Transcrevo, com a devida vénia, um excerto deste artigo de luís Miguel Viana no Diário de Notícias de hoje:
«É muito provável que o regresso de Nino Vieira à Presidência da Guiné-Bissau signifique uma melhoria da situação económica do país e da sua estabilidade interna. Nino Vieira é um ladrão e um assassino, mas sabe mandar e atrair negócios. Colocará naquele desgraçado país um mínimo de ordem, normalizará as Forças Armadas (talvez à custa de mortes e de tortura, como no passado) e, mal se instale, começará a receber empresários no seu palácio em Bissau.»
Os realces no texto são de minha autoria e responsabilidade.
domingo, 31 de julho de 2005
FALTA DE ASSUNTO
Blá-blá-blá-blá-blá... pum!
Blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá... pum! pum!
Blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá…
... Piuuuuuuuu!
Blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá... pum! pum!
Blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá-blá…
... Piuuuuuuuu!
quinta-feira, 28 de julho de 2005
HÁ FESTA NA GUINÉ
Segundo o jornal Expresso On-line
«Considerando que se vive na Guiné-Bissau "um momento crucial da história do país", o CEMGFA [isto é, Tagmé Na Waié, o homem que jurou matar Nino Viera] avisa que o exército agirá "com firmeza e de forma pronta" contra quem quer que seja(*), em defesa dos valores da liberdade e independência dos guineenses.»
«Um grupo de fuzileiros do Batalhão da Marinha de Guerra começou, entretanto, a patrulhar algumas ruas do centro de Bissau, onde jovens apoiantes de «Nino» Vieira e de Bacai Sanhá se envolveram em confrontos, levando a uma intervenção da polícia para os dispersar.
Os fuzileiros mantêm uma espécie de cordão de divisão entre os apoiantes, na sua maioria jovens, das duas candidaturas.
O perímetro que dá acesso à residência do presidente da CNE, Malam Mané, está fortemente vigiado por fuzileiros navais, armados com espingardas e lança-foguetes (bazucas).»
Digam lá se há festa maior que esta para comemorar o resultado de umas eleições!?
(*) É importante reter esta frase de Tagmé Na Waié: «o exército agirá contra quem quer que seja».
«Considerando que se vive na Guiné-Bissau "um momento crucial da história do país", o CEMGFA [isto é, Tagmé Na Waié, o homem que jurou matar Nino Viera] avisa que o exército agirá "com firmeza e de forma pronta" contra quem quer que seja(*), em defesa dos valores da liberdade e independência dos guineenses.»
«Um grupo de fuzileiros do Batalhão da Marinha de Guerra começou, entretanto, a patrulhar algumas ruas do centro de Bissau, onde jovens apoiantes de «Nino» Vieira e de Bacai Sanhá se envolveram em confrontos, levando a uma intervenção da polícia para os dispersar.
Os fuzileiros mantêm uma espécie de cordão de divisão entre os apoiantes, na sua maioria jovens, das duas candidaturas.
O perímetro que dá acesso à residência do presidente da CNE, Malam Mané, está fortemente vigiado por fuzileiros navais, armados com espingardas e lança-foguetes (bazucas).»
Digam lá se há festa maior que esta para comemorar o resultado de umas eleições!?
(*) É importante reter esta frase de Tagmé Na Waié: «o exército agirá contra quem quer que seja».
quarta-feira, 27 de julho de 2005
GUINÉ – RESULTADOS ELEITORAIS
OU A CONJUGAÇÃO DO VERBO MATAR
A Comissão Nacional de Eleições da Guiné Bissau, não cumprindo o prazo estabelecido que termina hoje, adiou para o dia de amanhã a divulgação dos resultados das eleições presidenciais naquele território.
Mas a mesma Comissão Nacional de Eleições já fez saber que os resultados definitivos estão apurados.
Isto só quer dizer que, prevendo borrasca, metralha e mortes, a comissão Nacional de Eleições adiou a divulgação dos resultados com o intuito de permitir que se negoceie com o candidato perdedor e com os seus apoiantes a aceitação dos mesmo resultados.
Mas de nada vai valer esta pausa de 24 horas (que bem poderá ainda ser maior) - aquela gente não sabe fazer nada sem ser à força de balas e da eliminação física, uns dos outros.
É assim que funciona a política na Guiné Bissau. Lá, o verbo mais conjugado pelos "políticos" é:
Eu mato
Tu matas
Ele mata
Nós matamos
Vós matais
Eles matam.
A Comissão Nacional de Eleições da Guiné Bissau, não cumprindo o prazo estabelecido que termina hoje, adiou para o dia de amanhã a divulgação dos resultados das eleições presidenciais naquele território.
Mas a mesma Comissão Nacional de Eleições já fez saber que os resultados definitivos estão apurados.
Isto só quer dizer que, prevendo borrasca, metralha e mortes, a comissão Nacional de Eleições adiou a divulgação dos resultados com o intuito de permitir que se negoceie com o candidato perdedor e com os seus apoiantes a aceitação dos mesmo resultados.
Mas de nada vai valer esta pausa de 24 horas (que bem poderá ainda ser maior) - aquela gente não sabe fazer nada sem ser à força de balas e da eliminação física, uns dos outros.
É assim que funciona a política na Guiné Bissau. Lá, o verbo mais conjugado pelos "políticos" é:
Eu mato
Tu matas
Ele mata
Nós matamos
Vós matais
Eles matam.
segunda-feira, 25 de julho de 2005
CONFIRMADA A COBARDIA DO EX-VALENTÃO
O Diário de Notícias de hoje confirma aqui o que dissemos ontem de Alberto João Jardim na festa do Chão da Lagoa. Com efeito, aquele jornal escreve:
«Quanto à polémica com a comunidade chinesa, Jardim nem um som produziu. Jaime Ramos fez o serviço. Explicou que "aquilo" que Jardim disse -"não queremos chineses na Madeira" - é "aquilo" que todos pensam e não dizem. Sendo assim, "não podemos ter pessoas aí com produtos feitos por crianças de 10 anos".»
«Quanto à polémica com a comunidade chinesa, Jardim nem um som produziu. Jaime Ramos fez o serviço. Explicou que "aquilo" que Jardim disse -"não queremos chineses na Madeira" - é "aquilo" que todos pensam e não dizem. Sendo assim, "não podemos ter pessoas aí com produtos feitos por crianças de 10 anos".»
domingo, 24 de julho de 2005
QUEM PODE, PODE
EMBAIXADOR CHINÊS CALOU JARDIM
Ficou hoje confirmado: o embaixador chinês foi ao Funchal mandar calar Alberto João Jardim, quando este disse que não queria chineses na Madeira. E foi obedecido pelo troglodita local.
Quando se deu a deslocação do embaixador chinês ao Funchal dissemos que esperaríamos pela festa do PSD, do Chão da Lagoa, para sabermos se aquele embaixador conseguiria aquilo que ninguém - nenhum Governo, nenhum líder do PSD e nenhum Presidente da República - conseguira até hoje: fazer calar Alberto João Jardim.
Pois bem, a festa aconteceu hoje e, como habitualmente, Jardim debitou as suas conhecidas diatribes contra o “contenente”, contra Lisboa, contra os socialistas, contra a Constituição da República - mas não falou dos chineses; quem falou foi Jaime Ramos, que deu o recado, mas apenas para dizer que o que antes Jardim dissera dos chineses não constituía xenofobia nem racismo mas tratava-se apenas de uma tentativa de defender a economia da Madeira.
Jardim meteu de facto a viola no saco e o rabo entre as pernas, e não teve a coragem de voltar a dizer que não queria os chineses na Madeira.
Fica provado que é tendo poder e falando grosso que se consegue fazer-se ouvir e obedecer pelo primata da Madeira.
Ficou hoje confirmado: o embaixador chinês foi ao Funchal mandar calar Alberto João Jardim, quando este disse que não queria chineses na Madeira. E foi obedecido pelo troglodita local.
Quando se deu a deslocação do embaixador chinês ao Funchal dissemos que esperaríamos pela festa do PSD, do Chão da Lagoa, para sabermos se aquele embaixador conseguiria aquilo que ninguém - nenhum Governo, nenhum líder do PSD e nenhum Presidente da República - conseguira até hoje: fazer calar Alberto João Jardim.
Pois bem, a festa aconteceu hoje e, como habitualmente, Jardim debitou as suas conhecidas diatribes contra o “contenente”, contra Lisboa, contra os socialistas, contra a Constituição da República - mas não falou dos chineses; quem falou foi Jaime Ramos, que deu o recado, mas apenas para dizer que o que antes Jardim dissera dos chineses não constituía xenofobia nem racismo mas tratava-se apenas de uma tentativa de defender a economia da Madeira.
Jardim meteu de facto a viola no saco e o rabo entre as pernas, e não teve a coragem de voltar a dizer que não queria os chineses na Madeira.
Fica provado que é tendo poder e falando grosso que se consegue fazer-se ouvir e obedecer pelo primata da Madeira.
GRANDE IMBRÓGLIO, SEM DÚVIDA
Um leitor devidamente identificado dá-nos, por e-mail, esta importante achega para a compreensão do imbróglio político por que passa hoje a Guiné Bissau:
«A grande dúvida não será o que acontecerá após as eleições.
Para mim a grande dúvida será qual o papel dos dois “sub-capitães” de Nino (Ialá e Fadul) caso o ex-presidente ganhe.
E aí sim; teremos um triunvirato tipo romano em que só após a eliminação física dos outros dois o poder estabilizará? E qual será o papel dos militares. Esses mesmos que, como muito bem ressalva, um deles ameaçou matar Nino?
Guiné está numa encruzilhada tal que a Comunidade Internacional não se pode alhear.»
NOTA: Editado às 23:56 para identificar o autor do e-mail, que nos escreveu de novo autorizando-nos a fazê-lo: trata-se de Eugénio Almeida, do blogue Pululu.
«A grande dúvida não será o que acontecerá após as eleições.
Para mim a grande dúvida será qual o papel dos dois “sub-capitães” de Nino (Ialá e Fadul) caso o ex-presidente ganhe.
E aí sim; teremos um triunvirato tipo romano em que só após a eliminação física dos outros dois o poder estabilizará? E qual será o papel dos militares. Esses mesmos que, como muito bem ressalva, um deles ameaçou matar Nino?
Guiné está numa encruzilhada tal que a Comunidade Internacional não se pode alhear.»
NOTA: Editado às 23:56 para identificar o autor do e-mail, que nos escreveu de novo autorizando-nos a fazê-lo: trata-se de Eugénio Almeida, do blogue Pululu.
MAIS DESCGRAÇAS PARA A GUINÉ BISSAU?
Hoje é dia de eleições presidenciais na Guiné Bissau.
De um lado está o candidato Nino Vieira e do outro Malam Bacai Sanhá.
A campanha eleitoral, ao que rezam as crónicas, foi tensa com acusações graves de parte a parte. Pelo meio houve algumas mortes para apimentar a coisa.
O grande trunfo exibido por Malam Bacai, contra Nino, vem descrito no caderno “Internacional” do semanário Expresso (pg. 29):
«Eu nunca matei um adversário» - Esta é a frase lapidar atribuída a Bacai Sanhá.
Para o senhor da La Palice essa frase significa: “eu nunca matei ninguém, mas o Nino já matou”.
Belo currículo para um presidenciável. Belíssimo currículo para Nino se ele vier de novo a ser Presidente da Guiné Bissau.
Ao que consta, o chefe máximo do exército, Tagme Na Wai, apoia Malam Bacai. Como já disséramos anteriormente, Tagme Na Wai escapou ao fuzilamento em 1985 quando Nino mandou executar várias pessoas acusadas de tentativa de conspiração visando o seu derrube do poder. Como também se sabe, Tagme Na Wai, após escapar ao fuzilamento, terá jurado “um dia matar Nino Vieira”.
Pensem agora como será a convivência destes dois homens no poder, em Bissau, caso Nino seja hoje eleito Presidente.
Mas os problemas de Nino não se ficam por aí: apesar de ter apoiantes dentro do partido do poder, Nino tem ainda contra si a maioria dos deputados eleitos pelo PAIGC para o Parlamento da Guiné; e, mesmo que o actual executivo se demita, caberá ao PAIGC indicar outro Primeiro Ministro. Portanto, para tentar ter um Governo da sua confiança, Nino terá que dissolver o Parlamento e convocar novas eleições legislativas. Mas com que bases legais e com que argumentos políticos fará ele isso? E se o fizer, o exército ficará quietinho a abanar a cauda? E a facção anti-Nino, do PAIGC, ficará de rabo entre as pernas assistindo à sua própria aniquilação política?
Consta também que a segunda figura do exército é apoiante de Nino Vieira. Assim sendo, se Nino ganhar as eleições, ele terá ou não a tentação de, desta vez, cumprir a sentença que em 1985 decretara contra Tagme Na Wai eliminando-o fisicamente para poder ter a totalidade do exército nas mãos?
E se ganhar Malam Bacai Sanhá? É de crer que os apoiantes de Nino não aceitarão os resultados eleitorais e sairão para as ruas tentando aí legitimar o poder de Nino.
Conclusão: as piores previsões são capazes de se verificar após as eleições presidenciais na Guiné Bissau. Prevê-se que venha aí mais confusão, mais metralha, mais mortes e mais desgraça e pobreza.
Que Deus os perdoe.
De um lado está o candidato Nino Vieira e do outro Malam Bacai Sanhá.
A campanha eleitoral, ao que rezam as crónicas, foi tensa com acusações graves de parte a parte. Pelo meio houve algumas mortes para apimentar a coisa.
O grande trunfo exibido por Malam Bacai, contra Nino, vem descrito no caderno “Internacional” do semanário Expresso (pg. 29):
«Eu nunca matei um adversário» - Esta é a frase lapidar atribuída a Bacai Sanhá.
Para o senhor da La Palice essa frase significa: “eu nunca matei ninguém, mas o Nino já matou”.
Belo currículo para um presidenciável. Belíssimo currículo para Nino se ele vier de novo a ser Presidente da Guiné Bissau.
Ao que consta, o chefe máximo do exército, Tagme Na Wai, apoia Malam Bacai. Como já disséramos anteriormente, Tagme Na Wai escapou ao fuzilamento em 1985 quando Nino mandou executar várias pessoas acusadas de tentativa de conspiração visando o seu derrube do poder. Como também se sabe, Tagme Na Wai, após escapar ao fuzilamento, terá jurado “um dia matar Nino Vieira”.
Pensem agora como será a convivência destes dois homens no poder, em Bissau, caso Nino seja hoje eleito Presidente.
Mas os problemas de Nino não se ficam por aí: apesar de ter apoiantes dentro do partido do poder, Nino tem ainda contra si a maioria dos deputados eleitos pelo PAIGC para o Parlamento da Guiné; e, mesmo que o actual executivo se demita, caberá ao PAIGC indicar outro Primeiro Ministro. Portanto, para tentar ter um Governo da sua confiança, Nino terá que dissolver o Parlamento e convocar novas eleições legislativas. Mas com que bases legais e com que argumentos políticos fará ele isso? E se o fizer, o exército ficará quietinho a abanar a cauda? E a facção anti-Nino, do PAIGC, ficará de rabo entre as pernas assistindo à sua própria aniquilação política?
Consta também que a segunda figura do exército é apoiante de Nino Vieira. Assim sendo, se Nino ganhar as eleições, ele terá ou não a tentação de, desta vez, cumprir a sentença que em 1985 decretara contra Tagme Na Wai eliminando-o fisicamente para poder ter a totalidade do exército nas mãos?
E se ganhar Malam Bacai Sanhá? É de crer que os apoiantes de Nino não aceitarão os resultados eleitorais e sairão para as ruas tentando aí legitimar o poder de Nino.
Conclusão: as piores previsões são capazes de se verificar após as eleições presidenciais na Guiné Bissau. Prevê-se que venha aí mais confusão, mais metralha, mais mortes e mais desgraça e pobreza.
Que Deus os perdoe.
terça-feira, 19 de julho de 2005
RIR É O MELHOR REMÉDIO
Socorro-me deste antigo título de uma secção das Selecções do Reader’s Digest para abordar o seguinte assunto:
Carlos Gervásio Tavares e Amílcar Botelho Santos, cada um por sua vez, enviaram-me um email verberando o conteúdo do texto satírico publicado aqui em baixo sob o título "Cabo Verde".
Carlos Gervásio pede a publicação do que escreve, mas há-de desculpar-me não lhe satisfazer o pedido pois em cada três palavras, duas são obscenidades contra o autor da sátira.
Já Amílcar Botelho é um pouco menos desbocado, mas como não se pronuncia sobre se devo ou não dar à estampa a sua prosa, limito-me a dizer que, no entanto, acaba por cometer o mesmo erro que Carlos: ambos têm imensa dificuldade em compreender o papel da sátira e - longe de admitirem que o texto de Emmanöel Karl D'Oliveiren é oportuno e desempenha em pleno a sua função – sentiram-se profundamente ofendidos com o "turista bandido" que resolveu falar tão mal da sua querida Praia.
É preciso lembrar aos dois (e a mais uns quantos que têm a mesma posição mas não a manifestam) que a sátira é um género que usa uma linguagem corrosiva e implacável, sendo utilizada por aqueles que demonstram a sua capacidade de indignação, de forma divertida, para fulminar abusos; castigar, rindo, os costumes; denunciar determinados defeitos; melhorar situações aberrantes; vingar injustiças… Umas vezes é brutal, outras mais subtil. E tem por finalidade despertar consciências para certas anormalidades sem nunca pretender ofender seja quem for.
O literato brasileiro, Roberto de Sousa Causo é claro quando escreve:
«A sátira é um género relativamente difícil. Sua estratégia é levantar o que há de bizarro ou censurável na sociedade, retirando o leitor do "conformismo" de pensar que a realidade em que vive é "normal" e inalterável. Os excessos são bem vindos nessa tarefa, e as melhores sátiras são as que lidam melhor com uma "economia de excessos" que incluem linguagem, enredo, e caracterização dos personagens.»
Helena Vasconcelos, por sua vez escreve:
«Todos nós sabemos que não há nada como o riso para enfrentar os momentos mais terríveis da vida e da História, uma vez que a sátira é a única forma inteligente de lidarmos com a tragédia.»
Ora bem, acho que me cumpre dizer agora o que penso do texto em causa e porquê o publiquei.
Penso que o texto do Emmanöel cumpre na perfeição a função de denúncia de várias situações anormais que constituem a “normalidade” da vida na cidade da Praia e que se desejaria que fossem alteradas:
1. É verdade a actividade no mínimo curiosa dos “bagageiros” no aeroporto da Praia.
2. É verdade que as bagagens costumam sofrer atrasos significativos na chegada; por vezes três a quatro dias (o que é muito para quem vai, por exemplo, passar uma semana).
3. É verdade que as estradas são más; que há carros caros e em bom número; e que o fosso entre “ricos” e pobres é gritante.
4. É verdade que as lojas chinesas estão em toda a parte e que os produtos chineses sendo baratos são também facilmente perecíveis.
5. Toda a gente sabe que há bares e cafés de todo o género e com todos os graus possíveis de higiene e que há funcionários públicos que os frequentam regularmente durante as horas normais de serviço.
6. O furto por esticão é frequente e às vezes a vítima é maltratada.
7. Os “vendedores ambulantes”, mais propriamente os chamados “mandjacos”, pululam na cidade e fazem a cabeça em água a qualquer pessoa com ar de turista que tenha a infeliz ideia de se sentar numa esplanada ou de ir à praia. Vendem de tudo: canivetes, óculos, imitações de relógios de marca, etc., etc..
8. O tratamento do lixo, quer pelas autarquias, quer sobretudo pela população de Santiago (aqui não é só na Praia), é extremamente deficiente. A paisagem do lado esquerdo da estrada que liga a Praia a São Domingos é um exemplo acabado de agressão ecológica com a sua exposição monumental de embalagens e sacos de plástico de todas as cores e tamanhos, atirados ao vento, cobrindo a paisagem, presos contra os ramos de milhares de arbustos espinhosos, numa longa extensão de quilómetros.
Se para dizer estas verdades Emmanöel resolveu usar a sátira, que tem uma eficácia terrível – como, aliás, estamos a ver pelas reacções havidas – acho que escolheu bem esse meio eficaz de se fazer ouvir por quem ele pretendeu interpelar; e foi por isso e para isso mesmo que esse texto foi aqui publicado.
Àqueles que o não compreenderam e àqueles que teimam em não compreendê-lo só me resta desejar uma boa digestão. E lembrar-lhes uma coisa: um pouco de frieza na análise pode fazer muito pela inteligência das pessoas. Não vale a pena praguejar. Essa atitude é própria de mentes primárias que se manifestam em função da emoção em vez da razão.
Sendo o texto satírico em causa datado do ano de 2003 é natural que esteja desactualizado.
Talvez a cidade da Praia de hoje seja uma autêntica Singapura.
Quem sabe?!...
Carlos Gervásio Tavares e Amílcar Botelho Santos, cada um por sua vez, enviaram-me um email verberando o conteúdo do texto satírico publicado aqui em baixo sob o título "Cabo Verde".
Carlos Gervásio pede a publicação do que escreve, mas há-de desculpar-me não lhe satisfazer o pedido pois em cada três palavras, duas são obscenidades contra o autor da sátira.
Já Amílcar Botelho é um pouco menos desbocado, mas como não se pronuncia sobre se devo ou não dar à estampa a sua prosa, limito-me a dizer que, no entanto, acaba por cometer o mesmo erro que Carlos: ambos têm imensa dificuldade em compreender o papel da sátira e - longe de admitirem que o texto de Emmanöel Karl D'Oliveiren é oportuno e desempenha em pleno a sua função – sentiram-se profundamente ofendidos com o "turista bandido" que resolveu falar tão mal da sua querida Praia.
É preciso lembrar aos dois (e a mais uns quantos que têm a mesma posição mas não a manifestam) que a sátira é um género que usa uma linguagem corrosiva e implacável, sendo utilizada por aqueles que demonstram a sua capacidade de indignação, de forma divertida, para fulminar abusos; castigar, rindo, os costumes; denunciar determinados defeitos; melhorar situações aberrantes; vingar injustiças… Umas vezes é brutal, outras mais subtil. E tem por finalidade despertar consciências para certas anormalidades sem nunca pretender ofender seja quem for.
O literato brasileiro, Roberto de Sousa Causo é claro quando escreve:
«A sátira é um género relativamente difícil. Sua estratégia é levantar o que há de bizarro ou censurável na sociedade, retirando o leitor do "conformismo" de pensar que a realidade em que vive é "normal" e inalterável. Os excessos são bem vindos nessa tarefa, e as melhores sátiras são as que lidam melhor com uma "economia de excessos" que incluem linguagem, enredo, e caracterização dos personagens.»
Helena Vasconcelos, por sua vez escreve:
«Todos nós sabemos que não há nada como o riso para enfrentar os momentos mais terríveis da vida e da História, uma vez que a sátira é a única forma inteligente de lidarmos com a tragédia.»
Ora bem, acho que me cumpre dizer agora o que penso do texto em causa e porquê o publiquei.
Penso que o texto do Emmanöel cumpre na perfeição a função de denúncia de várias situações anormais que constituem a “normalidade” da vida na cidade da Praia e que se desejaria que fossem alteradas:
1. É verdade a actividade no mínimo curiosa dos “bagageiros” no aeroporto da Praia.
2. É verdade que as bagagens costumam sofrer atrasos significativos na chegada; por vezes três a quatro dias (o que é muito para quem vai, por exemplo, passar uma semana).
3. É verdade que as estradas são más; que há carros caros e em bom número; e que o fosso entre “ricos” e pobres é gritante.
4. É verdade que as lojas chinesas estão em toda a parte e que os produtos chineses sendo baratos são também facilmente perecíveis.
5. Toda a gente sabe que há bares e cafés de todo o género e com todos os graus possíveis de higiene e que há funcionários públicos que os frequentam regularmente durante as horas normais de serviço.
6. O furto por esticão é frequente e às vezes a vítima é maltratada.
7. Os “vendedores ambulantes”, mais propriamente os chamados “mandjacos”, pululam na cidade e fazem a cabeça em água a qualquer pessoa com ar de turista que tenha a infeliz ideia de se sentar numa esplanada ou de ir à praia. Vendem de tudo: canivetes, óculos, imitações de relógios de marca, etc., etc..
8. O tratamento do lixo, quer pelas autarquias, quer sobretudo pela população de Santiago (aqui não é só na Praia), é extremamente deficiente. A paisagem do lado esquerdo da estrada que liga a Praia a São Domingos é um exemplo acabado de agressão ecológica com a sua exposição monumental de embalagens e sacos de plástico de todas as cores e tamanhos, atirados ao vento, cobrindo a paisagem, presos contra os ramos de milhares de arbustos espinhosos, numa longa extensão de quilómetros.
Se para dizer estas verdades Emmanöel resolveu usar a sátira, que tem uma eficácia terrível – como, aliás, estamos a ver pelas reacções havidas – acho que escolheu bem esse meio eficaz de se fazer ouvir por quem ele pretendeu interpelar; e foi por isso e para isso mesmo que esse texto foi aqui publicado.
Àqueles que o não compreenderam e àqueles que teimam em não compreendê-lo só me resta desejar uma boa digestão. E lembrar-lhes uma coisa: um pouco de frieza na análise pode fazer muito pela inteligência das pessoas. Não vale a pena praguejar. Essa atitude é própria de mentes primárias que se manifestam em função da emoção em vez da razão.
Sendo o texto satírico em causa datado do ano de 2003 é natural que esteja desactualizado.
Talvez a cidade da Praia de hoje seja uma autêntica Singapura.
Quem sabe?!...
domingo, 17 de julho de 2005
PARA QUE SERVE O EXÉRCITO DA GUINÉ?
Serve para tudo. Talvez só não sirva para defender o país de uma invasão estrangeira como, aliás, se viu há tempos quando os senegaleses entraram por lá adentro em Bissau e fizeram o que bem entenderam.
No passado recente já víramos um levantamento militar com sequestro do Governo e ameaça de golpe de Estado apenas para exigir o pagamento de salários em atraso.
Ontem cerca de vinte militares pegaram em armas para exigirem a resolução imediata do problema do familiar de um deles que fora detido pela polícia. Pelo sim pelo não, abriram fogo contra a polícia e lá se deu o habitual - eu diria mesmo: lá se deu o necessário na Guiné – dois mortinhos para vincar bem que aquilo não era uma brincadeira.
Qualquer dia (se não o fazem já e a gente é que não sabe) os militares guineenses usarão as armas para fazerem “levantamentos” bancários, “comprarem” carros gratuitamente e obterem crédito ilimitado no comércio local, fazerem pedidos de casamento, etc., etc..
De facto não pode ser a Guiné aquilo a que verdadeiramente se denomina de País enquanto tiver esse simulacro de elite local completamente analfabeta, irresponsável e sanguinária, como são os militares que formam o seu exército.
É que aquilo não é propriamente um exército; é uma choldra; um bando armado que tem o poder político e a população da Guiné sob chantagem, sequestro e ameaças várias.
Só será possível meter a Guiné-Bissau na linha se a Comunidade Internacional resolver tomar a seu cargo a tarefa de desarmar esse bando de patifes e permitir que a sociedade guineense se reorganize da base, começando por privilegiar a educação dos jovens e a organização do trabalho.
De outro modo, a única solução seria permitir que o território da Guiné fosse repartido pelos países vizinhos que se encarregariam de meter na ordem esses bandidos do gatilho.
No passado recente já víramos um levantamento militar com sequestro do Governo e ameaça de golpe de Estado apenas para exigir o pagamento de salários em atraso.
Ontem cerca de vinte militares pegaram em armas para exigirem a resolução imediata do problema do familiar de um deles que fora detido pela polícia. Pelo sim pelo não, abriram fogo contra a polícia e lá se deu o habitual - eu diria mesmo: lá se deu o necessário na Guiné – dois mortinhos para vincar bem que aquilo não era uma brincadeira.
Qualquer dia (se não o fazem já e a gente é que não sabe) os militares guineenses usarão as armas para fazerem “levantamentos” bancários, “comprarem” carros gratuitamente e obterem crédito ilimitado no comércio local, fazerem pedidos de casamento, etc., etc..
De facto não pode ser a Guiné aquilo a que verdadeiramente se denomina de País enquanto tiver esse simulacro de elite local completamente analfabeta, irresponsável e sanguinária, como são os militares que formam o seu exército.
É que aquilo não é propriamente um exército; é uma choldra; um bando armado que tem o poder político e a população da Guiné sob chantagem, sequestro e ameaças várias.
Só será possível meter a Guiné-Bissau na linha se a Comunidade Internacional resolver tomar a seu cargo a tarefa de desarmar esse bando de patifes e permitir que a sociedade guineense se reorganize da base, começando por privilegiar a educação dos jovens e a organização do trabalho.
De outro modo, a única solução seria permitir que o território da Guiné fosse repartido pelos países vizinhos que se encarregariam de meter na ordem esses bandidos do gatilho.
sábado, 16 de julho de 2005
CABO VERDE
O Paralelo 14 publicou o seguinte texto satírico que reproduzo sem comentários:
NOTAS DE UM TURISTA DE PASSAGEM PELA PRAIA NO ANO DA GRAÇA DE 2003
Eu gostar muito de Cabo Verde, gente muito dinâmica. Chegada aeroporto de capital tem muito actividade cultural, taxistas discutir muito alto, fingir brigar e dar soco para ver quem levar para hotel. Bagageiro só ajudar branco, juntar quatro na um, somente para colocar na táxi e cada cobrar pouco dinheiro.
Milior viajar com dois conjunto roupa vestido e não esquecer canivete de Suíça, por vezes bagagi só chega na hora de voltar casa. Remédios, óculos, escova de dentes, agenda, telemóvel, máquina fotografia, calcinha, truz, bom sandálias, repelente de mosquito, computador, meia, toalhas, equipamento de mergulho, saco-dormir, tenda, pranchas de surf, etc. que fazem falta no tudo dia de uma curta estadia devem ficar como bagagem de mão. Esta situação ser muito divertido e ser grande experiência e grande oferta turística às ilhas paradisíacas do atlântico: Venham, venham às ilhas das aventuras sem controlo...
Praia tem mau estrada mas bonitos carros. Sempre limpo, muito lavar na rua. Existir carro estado, carro emigrante, carro cooperante carro padaria e carro normal, tudo custar muito caro, provar que Cabo Verde não tem pitroli mas tem muito dinheiro e esquemas. Gente pobre sem casa nem comida não reclamar, confortado, gostar ver gente importante e rico feliz a brincar com big jeep, moto de água, barco e colecção de casa.
Centro histórico de capital pouco ano mais virar chinatown ou china-trade-center. Muito negócio chinês desenvolver ali com bom comércio. Chinês vender produto cabale mas sempre balato, por isso cliente não queixar quando gerente de loja chintar e por pé riba balcão, comer frente tudo mundo, compor peixe na passeio, desconfiar de tudo gente que compra e sanhar neles.
Programa de bar ser muito variado em Cabo Verde. Anda cada vinte metro encontrar um. Possuir grande colecção de bar como bar-quiosque, bar-explanada, bar-ristorante, bar-escola, bar-jardim, bar-desporto, bar-hotel, bar-bar, bar-rulote, bar-bidon, bar-ambulante, bar-infantil, bar-liceu, bar-despertador, bar-disco, bar-confusao, bar-vizinho, bar-boite, bar-pub, bar-cantina, bar-escritorio, bar-becue, bar-praia, bar-praça, bar-ulho, etc. Tudo junto dividido em três grande categoria: 1-com casa de banho sem água; 2- sem casa de banho com água e; 3- sem casa de banho nem água. Todos com hora de abrir e sem hora de fechar, vontade de cliente manda sempre.
Café-bar sempre cheio de funcionários de Estado na hora de expediente. Eles falar necessário discontrair porque muito trabalho mas pouco dinheiro. Igualmente bom organização para beber café, quem mais ganhar, mais tempo lá ficar. Somente contínuo, serventa, chofer e guarda ficar na escritório porque possível ser necessário resolver problema urgente e importante e aguentar a barra.
Cabo Verde é rei-di-sabi como falar os nativos. Quando caminhar isolado, possível encontrar ladrão que não mata, só maltrata. Quebrar apenas cabeça e corta mão para levar pequena mochila com documento, câmara digital e pouco dinheiro. Ladrão muito experto, policia nunca conhecer, gostar usar grande paralelo e pequeno camuga.
Na estrada genti sempre sorridente gritar: boleeeeia, boleeeeia..... Nós contente responder Hellooo!!! e cumprimentar com mão e eles responder: bamocabumaaaai. Possível isso significar boa viagem na língua crioula moderna, eu não encontrar nada na dicionário.
Bom hospital, igual antigamente para preservação da tradição. Muito paciente-doente mas pouco doutor-paciente. Telefone urgência não funcionar, expecial para doente andar banco de boleia ou de Hiace. Ambulância bom só para levar Dr casa para jantar antes de novela.
Animação ser a toda a hora, na rua, na praça, dentro restaurante, na praia, etc. Não possível andar, nadar, comer, bronzear ou dormir sem ajuda de simpáticos vendedores, sempre a oferecer negócio. Possível comprar rolex, rayban, marfim, navalha pontimola, spray-gas, pistola 6.35, corta-unhas, padjinha, bracelete, AX, gajas, totó, brinco, gajos, crack e mentolato.
Democracia muito bom funcionar em Cabo Verde. Bandido ter igual direito que tudo mundo, sofre acidente de trabalho, vai televisão demonstrar descontentamento. Quando fugir di cadeia nunca mostrar foto na jornal ou tv, tem sempre facilidade na rua, banco, esquadra, tribunal, parlamento e governo. Quando mata genti, jornal somente mostrar foto de morto, não possível conhecer quem fez crime. Direitos humanos sempre garantido para coitado de criminoso. Bom cidadão não necessário protecção de lei, deus tomar conta.
Aqui não possível andar sem camisa, mesmo na cidade perto mar e com muito calor, mas possível tirar mangueira urinaria e chichir em qualquer lado: rua, praça, escola, campo jogo e parede de casa. Para pupur de dia andar rápido para dentro de pardieiro, trás de casa ou cobon mais perto, de noite possível debaixo de qualquer poste de luz apagado, ca tem problema.
Mercado e ruas muito bonito, muito cor, muito vida, muito barulho e muito lixo. Sociedade tem bom organização para lixo. Sempre Fazer selecção para reciclagem. Pedra, caixote, pineu vai para dentro de contentor e depois para lixeira. Fraldas de criança e penso de mulher, catchorr brinca com ele na rua. Saco plástico e garrafa de água vai na vento para decorar becos e ladeiras. Cabras e vacas urbanas comer tudo papel. Garrafas di cerveja quebra na calcetada para cortar pés e depois misturar com terra outra vez. Genti pobre cata resto di comida para pork, mais coitado ainda e doido comer para não morrer di fomi... portanto nada perde, igual Europa. Possível um pouco melhor porque resto andar lume e ser transformado em fumo que vai ajudar grande países poluir atmosfera.
Policia fazer muito bom trabalho na trânsito. Mandar parar sempre mulheres ou genti qui parecer dreto. Não perde tempo em parar vassalados qui não paga multa ou qui arranja confusão. Não é pirmitido andar sem seguro de carro, mas no problems si travão não existe, si piscapisca não funciona, si matricula caiu ou si pineu está careca. Igualmente não problema quando material construção dentro de estrada e caboco estar ali sem sinal. Condutor parar meio estrada para longa conversa, gente muito educada esperar na bicha com paciência para não interromper. Andar sem cinto di segurança pagar multa di dez conto, com excepção de quem viajar na carroçaria a fingir di carga. Policia igualmente rigorosa com conversa na telemóvel quando guiar carro, mas si pegar garrafa di cerveja ou torresma, eles falar catemproblema, país pobre, pecador necessário gozar també.
Quando voltar meu terra, eu falar toda gente que Cabo Verde ser sabi, um paraíso estranho onde necessário muito dinheiro e paciência, bom compreender cultura e tradição, non tirar gente foto sem pagar, melhor também não virar doente ou dar pancada. Muitas vezes gente falar na rua "branco! bai bo terra", eu compreender isso significar "welcome" ou "nice to meet you" ou "thank you for your help"... outra vez eu nada encontrar na dicionário.
Emmanöel Karl D'Oliveiren
(in :www.paralelo14.com)
Praia, Maio 2003
NOTAS DE UM TURISTA DE PASSAGEM PELA PRAIA NO ANO DA GRAÇA DE 2003
Eu gostar muito de Cabo Verde, gente muito dinâmica. Chegada aeroporto de capital tem muito actividade cultural, taxistas discutir muito alto, fingir brigar e dar soco para ver quem levar para hotel. Bagageiro só ajudar branco, juntar quatro na um, somente para colocar na táxi e cada cobrar pouco dinheiro.
Milior viajar com dois conjunto roupa vestido e não esquecer canivete de Suíça, por vezes bagagi só chega na hora de voltar casa. Remédios, óculos, escova de dentes, agenda, telemóvel, máquina fotografia, calcinha, truz, bom sandálias, repelente de mosquito, computador, meia, toalhas, equipamento de mergulho, saco-dormir, tenda, pranchas de surf, etc. que fazem falta no tudo dia de uma curta estadia devem ficar como bagagem de mão. Esta situação ser muito divertido e ser grande experiência e grande oferta turística às ilhas paradisíacas do atlântico: Venham, venham às ilhas das aventuras sem controlo...
Praia tem mau estrada mas bonitos carros. Sempre limpo, muito lavar na rua. Existir carro estado, carro emigrante, carro cooperante carro padaria e carro normal, tudo custar muito caro, provar que Cabo Verde não tem pitroli mas tem muito dinheiro e esquemas. Gente pobre sem casa nem comida não reclamar, confortado, gostar ver gente importante e rico feliz a brincar com big jeep, moto de água, barco e colecção de casa.
Centro histórico de capital pouco ano mais virar chinatown ou china-trade-center. Muito negócio chinês desenvolver ali com bom comércio. Chinês vender produto cabale mas sempre balato, por isso cliente não queixar quando gerente de loja chintar e por pé riba balcão, comer frente tudo mundo, compor peixe na passeio, desconfiar de tudo gente que compra e sanhar neles.
Programa de bar ser muito variado em Cabo Verde. Anda cada vinte metro encontrar um. Possuir grande colecção de bar como bar-quiosque, bar-explanada, bar-ristorante, bar-escola, bar-jardim, bar-desporto, bar-hotel, bar-bar, bar-rulote, bar-bidon, bar-ambulante, bar-infantil, bar-liceu, bar-despertador, bar-disco, bar-confusao, bar-vizinho, bar-boite, bar-pub, bar-cantina, bar-escritorio, bar-becue, bar-praia, bar-praça, bar-ulho, etc. Tudo junto dividido em três grande categoria: 1-com casa de banho sem água; 2- sem casa de banho com água e; 3- sem casa de banho nem água. Todos com hora de abrir e sem hora de fechar, vontade de cliente manda sempre.
Café-bar sempre cheio de funcionários de Estado na hora de expediente. Eles falar necessário discontrair porque muito trabalho mas pouco dinheiro. Igualmente bom organização para beber café, quem mais ganhar, mais tempo lá ficar. Somente contínuo, serventa, chofer e guarda ficar na escritório porque possível ser necessário resolver problema urgente e importante e aguentar a barra.
Cabo Verde é rei-di-sabi como falar os nativos. Quando caminhar isolado, possível encontrar ladrão que não mata, só maltrata. Quebrar apenas cabeça e corta mão para levar pequena mochila com documento, câmara digital e pouco dinheiro. Ladrão muito experto, policia nunca conhecer, gostar usar grande paralelo e pequeno camuga.
Na estrada genti sempre sorridente gritar: boleeeeia, boleeeeia..... Nós contente responder Hellooo!!! e cumprimentar com mão e eles responder: bamocabumaaaai. Possível isso significar boa viagem na língua crioula moderna, eu não encontrar nada na dicionário.
Bom hospital, igual antigamente para preservação da tradição. Muito paciente-doente mas pouco doutor-paciente. Telefone urgência não funcionar, expecial para doente andar banco de boleia ou de Hiace. Ambulância bom só para levar Dr casa para jantar antes de novela.
Animação ser a toda a hora, na rua, na praça, dentro restaurante, na praia, etc. Não possível andar, nadar, comer, bronzear ou dormir sem ajuda de simpáticos vendedores, sempre a oferecer negócio. Possível comprar rolex, rayban, marfim, navalha pontimola, spray-gas, pistola 6.35, corta-unhas, padjinha, bracelete, AX, gajas, totó, brinco, gajos, crack e mentolato.
Democracia muito bom funcionar em Cabo Verde. Bandido ter igual direito que tudo mundo, sofre acidente de trabalho, vai televisão demonstrar descontentamento. Quando fugir di cadeia nunca mostrar foto na jornal ou tv, tem sempre facilidade na rua, banco, esquadra, tribunal, parlamento e governo. Quando mata genti, jornal somente mostrar foto de morto, não possível conhecer quem fez crime. Direitos humanos sempre garantido para coitado de criminoso. Bom cidadão não necessário protecção de lei, deus tomar conta.
Aqui não possível andar sem camisa, mesmo na cidade perto mar e com muito calor, mas possível tirar mangueira urinaria e chichir em qualquer lado: rua, praça, escola, campo jogo e parede de casa. Para pupur de dia andar rápido para dentro de pardieiro, trás de casa ou cobon mais perto, de noite possível debaixo de qualquer poste de luz apagado, ca tem problema.
Mercado e ruas muito bonito, muito cor, muito vida, muito barulho e muito lixo. Sociedade tem bom organização para lixo. Sempre Fazer selecção para reciclagem. Pedra, caixote, pineu vai para dentro de contentor e depois para lixeira. Fraldas de criança e penso de mulher, catchorr brinca com ele na rua. Saco plástico e garrafa de água vai na vento para decorar becos e ladeiras. Cabras e vacas urbanas comer tudo papel. Garrafas di cerveja quebra na calcetada para cortar pés e depois misturar com terra outra vez. Genti pobre cata resto di comida para pork, mais coitado ainda e doido comer para não morrer di fomi... portanto nada perde, igual Europa. Possível um pouco melhor porque resto andar lume e ser transformado em fumo que vai ajudar grande países poluir atmosfera.
Policia fazer muito bom trabalho na trânsito. Mandar parar sempre mulheres ou genti qui parecer dreto. Não perde tempo em parar vassalados qui não paga multa ou qui arranja confusão. Não é pirmitido andar sem seguro de carro, mas no problems si travão não existe, si piscapisca não funciona, si matricula caiu ou si pineu está careca. Igualmente não problema quando material construção dentro de estrada e caboco estar ali sem sinal. Condutor parar meio estrada para longa conversa, gente muito educada esperar na bicha com paciência para não interromper. Andar sem cinto di segurança pagar multa di dez conto, com excepção de quem viajar na carroçaria a fingir di carga. Policia igualmente rigorosa com conversa na telemóvel quando guiar carro, mas si pegar garrafa di cerveja ou torresma, eles falar catemproblema, país pobre, pecador necessário gozar també.
Quando voltar meu terra, eu falar toda gente que Cabo Verde ser sabi, um paraíso estranho onde necessário muito dinheiro e paciência, bom compreender cultura e tradição, non tirar gente foto sem pagar, melhor também não virar doente ou dar pancada. Muitas vezes gente falar na rua "branco! bai bo terra", eu compreender isso significar "welcome" ou "nice to meet you" ou "thank you for your help"... outra vez eu nada encontrar na dicionário.
Emmanöel Karl D'Oliveiren
(in :www.paralelo14.com)
Praia, Maio 2003
sexta-feira, 15 de julho de 2005
TEMOS QUE ATURAR ISTO CALADOS?
João Miguel Tavares escreve hoje no Diário de Notícias esta patetice contra Mário Soares, intitulada «Já não se atura o Dr. Mário Soares».
Farto de ler disparates deste jaez, enviei o seguinte e-mail a J.M.T.
«O que já não se atura é jornalismo de sarjeta.
É gente como você que desacredita hoje os jornais.
Toda esta garotice (porque faz afirmações sem qualquer fundamento) que você escreve hoje no DN, usando a escola de Alberto João Jardim (a má-criação) para se dirigir a Mário Soares – um símbolo da Liberdade e da Democracia no País; uma voz sensata e com autoridade na matéria, no que diz respeito ao terrorismo de grupo e ao terrorismo de Estado a que ele sempre se refere quando fala nos desesperados, nas vítimas inocentes, etc., advogando que toda essa gente deve ser compreendida e que com ela se deve «dialogar» (não é “negociar” como você mentirosa e levianamente escreve) – toda essa garotice, repito, escrita por si no DN, que já foi um jornal de referência, só serve para nos levar a concluir que quando um jornal (no caso o DN) desce ao nível da sua patética, leviana e garota prosa, perde perigosamente credibilidade e, a ir por esse caminho: a pagar a patetas como você para nele dizerem baboseiras do estilo do que você diz, qualquer dia não merecerá que os leitores o comprem senão para papel de embrulho.
Leia muito, estude e investigue os assuntos antes de sobre eles escrever (que são coisas que muitos de vocês “jornalistas” jovens não fazem); adquira cultura antes de se abalançar a escrever sobre assuntos sérios como este e verá que se arriscará a ter quem um dia aprecie aquilo que você escreve, independentemente de qual seja a opinião (fundamentada) que tiver.
Tome juízo, assoe-se, limpe o catarro e vá fazer trabalho de casa antes de voltar ao jornal para escrever algo.
Agnelo S. Monteiro
P.S. Imagine que para responder-lhe (importância que Soares, por certo, não lhe dará) Mário Soares desceria ao seu nível, ao nível da má-criação de Alberto João Jardim que você agora usou!… Se assim sucedesse desconfio muito que lá teríamos nós que ler a palavra feia que jardim disse: "bastardos".»
NOTA: depois de pesquisar na Internet descobri que J.M.T. não é jornalista mas talvez colaborador do Diário de Notícias e que há mais quem o considera um indivíduo de juízo fácil e precipitado, que não fundamenta o que diz e que não tem pejo de ser injusto para com aqueles que pretensamente critica.
Farto de ler disparates deste jaez, enviei o seguinte e-mail a J.M.T.
«O que já não se atura é jornalismo de sarjeta.
É gente como você que desacredita hoje os jornais.
Toda esta garotice (porque faz afirmações sem qualquer fundamento) que você escreve hoje no DN, usando a escola de Alberto João Jardim (a má-criação) para se dirigir a Mário Soares – um símbolo da Liberdade e da Democracia no País; uma voz sensata e com autoridade na matéria, no que diz respeito ao terrorismo de grupo e ao terrorismo de Estado a que ele sempre se refere quando fala nos desesperados, nas vítimas inocentes, etc., advogando que toda essa gente deve ser compreendida e que com ela se deve «dialogar» (não é “negociar” como você mentirosa e levianamente escreve) – toda essa garotice, repito, escrita por si no DN, que já foi um jornal de referência, só serve para nos levar a concluir que quando um jornal (no caso o DN) desce ao nível da sua patética, leviana e garota prosa, perde perigosamente credibilidade e, a ir por esse caminho: a pagar a patetas como você para nele dizerem baboseiras do estilo do que você diz, qualquer dia não merecerá que os leitores o comprem senão para papel de embrulho.
Leia muito, estude e investigue os assuntos antes de sobre eles escrever (que são coisas que muitos de vocês “jornalistas” jovens não fazem); adquira cultura antes de se abalançar a escrever sobre assuntos sérios como este e verá que se arriscará a ter quem um dia aprecie aquilo que você escreve, independentemente de qual seja a opinião (fundamentada) que tiver.
Tome juízo, assoe-se, limpe o catarro e vá fazer trabalho de casa antes de voltar ao jornal para escrever algo.
Agnelo S. Monteiro
P.S. Imagine que para responder-lhe (importância que Soares, por certo, não lhe dará) Mário Soares desceria ao seu nível, ao nível da má-criação de Alberto João Jardim que você agora usou!… Se assim sucedesse desconfio muito que lá teríamos nós que ler a palavra feia que jardim disse: "bastardos".»
NOTA: depois de pesquisar na Internet descobri que J.M.T. não é jornalista mas talvez colaborador do Diário de Notícias e que há mais quem o considera um indivíduo de juízo fácil e precipitado, que não fundamenta o que diz e que não tem pejo de ser injusto para com aqueles que pretensamente critica.
terça-feira, 12 de julho de 2005
NÚMEROS QUE PREOCUPAM
Segundo informações colhidas em documentos oficias publicados no ano de 2003 em cabo Verde «apenas 39% da população possui casa de banho com retrete» (ver aqui, página 25).
«Cerca de 61% da população do país não tem acesso a um serviço mínimo adequado de evacuação de excreta, recorrendo à natureza para satisfação das suas necessidades fisiológicas» (ver aqui, página 25).
Apenas as cidades do Mindelo e da Praia têm rede de esgotos. Mas enquanto que no Mindelo 50% da população beneficia dessa rede, na Praia apenas 8% da população é beneficiada (ver aqui, página 9).
No interior das ilhas e no campo 90% da população livra-se dos excrementos directamente para o meio ambiente (ver aqui, página 9).
Sendo que em Santiago se concentra 50% dos habitantes do arquipélago, atingindo essa concentração, no ano de 2000, segundo números fornecidos pelo Município da Praia, a cifra de 236.352 pessoas (ver aqui) ;
Sendo que os excrementos de cerca de 60% desses habitantes são directamente depositados no meio físico ambiental, sem qualquer tratamento;
Sabendo-se que o excretado em causa é de cerca de 450 gramas diários por habitante;
Conclui-se que na ilha de Santiago é depositado, por dia, cerca de 63 toneladas de excrementos humanos, sem qualquer tratamento, no meio físico ambiental.
«Cerca de 61% da população do país não tem acesso a um serviço mínimo adequado de evacuação de excreta, recorrendo à natureza para satisfação das suas necessidades fisiológicas» (ver aqui, página 25).
Apenas as cidades do Mindelo e da Praia têm rede de esgotos. Mas enquanto que no Mindelo 50% da população beneficia dessa rede, na Praia apenas 8% da população é beneficiada (ver aqui, página 9).
No interior das ilhas e no campo 90% da população livra-se dos excrementos directamente para o meio ambiente (ver aqui, página 9).
Sendo que em Santiago se concentra 50% dos habitantes do arquipélago, atingindo essa concentração, no ano de 2000, segundo números fornecidos pelo Município da Praia, a cifra de 236.352 pessoas (ver aqui) ;
Sendo que os excrementos de cerca de 60% desses habitantes são directamente depositados no meio físico ambiental, sem qualquer tratamento;
Sabendo-se que o excretado em causa é de cerca de 450 gramas diários por habitante;
Conclui-se que na ilha de Santiago é depositado, por dia, cerca de 63 toneladas de excrementos humanos, sem qualquer tratamento, no meio físico ambiental.
segunda-feira, 11 de julho de 2005
PORQUE A FUNDAÇÃO GULBENKIAN É DE TODOS
PORQUE A CULTURA É UM BEM UNIVERSAL QUE NÃO CONHECE FRONTEIRAS;
Pela sua importância transcrevo na íntegra esta posta colocada no blogue Crítico Musical.
(Os negritos sublinhados são da minha responsabilidade):
«Ballet Gulbenkian - Contrariar o Medo De Existir
Recebido por email:
Encontro de cidadania contra a extinção do Ballet Gulbenkian.
Nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, Av.de Berna, 4.ªfeira, 13 de Julho, pelas 19h30.
Parece-me bem, o Ballet Gulbenkian já não pertence a 9 membros de um conselho de Administração, pela sua história já é um património Português e Mundial. Pelo facto de uma Fundação ser privada não lhe assiste o direito moral para a destruição gratuita de algo que é de todos. Existem limites para a barbárie. Aliás qualquer conselho de Administração é apenas isso, um conselho de Administração. A decisão destes 9 bonzos que se pretendem hieráticos, mas que actuam de forma visivelmente incompetente não só afecta a Fundação Gulbenkian como o país e o mundo e é apenas a decisão de um grupo de ex-políticos reformados e de ex-banqueiros sem visão e sem rasgo que nem sequer sabem manter o legado que lhes foi transmitido como o desbaratam e destroem. Repare-se que apenas Mikhael Essayan e Eduardo Lourenço não estão na categoria dos gestores profissionais ou de políticos reformados. Todos os restantes membros passaram pela política ou tiveram como profissão pertencer a conselhos de administração de empresas e bancos.
Dir-se-há que a lógica política e empresarial presidiu à decisão da destruição. Mas não se percebe que não se pode aplicar a algo como o Ballet Gulbenkian uma lógica empresarial? O corte indiscriminado dos ramos de uma árvore como a Gulbenkian, seja por falta de imaginação, seja por falta de capacidade de gestão, levará invariavelmente à destruição da mesma Fundação.
Evidentemente que os senhores administradores serão os últimos a perder o ordenado e as prebendas que subirão invariavelmente todos os anos.
Desconfio largamente de gente como Isabel Mota (que tem um penteado magnífico), Teresa Gouveia (que prima pela ausência de penteado), Marçal Grilo (parece que anda bem de bicicleta), Rui Vilar (nunca percebi se este senhor percebe alguma coisa de cultura) ou do engenheiro-economista-etc Diogo de Lucena (ex- Banco Mello) como administradores executivos ou André Gonçalves Pereira (fazia umas festas porreiras no Algarve) e Artur Santos Silva (um dos (i)responsáveis do tristemente célebre Porto 2001) como administradores não executivos. Infelizmente os tempos de Azeredo Perdigão já passaram à história, como se percebe pela composição actual da administração da Fundação. A lógica que percebo na administração de uma Fundação que acaba por ser património de Portugal e do Mundo é de gente que pertence a um esquema que tem destruido o país e o levado para o abismo. São exactamente os mesmos em todo o lado, os miasmas do pântano invadiram toda a cúpula da sociedade portuguesa.
Em Portugal o tempo dos leões também já passou à história, hoje em dia é mais o tempo das hienas. E permanece o nevoeiro.
P.S. E se a Fundação Gulbenkian resolvesse vender os quadros do seu museu ou do Centro de Arte Moderna num leilão para financiar os jovens pintores e as novas correntes da arte? Para financiar a rapaziada que sai da Escola de Artes? E já agora aproveitava a receita para assegurar ordenados ao conselho de administração por mais cinquenta anos? Quadros que seriam espalhados pelas quatro partes do mundo? Será que a Fundação tinha esse direito? Será que o Governo poderia intervir? Não seria um escândalo?»
Para além do que aqui ficou dito quero apenas acrescentar que de facto todos temos hoje a plena sensação (e alguns de nós, a certeza) de que as instituições que constituem os pilares essenciais da sociedade Portuguesa foram ocupadas paulatinamente por gente incompetente que perpetra quotidianamente a destruição cultural, económica e social do País ameaçando assim de extinção oito séculos de cultura de um povo que pelo seu passado não merecia este fim.
Todos nós que vivemos em Portugal sentimo-nos como que entregues ao arbítrio de um gigantesco conselho de administração povoado por economistas, gestores e políticos sem cultura e sem sensibilidade para os valores espirituais e intelectuais.
Sentimo-nos entregues a uma chusma de duendes loucos que decidiram deitar fogo à floresta porque acham que a floresta não é senão madeira para queimar.
Qualquer que seja a sua nacionalidade, assine esta petição contra a extinção do Ballet Gulbenkian.
Pela sua importância transcrevo na íntegra esta posta colocada no blogue Crítico Musical.
(Os negritos sublinhados são da minha responsabilidade):
«Ballet Gulbenkian - Contrariar o Medo De Existir
Recebido por email:
Encontro de cidadania contra a extinção do Ballet Gulbenkian.
Nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, Av.de Berna, 4.ªfeira, 13 de Julho, pelas 19h30.
Parece-me bem, o Ballet Gulbenkian já não pertence a 9 membros de um conselho de Administração, pela sua história já é um património Português e Mundial. Pelo facto de uma Fundação ser privada não lhe assiste o direito moral para a destruição gratuita de algo que é de todos. Existem limites para a barbárie. Aliás qualquer conselho de Administração é apenas isso, um conselho de Administração. A decisão destes 9 bonzos que se pretendem hieráticos, mas que actuam de forma visivelmente incompetente não só afecta a Fundação Gulbenkian como o país e o mundo e é apenas a decisão de um grupo de ex-políticos reformados e de ex-banqueiros sem visão e sem rasgo que nem sequer sabem manter o legado que lhes foi transmitido como o desbaratam e destroem. Repare-se que apenas Mikhael Essayan e Eduardo Lourenço não estão na categoria dos gestores profissionais ou de políticos reformados. Todos os restantes membros passaram pela política ou tiveram como profissão pertencer a conselhos de administração de empresas e bancos.
Dir-se-há que a lógica política e empresarial presidiu à decisão da destruição. Mas não se percebe que não se pode aplicar a algo como o Ballet Gulbenkian uma lógica empresarial? O corte indiscriminado dos ramos de uma árvore como a Gulbenkian, seja por falta de imaginação, seja por falta de capacidade de gestão, levará invariavelmente à destruição da mesma Fundação.
Evidentemente que os senhores administradores serão os últimos a perder o ordenado e as prebendas que subirão invariavelmente todos os anos.
Desconfio largamente de gente como Isabel Mota (que tem um penteado magnífico), Teresa Gouveia (que prima pela ausência de penteado), Marçal Grilo (parece que anda bem de bicicleta), Rui Vilar (nunca percebi se este senhor percebe alguma coisa de cultura) ou do engenheiro-economista-etc Diogo de Lucena (ex- Banco Mello) como administradores executivos ou André Gonçalves Pereira (fazia umas festas porreiras no Algarve) e Artur Santos Silva (um dos (i)responsáveis do tristemente célebre Porto 2001) como administradores não executivos. Infelizmente os tempos de Azeredo Perdigão já passaram à história, como se percebe pela composição actual da administração da Fundação. A lógica que percebo na administração de uma Fundação que acaba por ser património de Portugal e do Mundo é de gente que pertence a um esquema que tem destruido o país e o levado para o abismo. São exactamente os mesmos em todo o lado, os miasmas do pântano invadiram toda a cúpula da sociedade portuguesa.
Em Portugal o tempo dos leões também já passou à história, hoje em dia é mais o tempo das hienas. E permanece o nevoeiro.
P.S. E se a Fundação Gulbenkian resolvesse vender os quadros do seu museu ou do Centro de Arte Moderna num leilão para financiar os jovens pintores e as novas correntes da arte? Para financiar a rapaziada que sai da Escola de Artes? E já agora aproveitava a receita para assegurar ordenados ao conselho de administração por mais cinquenta anos? Quadros que seriam espalhados pelas quatro partes do mundo? Será que a Fundação tinha esse direito? Será que o Governo poderia intervir? Não seria um escândalo?»
Para além do que aqui ficou dito quero apenas acrescentar que de facto todos temos hoje a plena sensação (e alguns de nós, a certeza) de que as instituições que constituem os pilares essenciais da sociedade Portuguesa foram ocupadas paulatinamente por gente incompetente que perpetra quotidianamente a destruição cultural, económica e social do País ameaçando assim de extinção oito séculos de cultura de um povo que pelo seu passado não merecia este fim.
Todos nós que vivemos em Portugal sentimo-nos como que entregues ao arbítrio de um gigantesco conselho de administração povoado por economistas, gestores e políticos sem cultura e sem sensibilidade para os valores espirituais e intelectuais.
Sentimo-nos entregues a uma chusma de duendes loucos que decidiram deitar fogo à floresta porque acham que a floresta não é senão madeira para queimar.
Qualquer que seja a sua nacionalidade, assine esta petição contra a extinção do Ballet Gulbenkian.
sábado, 9 de julho de 2005
A CHINA E O RACISMO DE JARDIM
(SERÁ DESTA QUE JARDIM SE TRAMOU?)
Quem conhece minimamente os chineses sabe o que vai acontecer à Madeira e a Alberto João Jardim depois das declarações racistas do líder troglodita daquela região autónoma portuguesa que disse, há dias, não querer lá os chineses.
Em Pequim, agora, a palavra de ordem para os seus emigrantes deve ser esta:
- Para a Madeira e em força.
É que a estratégia chinesa de “povoar o mundo” - visando: influenciar primeiro e dominar depois a economia de países terceiros - é uma estratégia que o Governo de Pequim assume e pratica com todo o vigor e determinação pois está inscrita como um dos desígnios prioritários da Grande China no mundo.
É precisamente essa determinação e esse vigor que explicam, aliás, a atitude fortíssima que o embaixador chinês em Lisboa teve, logo que tomou conhecimento das declarações racistas desbocadas de Jardim, impondo de imediato a este uma “visita” (por certo irrecusável pelos termos em que terá sido comunicada) ao Governo Regional da Madeira.
Visita que o governo de Jardim aceitou de imediato, e de bico calado – quem diria!!! -, e durante a qual, entre os habituais célebres sorrisos cínicos dos diplomatas chineses, o embaixador lhes deverá ter posto em sentido com um vigoroso protesto diplomático que deverá levar Jardim a calar-se de vez no que diz respeito à imigração chinesa.
Veremos se Jardim terá aprendido a lição e metido a viola no saco e o rabo entre as pernas, ou se vai continuar com as suas tiradas racistas contra os chineses. Para já parece que ficou amedrontado, pois, ao ver as suas declarações condenadas pelo líder do PSD, Marques Mendes, Jardim apenas disse de mansinho que «mantém tudo o que disse». Mas não teve a coragem de repetir o que dissera.
Esperemos pela prova dos nove: o habitual discurso "alcoólico" de Jardim, no Chão da Lagoa, neste Verão.
Será aí que teremos a indicação clara do poder da China.
Será aí que saberemos se finalmente houve alguém capaz de mandar calar Jardim.
Digamos que se isso vier a acontecer será triste concluir que o diplomata chinês foi capaz de conseguir o que o Presidente da República Portuguesa e o Governo Português nunca foram capazes de fazer ao longo de anos:
Mandar calar Alberto João Jardim.
P.S. Mas mesmo que Jardim não se cale, uma verdade, contudo, é certa: é agora que os chineses vão invadir o comércio da Madeira.
Quem conhece minimamente os chineses sabe o que vai acontecer à Madeira e a Alberto João Jardim depois das declarações racistas do líder troglodita daquela região autónoma portuguesa que disse, há dias, não querer lá os chineses.
Em Pequim, agora, a palavra de ordem para os seus emigrantes deve ser esta:
- Para a Madeira e em força.
É que a estratégia chinesa de “povoar o mundo” - visando: influenciar primeiro e dominar depois a economia de países terceiros - é uma estratégia que o Governo de Pequim assume e pratica com todo o vigor e determinação pois está inscrita como um dos desígnios prioritários da Grande China no mundo.
É precisamente essa determinação e esse vigor que explicam, aliás, a atitude fortíssima que o embaixador chinês em Lisboa teve, logo que tomou conhecimento das declarações racistas desbocadas de Jardim, impondo de imediato a este uma “visita” (por certo irrecusável pelos termos em que terá sido comunicada) ao Governo Regional da Madeira.
Visita que o governo de Jardim aceitou de imediato, e de bico calado – quem diria!!! -, e durante a qual, entre os habituais célebres sorrisos cínicos dos diplomatas chineses, o embaixador lhes deverá ter posto em sentido com um vigoroso protesto diplomático que deverá levar Jardim a calar-se de vez no que diz respeito à imigração chinesa.
Veremos se Jardim terá aprendido a lição e metido a viola no saco e o rabo entre as pernas, ou se vai continuar com as suas tiradas racistas contra os chineses. Para já parece que ficou amedrontado, pois, ao ver as suas declarações condenadas pelo líder do PSD, Marques Mendes, Jardim apenas disse de mansinho que «mantém tudo o que disse». Mas não teve a coragem de repetir o que dissera.
Esperemos pela prova dos nove: o habitual discurso "alcoólico" de Jardim, no Chão da Lagoa, neste Verão.
Será aí que teremos a indicação clara do poder da China.
Será aí que saberemos se finalmente houve alguém capaz de mandar calar Jardim.
Digamos que se isso vier a acontecer será triste concluir que o diplomata chinês foi capaz de conseguir o que o Presidente da República Portuguesa e o Governo Português nunca foram capazes de fazer ao longo de anos:
Mandar calar Alberto João Jardim.
P.S. Mas mesmo que Jardim não se cale, uma verdade, contudo, é certa: é agora que os chineses vão invadir o comércio da Madeira.
domingo, 3 de julho de 2005
UM MERCENÁRIO PARA PRESIDENTE
Acabei de ouvir e de ver, há pouco, na televisão, o primeiro ministro da Guiné-Bissau declarar a jornalistas, em Cabo Verde onde esteve de visita, que se demitirá do cargo que ocupa caso Nino Vieira ganhe as próximas eleições presidenciais.
E acrescentou: «Nino é um mercenário».
Pensem bem e digam-me lá uma coisa:
Achariam normal que um primeiro ministro de qualquer outro país do mundo viesse a público referir-se desta maneira a um candidato à presidência do seu país?
Claro está que não achariam normal.
Mas… tratando-se da Guiné…
É normalíssimo, não é?
E acrescentou: «Nino é um mercenário».
Pensem bem e digam-me lá uma coisa:
Achariam normal que um primeiro ministro de qualquer outro país do mundo viesse a público referir-se desta maneira a um candidato à presidência do seu país?
Claro está que não achariam normal.
Mas… tratando-se da Guiné…
É normalíssimo, não é?
BLOGUE REDIMENSIONADO
Satisfazendo o pedido de alguns leitores redimensionámos a página do blogue por forma a que este possa ser visualizado correctamente em monitores com a resolução 800 x 600 pixel.
Esperamos ter resolvido este problema.
Caso, apesar desta modificação, continuar a haver dificuldade no enquadramento da página agradecemos que no-lo comuniquem.
Esperamos ter resolvido este problema.
Caso, apesar desta modificação, continuar a haver dificuldade no enquadramento da página agradecemos que no-lo comuniquem.
DIVULGAÇÃO
É com muito prazer que divulgamos este programa de representação teatral da peça “O Intruso”, de Gabriel Mariano, integrada nas comemorações dos 30 anos da Independência de Cabo Verde.
A Burbur apresenta
O INTRUSO de GABRIEL MARIANO
Com encenação e dramaturgia de RUI DUARTE
e que conta com um elenco constituído por:
ODETE MÕSSO, FLÁVIO HAMILTON, ADORADO MARA
DJÔ ÉVORA, ELI MONTEIRO e LEO ÉVORA.
Este espectáculo significa uma ESTREIA ABSOLUTA
da encenação deste conto de Gabriel Mariano
e a Burbur orgulha-se de oferecer quatro apresentações
uma em cada quarta-feira ao longo do mês de JULHO
na cidade do PORTO.
ENTRADA LIVRE
22H
RIVOLI, CAFÉ·CONCERTO · DIA 6 JUL
MAJESTIC CAFÉ, PÁTIO EXTERIOR · DIA 13 JUL
CAFÉ GUARANY · DIA 20 JUL
FNAC STA.CATARINA · DIA 27 JUL
O texto é encenado em 3 actos:
uma pequena introdução que contextualiza a acção culturalmente mas que
evita a temporalidade - interessa saber que se fala de Cabo Verde mas
menos, no caso, de que época se trata. Depois O INTRUSO propriamente
dito, respeitando a integridade do texto original. E em conclusão, uma
síntese dramatúrgica de O PRIMOGÉNITO.
"(...) Galgando os limites impostos pela insularidade, a obra de
Gabriel Mariano conduz-nos sempre a um lugar onde todos os homens de
todas as condições, se reúnem: o "lugar" da família. Pela presença ou
pela ausência, a família é o eixo (mais) vital da obra de Gabriel
Mariano, como se (pres)sente em todo o paralelismo familiar oculto de
"O rapaz doente". Esta "presença familiar", para usar uma expressão do
autor ("Ti Lobo"), é aliás tão poderosa, que passa para o tom
coloquial do próprio texto, coadjuvando um narrador fincado na
oralidade. Ao lermos os contos de Gabriel Mariano, ouvimos aquela voz,
familiar, intemporal, sem lugar nem condição particulares. Transpondo
as barreiras da intimidade, Gabriel Mariano dispõe-se a enfrentar os
demónios das múltiplas separações, propondo-nos, neste âmbito, uma
obra de absoluta vanguarda na literatura cabo-verdiana.
Numa sociedade marcada pela fractura, pelo afastamento e pelo
desaparecimento das figuras parentais, Gabriel Mariano reedifica este
espaço, costura a cicatriz, na busca permanente do pai, o
prolongamento de si. O duelo de sentimentos narrados em "O Intruso",
colocam-nos perante uma evidência a que nenhum olhar lúcido se pode
furtar. Todos sabemos o preço de viver "em sociedade" com o lugar do
morto, na campa de um qualquer cemitério ou no retrato que se espalha
pelas paredes e móveis da casa. As inúmeras separações que marcam as
nossas vidas quotidianas e frágeis estão magistralmente reflectidas
nos textos de Gabriel Mariano onde, por muitas máscaras que possamos
colocar, a família nunca se decompõe.
Por isso os filhos esperam sempre o pai.
Quer ele volte no navio quer ele nunca volte. (...)"
Dra. Maria Armandina Maia
in Programa de O INTRUSO
A BURBUR inicia assim o seu programa de comemoração
dos 30 anos da Independência de CABO VERDE
e convida todos os cabo-verdianos e amigos em geral
a assistirem ao seu mais recente espectáculo.
Com os nossos cumprimentos,
agradecemos a difusão desta informação
e prestamo-nos a qualquer esclarecimento pretendido
pela Burbur,
Odete Môsso,
Presidente da BURBUR Associação Cultural
BURBUR AC
R. ADOLFO CASAIS MONTEIRO, 94·3º. 4050-013 PORTO
TM 968941766 · burbur@gmail.com
A Burbur apresenta
O INTRUSO de GABRIEL MARIANO
Com encenação e dramaturgia de RUI DUARTE
e que conta com um elenco constituído por:
ODETE MÕSSO, FLÁVIO HAMILTON, ADORADO MARA
DJÔ ÉVORA, ELI MONTEIRO e LEO ÉVORA.
Este espectáculo significa uma ESTREIA ABSOLUTA
da encenação deste conto de Gabriel Mariano
e a Burbur orgulha-se de oferecer quatro apresentações
uma em cada quarta-feira ao longo do mês de JULHO
na cidade do PORTO.
ENTRADA LIVRE
22H
RIVOLI, CAFÉ·CONCERTO · DIA 6 JUL
MAJESTIC CAFÉ, PÁTIO EXTERIOR · DIA 13 JUL
CAFÉ GUARANY · DIA 20 JUL
FNAC STA.CATARINA · DIA 27 JUL
O texto é encenado em 3 actos:
uma pequena introdução que contextualiza a acção culturalmente mas que
evita a temporalidade - interessa saber que se fala de Cabo Verde mas
menos, no caso, de que época se trata. Depois O INTRUSO propriamente
dito, respeitando a integridade do texto original. E em conclusão, uma
síntese dramatúrgica de O PRIMOGÉNITO.
"(...) Galgando os limites impostos pela insularidade, a obra de
Gabriel Mariano conduz-nos sempre a um lugar onde todos os homens de
todas as condições, se reúnem: o "lugar" da família. Pela presença ou
pela ausência, a família é o eixo (mais) vital da obra de Gabriel
Mariano, como se (pres)sente em todo o paralelismo familiar oculto de
"O rapaz doente". Esta "presença familiar", para usar uma expressão do
autor ("Ti Lobo"), é aliás tão poderosa, que passa para o tom
coloquial do próprio texto, coadjuvando um narrador fincado na
oralidade. Ao lermos os contos de Gabriel Mariano, ouvimos aquela voz,
familiar, intemporal, sem lugar nem condição particulares. Transpondo
as barreiras da intimidade, Gabriel Mariano dispõe-se a enfrentar os
demónios das múltiplas separações, propondo-nos, neste âmbito, uma
obra de absoluta vanguarda na literatura cabo-verdiana.
Numa sociedade marcada pela fractura, pelo afastamento e pelo
desaparecimento das figuras parentais, Gabriel Mariano reedifica este
espaço, costura a cicatriz, na busca permanente do pai, o
prolongamento de si. O duelo de sentimentos narrados em "O Intruso",
colocam-nos perante uma evidência a que nenhum olhar lúcido se pode
furtar. Todos sabemos o preço de viver "em sociedade" com o lugar do
morto, na campa de um qualquer cemitério ou no retrato que se espalha
pelas paredes e móveis da casa. As inúmeras separações que marcam as
nossas vidas quotidianas e frágeis estão magistralmente reflectidas
nos textos de Gabriel Mariano onde, por muitas máscaras que possamos
colocar, a família nunca se decompõe.
Por isso os filhos esperam sempre o pai.
Quer ele volte no navio quer ele nunca volte. (...)"
Dra. Maria Armandina Maia
in Programa de O INTRUSO
A BURBUR inicia assim o seu programa de comemoração
dos 30 anos da Independência de CABO VERDE
e convida todos os cabo-verdianos e amigos em geral
a assistirem ao seu mais recente espectáculo.
Com os nossos cumprimentos,
agradecemos a difusão desta informação
e prestamo-nos a qualquer esclarecimento pretendido
pela Burbur,
Odete Môsso,
Presidente da BURBUR Associação Cultural
BURBUR AC
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