sexta-feira, 7 de julho de 2006

EU NÃO DISSE?!

O DN de hoje noticia que José Manuel Fernandes quer "refundar" o jornal Público procedendo a várias modificações editoriais, rescisões de contratos e despedimento de pessoal, etc., etc.

Uma das razões que terão levado a essa “refundação” é o facto de se ter verificado que - e passo a citar - «O Público perdeu 4391 leitores no primeiro trimestre do ano relativamente ao período homólogo de 2005».

Deixem que pelo menos por uma única vez eu possa dizer:

Estão a ver que eu tinha razão quando, a 05/04/2005, eu escrevi isto: «O jornal "PÚBLICO" acaba de morrer aqui na Net. Os seus produtores acharam que já chegava de dar abébias aos cibernautas e toca de cobrar dinheiro a quem queira ler On-line o jornal.
Vão acabar como o outro: ficam muito satisfeitos porque vendem um produto caro, valioso e da melhor qualidade. Com um senão apenas: não têm é comprador para ele»
.

A 23/05/2005 regressei ao tema e fiz esta posta.

Estão a ver?

Mas o problema, certamente, não é só do Público. O "Expresso" que nos diga por onde andam as suas tiragens desde que também passou a cobrar para ser lido pela internet. Decerto terão baixado.

Independentemente do aspecto comercial (de as vendas terem baixado desde que começaram a cobrar para serem lidos pela internet) o mais importante é a perda de influência social que estes jornais vão sofrendo; tanto mais que é a classe média, aquela que tem mais acesso à internet, que se vai afastando deles.

As luminárias que fazem os jornais nunca perceberam que quem lê online também compra o jornal em papel; que uma coisa não impede a outra.

E nunca perceberam que quem tem Net e não lê (porque é pago) um jornal online, não tem o mínimo encentivo para comprá-lo em papel.

É assim tão difícil perceber isto?