Dois sindicalistas da PSP acabam de sofrer duras sanções por «ofensas ao primeiro-ministro e ao director nacional da PSP».
Aqueles dirigentes sindicais foram aposentados compulsivamente por declarações, consideradas ofensivas, feitas à comunicação social: um disse que iam «enviar o primeiro-ministro para o Quénia»; e outro disse que «o director não servia sequer para dirigir um grupo de escuteiros».
O secretário de Estado que assinou o despacho punitivo foi o Dr. José Magalhães, ex-comentador político, bem conhecido, aliás, dos leitores de jornais e dos telespectadores portugueses.
Que me lembre nunca o Dr. Magalhães terá defendido publicamente idêntico procedimento contra, por exemplo, o Dr. Alberto João Jardim ou o Sr. Jaime Ramos, da Madeira, que – estes sim – já chamaram, ao longo dos anos, todos os nomes feios que há nos dicionários, a Presidentes de República, primeiros-ministros, ministros, e demais fauna política do "contenente".
Por isso pergunto: neste caso de punição dos sindicalistas da polícia com este rigor que parece despropositado (e não tenhamos medo das palavras: que parece estalinista), estaremos ou não perante um caso de uso de força excessiva contra os mais fracos, e de nítida manifestação de fraqueza perante os mais fortes?
Responda quem souber.