridos permite reduzir as poluições locais e diminuir as emissões de CO2, ela (a electricidade), se afigura, se produzida, na verdade, sem emissão de CO2 (utilizando as energias renováveis ou/e nuclear), senão, apenas se faz deslocar o local da Poluição.


DA ENERGIA TÉRMICA:
Não há dúvida nenhuma, que é, ao nível da Energia Térmica que se pode, mais facilmente melhorar a situação, em termos de substituição dos Combustíveis fósseis e das emissões de CO2.
Deste modo, no âmbito desta perspectiva, se impõe, no Futuro, proscrever, a pouco e pouco, a utilização de fuel doméstico ou do gás natural, em benefício de fontes de Energia que não emitem CO2, aquando do seu funcionamento. Donde, aliás, o habitat se assumir como um domínio de aplicação, assaz importante.
Demais, enfim e, em suma: existem, desde presentemente, Soluções Técnicas para substituir os combustíveis fósseis. Estamos a referir, nomeadamente:
--- As bombas de calor, utilizando como fonte fria o ar, a água ou o solo;
--- Os esquentadores solares associados a um soalho eléctrico no caso dos alojamentos modernos;
--- A madeira energia. Neste caso, em concreto, é necessário, ser prudente, caso não seja utilizada em dispositivos de combustão (performants), etc.
De feito, o domínio do habitat é caracterizado por uma escala de tempo longa, visto que é preciso, aproximadamente, um século para renovar o parque. Deste modo, efectivamente, a renovação dos alojamentos antigos constitui, por conseguinte, um assunto relevante, pois que é graças a esta melhoria que poder-se-á substituir, progressivamente os Combustíveis fósseis por Energias menos poluidoras para o Ambiente.

Lisboa, 29 Janeiro 2010
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo)
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