domingo, 17 de janeiro de 2010

A “EXPLOSÃO” DE PACHECO

Para quem se queixa dos «amigos de Sócrates na comunicação social e nos blogues» não está nada mau este diagnóstico preditivo e predicativo de que faço ressaltar o seguinte:

«E quanto mais Sócrates se enterra na negação do real, mais este lhe bate à porta. Até o próprio parece começar a aperceber-se disto, e a responder a este fim dos tempos numa fuga em frente obstinada, porque é da sua natureza, mas confusa e caótica. Já toda a gente percebeu tudo isto menos os intelectuais orgânicos "socráticos", um conjunto modernaço de gente que tem o coração no Bloco de Esquerda, mas a carteira no PS, ou melhor, no gabinete do primeiro-ministro. Gente que pouco preza a liberdade mas que tem acima de tudo um enorme fascínio pelo poder como ele se exerce nos dias de hoje, entre o culto da imagem, o pedantismo das causas "fracturantes", o vanguardismo social, o "diabo que veste Prada" ou Armani, e o "departamento dos truques sujos" à Richard Nixon, tudo adaptado à mediania provinciana da capital. A ascensão ao poder de uma geração de diletantes embevecidos com os gadgets, pensando em soundbites, muito ignorantes e completamente amorais, que se promovem uns aos outros e geram uma política de terra queimada à sua volta, é a entourance que o "socratismo" criou e vai deixar órfã.»
[JPP in Abrupto]

Concordo plenamente com tudo o que JPP escreveu e acabei de transcrever, com sublinhados de minha responsabilidade. E concordo com quase tudo o que JPP escreveu na posta toda... não fosse aquela de o «real» (de realidade) ser «cavaquista e leitista»... Isso já não é aceitável pois parece que só os gerontes do PSD é que têm criticado a governação socratina pelas razões que JPP aduz ― e Pacheco bem sabe que isso não é verdade.

Mas... se concordo nisso com Pacheco ― já me recuso a engolir o xarope que aquele albergue espanhol que é o PSD tem por remédio dos males da pátria.

Enquanto não passarem o partido por um filtro incinerador (acho que isto não existe ― fabrique-se, então! ―) que lhe dê um mínimo de reconhecimento, respeitabilidade e credibilidade, não é de se confiar o poder ao PSD.

Tenho dito.
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