segunda-feira, 10 de julho de 2006

ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO

Arthur Schopenhauer escreveu hoje uma posta no Abrupto condenando e avisando os portugueses de que a vida deve ser trabalho e depressão em vez de folguedo e divertimento. Bem sabemos que deste autor não se poderia esperar outra coisa; nem sequer um meio-termo, como, por exemplo, festejem e sejam felizes mas não se esqueçam de trabalhar também. Não, o que é preciso é que os portugueses se dêem parte de pobretes, coitados, infelizes, burros de carga, escravos do trabalho, e outras coisas mais que os destruam de vez como alma com direito ao prazer e à felicidade.

Depois, sim. Um dia, lá no assento etéreo onde forem parar, terão a recompensa divina pelos sacrifícios terrenos.

Amém!

Este homem a mandar seria um autêntico pesadelo: proibiria por certo as viagens turísticas, as festas (todas as festas, mesmo as festas privadas); os bares, discotecas, cinemas, restaurantes; as casas de alterne, os cabarés e as casas de putas; betonaria as praias e encheria as piscinas de entulho; venderia uma caderneta de racionamento sexual aos casais, aos unidos de facto, e aos namorados. Todo o prazer seria rigorosamente controlado. Em nome do Liberalismo.

Amém!