quinta-feira, 31 de maio de 2007

DEUS GLORIFICAVA O SEXO

SE É QUE NÃO CONTINUA A FAZÊ-LO AINDA HOJE

Agora começo a entender por que é que o Antigo Testamento não figura na maior parte das bíblias que andam por aí.

É que aquilo (o Antigo Testamento), pelo menos na sua parte inicial, o Génesis, é um forrobodó desgraçado com truca-truca a torto e a direito: irmão com irmã, filhas com pai, cunhado com cunhada, patrão com serva, enfim... uma cegada dos diabos capaz de pôr a cabeça à roda a qualquer praticante religioso e a afastá-lo definitivamente de qualquer ideia moral veiculada pelas religiões que conhecemos hoje. Mal um homem via uma mulher soltava-se-lhe o verbo e a "espada": quero possuí-la (quando não a possuía de imediato). O verbo possuir (significando truca-truca) é, aliás, frequentemente empregue nesta parte do Génesis. Mas tudo acontecia sob o olhar atento do SENHOR que muitas vezes falava com os seus filhos; como quando falou a Abrão: Far-te-ei fecundo extraordinariamente, de ti farei nações, e reis procederão de ti [Génesis 17.6].

Eis apenas dois exemplos paradigmáticos do que acabámos de dizer:

Génesis 19 [Descrição de um incesto]
30 Subiu Ló de Zoar e habitou no monte, ele e suas duas filhas, porque receavam permanecer em Zoar; e habitou numa caverna, e com ele as duas filhas.
31 Então, a primogénita disse à mais moça: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se connosco, segundo o costume de toda a terra.
32 Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai.
33 Naquela noite, pois, deram a beber vinho a seu pai, e, entretanto a primogénita, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou.
34 No dia seguinte, disse a primogénita à mais nova: Deitei-me, ontem, à noite, com o meu pai. Demos-lhe a beber vinho também esta noite; entra e deita-te com ele, para que preservemos a descendência de nosso pai.
35 De novo, pois, deram, aquela noite, a beber vinho a seu pai, e, entrando a mais nova, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou.
36 E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai
.

Génesis 34 [Descrição de uma violação]
1 Ora, Diná, filha que Lia dera à luz a Jacó, saiu para ver as filhas da terra.
2 Viu-a Siquém, filho do heveu Hamor, que era príncipe daquela terra, e, tomando-a, a possuiu e assim a humilhou
.

Mas este arrebate do príncipe Siquém não ficou em águas de bacalhau: dois dos muitos irmãos de Diná, Simeão e Levi, armaram-lhe uma cilada e comandaram um pequeno exército que vingou a honra da irmã violada: entraram na cidade, dizimaram todos os homens que lá habitavam, incluindo o fogoso príncipe Siquém e o rei Hamor, seu pai.

Bem, vamos continuar a leitura da bíblia...

De todo o modo pensemos no seguinte: naquele tempo, vivendo aquelas tribos nómadas, de pastores, em tendas ou debaixo das árvores, tendo por actividade a caça e a pastorícia com a finalidade principal de se alimentarem; ficando ao fim do dia uns a olhar para os outros, sem cinema, sem televisão, sem livros para ler, sem música para ouvir, sem nada de nada para fazer; o que é que seria de esperar senão um pensamento ― truca-truca.

Pois então!...

domingo, 27 de maio de 2007

O DELATOR


Sra. Directora, sabe o que este meu amigo aqui ao lado estava a dizer do nosso primeiro?

OS TEMPOS DO MEDO

Decretos-lei do Salazarismo

O decreto 27 003 de 15 de Setembro de 1936 determinava: «Para admissão a concurso nomeação efectiva ou interina, assalariamento, recondução, promoção ou acesso, comissão de serviço, concessão de diuturnidades e transferência voluntária, em relação aos lugares do estado e serviços autónomos, bem como dos corpos e corporações administrativos, é exigido o seguinte documento com assinatura reconhecida: Declaro por minha honra que estou integrado na ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933, com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas».

E, mais adiante: «Os directores e chefes dos serviços serão demitidos, reformados ou aposentados compulsivamente sempre que algum dos respectivos funcionários ou empregados professe doutrinas subversivas, e se verifique que não usaram da sua autoridade ou não informaram superiormente».

sexta-feira, 25 de maio de 2007

CAVACO – 1 VITAL – 0

O Presidente da República, questionado sobre as declarações do ministro Mário Lino, não esteve com paninhos quentes e disse esperar:

«Que seja feito um esforço para que se alcance um consenso técnico para a localização mais adequada do novo aeroporto». Que «Seria altamente benéfico para o país que a Assembleia da República realizasse um debate aprofundado sobre este projecto com base em estudos realizados por organizações e instituições competentes, dado o impacto para gerações futuras.»

Estas declarações do Presidente da República contrastam radicalmente com as posições do Governo e com declarações de Vital Moreira, apoiante visivelmente incondicional do Governo, que disse isto:

«esta é uma decisão essencialmente política. O aeroporto é uma decisão demasiado importante para ser decidida por técnicos


As declarações do Presidente da República vêm colocar a discussão sobre a localização do futuro aeroporto no ponto de equilíbrio que Governo e Vital diziam de há muito já ter sido ultrapassado.

Como se vê, para Cavaco Silva, a decisão não é iminentemente política coisa nenhuma. Mas técnica. E parece que não confere aos estudos já feitos o carácter definitivo que Governo e seus apaniguados parecem querer impor à opinião pública.

BIZARRO OU TALVEZ NÃO

Isto até dá vontade de aplaudir masoquistamente o Governo e dizer-lhe: acaba já connosco que a gente agradece.

Mas também é caso para dizer, parafraseando Bertolt Brecht:

Porque manifestamente há uma nítida dicotomia entre o povo que escreve e fala e o povo que vota,

Dissolva-se o povo e eleja-se outro.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

AI PORTUGAL PORTUGAL

Com a etiqueta «Coisas que vão ser proibidas» Francisco José Viegas escreve isto no A Origem das Espécies:

Bons tempos em que «as donas de casa» tinham listas de compras sensatas e compreensivas. Isto sim, era harmonia familiar. (Maria Cabral, em 1969, no anúncio ao brandy Macieira: «Até o brandy é ela quem escolhe... e bom!»)

Vá até lá e veja também a fotografia que ilustra a posta.

ERA SÓ O QUE FALTAVA

TER MEDO DE ESCREVER OU DE FALAR

António Lobo Xavier disse-o ontem para quem o quis ouvir, no programa da SIC Notícias, “Quadratura do Círculo”: que tem relatos de empresas e de serviços onde o correio electrónico e a actividade “teclada” (o verbo é meu, não dele, mas sintetiza o que ele disse) do pessoal que neles trabalha são rastreados sendo que certas decisões sobre esse mesmo pessoal são tomadas tendo em conta o perfil traçado a partir dessa devassa (devassa criminosa, digo eu ― ia escrever “inominável”, certamente com o medo inconsciente de agravar ainda mais o meu perfil, cujo estará talvez a ser traçado por um serviço qualquer destinado a “fotografar” a blogosfera e a catalogar os “blogadores” segundo uma taxonomia política e doutrinariamente, senão inspirada nas, pelo menos parecida às cartilhas de Hitler e de Salazar ― ).

Mas... que se lixe! Não tive medo nos tempos do Fascismo e do Colonialismo; e não é hoje, em pleno regime cada vez mais dito democrático, que vou ter medo de escrever o que penso.

E digo daqui a Lobo Xavier: olhe que conheço pessoas que têm hoje medo de dizer o que pensam. É triste, é revoltante e é inadmissível ― é, sim senhor ― mas é uma realidade neste Portugal que há 33 anos se libertou do fascismo.

É precisa muita testosterona para se viver hoje de coluna direita em Portugal.

E é preciso não esquecer que desde sempre grandes inimigos da liberdade foram pessoas que se diziam sua defensora.

E termino esta posta citando Almeida Garrett (sublinhado meu):

«O exemplo da grande nação, e nossas proprias desgraças nos devem convencer de que sem liberdade de imprensa (e jurados para os seus processos) e sem grandes nacionaes (para a defenderem), a liberdade é chimerica; e todas as instituições, por mais livres que sejam, em vez de beneficio, são uma calamidade pública, um laço armado ao patriotismo, um novo instrumento dado á oppressão, um escudo traidor que só cobre os inimigos da liberdade, e a seus amigos só esmaga.»

Almeida Garrett,
in "Portugal na Balança da Europa".
1830

quarta-feira, 23 de maio de 2007

LÓGICA MAIS LÓGICA NÃO HÁ

É sabido que as maiorias absolutas tendem a levar ao poder absoluto; que o poder absoluto tende a levar à auto-suficiência; que a auto-suficiência, por sua vez, pode levar ao autismo e mesmo à reinvenção da realidade.

Hoje ouvi o ministro, Eng. Mário Lino, justificar mais ou menos assim a não construção de um aeroporto na Margem Sul ― cito de cor ―: não se pode construir um aeroporto na Margem Sul porque a Margem Sul não tem cidades; a Margem Sul não tem hospitais; a Margem Sul não tem gente.

Segundo os noticiários da tarde, terá ainda dito que a Margem Sul é um deserto e ninguém constrói um aeroporto num deserto.

Agora, você que me lê, considere os seguintes casos em que se aplica a lógica do senhor ministro Mário Lino e conclua por si:

1. Ninguém vai construir um aeroporto na Margem Sul porque a Margem Sul não tem cidades, não tem hospitais e não tem gente.

2. Ninguém vai construir uma cidade na Margem Sul porque a Margem Sul não tem hospitais, não tem tem gente e não tem aeroporto.

3. Ninguém vai construir um hospital na Margem Sul porque a Margem Sul não tem cidades, não tem gente e não tem aeroporto.

4. Ninguém vai morar para a Margem Sul porque a Margem Sul não tem cidades, não tem hospitais, não tem aeroporto e não tem gente.

Quase apetece perguntar: por quem me toma, hein? Por quem me toma!?

Nota para os que não conhecem Portugal: a Margem Sul é a margem sul do rio Tejo. Tem gente, tem muita gente; tem cidades, tem hotéis, tem comércio e tem hospitais.

terça-feira, 22 de maio de 2007

JÁ CONHECI ESTE AR DE OUTROS TEMPOS

INFELIZMENTE

A sociedade comporta de tudo, como bem sabemos. Comporta, por exemplo, aqueles que lambem, lambem, lambem as botas do poder até a língua lhes cair ― à espera de uma benesse, uma prebenda, uma migalha do poder ― acabando muitas vezes por levar para casa... em vez de uma recompensa o desprezo a que o poder os vota.

Consta que Salazar referindo-se às vezes aos PIDES os chamava “aqueles sabujos”.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

AH CÂ DI RÊÊÊÊÊÊ! . . . (*)

DELITO DE OPINIÃO PRIVADA. Leu bem: PRI – VA - DA

Afinal a coisa é ainda mais sórdida do que se pensava: a punição do professor que terá feito um comentário jocoso sobre a licenciatura do primeiro-ministro teve como causa a delação de que o mesmo foi alvo por parte de um colega com quem falara particularmente quando produziu o comentário proibido. O professor foi, portanto, punido com base numa conversa privada (tida A DOIS). Fiquei a saber isto agora mesmo através de Miguel Relvas, militante do PSD, intervindo no noticiário das 21 horas da SIC Notícias.

Isto é medonho.

Tenho a memória dos tempos de Salazar e Caetano em que a gente escolhia muito bem com quem falar porque senão poderia ser denunciado por um bufo qualquer como sendo «contra a situação» ou «contra a nação» e ser por isso preso e interrogado pela PIDE; e ou “julgado” e punido por delito de opinião.

O caso deste professor é semelhante mas mais sórdido ainda porque ao que parece cometeu um delito de opinião privada. Ou privadamente um delito de opinião. Em pleno Regime Democrático.

Isto é assustador.

Eu nem quero acreditar que possa ter acontecido.

E não quero acreditar que estou a viver no mesmo país onde isso se passou e se passa.

Isto é terrível.

Ah Câ Di Rêêêêêê! (*)

(*) Aqui D’el Rei.

sábado, 19 de maio de 2007

DA NATUREZA HUMANA

No tempo da ditadura e da PIDE não se fazia melhor, quero dizer, pior do que isto: mostrar serviço sujo para cair nas boas graças de quem tem as rédeas do poder.

Para quem estiver distraído sempre lembro que estamos a 19 de Maio de 2007. Em pleno século XXI, portanto. E que no poder está um Governo de um partido político que se diz Socialista.

A terem as coisas passado como o relatado aqui, o comportamento desta tal de Margarida Elisa Santos Teixeira Moreira, directora regional de educação do Norte, bem como o do delator, é no mínimo retrógrado, abjecto, nojento e desprezível. E a mim dá-me vontade de vomitar para cima deles.

AI COMO É TRISTE A IGNORÂNCIA

Esta nossa formação cristã, que nos impregna a todos subtilmente até ao osso, quer queiramos ou não, é tramada como o diabo, sobretudo para os de nós que como eu são (leia bem isto que é Português correcto) ― dizia então ― é tramada como o diabo, sobretudo para os de nós que como eu são ignorantes dos “textos sagrados”, em última instância, da Bíblia, pois passamos certamente a vida a comportarmo-nos e a falarmos como cristãos sem nos darmos verdadeiramente conta de que o estamos a fazer. E convinha, no meu entender, que soubéssemos um pouco sobre este nosso comportamento de cristãos para melhor nos conhecermos e nos relacionarmos entre nós e com os outros que o não são.

Desconhecedor quase total de qualquer texto bíblico ― confesso, envergonhado, triste e humildemente, esta lacuna imperdoável na minha formação como pessoa humana e como cidadão do mundo ― fui objecto da oferta de uma Bíblia de Estudo Almeida, que em princípio abordará o Antigo e o Novo Testamentos (digo isto porque sabia que há outras bíblias que omitem o Antigo Testamento), editada pela Sociedade Bíblica do Brasil.

Pois bem, logo no início da leitura deste livro fiquei a saber que a conhecidíssima frase «separação das águas», por mim vastamente utilizada (e creio que por toda a gente), cuja origem e significado primordial eu desconhecia em absoluto, é uma frase bíblica que se encontra no Génesis:

«E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. Fez pois Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez.»

Sabendo-me desde pequeno um produto do cristianismo, mas desconhecendo-me vergonhosamente nesta vertente, quero aqui agradecer penhoradamente à Susana a oferta desta bíblia, pois tenho a certeza que vai contribuir muito significativamente para a minha formação.

O meu muito obrigado, mais uma vez.

UMA PORCA DE RABO TORCIDO

Como Vital Moreira tece loas quase diárias ao Governo e farta-se de lhe dar dicas sobre os mais variados assuntos (embora não se tenha pronunciado sobre a eventual ilegalidade na marcação das eleições para Lisboa ― vá-se lá saber porquê lhe tenha escapado o assunto ― mas isso também não é da conta do governo), esperemos que tenha tido o cuidado de enviar o texto desta sua posta no Causa Nossa ao Primeiro-ministro, mas também nos diga como é que concilia o seu eventual apoio à política de Saúde (baseada no modelo americano), do Governo Sócrates, com o reconhecimento implícito das graves imperfeições apresentadas pelo modelo americano que se infere da leitura de dita posta .

sexta-feira, 18 de maio de 2007

GOLPADA DESFEITA

O tribunal Constitucional, em apreciação a um requerimento do Movimento Partido da Terra, acaba de anular a data de 1 de Julho para a realização das eleições autárquicas intercalares em Lisboa desfazendo assim a golpada que os partidos do Bloco Central (PS e PSD) queriam dar, por interposta Governadora Civil de Lisboa, para impedir as candidaturas independentes à Câmara Municipal.

É uma decisão justa que os eleitores lisboetas devem saudar com agrado pois deve-se-lhes apresentar todas as hipóteses antes de se lhes pedir que votem.

Venha então daí a nova data para a gente poder programar as férias e o voto.

GOLPE BAIXO E SUJO

E MEDO. TAMBÉM HÁ MEDO.

Eu não sei se votarei em Helena Roseta ou em Sá Fernandes.

Para já, além de contribuir com a minha assinatura para a propositura da candidatura de Roseta à Câmara de Lisboa, ainda angariei mais duas para o efeito.

Porque não gostei mesmo nada de ver aquela jogada suja dos partidos (em que terá entrado também o Bloco de Esquerda, ao que ouvi dizer) levando ao encurtamento dos prazos de apresentação de candidaturas só para impedir os independentes de concorrer.

Espero que o eleitorado lisboeta saiba punir os chicos-espertos e faça com que a Câmara de Lisboa seja futuramente imune a certos regabofes de que se tem falado, elegendo independentes como vereadores.

Ao menos isso.

SEM COMENTÁRIOS

O Director Geral da Saúde veio ontem informar o país ― e garantir ― que, quando entrar em vigor a lei do aborto, os hospitais e demais unidades de saúde envolvidos no esquema atenderão atempadamente a pretendente ao aborto numa consulta e terão que lhe garantir uma segunda consulta para 5 (cinco) dias depois.

Lembro ou informo a quem me está a ler que os doentes com cancro não têm esta facilidade. Nem nada ― nadinha mesmo ― que se pareça com isto.

É este o país em que estamos.

Entretanto adivinha-se grande tensão entre administrações hospitalares e serviços de Obstetrícia cuja maioria dos médicos opte pela objecção de consciência. É que parece que os hospitais que não realizem os abortos que lhes são pedidos vão ter que pagar, do seu orçamento, a outros que os façam.

Não sei é se isto só funcionará entre os hospitais públicos ou se também ainda veremos circular dinheiro dos parcos orçamentos dos hospitais públicos para os privados que vierem a realizar os abortos.

A festa promete.

sábado, 12 de maio de 2007

UMA ANÁLISE CONTUNDENTE

DE UMA REALIDADE DESCOROÇOANTE

O Professor Universitário, Paulo Morais, explica aqui no Diário de Notícias, como se mexem os vermes no pântano autárquico, e quais as razões por que ninguém quer alterar o estado da coisa.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

JORNALISMO DE SARJETA

Não é novidade para ninguém que hoje em dia o “trabalho jornalístico” ― quer na rádio, quer na televisão e nos jornais ― se limita ao tratamento (em Português de pé quebrado) de temas como o futebol, os casos policiais e criminais e as peripécias políticas de figuras menores (que já não há grandes figuras) da cena político-partidária portuguesa.

Para esses “jornalistas” nada mais acontece que mereça atenção em Portugal. O futebol é que leva a parte de leão no bombardeio noticioso pátrio.

Por isso gostei muito de ler o escritor e jornalista (sem aspas), Batista Bastos, quando, neste artigo, no Diário de Notícias, chama «empregados de jornais» aos “jornalistas”. É uma designação feliz para esses escribas incultos, esses preguiçosos mentais que pululam nos jornais, rádios e televisões onde produzem toda a espécie de lixo jornalístico que nos é impingido através dos órgãos de comunicação social.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

CENTRÃO BADALÃO

A crise na Câmara Municipal de Lisboa trouxe a lume uma evidência cada vez mais clara para todo e qualquer observador: a Câmara de Lisboa, no fundo, no fundo, é mas é uma grande agência de emprego para os partidos do bloco central (PS e PSD), mas também para o PCP. E é por isso mesmo que nenhum deles queria eleições intercalares em Lisboa.

Com aquilo que já se sabe, penso que os candidatos independentes são essenciais para mudar a vida naquela Câmara. É que mesmo que nenhum deles ganhe a presidência da Câmara, ao menos algum ou alguns poderão ser eleitos vereadores e fazerem, dentro da Câmara, a vigilância democrática necessária para parar de vez com as negociatas e a delapidação do património municipal de Lisboa.

Li hoje que António Costa é desejado no PS como candidato.

Sá Fernandes! Ó Sá Fernandes! Acode aqui à gente!