Esta nossa formação cristã, que nos impregna a todos subtilmente até ao osso, quer queiramos ou não, é tramada como o diabo, sobretudo para os de nós que como eu são (leia bem isto que é Português correcto) ― dizia então ― é tramada como o diabo, sobretudo para os de nós que como eu são ignorantes dos “textos sagrados”, em última instância, da Bíblia, pois passamos certamente a vida a comportarmo-nos e a falarmos como cristãos sem nos darmos verdadeiramente conta de que o estamos a fazer. E convinha, no meu entender, que soubéssemos um pouco sobre este nosso comportamento de cristãos para melhor nos conhecermos e nos relacionarmos entre nós e com os outros que o não são.
Desconhecedor quase total de qualquer texto bíblico ― confesso, envergonhado, triste e humildemente, esta lacuna imperdoável na minha formação como pessoa humana e como cidadão do mundo ― fui objecto da oferta de uma Bíblia de Estudo Almeida, que em princípio abordará o Antigo e o Novo Testamentos (digo isto porque sabia que há outras bíblias que omitem o Antigo Testamento), editada pela Sociedade Bíblica do Brasil.
Pois bem, logo no início da leitura deste livro fiquei a saber que a conhecidíssima frase «separação das águas», por mim vastamente utilizada (e creio que por toda a gente), cuja origem e significado primordial eu desconhecia em absoluto, é uma frase bíblica que se encontra no Génesis:
«E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. Fez pois Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez.»
Sabendo-me desde pequeno um produto do cristianismo, mas desconhecendo-me vergonhosamente nesta vertente, quero aqui agradecer penhoradamente à Susana a oferta desta bíblia, pois tenho a certeza que vai contribuir muito significativamente para a minha formação.
O meu muito obrigado, mais uma vez.