terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A FORÇA DA OPINIÃO PÚBLICA É DEMOLIDORA

NÃO HÁ MURALHAS D’AÇO QUE ELA NÃO DERRUBE

Oxalá a queda do ministro da Saúde tenha o condão de fazer com que os portugueses tomem de uma vez por todas a consciência de que intervindo e lutando com persistência, civicamente, por valores que em cada momento se julgue serem os melhores para a maioria da sociedade e das populações, se consegue fazer com que os governos e os ministros mudem de política e, em alguns casos, até caiam fragorosamente. Por mais sólidos, graníticos e arrogantes que eles sejam.

Mudando de assunto:

1) Siga-se com paciência de chinês os caminhos e os cargos que Correia de Campos percorrerá e ocupará de agora em diante.

2) Seria bom sabermos por onde anda hoje o ex-ministro da saúde, Luís Filipe Pereira.

Isto é apenas curiosidade.

Nota: A imagem foi colhida do Wehavekaosinthegarden

domingo, 27 de janeiro de 2008

SEM COMENTÁRIOS

(MAS À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)

«Sandra Ramalho morreu em sua casa, uma hora e meia após o primeiro telefonema ao 112.»

«Sandra Ramalho, de 31 anos, morreu na madrugada de ontem, na sua casa em Cajados (Palmela). Segundo o marido, Heitor Ramalho, o primeiro telefonema para o INEM foi feito às 6.39 horas. Após um segundo contacto, o único socorro veio dos Bombeiros, às 8.20 horas. Era tarde demais.»

«A família de Sandra, que deixa duas filhas gémeas, está indignada, alertando que do Hospital de São Bernardo (Setúbal) a Cajados, distam apenas 11 quilómetros, pelo que a assistência "podia ter sido quase na hora", diz o viúvo, que pede que seja revelada a gravação do segundo telefonema. "Disseram que aquilo não era nenhuma fábrica de carpinteiros e mandaram-me arejar a cabeça", diz.»


Leia a notícia completa aqui.

sábado, 26 de janeiro de 2008

MacBook Air (Para Brincar)

Ainda não chegou a Portugal, mas há já quase um mês a Apple lançou com grande pompa este novo laptop, o MacBook Air.

Muito bonito e inovador na portabilidade, pois é o laptop mais fino e mais leve até hoje construído, também é o laptop com mais calcanhares de Aquiles que se pode encontrar.

Desde logo o preço, $1,799.

É 1/3 mais caro que o Macbook fabricado pela mesma empresa, este qual é mais capaz e dotado de muitos itens que o Air não tem (diria, até, dotado de tudo aquilo que falta no Air):

A bateria é fixa e só pode ser mudada numa oficina da empresa;

A memória de 2GB é soldada à motherboard pelo que não pode ser aumentada;

Não tem portas USB ou Firewire;

Não tem porta Ethernet;

Não tem leitor (e muito menos gravador) de CD ou DVD;

Não tem leitor de cartões de memória;

O disco rígido de 80 GB tem metade da capacidade do de um novo iPOD clássico e gira à lenta velocidade de 4200 rpm; e se você quiser substituí-lo por uma “drive sólida” mais rápida mas com menos capacidade (64GB), pagará mais $999, passando o pequeno laptop a custar perto de três mil dólares.

Convenhamos que é um brinquedo muito caro para aquilo que faz.

Mas, sobrando dinheiro... é de se comprar... para brincar.

Veja-o aqui.

«CONTRA-VERDADE» OU ERRO DE CASTING

Já é uma prática tão exaustiva, sobretudo nos últimos dias, que não há telespectador que não tenha reparado nela.
De cada vez que o senhor ministro da saúde é confrontado com a realidade, maquinalmente desdobra ou folheia um papel e debita números e mais números pretendendo com isso inverter a percepção que as pessoas têm da realidade.

Isso faz-me lembrar a frase de António José Saraiva, aqui logo abaixo transcrita na posta anterior:

«Só é verdadeiro, meu Caro, o que nós sentimos como verdadeiro.»

«A verdade refere-se ao objectivo, mas tem de ser experimentada subjectivamente.»

BOM DIA

QUANDO A PROPAGANDA IMPÕE (UM)A REALIDADE

«Durante anos acreditei que o Partido era a vanguarda da classe operária; que o Comité Central era a vanguarda do Partido; que o Secretário Geral era, inevitavelmente, a expressão personalizada do Comité Central; que enfim a experiência da classe operária era a experiência mais rica e historicamente prospectiva. Tudo isso funcionava maravilhosamente. Portanto, falando, o Secretário Geral definia a verdade histórica mais avançada em qualquer momento. Até que veio o escândalo do Staline. Afinal o Secretário Geral impunha-se pelo terror eliminando fisicamente os membros do Comité Central que o não acatavam; o Comité Central era escolhido pelo Secretário Geral; os membros do Partido eram recrutados pelo Comité Central. Resultado, o Secretário Geral não enunciava verdades, mas contra-verdades. O Estado caiu por terra.»

«Pela última vez sacralizei instituições humanas.»

«Só é verdadeiro, meu Caro, o que nós sentimos como verdadeiro.»

«A verdade refere-se ao objectivo, mas tem de ser experimentada subjectivamente.»


(António José Saraiva em carta a Óscar Lopes, 23/03/1964)

domingo, 20 de janeiro de 2008

A MÁQUINA DO TEMPO

Não tenho tempo para nada. Não tenho tempo sequer para viver.

Posso passar um fim-de-semana inteirinho em casa que não tenho tempo sequer para ler o que penso (pensava) ler e reler.

Esgotei o tempo esta manhã entre: fazer e tomar o pequeno-almoço; desentupir filtros de água em vários pontos da cozinha (filtros entupidos devido a obras da EPAL no prédio); ouvir e tomar atenção, enquanto trabalhava, ao programa da Antena 2, “Preto e Branco” (em que participa o Prof. Henrique Silveira, autor do blogue Crítico Musical); fazer e colocar três postas aqui no blogue; e reler umas poucas páginas da “Correspondência entre António José Saraiva e Óscar Lopes”.

Mal comecei, e já era hora do almoço.

Para já, preciso “despachar”, lendo ou relendo, os seguintes 10 livros:
O Mundo é Plano, de Thomas Friedman; A Passo de Caranguejo, e História do Feio, ambos de Umberto Eco; A Bíblia, da Igreja Baptista; O Paradoxo do Ornitorrinco, de Pacheco Pereira; A Cidade e as Serras, de Eça de Queiroz; Breve História do Futuro, de Jacques Attali; A Era da Turbulência, de Alan Greespan; Correspondência entre António José Saraiva e Óscar Lopes; e ULISSES (mais uma vez o Ulisses), de James Joyce.

E agora pergunto: e os jornais e revistas; e os Blogues; e os filmes; e a música; e os disparates que os telejornais me trazem até a casa; onde é que arranjo tempo para isso?

Ah, é verdade: e tempo para trabalhar? Onde é que o tenho?

E serei capaz de arranjar tempo para comer, descomer, higienizar-me, passear a pé, ir às compras, a espectáculos, a festas e a algumas reuniões e eventos em que tenha que participar por dever profissional?

E poderei dar-me ao luxo de dormir?

No meio disso tudo um amigo telefona-me e pergunta:

― Então, quando é que apareces aqui por Macau?

― É pá, é para já, meu amigo! É só vestir o casaco e já apareço ― apeteceu-me dizer-lhe.

E também me apeteceu fazê-lo.

Mas isso é impossível! Requer tempo, e não há tempo, caramba!

Não se consegue por aí nenhum iPOD capaz de concentrar tudo isso e permitir-me dar conta de tudo em dois tempos? Um chip que se me implante ou um comprimido que eu tome e ponha tudo a ocorrer em mim à velocidade de trezentos mil quilómetros por segundo?...

Então! Ó engenheiro! Temos um governo tecnológico, ou isso é só fogo-de-vista?

EU BEM TINHA PREVISTO ISTO

E PREFERIRIA NÃO TER TIDO ESSA VISÃO DO FUTURO

Nesta posta datada de 16/12/2004, no Salmoura, eu escrevera:

«Dissolvida a Assembleia da República e demitido o mais incompetente Governo de que há memória em Portugal, estamos ainda a assistir aos últimos estertores da dupla Portas/Santana que teima em tirar um coelho por dia da cartola pensando eles que com isso iludirão os eleitores que de há muito definiram o sentido de voto para as próximas eleições legislativas.»

«Eu só tenho receio é que de tanto se querer penalizar estes incompetentes da Silva ainda calhe uma maioria absoluta ao PS. É que se isso acontecer e ainda por cima Correia de Campos for parar de novo ao Ministério da Saúde, lá teremos que gramar um Luís Filipe Pereira II continuando a "obra" de Luís Filipe Pereira I e enterrando definitivamente o Serviço Nacional de Saúde, único garante de cuidados de saúde para os mais pobres.»


Pois, hoje, como todos sabemos, passa-se o que se passa.

LEIA PORQUE ISTO É COISA SÉRIA

Esta é uma notícia do Diário Digital (com um sublinhado de minha autoria):

«O ex-candidato presidencial independente e deputado socialista, Manuel Alegre, teceu hoje críticas demolidoras à reforma dos serviços de saúde, considerando que se trata de um «erro colossal» e de uma política «estapafúrdia» do actual Governo.»

«As pessoas vão passar a nascer em casa ou a morrer em casa, para além daqueles que já andam a nascer pelo caminho», ironizou, ao abordar numa entrevista à jornalista Flor Pedroso, da Antena 1, a desertificação dos serviços públicos no interior.

«Parece que é isto que se está a fazer (desmantelar)», disse, acrescentando «não compreender esta política, não só das taxas moderadoras para tratamentos e cirurgias (uma dupla tributação), como a extinção de urgências e de Serviços de Atendimento Permanente e o encerramento de maternidades em zonas do interior, seja qual for a fundamentação técnica».


Ah! Finalmente mais alguém percebe que se trata de DESMANTELAR O Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Desde os idos de 2004 (ao tempo ainda do governo de Durão Barroso) que venho ― primeiro, no “Salmoura”, depois, aqui no “África Minha” ― clamando contra o desmantelamento do SNS; agora parece que já todos perceberam que se trata disso mesmo.

Mas ainda muita gente não percebeu que este desmantelamento do SNS é um programa consistente do Bloco Central (PSD e PS) e não apenas um programa (de agenda escondida) do PS e do Governo ― muito menos um programa de apenas o senhor ministro da Saúde ―. Trata-se de um programa consistente e pormenorizado quanto aos meios a aplicar e os objectivos a atingir; programa que favorece os grandes grupos económicos que dominam o País e que através do investimento em hospitais privados e da obtenção da gestão, em parceria público/privado, dos hospitais públicos, pretende entregar os cuidados de Saúde nas mãos das companhias de seguros, onerando com isso largamente a assistência aos doentes, e excluindo desta forma, do sistema, largas camadas da população portuguesa que não têm dinheiro para pagar os cuidados de saúde e os medicamentos de que precisam para não «morrerem em casa» (como disse Manuel alegre); ou na rua, como digo eu agora.

Alegre diz que vai assinar uma petição em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Tanto quanto sei, Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos, é o terceiro subscritor dessa petição que tem como impulsionador o antigo Ministro da Saúde, António Arnaut.

Eu gostaria de ser o número dez milhões dessa lista; isso significaria que finalmente a população portuguesa tinha aberto os olhos à realidade que a espera (e já a atinge em parte) quanto à assistência social e à assistência na doença. O povo todo, o povo pobre todo (mas também o povo “médio”: a classe média e, sobretudo, a classe média baixa) está na iminência de só poder ser tratado a algumas doenças e a receber apenas alguns cuidados médicos e ser sumetido a apenas determinados tipos de cirurgias, consoante o que estará previsto no seu seguro de saúde e não TUDO AQUILO A QUE TEM DIREITO como cidadão e como simples ser humano.

É tempo de acção e não só de palavras.

Cada cidadão que se sente atingido por esta política de Saúde deve procurar agir através de grupos organizados de cidadãos que por certo surgirão um pouco por aí em defesa do Serviço Nacional de Saúde.

Não fique à espera de «morrer em casa».

Lute com todas as forças que tiver

Este Governo não é de aço.

Se já mudou de opinião, de certezas e de decisões (a OTA é um exemplo acabado disso) sob pressão de grandes grupos económicos; se decidiu fraccionar os retroactivos miseráveis dos pensionistas e depois se viu forçado pela opinião pública a mudar a mão em 48 horas e a pagá-los por inteiro;

Você pode, organizadamente, civicamente intervindo, obrigar o Governo a recuar no desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde.

Informe-se, participe nas iniciativas de cidadãos que vierem a ser criadas e não se deixe ficar em casa.


E, por favor:

NÃO PENSE QUE ESTE PROBLEMA SERÁ RESOLVIDO PELO VOTO

Desde logo porque o PSD, que é a alternativa ao PS, para além de pertencer ao Bloco Central, tem, segundo o seu próprio e cómico líder, a intenção de «DESMANTELAR o peso do Estado em seis meses» privatizando tudo o que mexe e tudo o que não mexe.

Não será, portanto, através do voto nos partidos que este problema se resolverá.

Será através da participação em movimentos cívicos, legais, de cidadãos.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

SE A ORDEM DOS MÉDICOS FOSSE UM BCP...

DARIA IMENSO JEITO

Mas Pedro Nunes foi reeleito Bastonário da Ordem dos Médicos derrotando o candidato concorrente, Miguel Leão.

Isso deve ser um grande desgosto para o senhor ministro da Saúde. Que ainda há bem poucos dias não disfarçava as suas falsas expectativas, no programa “Prós & Contras”, da RTP, dizendo mais ou menos isto: «entregarei essas propostas AO NOVO Bastonário da Ordem dos Médicos».

Pois! Há-de entregar as propostas, sim, e contra sua vontade, mas é ao velho Bastonário em quem já sabe que não mora um interlocutor dócil, reverente e obrigado.

Esperava que lhe saísse na rifa um leãozinho domado e afinal vai ter que continuar a “interlocutar” com o homem do nónio! Que lhe medirá com o maior rigor as suas “medidas” nos domínios da Saúde até à mais ínfima fracção que elas contiverem.

Por parte da Ordem dos Médicos, vai continuar a haver, portanto, tolerância zero no que respeita ao Desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde.

ENTÃO, E A REMODELAÇÃO?


TANTA GALINHA SOLTA POR AÍ, E NÓS À ESPERA!...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

GRANDE MARTELADA

«NUM CASO E NOUTRO, o referendo e o aeroporto, os governantes mentiram, desdisseram-se, negaram o que tinham afirmado, mudaram de opinião e de certezas, voltaram atrás, disseram que não tinham dito, não era bem assim, só queriam dizer que era isto e não aquilo... Neste exercício de garantir o que não é evidente para ninguém e de negar o que disse e prometeu, Sócrates foi absolutamente excelente. Revelou a convicção de um vendedor de persianas. Portou-se com a inocência de um escuteiro. Sócrates está convencido de que pode vender o que quiser a quem quer que seja. Basta ele falar, controlar a informação, negar a evidência, garantir as suas certezas e elogiar o produto!»

(António Barreto no Sorumbático). Vá lá, já! ler a posta toda.

20 VALORES PARA PACHECO PEREIRA

QUE ESCREVEU SEM MEDO E SEM TERGIVERSAÇÕES

O artigo saiu no Público de 12 de Janeiro. Foi escrito por Pacheco Pereira. E é demolidor. Para o Governo. Para José Sócrates. Para Jorge Coelho e vários spin doctors. Para o PSD, o seu líder e acompanhantes. E também para os portugueses em geral, que não há maneira de aprenderem (no sentido de entenderem) o que é evidente quando alguém os engana e lhes mente dia sim, dia não.

Do artigo de Pacheco Pereira, publicado também aqui no Abrupto, cuja leitura lhe recomendo vivamente, destaco estes três parágrafos que se seguem embora todo o artigo mereça igual destaque:

«Agora que o Governo e os seus alter-egos na oposição começam a conhecer as suas reais dificuldades é que é a sério. Sempre foi assim. Há um momento em que tudo deixa de ser a feijões e nessa altura não se brinca em serviço. Ao ar vão as amabilidades, usam-se as armas públicas e acima de tudo as menos públicas, as pressões sobre os órgãos de comunicação social, os ataques de carácter ad hominem, os processos, as tácticas de isolamento dos desobedientes. No "politiquês" há uma palavra para isto, "crispação". Agora que começam todos a ficar "crispados" atribuem-se as culpas aos do costume, por não se sentirem motivados pelo excelso optimismo do Governo, pelas virtudes sarkozianas do "líder da oposição", pela maravilha de país da West Coast da Europa que nos calhou em sina.»

«Os culpados são uns "velhos do Restelo", sem humor, uns pessimistas frustrados, que queriam ter uma gloriosa carreira pública, mas que não ganham eleições como o engenheiro Sócrates ou o dr. Lopes e vivem roídos por isso, uns intelectuais que só escrevem livros, o que, como se sabe, não é trabalho decente, e que nunca tiveram oportunidade de fazer festas, piscinas e centros de congressos com dinheiros públicos, deixando os municípios endividados por décadas, nem de darem computadores nas escolas, extorquidos por pouco subtis pressões às empresas que precisam do Plano Tecnológico e que também têm que pagar, como os empreiteiros obrigados a dar uma loja à câmara para fazer um edifício. Esses ressentidos subversivos que só sabem dizer mal sentem o mundo a cair à sua volta e não são capazes de ver o imenso mérito dos tempos modernos, quer do engenheiro tecnológico, quer dos modernizadores que querem partidos SA com cibercafés nas sedes, quer dos pensadores-engraçadistas que imitam os Gatos Fedorentos e o Inimigo Público e pululam nos blogues e nas televisões.»


«Aquilo que, na sua imensa ignorância, alguns consideram ser as ideias dos anos 60, o mal que Sarkozy e os seus imitadores querem extirpar, é uma noção individual da liberdade, um gosto pela vida autónoma, uma vontade de não depender de ninguém, uma desconfiança natural da autoridade presumida e arrogante, que sempre foi mais forte do que o invólucro radical desses mesmos anos. Por estranho que pareça, esta liberdade libertária tem continuidade na profunda convicção de que a revolução dos costumes desses anos, o que deles vai ficar, só é garantida pela riqueza, riqueza de dentro, a "cultura", esse termo tão abastardado, e riqueza de fora, posse das coisas, de bens, do tempo próprio.»

Leia e julgue por si.

OBSERVATÓRIO EUROPEU

É indiscutível que a França é um dos principais motores da Europa. Sempre nos habituámos a olhar para os presidentes franceses como figuras políticas de grande poder (conferido e sustentado pelos eleitores franceses); bagagem política e visão estratégica assinaláveis; dedicação extrema à causa pública.

Se bem que Jacques Chirac tenha degradado um pouco essa imagem, ao longo dos seus dois mandatos, hoje o que é que vemos em França quando olhamos para o presidente?

Esta é, pelo menos, a sensação que eu tenho: vejo um homem mais preocupado em namorar e se mostrar enamorado de uma cantora pop, do que empenhado em melhorar a vida dos franceses ― antes pelo contrário ― empurrando a França e a Europa para o buraco em que o neoliberalismo os meteu.

Peço desculpas, mas eu não vejo nesta fotografia, por exemplo, o presidente da França.

SOARES É FANTÁSTICO

Numa altura em que o neoliberalismo tomou conta do Ocidente ― escangalhou e continua escangalhando cada vez mais a ordem e o modelo social europeu ― e os Estados Unidos se afundaram numa grave crise económica, militar e política; começa a surgir no horizonte dos principais países motores da Europa uma fina e vasta vibração popular que prenuncia as grandes viragens históricas.

Se nos Estados Unidos a cura para os seus problemas pode começar com a eleição de um novo presidente (sobretudo se esse presidente for Barak Obama), já na Europa a sorte de quem aqui vive não é ainda tanta como isso; embora se sinta, como disse, a vibração que prenuncia as tempestades: a queda no abismo vai continuar até que a força da realidade e a indignação dos povos se imponham aos políticos, os removam das lideranças e abram novos horizontes ao futuro.

É nessa base de pensamento que li este artigo que Mário Soares publicou hoje no DN. E onde a dada altura se pode ler (sublinhado de minha autoria):

«Foi criada, em Paris uma nova dupla de confusão política e ideológica, quando o que se impõe é clareza nas ideias e nos princípios: a dupla, Nicolas Sarkozy/Tony Blair, em nome da modernidade. Que modernidade? Obviamente a que agrada ao grande capital, que é velha e está muito desgastada pelas promessas não cumpridas. Os tempos agora são diferentes. Há clarificações que estão a ocorrer, por força das circunstâncias

«Depois do Iraque e da Cimeira dos Açores, o mundo está noutra...»

domingo, 13 de janeiro de 2008

"MELHORIAS" NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

(À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)

«Dezanove chefes das equipas da Urgência [do Hospital de Faro] continuam demissionários desde o princípio de Novembro, alegando falta de condições de trabalho.
O serviço de Urgências encontra-se à beira da ruptura, e ainda não chegou o período das gripes. A maioria dos utentes são idosos a soro, a aguardar por uma cama nos Cuidados Continuados. Quando conseguem "avançar três metros" em relação à porta de saída isso já é considerado uma vitória. Muitos são mandados para casa, regressando pouco tempo depois em situação de verdadeira emergência. Neste pingue-pongue entre o sai e entra no hospital, não se sabe quantos terão perdido.»


PÚBLICO, 13/01/2008

MAIS LUIZ PACHECO

Está aqui, no semanário SOL, aquela que, segundo o mesmo jornal, é a última entrevista de Luiz Pacheco.

Vá ler, mas leia sem tresler: Luiz Pacheco não estava a brincar com os entrevistadores quando dizia o que disse. Pacheco estava a ser sério e sincero (que são coisas diferentes difíceis de se conjugarem numa mesma pessoa).

Saboreei as respostas desse homem verdadeiro, e, sobretudo corajoso, pois, adivinho que não mais na vida lerá outro com essas características.

É que nós, os homens, somos todos uns cobardes. Uns mais cobardes que outros; mas todos cobardes. E é uma pena: não sei se só para nós mesmos; se só para os outros; se para a sociedade em geral.

Um Luiz Pacheco?... deve aparecer de século em século.

Ficam aqui quatro perguntinhas e as respectivas respostas da entrevista de Pacheco ao semanário Sol:

E os Gato Fedorento?
Nunca vi. Isso é de um filho da puta, aquele gajo, o Ricardo Araújo Pereira.

Que já o entrevistou para o Jornal de Letras…
Com o Rodrigues da Silva, um gajo que já conheço há muitos anos. Foram os dois entrevistar-me. E eu aí descaí-me, porque não estou aqui a fazer poses. Digo as coisas e depois o que sai é com vocês. Quero lá saber! Mas fui dizer que uma gaja me tinha feito um broche de pino. E o gajo meteu isso.

Mas de quem foi a culpa?
Fui na conversa. Saiu-me.

Era verdade ou não?
Puseram ali o broche de pino! O que é uma coisa de meter medo…

sábado, 12 de janeiro de 2008

JAMÉ, JAMÉ, JAMÉ, JAMÉ!

O Governo e o PS tudo fizeram para que o novo aeroporto de Lisboa fosse construído na Ota.

Agora sabemos que perderam a jogada e foram obrigados a aceitar Alcochete, no "deserto" da Margem Sul, como destino do novo aeroporto.

Mas não se escusaram de, em conferência de imprensa, fazer de nós parvos: dizer-nos que a nossa memória é uma bosta e que nunca disseram o que disseram sobre a Ota e sobre a Margem Sul.

Seria caso para nos indignarmos e dizer umas boas e feias palavras a esses senhores arrogantes que nos governam;

Mas riamos antes com este vídeo gosão que encontrei por aí na Net:

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"MELHORIAS" NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

(À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)



Hospital de Santata Cruz: transplantes suspensos por falta de seguro.



OLHEM QUE ESTA!

Vital está chateado e já descobriu grande marosca (com Ferreira do Amaral de permeio) na decisão de construir o novo aeroporto de Lisboa... em Alcochete.

Isso não se faz a quem tanto tem defendido o Governo e os apaniguados do Partido Socialista. Deveriam mandar construir-lhe o aeroporto no seu quintal em Coimbra para que o homem não pagasse portagens, e, tal como eu que moro a dois passos do aeroporto da Portela, e passarei a ficar a três passos do novo aeroporto em Alcochete, pudesse ir até a casa trocar de gravata ou beber mais um whisky, mesmo depois de feito o check-in e com o boarding pass na mão, antes de embarcar.

Mas isto não é para todos, meu caro, isto é só para quem mora em Lisboa.

E afinal se o Novo Aeroporto é DE LISBOA, por que carga d’água um cidadão de Coimbra tem que meter, da forma como o tem feito Vital, o bedelho na coisa?

Nota: A fotografia acima é de uma maquete de avião para ligar Coimbra a Lisboa (Alcochete); é bonita e divertida; que mais querem os habitantes de Coimbra?

DA VERGONHA AO AGRADECIMENTO

Fiz anos e as minhas filhas ofereceram-me um alcoolímetro digital.

Acho que isto quer dizer qualquer coisa...

Fica, por isso, ao critério da cada um julgar-me.

Mas, estranhamente, sinto-me tranquilo.

Será que atingi a senilidade e ando a fazer asneiras, ou, pelo contrário, estarei num estadio próprio de quem atingiu a antinóia* e deve, por isso, agradecer o presente?

(*) Vide “A Decadência da Família” da autoria do psiquiatra inglês, David Cooper.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

INTEIRAMENTE DE ACORDO

Com Baptista Bastos quando escreve isto hoje no DN:

O FASCISMO ANDA POR AÍ


Flauteando uma frase de Pacheco Pereira, e apavorado com a "tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder" do Executivo, António Barreto escreveu no Público [6. Janeiro, p.p.] um artigo, cujo conteúdo estilhaça o tom ameno e, até, conciliador, que lhe é habitual. Aflito, o conhecido sociólogo diz: "Foram tomadas medidas e decisões [sic] que limitam injustificadamente a liberdade dos indivíduos. A expressão de opiniões e de crenças está hoje mais limitada do que há dez anos. A vigilância do Estado sobre os cidadãos é colossal e reforça-se." Vão por aí fora, o pesado estilo e a rude acusação. Nunca, como agora, as vozes convergiram no apontar de excessos "autoritários" e em alvejar a infausta acção de um Governo sem sensibilidade, sem remorsos e sem grandeza.

Na recolhida sombra da minha prosa desalinhada e chã tenho procurado cumprir, com modéstia e aplicação, o dever que cabe a um autor sem amos e sem vis desígnios - dar com o sarrafo nas iniquidades do poder. Não estou isento, eu também, de levar umas ripadas, desferidas por quem não está de acordo comigo para estar de bem com o Governo. Malhas que o império tece...

A minha beligerância é conhecida. A do António Barreto, não; pelo menos até agora. Aparenta um homem de palavra grave, porém macia; um sociólogo propenso à mansidão da pesquisa e à quietude do gabinete; um cronista de comedida, acampado na serenidade do velho estilo e da antiga gramática. Ei-lo, então, fulminante, a tanger as cordas do conflito: "Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas, sinceramente, não sei." A frase não é pacífica e revela-se na ambiguidade da conclusão.

Se, por exemplo, eu escrevesse: "Não sei se Sócrates é malandro. Não me parece, mas, sinceramente, não sei" - a dúvida proposta nas locuções misturar-se-ia às meias-verdades sussurradas ao ouvido de outrem. É a intriga em marcha.

As inquietantes frases do Barreto excitam a imaginação dos detractores de Sócrates, suscitam a repulsa dos apaniguados, o sorriso dos adversários, a apreensão dos antifascistas e, acaso, a perplexidade do visado. E, também, a ira do José Manuel Fernandes, assinalado director do Público. Num editorial atravessado por transversais críticas a outros preopinantes, e abonando-se em Bento XVI, Stuart Mill, Coleridge e Isaiah Berlin (não sei se falhei algum outro), o Fernandes demonstra-nos a sua apoquentação com as críticas a "algumas leis e iniciativas do Governo". Não são algumas: são aquelas que têm imposto a radicalidade de uma "democracia administrativa", e retirado aos outros a autoridade da razão.

Não acredito que Sócrates seja fascista. Mas que o fascismo anda por aí, lá isso...

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DIFERENTE SEM DÚVIDA

Uma das facetas que distingue o cabo-verdiano é a forma descomplexada, o salutar “atrevimento”, como olha o mundo à sua volta, pensando grande, sonhando muito, lutando sempre e ousando cada vez mais e mais.



Fiquei satisfeitíssimo ao ler esta notícia :

Microsoft e Cabo Verde assinam acordo estratégico•

A multinacional norte-americana de informática Microsoft estabeleceu sábado na Praia uma parceria com o Governo de Cabo Verde para a criação no arquipélago dum centro de inovação para a governação electrónica.

O centro, destinado a melhorar as capacidades de pesquisa e desenvolvimento das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC), foi assinado pela ministra da Presidência do Conselho de Ministros e da Reforma do Estado de Cabo Verde, Cristina Fontes, e pelo presidente da Microsoft África, Cheick Diarra.

Nos termos do acordo, a empresa fundada por Bill Gates vai apoiar Cabo Verde na formação de quadros, na capacitação de escolas, no acesso e utilização das NTIC e na sua vulgarização no seio das comunidades.

O apoio ao sector privado e à educação, com programas de acesso à tecnologia com preço aceitável, de modo fomentar a literacia digital, é outro dos pontos contemplados no acordo, de três anos, renováveis se as partes assim o desejarem.

O acordo visa também estabelecer um quadro amplo de cooperação nas áreas de governação electrónica, educação, desenvolvimento das indústrias de tecnologia de informação e comunicação, bem como a transferência de tecnologias.

Na educação, a parceria prevê a criação de uma rede escolar com infra- estruturas e conteúdos para o ensino à distância.

O acordo estabelece que a Microsoft apenas cobrará a Cabo Verde os «custos mínimos» relacionados com a licença de utilização dos seus produtos.

Em contrapartida, a empresa espera poder utilizar os resultados do modelo da cooperação com Cabo Verde no âmbito da sua estratégia de conquista do mercado africano.
[...]

Diário Digital / Lusa 06-01-2008 16:01:00

domingo, 6 de janeiro de 2008

BOAVISTA 2 - 0 SPORTING

Nos anos sessenta o Dr. Lawrence J. Peter, dissertando sobre os sistremas hierárquicos nas empresas disse o seguinte:

"Numa administração estruturada hierarquicamente, as pessoas tendem a ser promovidas até ao seu nível de incompetência"

Esta asserção passou então a ser conhecida como “O Princípio de Peter”.


E aplica-se inteira e cabalmente a Paulo Bento. Se o Sporting quiser chegar mais longe terá que arranjar outro treinador; não que Paulo Bento seja um mau treinador, mas apenas porque ele já não consegue ir mais além do que já foi: atingiu o limite da sua incompetência, ou seja, não tem competência para ir mais além.

Aquela pinha já deu toda a fruta que tinha para dar.

Caput! Acabou!

MORREU LUIZ PACHECO


Esta última noite, às 22:17, morreu o editor e escritor, Luiz Pacheco.

Pela admiração que sempre nutri por este intelectual impar a quem se poderia muito bem chamar Homem-Verdade, fica aqui a expressão do meu pesar e duas frases do Luiz retiradas desta entrevista a Miriam Assor, publicada no Correio da Manhã de 8 de Abril de 2007.



O que é preciso para escrever bem?

«Ler muita coisa. Estar atento. E há gajos que escrevem sem nunca terem lido uma frase.»


O que nos diz dos políticos?

«São uns merdas. Comparados com eles próprios.»

BOM DOMINGO

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

DIÁRIO DO GOVERNO

Ao serviço de quem está o Diário de Notícias, afinal?

Eu respondo: está ao serviço do Governo.

Porque quando se titula numa notícia: «Hospital de Aveiro assume falha na assistência a idosa»;

E quando, lendo-se a notícia em causa, nela não se encontra o mínimo sinal correspondente ao título; isto não tem outro nome: chama-se sabujice da pior.

Toda a notícia é um libelo acusatório contra as más condições de assistência numa urgência hospitalar sobrelotada de doentes; libelo que não implica falência do Hospital por causa própria, mas incapacidade do mesmo para lidar com um volume elevado de doentes na urgência. Se isto é culpa do hospital, então bardamerda para a lógica.

O que acontece na notícia é que o seu “redactor” de serviço meteu nela um parágrafo assassino propositadamente intencional, mas estupidamente mal concebido (isto é, não conseguiu disfarçar o “servicinho” ao Governo), parágrafo que reza assim:

«Segundo a directora clínica, a doente acabaria por falecer cerca das 17.45, vítima de paragem cardio-respiratória, o que indicia não ter sido objecto "dos cuidados devidos".»

Onde é que a directora clínica diz que o hospital é culpado? Onde?! Ó seu manipulador de uma figa?

No tempo do fascismo a indivíduos destes pagava-se uma avença mensal; e eram desprezados nos jornais por todos os trabalhadores de espinha direita que lá trabalhavam.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

SEM COMENTÁRIOS

(MAS À ATENÇÃO DO ARAUTO DO GOVERNO)

Aveiro: OM responsabiliza Governo por morte idosa na urgência.

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) responsabilizou hoje o Governo e o primeiro-ministro pela morte de uma idosa no Hospital de Aveiro, atribuindo a situação à sobrecarga da urgência, e ilibou a unidade de saúde e os profissionais.

«Que fique bem claro que a responsabilidade do que se passa no terreno é da errada política de Saúde do Governo. É ao primeiro-Ministro José Sócrates que devem ser imputadas responsabilidades», afirma José Manuel Silva, o bastonário em exercício.

«Tal como a Ordem dos Médicos tem insistentemente chamado a atenção, as urgências hospitalares estão a funcionar para além do limite das suas capacidades para atender os doentes, com qualidade, humanidade e rapidez. É óbvio, portanto, que a responsabilidade do que aconteceu não pode ser imputada ao Hospital de Aveiro e aos seus profissionais de saúde», conclui.

O comunicado, em que o bastonário apresenta condolências à família da vítima, reporta-se ao caso de uma idosa que morreu terça-feira nas urgências do Hospital de Aveiro sem sequer ter chegado a receber assistência médica e questiona quantos casos terão já acontecido no anonimato.

A doente deu entrada na Urgência do Hospital de Aveiro pelas 14:00 e, na fase de triagem, foi-lhe atribuída a cor amarela, pelo que teria de ser observada por um médico no espaço de uma hora.

Quando finalmente ia ser observada por um médico, pelas 17:45, três horas e 45 minutos depois de ter dado entrada, estava morta.
O bastonário em exercício salienta que a Ordem «tem denunciado as dramáticas consequências para o Serviço Nacional de Saúde e para os doentes do estranhamente acelerado encerramento dos recursos disponíveis para o atendimento de proximidade em situações de urgência/emergência».

Para José Manuel Silva, «não é possível continuar com mais encerramentos e devem ser reabertos alguns dos locais já encerrados, até a lenta reforma dos cuidados de saúde primários produzir alguns efeitos», bem como se concretizarem outras medidas como alargar a reforma dos cuidados continuados, ser conhecida a rede de emergência pré-hospitalar e a rede de referenciação das urgências ser divulgada e operacionalizada.

Diário Digital / Lusa

03-01-2008 19:34:00

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

ENTÃO, E A REMODELAÇÃO?


NÓS ENTRAMOS OU NÃO ENTRAMOS?
É que sabemos que ainda há muitas galinhas no País e também queremos a nossa parte.

ONDE PÁRA O ARAUTO?

Então, o Causa Vossa vitalícia não diz nada a isto?

Não elogia mais esta importante medida de construção do Estado Social ?

Está distraído ou quê?!

Mas quem os topa é Batista Bastos. Que escreveu apenas isto no "Diário de Notícias" de hoje, 02-01-2008:

"Já não há socialistas; há pragmáticos: a maravilha elástica que ministra intensas alegrias aos abjurantes do esquerdismo e aos comunistas contritos, alvoroçadamente convertidos aos prestígios do capitalismo".

PORREIRO PÁ!

A PREVISÃO DO ANO


A análise de Pacheco Pereira:

«Estamos hoje mais pobres e pedem-nos para sermos optimistas, estamos hoje menos livres e pedem-nos para sermos optimistas, estamos hoje mais dependentes e pedem-nos para sermos optimistas, estamos hoje mais fracos e pedem-nos para sermos optimistas. Há algo de tão errado neste optimismo que só me reforça o pessimismo.»