terça-feira, 25 de abril de 2006

SHAME ON YOU

SHAME ON YOU MR. SÓCRATES
A esquerda, que julgava ter um Governo e o está a perder (ou já o perdeu) para a direita, acaba de ganhar um Presidente da República que julgava ser de direita e que hoje surpreendeu meio mundo com o discurso que acaba de fazer.

O discurso de Cavaco Silva, hoje, no Parlamento, na cerimónia do 25 de Abril, constituiu um valente murro no estômago da direita (e no estômago do Governo Sócrates).

Cavaco, que alguns sempre disseram nunca ter sido de direita, mostrou hoje enormes preocupações com a larguíssima parte mais desfavorecida da sociedade portuguesa (parte em que em certos aspectos foi integrada a classe média) reclamando veementemente uma política de inclusão social dos mais desfavorecidos (afinal aqueles que são vítimas de exclusão social).

O PCP e o Bloco de Esquerda não aplaudiram o discurso por motivos apenas ideológicos; O PSD aplaudiu por oportunismo político; o PS de Sócrates, desagradavelmente surpreendido, não aplaudiu; mas o PS não socrático, aquele que não está com o Governo mas ainda tem medo de o dizer, aplaudiu com algum vigor.

Cavaco trouxe hoje uma réstia de esperança à esquerda.

QUEM DIRIA!...

Reeditada às 15:04
Os arautos da direita já começaram a bater em Cavaco.
No "Blasfémias", João Miranda já reagiu dizendo:
«Parece que o discurso do Cavaco foi escrito pelo Sampaio».

Também a Helena Matos já botou faladura contra Cavaco.

Pacheco, esse, está noutro registo.

HERESIA E MENTIRA NO PARLAMENTO

Estou a ouvir todos os discursos que estão ser feitos esta manhã no Parlamento, na cerimónia de comemoração do 32º aniversário do 25 de Abril.

Tudo o que até agora foi dito era o esperado (do Bloco de Esquerda, do CDS, do PCP e do PSD). Mas fico de boca aberta ao ouvir Vera Jardim, do PS. Porque, primeiro parece que ele e Sócrates pertencem a partidos diferentes pois que ele defende ideologicamente aquilo que Sócrates não cumpre no Governo; e segundo, porque ele acaba por dizer depois que Sócrates anda a cumprir aquilo que o PS defende. Uma confusão tremenda que nos leva a concluir que a intervenção de Vera Jardim teve dois propósitos antagónicos: dizer-nos que o PS é de esquerda e defende o que não vemos o Governo praticar; e defender o seu secretário-geral, o chefe desse mesmo PS, José Sócrates, utilizando para tal aquilo que no mínimo é uma heresia política que contém uma mentira: o agradecimento ao Primeiro-Ministro (está aqui a heresia) por estar a levar a cabo as políticas defendidas pelo PS (e esta é a mentira).

25 DE ABRIL DIA DA LIBERDADE

Invertendo esta posta do “Blasfémias”, hoje, no dia de mais um aniversário do 25 de Abril criador do Portugal Democrático, faz todo o sentido escrever o seguinte:

Suponho que nesta altura a ideia deve ter sentido para alguém. Não estou a ver bem para quem, mas deve haver alguém pelo meio que acredite que o método poderá produzir desenvolvimento. E qual é o método? Assaltar a função pública e tal como as empresas colocá-la nas mãos dos privados, roubar o erário público e distribuir os recursos financeiros do Estado aos capitalistas mais retrógrados e incapazes da União Europeia, proibir o direito ao trabalho dos cidadãos, aumentar os lucros dos bancos mediante a redução drástica dos impostos a eles aplicáveis, colocar o destino das vidas dos portugueses nas mãos de empresários sem escrúpulos ou formação, permitir aos empresários o regabofe geral sobre a riqueza nacional, abrir sectores estratégicos para a sobrevivência nacional à incompetente e catastrófica iniciativa privada, distribuir terras e empresas públicas por quem não tem nem os meios nem a competência para as trabalhar, imitar economias falhadas, diminuir drasticamente os salários e as pensões, subsidiar empresas falidas com a dívida pública e entregar a economia aos caprichos de privados incompetentes e sem escrúpulos. «Este é o plano para concretizar o D de Desenvolvimento». Com surpresa, alguns acabarão por perceber que não resulta. Outros talvez não.

P.S. Só quem não viveu antes do 25 de Abril ou não conhece a História pode acreditar na incompetente classe empresarial portuguesa. Teve um Império nas mãos durante 500 anos. E ao contrário de outras potências coloniais (Holanda, França, Inglaterra, Espanha) viveu sempre de tanga e de tanga ficou com o fim do Império. E há quem queira agora convencer-nos que se compra competência a metro em algum supermercado mundial.

domingo, 23 de abril de 2006

A REALIDADE E OS ERROS

OU DE COMO É FÁCIL NOS ANGANARMOS

Foto retirada (sem autorização) do blogue "Abrupto"

Eis um exemplo claro de como o subjectivismo nos pode atraiçoar o raciocínio crítico.

Leia-se a posta de JPP e a resposta do leitor, Rui Almeida.

A inscrição num pilar da Ponte 25 de Abril, que a fotografia mostra, mereceu de Pacheco Pereira determinada interpretação.

Ao esclarecer que “Dr. Salazar” é hoje o nome de uma banda de música, o leitor escangalhou completamente o exercício interpretativo de Pacheco Pereira.

Agora pergunto: quantas outras afirmações aparentemente categóricas de Pacheco Pereira (e de muitos outros) na sua função de comentador político terão já enfermado do mesmo tipo de erro?

PICASSO RESPONDE AO CORREIO

Aumente clicando na imagem
Recebi algum correio electrónico alertando-me para o sacrilégio que Picasso teria cometido ao participar, pela Páscoa, num ensaio doméstico da “cerimónia do lava-pés”. E houve até quem lhe chamasse «ateu».

Posto perante o conteúdo do correio, o meu gato não esteve com cerimónias. E declarou: «diz lá a esse pessoal que eu não sou ateu; sou é agnóstico – o que é coisa bem diferente».

Ainda no outro dia estávamos os dois a ver uma série da National Geographic Channel sobre felinos em que se mostrava um imponente tigre malaio. Nisso o Picasso, muito impressionado, fazendo menção de se ajoelhar, interrogou-me num último momento de dúvida: – será este o meu Deus?

Ao que eu lhe respondi: – É um simples tigre, ó Picasso. Então, qual é a tua?

Bolas – disse o Picasso – Estava mesmo a ver que ainda tinha que ir todos os domingos à missa dos animais no Jardim Zoológico. Safaste-me agora de boa. Imagina só a carrada de pulgas que eu havia de trazer de cada vez que lá fosse. Acho mesmo que o melhor ainda é tornar-me ateu. Bolas! Pulgas! Eu?!

sábado, 22 de abril de 2006

XÔ! SEU “BRASILEIRO”



JPP escreveu esta pequenina posta no seu Abrupto (realces da minha responsabilidade):

«Nós temos o nacionalismo típico dos pobrezinhos: o astronauta brasileiro foi quase sempre designado no Telejornal das 12 horas da RTP1 como "lusófono", e o ter-se falado português no espaço como o evento principal da viagem. Como se Portugal tivesse algum mérito, algum papel, na ida para o espaço do nosso estimado brasileiro

Escrito assim, isto até parece apenas uma crítica ao provincianismo português. Mas contém, inegável e indisfarçavelmente, um feio gesto de chega p’ra lá, seu “brasileiro”.

Será que os brasileiros fizeram ultimamente algo a JPP?

sexta-feira, 21 de abril de 2006

CRUCIFICADO

Lá na Grande Loja continua foguetório cerrado. E o bombo da festa é Pacheco Pereira.

Mas não tem de que se queixar. Pôs-se a jeito quando, num momento de exaltação, se assumiu neste texto como que o Amurabi* da blogosfera portuguesa.

Já antes, no dia 10/04/06, tinha metido espectacularmente o pé na poça quando, recusando aos brasileiros a prerrogativa de falarem a língua portuguesa, escreveu: «À minha volta fala-se brasileiro, língua dos empregados de restaurante em Portugal, produto da globalização.».

A ofensa aos brasileiros - não sejamos minimalistas - foi grande. Foi como se um inglês algum dia escrevesse ou dissesse: "À minha volta fala-se americano, língua de soldados no Iraque, produto da globalização".

Mas JPP pode bem com estes ataques e reacções adversas às suas opiniões. O que não consegue é evitar o fenómeno de dessacralização (com concomitante crucificação) que vai acontecendo à imagem de comentador imparcial e descomprometido que ao longo do tempo, um pouco persistentemente, tentou criar.

Enfim, vicissitudes de quem anda à chuva.

(*) Também se encontra grafado como Hamurábi e Hammurabi.

VÊM AÍ OS “VELHÕES”

OU UM GOLFINHO NA CAPOEIRA
Quando os políticos dizem alguma coisa; quando os governantes dizem alguma coisa; é preciso saber ler muito para além do significado das palavras para se saber o que querem dizer. É preciso não se ser ingénuo.

Tenha-se em atenção o seguinte: a propaganda deste Governo parece ser feita por uma central competente de grandes especialistas em marketing e publicidade. Central de tal maneira competente que é capaz de nos convencer a levar para casa, comprado com o dinheiro que não temos, um golfinho verdadeiro para colocarmos na piscina que para o efeito devíamos ter mas também não temos.

É disso que se trata quando nos vêm falar dos extremos, carinhosos e luxuosos cuidados de saúde que pretendem oferecer aos nossos queridos velhinhos tão abandonados, coitadinhos, pelas suas famílias.

Embora nos estejam a falar no «aumento das camas hospitalares destinadas a este tipo de pacientes, no aumento das equipas de centros de saúde que prestam apoio domiciliário e numa maior ligação entre os hospitais e as instituições de apoio social, como lares e centros de dia» o que parece pretender-se verdadeiramente é privilegiar estes últimos aspectos: os lares e os centros de dia. Porque se poupará muito dinheiro aliviando os hospitais desse tipo de doentes. Doentes que não terão nos “velhões” a mesma qualidade, e muito menos a mesma assiduidade de tratamento que têm nos hospitais.

Trocado por miúdos, o que o Governo (com ou sem intenção) vai acabar por fazer com a criação dos tão propalados “cuidados continuados” é aumentar o número de armazéns para velhos (acabará por criar “velhões” à moda dos vidrões), armazéns onde se depositará os velhos para que estes não ocupem camas hospitalares que são muito caras de manter quando ocupadas pelos mesmos doentes, sobretudo quando esses doentes são pessoas definitivamente acamadas e “ameaçam” fazer ocupações longas - quiçá até à morte.

Concordo plenamente que as camas hospitalares sejam destinadas a doentes com possibilidades de recuperação a curto, médio prazo. É que também me saem do bolso as ocupações de longo prazo, confesso.

Mas não creio que os privados que exploram os lares tenham a virtude de dar uma assistência mesmo que apenas sofrível aos inúmeros doentes crónicos e idosos que lhes serão postos nas mãos quando se criarem os tais “velhões”. A lógica do lucro falará mais alto. O que é normal e não é condenável. Condenável é que se tomem decisões que permitam que tal lógica venha a vingar nos cuidados que é suposto prestar-se aos velhinhos - como se se estivesse a dar a estes o melhor dos mundos para os seus últimos dias.

Vai aumentar, com toda a certeza, o sofrimento dos doentes crónicos acamados e dos doentes terminais. Disso não se tenha a menor dúvida.

E era bom que você que me lê também as não tenha. Porque se tiver a desdita de chegar a velho e não tiver familiares que tratem de si – estará tramado, meu caro. Passará as passas do Algarve antes de morrer. E se forem só as do Algarve até me quer parecer que terá muita sorte.

Reeditado às 6:53 AM de 22 de Abril de 2006

REGISTO

ISTO ESTÁ A FICAR BONITO.

José, da Grande Loja,


desanca Pacheco Pereira .

quinta-feira, 20 de abril de 2006

UMA HISTÓRIA PARA CRIANCINHAS

Desde os primeiros tempos de Luís Filipe Pereira como ministro da Saúde do Governo de José Barroso; passando pelo mesmo Luís Filipe como ministro do Governo surreal de Santana Lopes; e continuando, nos três primeiros meses do actual Governo, com o ministro Correia de Campos; a palavra de ordem para o sector da Saúde parece ter sido sempre:

Toca a trabalhar malandros!

Toca a aumentar a produtividade, seus mandriões de uma figa!

E toca de gastar menos dinheiro, seus esbanjadores!

Para conseguir esse desiderato, os dois primeiros governos acima nomeados engendraram e nomearam para dirigir, com sucesso comercial, as linhas de produção das fábricas, perdão, dos hospitais públicos, autênticas administrações fabris - com experiência reconhecida na EDP, na GALP, em fábricas de salsichas, de parafusos, etc. - administrações essas que, na sua acção, primaram pela eficácia (a sério, isto é verdade) adoptando como uma das primeiras medidas a exigência do aumento do número de consultas externas. Outra medida emblemática foi o ultra propagandeado PECLEC (programa especial de combate às listas de espera cirúrgicas).

Atente-se na palavra combate que, no nosso entender, mostra bem o voluntarismo, a certeza, a determinação, a fúria com que se arrancou rumo à vitória e à poupança do erário público.

Agora é que era! Agora é que a produtividade hospitalar ia mesmo aumentar e atingir números mágicos que talvez até os levassem a conseguir lucros fabulosos no mercado da Saúde.

...

As coisas começaram a funcionar como o previsto:

aumentou-se o número de consultas

e aumentou-se o número de intervenções cirúrgicas (que passaram a também poderem ser realizadas pelo sector privado, com o Estado a pagar).

Tic-tac, tic-tac, tic-tac.

O tempo foi passando...

Até que...

- Aqui d’el rei que a despesa está a aumentar!

- Mas afinal o que é isto?!

- O que é que se está a passar?

Foi então que se ouviu uma voz funda vinda lá do cimo da copa de uma azinheira da Quinta Pedagógica:

«O que se passa é muito simples, senhores gestores industriais, salsicheiros e de ferragens.

O que se passa é que:

Mais consultas significam mais receitas médicas.
Mais receitas médicas significam mais medicamentos.
E mais medicamentos significam mais despesa.

Mais consultas significam mais exames complementares de diagnóstico.
E mais exames complementares de diagnóstico significam mais despesa.

Mais cirurgias significam mais gasto de material cirúrgico e de medicamentos;
e significam mais dias de internamento.
E tudo isso junto significa mais despesa

«Ai é!? E nós que julgávamos que o aumento de produtividade levava sempre ao aumento dos lucros!» - Disseram em coro as bocas das cabecinhas pensadoras das administrações.

E desde esse dia nunca mais se pronunciou a palavra produtividade nos hospitais.

E as administrações de tipo fabril começam lentamente, e bem, a ser substituídas por outras: talvez menos "eficazes", talvez menos voluntariosas, talvez menos "produtivas". E talvez menos gastadoras.

domingo, 16 de abril de 2006

ASSIM NÃO DÁ

Sporting 0 – Estrela da Amadora 0

Assim o Sporting não conseguirá garantir o 2º lugar do campeonato.

E a culpa é, toda ela, de Paulo Bento.

Não se pode perdoar a Paulo Bento o não ter feito alinhar Michael Essien, Frank Lampard, Didier Drogba e Herman Crespo.

Quando se possui artistas deste gabarito e se os deixa ficar no banco, o jogo só podia mesmo dar num empate, pois o resto da equipa do Sporting é igual ou pior que a do Estrela da Amadora.

sexta-feira, 14 de abril de 2006

UMA TRADIÇÃO MILENAR


Picasso participa num ensaio doméstico da cerimónia do lava-pés.

Reeditado às 0:22AM de 15 de Abril

ESTE NÃO É O MEU SUPREMO

Num acórdão recentemente divulgado pelos meios de comunicação social, o Supremo Tribunal de Justiça, num caso de maus-tratos a menores, pronunciou-se nos seguintes termos:

«Qual é o bom pai de família que, por uma ou duas vezes, não dá palmadas no rabo dum filho que se recusa ir para a escola, que não dá uma bofetada a um filho que lhe atira com uma faca ou que não manda um filho de castigo para o quarto quando ele não quer comer?
Quanto às duas primeiras, pode-se mesmo dizer que a abstenção do educador constituiria, ela sim, um negligenciar educativo.»


Lê-se e não se acredita!

Sabemos bem que os tribunais, por mais superiores que sejam, são constituídos por pessoas em tudo semelhantes aos demais cidadãos, diferenciando-se destes apenas por possuírem preparação técnica específica na área da justiça.

Daí que se entenda que possam errar tal como qualquer comum mortal que habita o planeta.

E neste acórdão, no meu entender, o Tribunal Supremo errou. Errou, não em matéria de Justiça, mas em matéria clínica; em matéria médica. E produziu um acórdão deplorável.

Não se encontra manual pedagógico nenhum, tratado nenhum de psicologia infantil, manual terapêutico psiquiátrico nenhum – tudo material científico rigorosamente concebido após estudos e investigações aprofundados, debates e experiências várias – que dê a mais pequena cobertura às teses do Supremo. Antes pelo contrário: não se deve dar tabefes e bofetadas às crianças, e não se deve castigar as crianças aprisionando-as em quartos escuros como método educativo. Isso é condenável.

Esta minha afirmação é corroborada pelo professor de Educação Especial e Reabilitação da Universidade Técnica de Lisboa, David Rodrigues, que declarou ao Diário de Notícias: "Não há qualquer referência, em lado algum, à punição como forma de aprendizagem para qualquer criança, com deficiência ou não".

Mas o Supremo Tribunal de Justiça disse o contrário.

E errou.

Para um melhor juízo do leitor aqui tem a ligação para o texto integral do acórdão em causa

quinta-feira, 13 de abril de 2006

O PAPA MANDA EM DEUS

MAIS UM DISPARATE DA IGREJA CATÓLICA

Por estas bandas o agnosticismo militante sempre nos fez sorrir das coisas que a Igreja Católica diz por vezes com enorme solenidade.

Lê-se hoje no Portugal Diário que «Passar demasiado tempo a ler jornais, a ver televisão ou a navegar na Internet são alguns dos «novos pecados» anunciados pela Igreja Católica.» «O anúncio de que estas actividades passaram a ser pecadoras foi feito ontem no Vaticano pelo Cardeal James Francis Stafford, Penitenciário-Mor, ao presidir ao Rito da Reconciliação, celebração que era tradicional em Roma até ao Renascimento.»

Presume-se, do que se conhece das regras do Catecismo, que quem morrer sem confessar estes pecados irá parar ao inferno.

Isto é o Vaticano e exorbitar as suas funções de Estado e a ordenar a Deus que passe a castigar mais estes pecadores com o fogo eterno.

ALTO! ISTO É UM ASSALTO

No mundo do futebol português, quando há património por delapidar e ainda cheira a dinheiro, aparecem sempre candidatos disponíveis para se “imolarem” no sacrifício terrível de conduzir o clube à miséria.

É o que acontece no SCP (Sporting Clube de Portugal) que já tem três protocandidatos à presidência do clube.

Mas quando não há património nem cheta, é vê-los escassearem que nem espécimes raras em vias de extinção.

É o que se perspectiva acontecer no Benfica que, coitado, ao que parece só terá um recandidato (o actual presidente) empurrado à força por uns quantos amigalhaços que, na falta de património e de cheta, se contentam apenas com o aparecerem na TV de vez em quando.

sábado, 8 de abril de 2006

QUEM PODE, PODE

A memória costuma ser curta mas creio que ainda há quem se lembra no que deu o episódio caricato da fúria de Alberto João Jardim contra a presença dos chineses na Madeira: o embaixador chinês foi de imediato até ao Funchal, pôs em sentido os responsáveis do Governo Regional da Madeira e mandou calar Alberto João.

O qual, ao contrário do que sempre fora seu hábito, meteu o rabo entre as pernas e nunca mais falou dos chineses.

É, de facto, preciso ter muita força e poder para mandar calar um troglodita como Jardim que nunca por nunca nenhum Presidente da República e nenhum chefe do seu partido, o PSD, conseguiu fazer calar. Enfrentou-os sempre, a todos, e continuou sempre a dizer bacoradas sobre bacoradas desafiando-os sem pudor ou contenção.

Vem isto a propósito da “rusga” que as autoridades sanitárias fizeram há bem poucos dias aos restaurantes chineses em Portugal. Pelo que foi noticiado, 14 deles foram de imediato encerrados por falta de higiene. Mas o pior, para os chineses, terá sido a passagem das filmagens que se fizeram sem autorização dos proprietários dos restaurantes, filmagens que a SIC (e aqui há um mistério a desvendar: porquê só a SIC teve conhecimento da “rusga”; e quem a avisou?) realizou no interior dos mesmos e apresentou pornograficamente ao público mostrando o desmazelo reinante nas cozinhas desses restaurantes.

Quem como nós viveu na China e conhece bem a mentalidade, a susceptibilidade e o sentido da honra dos chineses, sabe bem o quão funda foi a ofensa que nesse caso lhes foi feita. Acabaram de fazer aos chineses aquilo que eles menos gostam na vida: fizeram, com a “rusga” e a sua divulgação pornográfica, que os chineses “perdessem a cara”.

E quem faz “perder a cara” a um chinês, faz-lhe a maior das ofensas. E compra a maior das guerras.

Para já a SIC foi obrigada, há dois dias, a convidar o responsável pela ASAE (A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) - entidade que executou a “rusga” e encerrou 14 restaurantes - a prestar declarações ao telejornal daquela estação de televisão, tendo-se o mesmo desculpado com o argumento de que «não fiscalizamos apenas restaurantes chineses, mas também padarias e pastelarias portuguesas». Só não explicou porque é que quando fiscalizam as tais padarias e pastelarias não levam atrás as câmaras da SIC para mostrar a coisa ao grande público. Nessas declarações o mesmo responsável da ASAE terá confirmado ter aceitado um convite para almoçar com o embaixador chinês em Lisboa.

E agora, o mesmo homem que fora à Madeira mandar calar Alberto João vai dizer mais ou menos isto ao responsável da ASAE quando almoçarem:

- Para começar, acabou-se a perseguição aos comerciantes chineses. E independentemente do que vierem a fazer para reparar os prejuízos que acabam de provocar aos proprietários dos restaurantes (a afluência aos mesmos caiu 50% na sequência da “rusga” da semana passada), o Governo de Pequim decidiu já suspender a apreciação de “X” projectos empresariais portugueses na China, e pondera o cancelamento de encomendas, no valor de “Y” milhões de euros, que tínhamos feito à indústria portuguesa.

Para além disso exigimos que organizem um programa de reabilitação da imagem dos restaurantes e do comércio chinês em Portugal.

Transmita isso aos seus superiores e passe muito bem.


Aposto que dentro de pouco tempo vamos ter os meios de comunicação a louvar e a publicitar "gratuitamente" (alguém há-de pagar) os restaurantes chineses.

Havemos de ver se sim ou não.

É que... quem pode, pode mesmo!

quinta-feira, 6 de abril de 2006

UMA BOA E BELA ALTERNATIVA

Fernando Venâncio, do Aspirina B, acha que estar, por exemplo, pregado toda a vida atrás de um balcão a vender suspensórios é uma vida melhor que a dos miúdos que, segundo ele, em Dublin, protegidos pelo Estado católico, e por isso não necessitados de um emprego, passam a vida na bebedeira.

Eu não vejo em que é que uma bebedeirazita diária não é bem melhor que o tédio de, por exemplo, um emprego atrás de um balcão a vender suspensórios. Toda a vida.

E até acho que é bem melhor andar na bebedeira do que a trabalhar monotonamente. Se se puder, claro, andar na bebedeira. Mas ao que parece, aqueles miúdos podem.

Parafraseando o nosso “ex”, Sampaio, apetece-me dizer:

Há mais Vida para além do Trabalho.

domingo, 2 de abril de 2006

BOM DOMINGO

A minha capacidade imaginativa permanece no Buraco Negro em que entrou desde há doze dias. Resta-me a esperança de, tal como acontece na Física e na Astronomia, o buraco não ser nem negro nem buraco.

Como me apetece estar activo e não me desgosta andar por aqui na blogosfera a passarinhar, aproveitei os grandes passeios que tenho dado nela (blogosfera) e refiz em parte a lista, aqui ao lado, dos blogues que habitualmente mais visito.