quinta-feira, 18 de março de 2010

PERFEITO

Um primeiro-ministro com maioria absoluta, bem acolitado por um hoje “servidor” de um grupo económico com interesses na área da Saúde, Correia de Campos, hostilizou os médicos, mobilizou para esse combate o apoio de uma população que sempre detestou os médicos, e tomou em mãos a tarefa ingente de «melhorar a saúde dos portugueses» e de «dar melhores cuidados de saúde aos que mais precisam» adoptando medidas que foram debilitando de forma planeada o Serviço Nacional de Saúde, permitindo com isso o surgimento gradual dos hospitais privados que só em teoria servem a todos os portugueses ― servem uma minoria.

Resultado: uma resposta mais que esperada da parte dos médicos ― reformas antecipadas e o abandono em massa do Serviço Público por parte dos mais velhos e dos mais qualificados. Que assim resolveram ― finalmente, diria eu ― ajudar de forma patriótica e politicamente empenhada, José Sócrates e o Partido Socialista a continuarem tão meritório “trabalho” no domínio da Saúde, agora que o PS está em minoria absoluta.

Esse “trabalho” ainda não está completo ― vai ser melhor, isto é, vai ser pior, podem crer! Pior para a população e melhor para os médicos. Pois então!...

Dispensam-se falsas preocupações. Dos portugueses em geral; do seu governo eleito; e do Partido Socialista. O país tem o governo que merece e os Serviços de Saúde que merece.

Apraz-me verificar que os médicos estão tranquilos. Nada de greves; de paralisações; de manifestações; de combates verbais nos média. Nada disso! Acção! Apenas acção.

Há sempre um hospital perto de cada médico.
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