ACÇÃO 100% EFICAZ
Assim é que deve ser: a aviação israelita bombardeou e vaporizou integralmente um posto de observação das Nações Unidas, incluindo, como é óbvio, os observadores da ONU que lá estavam.
É a eficácia elevada ao máximo - pois assim não ficou ninguém para contar o que se estava a passar naquela zona de conflito.
Parabéns Israel!
Entretanto, lá no Irão, átomo a átomo, lá vão os iranianos concebendo a bomba nuclear que pretendem um dia usar algures (um pouco como quem usa uma calculadora para fazer contas de subtrair).
terça-feira, 25 de julho de 2006
domingo, 23 de julho de 2006
PERGUNTAR OFENDE?
Dois sindicalistas da PSP acabam de sofrer duras sanções por «ofensas ao primeiro-ministro e ao director nacional da PSP».
Aqueles dirigentes sindicais foram aposentados compulsivamente por declarações, consideradas ofensivas, feitas à comunicação social: um disse que iam «enviar o primeiro-ministro para o Quénia»; e outro disse que «o director não servia sequer para dirigir um grupo de escuteiros».
O secretário de Estado que assinou o despacho punitivo foi o Dr. José Magalhães, ex-comentador político, bem conhecido, aliás, dos leitores de jornais e dos telespectadores portugueses.
Que me lembre nunca o Dr. Magalhães terá defendido publicamente idêntico procedimento contra, por exemplo, o Dr. Alberto João Jardim ou o Sr. Jaime Ramos, da Madeira, que – estes sim – já chamaram, ao longo dos anos, todos os nomes feios que há nos dicionários, a Presidentes de República, primeiros-ministros, ministros, e demais fauna política do "contenente".
Por isso pergunto: neste caso de punição dos sindicalistas da polícia com este rigor que parece despropositado (e não tenhamos medo das palavras: que parece estalinista), estaremos ou não perante um caso de uso de força excessiva contra os mais fracos, e de nítida manifestação de fraqueza perante os mais fortes?
Responda quem souber.
Aqueles dirigentes sindicais foram aposentados compulsivamente por declarações, consideradas ofensivas, feitas à comunicação social: um disse que iam «enviar o primeiro-ministro para o Quénia»; e outro disse que «o director não servia sequer para dirigir um grupo de escuteiros».
O secretário de Estado que assinou o despacho punitivo foi o Dr. José Magalhães, ex-comentador político, bem conhecido, aliás, dos leitores de jornais e dos telespectadores portugueses.
Que me lembre nunca o Dr. Magalhães terá defendido publicamente idêntico procedimento contra, por exemplo, o Dr. Alberto João Jardim ou o Sr. Jaime Ramos, da Madeira, que – estes sim – já chamaram, ao longo dos anos, todos os nomes feios que há nos dicionários, a Presidentes de República, primeiros-ministros, ministros, e demais fauna política do "contenente".
Por isso pergunto: neste caso de punição dos sindicalistas da polícia com este rigor que parece despropositado (e não tenhamos medo das palavras: que parece estalinista), estaremos ou não perante um caso de uso de força excessiva contra os mais fracos, e de nítida manifestação de fraqueza perante os mais fortes?
Responda quem souber.
sexta-feira, 21 de julho de 2006
IRONIAS DO DESTINO
Iniciei hoje o dia com uma visita rápida ao Diário Digital e ao Diário de Notícias para ler umas larachas e saber que Israel continua a saga anti-palestina bem na senda, aliás, da saga anti-semita de Hitler.
E pensei que a futura bomba nuclear do Irão é para fazer o papel da antiga bomba atómica americana utilizada na Segunda Grande Guerra contra o Japão.
E dei comigo a dizer: Israel igual a Hiroshima.
Depois dediquei-me a coisas mais sérias antes de partir para o trabalho: a leitura de alguns blogues de referência.
E nos blogues descobri esta inenarrável posta em que Pacheco chora, contrito, a «solidão» em que o mundo deixa Israel – coitadito, franzino, pobre, indefeso – lutar sozinho contra os mauzões palestinianos.
Tenham todos um bom dia.
E pensei que a futura bomba nuclear do Irão é para fazer o papel da antiga bomba atómica americana utilizada na Segunda Grande Guerra contra o Japão.
E dei comigo a dizer: Israel igual a Hiroshima.
Depois dediquei-me a coisas mais sérias antes de partir para o trabalho: a leitura de alguns blogues de referência.
E nos blogues descobri esta inenarrável posta em que Pacheco chora, contrito, a «solidão» em que o mundo deixa Israel – coitadito, franzino, pobre, indefeso – lutar sozinho contra os mauzões palestinianos.
Tenham todos um bom dia.
terça-feira, 18 de julho de 2006
UMA BRINCADEIRA
E AGORA ISTO:
A falta de pontaria dos avançados portugueses no campeonato do mundo levou-nos a defender (brincando) que quem lá fazia falta era Liedson, o levezinho do Sporting. Chegámos até a enviar uma mensagem a este nosso (de nós os sportinguistas) ponta de lança dizendo-lhe o que pensávamos.
Pois não é que essa nossa brincadeira foi levada a sério e já hoje o Diário Digital nos traz a notícia de que «O avançado do Sporting Liedson mostrou-se disponível, na conferência de imprensa na Academia de Alcochete, para obter a dupla nacionalidade, o que lhe permitirá integrar a selecção nacional, tal como o seu compatriota Deco.»!
Pensando bem até é capaz de não ser leviandade nenhuma naturalizar o rapaz e pô-lo a tratar as redes dos adversários da selecção portuguesa como tem sido seu hábito tratar as redes dos pobres lampiões da Segunda Circular: afinfando golos e mais golos lá dentro, fazendo lembrar o Mário Jardel de outros tempos.
A falta de pontaria dos avançados portugueses no campeonato do mundo levou-nos a defender (brincando) que quem lá fazia falta era Liedson, o levezinho do Sporting. Chegámos até a enviar uma mensagem a este nosso (de nós os sportinguistas) ponta de lança dizendo-lhe o que pensávamos.
Pois não é que essa nossa brincadeira foi levada a sério e já hoje o Diário Digital nos traz a notícia de que «O avançado do Sporting Liedson mostrou-se disponível, na conferência de imprensa na Academia de Alcochete, para obter a dupla nacionalidade, o que lhe permitirá integrar a selecção nacional, tal como o seu compatriota Deco.»!
Pensando bem até é capaz de não ser leviandade nenhuma naturalizar o rapaz e pô-lo a tratar as redes dos adversários da selecção portuguesa como tem sido seu hábito tratar as redes dos pobres lampiões da Segunda Circular: afinfando golos e mais golos lá dentro, fazendo lembrar o Mário Jardel de outros tempos.
domingo, 16 de julho de 2006
CASSANDRA VOLTA À LIÇA
Colho, desta posta no Abrupto, em que o autor analisa uma exposição da pintura de José Cândido Dominguez Alvarez, na Fundação Calouste Gulbenkian, a seguinte conclusão expressa (sublinhados da minha responsabilidade):
«A pintura de Alvarez não é ingénua é metafísica. Aqueles homenzinhos patéticos, reduzidos a símbolos torturados ou hirtos são os homens do século XX, mais números do que homens, mais ícones do que homens, mais vírgulas e pontos numa paisagem do que coisas que agem. Por isso, volto a Kafka, porque foi Kafka que primeiro nos mostrou que os homens do século XX iriam ser assim, andando como John Cleese com passos de "silly walk", no meio de uma burocracia que lhes retira individualidade e poder.»
Ao ler isto, penso: esta constatação conclusão afirmação do Abrupto é intrigante. E é intrigante porque: se Pacheco está convicto de que «os homens do século XX são assim»; mas Pacheco tem vindo a condenar todos aqueles portugueses que, não usando (no seu entender) uma calculadora, têm gasto o que ganham, em prol do seu bem-estar: em viagens turísticas, festas, restaurantes, carros e roupas de marca; então o que Pacheco quer para os portugueses é o puro refinamento da sua condição de «homenzinhos patéticos, reduzidos a símbolos torturados ou hirtos», pessoas sem «individualidade e poder».
É que a mim me parece que não há muito por onde retirar outra conclusão diferente. Tanto mais que, como é sabido, não é apanágio das grandes massas a dedicação a uma vida de grande actividade intelectual ou então ao enriquecimento interior através do retiro, da meditação e da contemplação.
No meu entender Pacheco está a passar agora por aquilo a que estão condenados todos aqueles que falam de tudo o tempo todo: falam, falam, falam, até que, às tantas, já não conseguem sindicar o que disseram e escreveram no passado, defendendo hoje aquilo que ontem condenavam com veemência.
Lembramo-nos bem que Pacheco fez uma viagem da esquerda radical para o centro-direita – do MRPP para o PSD –; e sabemos bem que, desde há já dois bons pares de anos, Pacheco tem andado entre o centro-esquerda (nos tempos dos governos Barroso e Lopes) e a direita liberal (agora neste tempo do governo Sócrates). Talvez esteja aqui a fonte da contradição revelada.
Mas que se trata de contradição – lá isso é verdade.
De uma posição, no passado, de aposta nos valores da sociedade portuguesa para superação de desafios vários, rumo a um futuro promissor (tempos do MRPP), temos agora a visão catastrofista da actual sociedade portuguesa.
E pergunta-se: o que é que mudou mais de então para cá? O País ou Pacheco Pereira?
Numa só coisa podemos concordar (numa coisa muito pequena) com Pacheco: uma parte dos homens das grandes cidades e da sua cintura industrial serão, de alguma forma (mas só parcialmente), «homens do século XX»; os restantes habitantes, a grande maioria dos portugueses, felizmente, não entra nesse barco. E talvez seja por isso mesmo que Pacheco os crítica negando-lhes a liberdade de festejarem a vida e se divertirem, pois não se enquadram nas fronteiras definidas pelo Liberalismo de Pacheco.
«A pintura de Alvarez não é ingénua é metafísica. Aqueles homenzinhos patéticos, reduzidos a símbolos torturados ou hirtos são os homens do século XX, mais números do que homens, mais ícones do que homens, mais vírgulas e pontos numa paisagem do que coisas que agem. Por isso, volto a Kafka, porque foi Kafka que primeiro nos mostrou que os homens do século XX iriam ser assim, andando como John Cleese com passos de "silly walk", no meio de uma burocracia que lhes retira individualidade e poder.»
Ao ler isto, penso: esta constatação conclusão afirmação do Abrupto é intrigante. E é intrigante porque: se Pacheco está convicto de que «os homens do século XX são assim»; mas Pacheco tem vindo a condenar todos aqueles portugueses que, não usando (no seu entender) uma calculadora, têm gasto o que ganham, em prol do seu bem-estar: em viagens turísticas, festas, restaurantes, carros e roupas de marca; então o que Pacheco quer para os portugueses é o puro refinamento da sua condição de «homenzinhos patéticos, reduzidos a símbolos torturados ou hirtos», pessoas sem «individualidade e poder».
É que a mim me parece que não há muito por onde retirar outra conclusão diferente. Tanto mais que, como é sabido, não é apanágio das grandes massas a dedicação a uma vida de grande actividade intelectual ou então ao enriquecimento interior através do retiro, da meditação e da contemplação.
No meu entender Pacheco está a passar agora por aquilo a que estão condenados todos aqueles que falam de tudo o tempo todo: falam, falam, falam, até que, às tantas, já não conseguem sindicar o que disseram e escreveram no passado, defendendo hoje aquilo que ontem condenavam com veemência.
Lembramo-nos bem que Pacheco fez uma viagem da esquerda radical para o centro-direita – do MRPP para o PSD –; e sabemos bem que, desde há já dois bons pares de anos, Pacheco tem andado entre o centro-esquerda (nos tempos dos governos Barroso e Lopes) e a direita liberal (agora neste tempo do governo Sócrates). Talvez esteja aqui a fonte da contradição revelada.
Mas que se trata de contradição – lá isso é verdade.
De uma posição, no passado, de aposta nos valores da sociedade portuguesa para superação de desafios vários, rumo a um futuro promissor (tempos do MRPP), temos agora a visão catastrofista da actual sociedade portuguesa.
E pergunta-se: o que é que mudou mais de então para cá? O País ou Pacheco Pereira?
Numa só coisa podemos concordar (numa coisa muito pequena) com Pacheco: uma parte dos homens das grandes cidades e da sua cintura industrial serão, de alguma forma (mas só parcialmente), «homens do século XX»; os restantes habitantes, a grande maioria dos portugueses, felizmente, não entra nesse barco. E talvez seja por isso mesmo que Pacheco os crítica negando-lhes a liberdade de festejarem a vida e se divertirem, pois não se enquadram nas fronteiras definidas pelo Liberalismo de Pacheco.
sábado, 15 de julho de 2006
BOM DIA
Brancas mãos, rubra tua boca
E teu corpo é gostosura
Bebe comigo na cama
Beija, toma, é noite escura.
«Ele chega, pálido vampiro, por borrascas seus olhos, seu velame morcegueiro ensanguentando o mar, boca contra o beijo de sua, dela, boca.
Seus lábios sugavam e abocanhavam descarnados lábios de vento: boca contra o ventre dela.
Toca-me. Olhos doces. Mão doce doce doce. Estou sozinha aqui. Oh, toca-me logo, agora. Qual é essa palavra sabida de todos os homens? Estou mesmo aqui sozinha. Triste também. Toca, toca-me.»
[James Joyce]
quinta-feira, 13 de julho de 2006
ALMA (QUASE) GÉMEA
Encontro hoje no Diário de Notícias uma posição semelhante à minha na apreciação do treinador francês a quem eu chamei de “periquito”. Mário Bettencourt Resendes escreve sobre o mesmo o seguinte:
«Na final do Mundial de futebol, e sobretudo na segunda parte e no prolongamento, os jogadores franceses jogaram melhor do que os italianos. Mereciam, por isso, a vitória. O embaixador da França em Portugal, um apaixonado pelo futebol, um homem culto e afável, um europeu lúcido e um diplomata de primeira água, merecia a alegria que não teve. O treinador francês, um cabotino com pinta de gato pingado, carroceiro no verbo e completamente destituído de fair-play, teve a derrota que merecia.»
«Na final do Mundial de futebol, e sobretudo na segunda parte e no prolongamento, os jogadores franceses jogaram melhor do que os italianos. Mereciam, por isso, a vitória. O embaixador da França em Portugal, um apaixonado pelo futebol, um homem culto e afável, um europeu lúcido e um diplomata de primeira água, merecia a alegria que não teve. O treinador francês, um cabotino com pinta de gato pingado, carroceiro no verbo e completamente destituído de fair-play, teve a derrota que merecia.»
segunda-feira, 10 de julho de 2006
ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO
Arthur Schopenhauer escreveu hoje uma posta no Abrupto condenando e avisando os portugueses de que a vida deve ser trabalho e depressão em vez de folguedo e divertimento. Bem sabemos que deste autor não se poderia esperar outra coisa; nem sequer um meio-termo, como, por exemplo, festejem e sejam felizes mas não se esqueçam de trabalhar também. Não, o que é preciso é que os portugueses se dêem parte de pobretes, coitados, infelizes, burros de carga, escravos do trabalho, e outras coisas mais que os destruam de vez como alma com direito ao prazer e à felicidade.
Depois, sim. Um dia, lá no assento etéreo onde forem parar, terão a recompensa divina pelos sacrifícios terrenos.
Amém!
Este homem a mandar seria um autêntico pesadelo: proibiria por certo as viagens turísticas, as festas (todas as festas, mesmo as festas privadas); os bares, discotecas, cinemas, restaurantes; as casas de alterne, os cabarés e as casas de putas; betonaria as praias e encheria as piscinas de entulho; venderia uma caderneta de racionamento sexual aos casais, aos unidos de facto, e aos namorados. Todo o prazer seria rigorosamente controlado. Em nome do Liberalismo.
Amém!
Depois, sim. Um dia, lá no assento etéreo onde forem parar, terão a recompensa divina pelos sacrifícios terrenos.
Amém!
Este homem a mandar seria um autêntico pesadelo: proibiria por certo as viagens turísticas, as festas (todas as festas, mesmo as festas privadas); os bares, discotecas, cinemas, restaurantes; as casas de alterne, os cabarés e as casas de putas; betonaria as praias e encheria as piscinas de entulho; venderia uma caderneta de racionamento sexual aos casais, aos unidos de facto, e aos namorados. Todo o prazer seria rigorosamente controlado. Em nome do Liberalismo.
Amém!
domingo, 9 de julho de 2006
ACABOU-SE!
REQUIEM PARA ESTE PERIQUITO
Para mim não há mais Mundiais ou Campeonatos da Europa. Quero o meu tempo para melhores ocupações do que a pepineira do futebol. Uma excepção apenas à regra: o Sporting; só o Sporting.
Mas não quero despedir-me do futebol sem dizer que o faço com prazer pois gostei muito – queria mesmo isso – de ver este treinador francês, que tem cara de periquito e usa casaquinho assemelhando-se às asinhas do passarinho, e que andou a fazer campanha suja contra os excelentes jogadores portugueses, ser despedido deste Mundial por uma Itália pragmática que marcou e empatou o jogo com um golo irregular contra uma França que, também ela, tinha marcado através de um penálti inexistente – Itália que depois esperou que eles morressem na praia na discussão das grandes penalidades.
Deu-me gozo ver a desolação do periquito.
Para mim não há mais Mundiais ou Campeonatos da Europa. Quero o meu tempo para melhores ocupações do que a pepineira do futebol. Uma excepção apenas à regra: o Sporting; só o Sporting.
Mas não quero despedir-me do futebol sem dizer que o faço com prazer pois gostei muito – queria mesmo isso – de ver este treinador francês, que tem cara de periquito e usa casaquinho assemelhando-se às asinhas do passarinho, e que andou a fazer campanha suja contra os excelentes jogadores portugueses, ser despedido deste Mundial por uma Itália pragmática que marcou e empatou o jogo com um golo irregular contra uma França que, também ela, tinha marcado através de um penálti inexistente – Itália que depois esperou que eles morressem na praia na discussão das grandes penalidades.
Deu-me gozo ver a desolação do periquito.
CORAÇÕES AO ALTO
Agora que acabou o Mundial para a selecção portuguesa, lamente-se mais uma vez a falta que fez Liedson para calar os alemães com três ou quatro golos, das carradas de oportunidades de marcar que Portugal teve, e mude-se o interesse do futebol para outra coisa qualquer que o mereça.
Dou uma ajuda quase involuntária: nas minhas habituais deambulações pela Net encontrei o blogue de Uma Stripper Brasileira em Londres, que assina com o nome de Maya Velvet.
Convido-vos a visitar o blogue desta felina e espero que postem lá muitos comentários pois dá-me sempre imenso gozo ler as patetices que nós os homens costumamos escrever às mulheres.
Bom Domingo.
E estejam descansados que hoje a Itália vai dar uma surra aos chauvinistas franceses.
Dou uma ajuda quase involuntária: nas minhas habituais deambulações pela Net encontrei o blogue de Uma Stripper Brasileira em Londres, que assina com o nome de Maya Velvet.
Convido-vos a visitar o blogue desta felina e espero que postem lá muitos comentários pois dá-me sempre imenso gozo ler as patetices que nós os homens costumamos escrever às mulheres.
Bom Domingo.
E estejam descansados que hoje a Itália vai dar uma surra aos chauvinistas franceses.
sábado, 8 de julho de 2006
BOM DIA E BOM ALMOÇO
Leopold Bloom comia com gosto os órgãos internos de quadrúpedes e aves. Apreciava sopa de miúdos de aves, moelas amendoadas, um coração assado recheado, fatias de fígado empanadas fritas, ovas de bacalhau fritas. Mais do que tudo gostava de rins de carneiro grelhados, que davam ao seu palato um delicado sabor de tenuemente aromatizada urina.
...
Os carvões avermelhavam.
Outra fatia de pão e manteiga; três, quatro: bem. Ela não gostava de prato cheio. Bem. Virou-se da bandeja, levantou a chaleira da grade e colocou-a de lado sobre o fogo. Esta ali assentou, parada e atarracada, o bico saltado para fora. Xícara de chá prestes. Boca seca. A gata andava tesa ao redor da perna da mesa com o rabo ao alto.
– Minhau!
[James Joyce]
...
Os carvões avermelhavam.
Outra fatia de pão e manteiga; três, quatro: bem. Ela não gostava de prato cheio. Bem. Virou-se da bandeja, levantou a chaleira da grade e colocou-a de lado sobre o fogo. Esta ali assentou, parada e atarracada, o bico saltado para fora. Xícara de chá prestes. Boca seca. A gata andava tesa ao redor da perna da mesa com o rabo ao alto.
– Minhau!
[James Joyce]
sexta-feira, 7 de julho de 2006
EU NÃO DISSE?!
O DN de hoje noticia que José Manuel Fernandes quer "refundar" o jornal Público procedendo a várias modificações editoriais, rescisões de contratos e despedimento de pessoal, etc., etc.
Uma das razões que terão levado a essa “refundação” é o facto de se ter verificado que - e passo a citar - «O Público perdeu 4391 leitores no primeiro trimestre do ano relativamente ao período homólogo de 2005».
Deixem que pelo menos por uma única vez eu possa dizer:
Estão a ver que eu tinha razão quando, a 05/04/2005, eu escrevi isto: «O jornal "PÚBLICO" acaba de morrer aqui na Net. Os seus produtores acharam que já chegava de dar abébias aos cibernautas e toca de cobrar dinheiro a quem queira ler On-line o jornal.
Vão acabar como o outro: ficam muito satisfeitos porque vendem um produto caro, valioso e da melhor qualidade. Com um senão apenas: não têm é comprador para ele».
A 23/05/2005 regressei ao tema e fiz esta posta.
Estão a ver?
Mas o problema, certamente, não é só do Público. O "Expresso" que nos diga por onde andam as suas tiragens desde que também passou a cobrar para ser lido pela internet. Decerto terão baixado.
Independentemente do aspecto comercial (de as vendas terem baixado desde que começaram a cobrar para serem lidos pela internet) o mais importante é a perda de influência social que estes jornais vão sofrendo; tanto mais que é a classe média, aquela que tem mais acesso à internet, que se vai afastando deles.
As luminárias que fazem os jornais nunca perceberam que quem lê online também compra o jornal em papel; que uma coisa não impede a outra.
E nunca perceberam que quem tem Net e não lê (porque é pago) um jornal online, não tem o mínimo encentivo para comprá-lo em papel.
É assim tão difícil perceber isto?
Uma das razões que terão levado a essa “refundação” é o facto de se ter verificado que - e passo a citar - «O Público perdeu 4391 leitores no primeiro trimestre do ano relativamente ao período homólogo de 2005».
Deixem que pelo menos por uma única vez eu possa dizer:
Estão a ver que eu tinha razão quando, a 05/04/2005, eu escrevi isto: «O jornal "PÚBLICO" acaba de morrer aqui na Net. Os seus produtores acharam que já chegava de dar abébias aos cibernautas e toca de cobrar dinheiro a quem queira ler On-line o jornal.
Vão acabar como o outro: ficam muito satisfeitos porque vendem um produto caro, valioso e da melhor qualidade. Com um senão apenas: não têm é comprador para ele».
A 23/05/2005 regressei ao tema e fiz esta posta.
Estão a ver?
Mas o problema, certamente, não é só do Público. O "Expresso" que nos diga por onde andam as suas tiragens desde que também passou a cobrar para ser lido pela internet. Decerto terão baixado.
Independentemente do aspecto comercial (de as vendas terem baixado desde que começaram a cobrar para serem lidos pela internet) o mais importante é a perda de influência social que estes jornais vão sofrendo; tanto mais que é a classe média, aquela que tem mais acesso à internet, que se vai afastando deles.
As luminárias que fazem os jornais nunca perceberam que quem lê online também compra o jornal em papel; que uma coisa não impede a outra.
E nunca perceberam que quem tem Net e não lê (porque é pago) um jornal online, não tem o mínimo encentivo para comprá-lo em papel.
É assim tão difícil perceber isto?
AINDA A ANTENA2
Depois de um protesto indignado contra a programação da Antena2, e de, em Maio passado, ter trocado esta correspondência com o subdirector de dita estação de rádio, recebi, agora, um e-mail simpático de Margarida Aires, cujo respondi nos termos que se seguem:
[e-mail de Margarida Aires]:
«Caro A...
Antes de mais peço desculpa pelo atraso na resposta ao seu e-mail.
A pergunta que se põe é “estamos” quem?
Sabe que um dia fizemos a experiência de, à tarde, durante uma hora e meia só passar música, sem dizer nada. Acredite ou não, as pessoas telefonaram a reclamar. Ainda hoje falei com uma pessoa que elogiou o facto de, durante a madrugada, se ter passado falar, a apresentar as obras, por exemplo. Pela nossa experiência, nem todas as pessoas preferem só música, há também quem goste de ouvir uma boa entrevista, uma boa conversa e, de facto, recebemos elogios nesse sentido.
Cumprimenta,
Margarida Aires
Antena2»
[Minha resposta]:
Cara, Margarida Aires:
Depois de um e-mail malcriado do Senhor João Almeida que teve o cuidado de me escrever a partir do endereço dele na netcabo.pt; e-mail que mereceu resposta adequada, cuja anexo para seu conhecimento; faz bem ler esta sua resposta demonstrativa de que nem tudo ainda estará perdido na Antena2. Obrigado por isso; e pela gentileza que teve em, mesmo com algum perdoável atraso, responder ao meu protesto indignado.
Respeitando embora a experiência que me relata, creia, minha senhora, que é minha convicção que os ouvintes que teriam ficado satisfeitos com dita experiência, já não devem escutar, como eu, por hoje, a Antena2. Não quero especular minimamente sobre o universo social a que pertencerão esses ouvintes [a que se refere], nem se buscam na emissora apenas sinais consoladores de presença humana – voz humana, independentemente do que é dito –, pois seria demasiada soberba da minha parte fazer tal exercício e concluir que a Antena2 estaria a ser interpretada como emissora de ruído benfazejo.
Devo acrescentar, aliás, e para que fique claro, que eu protestei contra aquilo que considerei um excesso de palavras ligeiras e não contra o enquadramento e apresentação de peças musicais.
Estará certamente a Antena2 a perder os ouvintes que quis perder. E a ganhar aqueles que quis ganhar. Só o futuro nos dirá se a actual direcção dessa emissora está a consolidar a presença da estação no panorama cultural nacional, ou se, antes lhe está a fazer, inadvertidamente, os preparativos funerários. Temo muito que esteja a acontecer esta última hipótese. Mas é apenas um temor meu que espero se venha a verificar não ter fundamento.
Cumprimentos, e mais uma vez obrigado pela sua gentileza.
ASM
[e-mail de Margarida Aires]:
«Caro A...
Antes de mais peço desculpa pelo atraso na resposta ao seu e-mail.
A pergunta que se põe é “estamos” quem?
Sabe que um dia fizemos a experiência de, à tarde, durante uma hora e meia só passar música, sem dizer nada. Acredite ou não, as pessoas telefonaram a reclamar. Ainda hoje falei com uma pessoa que elogiou o facto de, durante a madrugada, se ter passado falar, a apresentar as obras, por exemplo. Pela nossa experiência, nem todas as pessoas preferem só música, há também quem goste de ouvir uma boa entrevista, uma boa conversa e, de facto, recebemos elogios nesse sentido.
Cumprimenta,
Margarida Aires
Antena2»
[Minha resposta]:
Cara, Margarida Aires:
Depois de um e-mail malcriado do Senhor João Almeida que teve o cuidado de me escrever a partir do endereço dele na netcabo.pt; e-mail que mereceu resposta adequada, cuja anexo para seu conhecimento; faz bem ler esta sua resposta demonstrativa de que nem tudo ainda estará perdido na Antena2. Obrigado por isso; e pela gentileza que teve em, mesmo com algum perdoável atraso, responder ao meu protesto indignado.
Respeitando embora a experiência que me relata, creia, minha senhora, que é minha convicção que os ouvintes que teriam ficado satisfeitos com dita experiência, já não devem escutar, como eu, por hoje, a Antena2. Não quero especular minimamente sobre o universo social a que pertencerão esses ouvintes [a que se refere], nem se buscam na emissora apenas sinais consoladores de presença humana – voz humana, independentemente do que é dito –, pois seria demasiada soberba da minha parte fazer tal exercício e concluir que a Antena2 estaria a ser interpretada como emissora de ruído benfazejo.
Devo acrescentar, aliás, e para que fique claro, que eu protestei contra aquilo que considerei um excesso de palavras ligeiras e não contra o enquadramento e apresentação de peças musicais.
Estará certamente a Antena2 a perder os ouvintes que quis perder. E a ganhar aqueles que quis ganhar. Só o futuro nos dirá se a actual direcção dessa emissora está a consolidar a presença da estação no panorama cultural nacional, ou se, antes lhe está a fazer, inadvertidamente, os preparativos funerários. Temo muito que esteja a acontecer esta última hipótese. Mas é apenas um temor meu que espero se venha a verificar não ter fundamento.
Cumprimentos, e mais uma vez obrigado pela sua gentileza.
ASM
quinta-feira, 6 de julho de 2006
RESCALDO DE UM ACIDENTE
LIEDSON RESOLVE(RIA)
O que faltou contra a França foi Liedson. Para, das muitas oportunidades criadas por Portugal, ele marcar três ou quatro golos ao careca do Barthez.
Urge, por isso, nacionalizar o levezinho do Sporting; de contrário não haverá títulos para a selecção portuguesa.
De Mau Tempo no Canil colho esta citação do jornal espanhol El País que me vem dar razão quanto à falta que Liedson faz à selecção portuguesa: «Portugal "pagó la ausencia de um delantero de garantias (...) Es um defecto que viene de lejos y que pesa gravemente sobre el equipo».
O que faltou contra a França foi Liedson. Para, das muitas oportunidades criadas por Portugal, ele marcar três ou quatro golos ao careca do Barthez.
Urge, por isso, nacionalizar o levezinho do Sporting; de contrário não haverá títulos para a selecção portuguesa.
De Mau Tempo no Canil colho esta citação do jornal espanhol El País que me vem dar razão quanto à falta que Liedson faz à selecção portuguesa: «Portugal "pagó la ausencia de um delantero de garantias (...) Es um defecto que viene de lejos y que pesa gravemente sobre el equipo».
quarta-feira, 5 de julho de 2006
domingo, 2 de julho de 2006
MUSEU DE CERA SCOLARI
OU AS VÍTIMAS DE FELIPÃO
Depois de ontem terem sido esbofeteados pela prestação da selecção portuguesa comandada por Scolari, cada um destes senhores vai receber uma rolha para tapar o buraco de onde lhes sai o ressábio, a inveja e as asneiras; e para onde costumam entrar as moscas e as rolhas merecidas.
Depois de ontem terem sido esbofeteados pela prestação da selecção portuguesa comandada por Scolari, cada um destes senhores vai receber uma rolha para tapar o buraco de onde lhes sai o ressábio, a inveja e as asneiras; e para onde costumam entrar as moscas e as rolhas merecidas.
sábado, 1 de julho de 2006
IRRA QUE É DEMAIS!
A massa cinzenta dos jogadores portugueses começa a liquefazer-se e nem contra dez (obrigado senhor árbitro – nós já previramos isso) conseguem meter um golito que seja.
Vamos ver no que vai dar o prolongamento.
Será que é preciso que o árbitro dê mais uma ajudinha?
Estou convencido de que se algum jogador português se lembrar de se deixar cair na área inglesa, o árbitro marcará de pronto uma grande penalidade contra os bifes. Mas não vejo ciência na cabeça dos portugueses para adivinharem que devem fazer esse teatro.
Vamos ver no que vai dar o prolongamento.
Será que é preciso que o árbitro dê mais uma ajudinha?
Estou convencido de que se algum jogador português se lembrar de se deixar cair na área inglesa, o árbitro marcará de pronto uma grande penalidade contra os bifes. Mas não vejo ciência na cabeça dos portugueses para adivinharem que devem fazer esse teatro.
OBSERVATÓRIO 2
Ao que parece, hoje, o desejo germânico de ver os adeptos ingleses fora da Alemanha, suplanta indisfarçavelmente o interesse comercial de os ter a gastar dinheiro por mais alguns dias.
Basta olhar para a origem do árbitro da partida para se chegar a esta conclusão – um argentino.
Haverá no mundo nação mais hostil aos ingleses que a nação argentina?
Vamos estar atentos ao trabalho do senhor Elizondo Horacio pois ele pode revelar-se um autêntico profissional da “arbitragem à moda da FIFA” e beneficiar Portugal rumo à semifinal da prova.
Mas Portugal pode não precisar de qualquer ajuda pois tem melhor equipa que os ingleses e já o demonstrou na primeira parte do jogo.
Basta olhar para a origem do árbitro da partida para se chegar a esta conclusão – um argentino.
Haverá no mundo nação mais hostil aos ingleses que a nação argentina?
Vamos estar atentos ao trabalho do senhor Elizondo Horacio pois ele pode revelar-se um autêntico profissional da “arbitragem à moda da FIFA” e beneficiar Portugal rumo à semifinal da prova.
Mas Portugal pode não precisar de qualquer ajuda pois tem melhor equipa que os ingleses e já o demonstrou na primeira parte do jogo.
OBSERVATÓRIO
Logo mais vamos ver se sai BOSTA ou coisa diferente.
A FIFA e a organização alemã deste “Mundial” devem estar divididas quanto a este jogo.
Por um lado os adeptos ingleses não são bem-vindos aos alemães, o que levaria a pensar que tudo se faria para que a Inglaterra fosse já para casa.
Mas esses adeptos são em grande número e garantem bons negócios aos hotéis, restaurantes, bares e cervejarias; o que faz crer que o negócio é capaz de falar mais alto.
Daí que a dúvida vai permanecer no nosso espírito até vermos para que lado pende a vontade de quem manda na arbitragem.
As razões fundamentais de uma “decisão” da FIFA, a favor de um ou outro contendor, passam mais por aqui do que pelo facto de Portugal ter uma boa equipa capaz de derrotar a Inglaterra e garantir um lugar na semifinal.
A FIFA e a organização alemã deste “Mundial” devem estar divididas quanto a este jogo.
Por um lado os adeptos ingleses não são bem-vindos aos alemães, o que levaria a pensar que tudo se faria para que a Inglaterra fosse já para casa.
Mas esses adeptos são em grande número e garantem bons negócios aos hotéis, restaurantes, bares e cervejarias; o que faz crer que o negócio é capaz de falar mais alto.
Daí que a dúvida vai permanecer no nosso espírito até vermos para que lado pende a vontade de quem manda na arbitragem.
As razões fundamentais de uma “decisão” da FIFA, a favor de um ou outro contendor, passam mais por aqui do que pelo facto de Portugal ter uma boa equipa capaz de derrotar a Inglaterra e garantir um lugar na semifinal.
Subscrever:
Mensagens (Atom)