Serve para tudo. Talvez só não sirva para defender o país de uma invasão estrangeira como, aliás, se viu há tempos quando os senegaleses entraram por lá adentro em Bissau e fizeram o que bem entenderam.
No passado recente já víramos um levantamento militar com sequestro do Governo e ameaça de golpe de Estado apenas para exigir o pagamento de salários em atraso.
Ontem cerca de vinte militares pegaram em armas para exigirem a resolução imediata do problema do familiar de um deles que fora detido pela polícia. Pelo sim pelo não, abriram fogo contra a polícia e lá se deu o habitual - eu diria mesmo: lá se deu o necessário na Guiné – dois mortinhos para vincar bem que aquilo não era uma brincadeira.
Qualquer dia (se não o fazem já e a gente é que não sabe) os militares guineenses usarão as armas para fazerem “levantamentos” bancários, “comprarem” carros gratuitamente e obterem crédito ilimitado no comércio local, fazerem pedidos de casamento, etc., etc..
De facto não pode ser a Guiné aquilo a que verdadeiramente se denomina de País enquanto tiver esse simulacro de elite local completamente analfabeta, irresponsável e sanguinária, como são os militares que formam o seu exército.
É que aquilo não é propriamente um exército; é uma choldra; um bando armado que tem o poder político e a população da Guiné sob chantagem, sequestro e ameaças várias.
Só será possível meter a Guiné-Bissau na linha se a Comunidade Internacional resolver tomar a seu cargo a tarefa de desarmar esse bando de patifes e permitir que a sociedade guineense se reorganize da base, começando por privilegiar a educação dos jovens e a organização do trabalho.
De outro modo, a única solução seria permitir que o território da Guiné fosse repartido pelos países vizinhos que se encarregariam de meter na ordem esses bandidos do gatilho.