Hoje dei a volta habitual dos fins-de-semana pela blogosfera e pude ler uma posta interessante do Prof. Henrique Silveira, no blogue Crítico Musical, para a qual chamo a vossa atenção. A posta em causa tem um período sobre a distribuição de computadores pelas escolas do país, por membros do Governo, período que destaco em baixo pela ironia crítica que encerra.
«Talvez assim os jovens não tenham de andar a mentir sobre as suas habilitações profissionais para conseguir progredir numa qualquer carreira política acabando como ministro e ao mesmo tempo como delegado de promoções de uma qualquer operadora móvel. Os portáteis talvez contribuam para uma efectiva qualificação e mesmo que os jovens não vão para uma universidade podem sempre ter uma vida digna sem terem vergonha do que fazem e das habilitações que nem todos podem ter. Os portáteis são fáceis de dar mas o que parece ser muito mais difícil, e seria muito mais barato, é dar bons exemplos.»
sábado, 29 de setembro de 2007
O ACORDAR DA FERA
Aaaaaah! Parece que o Abrupto estava mas é grog com o punch de Menezes.
Hoje acordou do KO, às 10:17, estremunhado e vendo tudo de pernas para o ar; escreveu já três postas “cassândricas” sobre o futuro do PSD.
O mais interessante das postas, para mim, são os títulos da segunda e terceira delas: «ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS».
Quando o Abrupto se chateia vê-se às vezes compelido a esmifrar literalmente qualquer que um que se lhe atravessa à frente; e nesses casos costuma expressar-se catalogando tudo como bicho de Lineu.
Lembram-se ainda daquela da «lagartixa» e do «jacaré» nesta posta de Agosto de 2003?
Nota: O logotipo invertido do PSD foi colhido do Abrupto.
Hoje acordou do KO, às 10:17, estremunhado e vendo tudo de pernas para o ar; escreveu já três postas “cassândricas” sobre o futuro do PSD.
O mais interessante das postas, para mim, são os títulos da segunda e terceira delas: «ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS».
Quando o Abrupto se chateia vê-se às vezes compelido a esmifrar literalmente qualquer que um que se lhe atravessa à frente; e nesses casos costuma expressar-se catalogando tudo como bicho de Lineu.
Lembram-se ainda daquela da «lagartixa» e do «jacaré» nesta posta de Agosto de 2003?
Nota: O logotipo invertido do PSD foi colhido do Abrupto.
NÃO HÁ VIRGENS SANTAS
O mais visível apoiante provincial do PS esboça aqui uma interessante teoria conspirativa contra aqueles que ele sugere serem os principais causadores da deslocação do futuro aeroporto, da Ota para a Margem Sul.
O arauto do Governo não se conforma com o facto de o bom senso e a tão celebrada «poupança dos dinheiros públicos» sejam agora, imagine-se!, usados pela oposição para ditar ― contra a incompreensível opção do Governo e do PS ― a escolha da Margem Sul, em detrimento da dispendiosíssima Ota, para localização do novo aeroporto de Lisboa.
Se se entende, em parte, que a posição do arauto advém do seu apoio cego a todas as medidas do Governo (e esta era mais uma); por outro lado já dá um pouco vontade de rir o perceber-se à légua que o que lhe dói mesmo é o facto de o obrigarem a andar mais algumas dezenas de quilómetros quando quiser sair da sua provinciana Coimbra para apanhar um avião.
Se eu fosse pessoa de me condoer com desditas destas, daria todo o meu microscópico apoio para que o país condescendesse em gastar mais algumas centenas de milhões de euros na Ota só para satisfazer o comodismo do arauto.
O arauto do Governo não se conforma com o facto de o bom senso e a tão celebrada «poupança dos dinheiros públicos» sejam agora, imagine-se!, usados pela oposição para ditar ― contra a incompreensível opção do Governo e do PS ― a escolha da Margem Sul, em detrimento da dispendiosíssima Ota, para localização do novo aeroporto de Lisboa.
Se se entende, em parte, que a posição do arauto advém do seu apoio cego a todas as medidas do Governo (e esta era mais uma); por outro lado já dá um pouco vontade de rir o perceber-se à légua que o que lhe dói mesmo é o facto de o obrigarem a andar mais algumas dezenas de quilómetros quando quiser sair da sua provinciana Coimbra para apanhar um avião.
Se eu fosse pessoa de me condoer com desditas destas, daria todo o meu microscópico apoio para que o país condescendesse em gastar mais algumas centenas de milhões de euros na Ota só para satisfazer o comodismo do arauto.
SEMPRE A DESCER
O BLASFÉMIAS traz hoje uma interessante posta analítico-predictiva sobre os líderes mais recentes do PSD.
Publicamos a seguir, na íntegra, com a devida vénia, a posta em causa.
«A seguir é o Zé Cabra.»
«Marcelo Rebelo de Sousa
.....Durão Barroso
..........Santana Lopes
...............Marques Mendes
....................Filipe Menezes.»
Publicamos a seguir, na íntegra, com a devida vénia, a posta em causa.
«A seguir é o Zé Cabra.»
«Marcelo Rebelo de Sousa
.....Durão Barroso
..........Santana Lopes
...............Marques Mendes
....................Filipe Menezes.»
O ABRUPTO EM BAIXO *
Assinalo isto apenas porque é curioso.
Ontem, dia de eleições no PSD, o Abrupto funcionou até cerca de meia hora depois do fecho das urnas, mais precisamente até às 23:26. Até aí houvera postas a dar c’um pau intituladas «DIÁRIO DA CRISE NO PSD ESCRITO EM RONGORONGO». Depois dessa hora veio a saber-se que Menezes ia à frente na contagem dos votos coincidindo essa notícia com o emperramento do Abrupto.
São agora 9:10 de sábado...
e ainda nada por parte de JPP acerca da vitória de Menezes sobre o seu (de JPP) candidato, Marques Mendes.
Esperemos que a avaria nada tenha a ver com a utilização do Windows Vista.
(*) Isto de dizer que o Abrupto está em baixo é um eufemismo pois sabemos bem que o nome do blogue de JPP agora está mesmo bem lá em cima num microchip levado ao espaço pela nave espacial, Dawn, lançada há dois dias em missão de estudo ao asteróide Belt.
Ontem, dia de eleições no PSD, o Abrupto funcionou até cerca de meia hora depois do fecho das urnas, mais precisamente até às 23:26. Até aí houvera postas a dar c’um pau intituladas «DIÁRIO DA CRISE NO PSD ESCRITO EM RONGORONGO». Depois dessa hora veio a saber-se que Menezes ia à frente na contagem dos votos coincidindo essa notícia com o emperramento do Abrupto.
São agora 9:10 de sábado...
e ainda nada por parte de JPP acerca da vitória de Menezes sobre o seu (de JPP) candidato, Marques Mendes.
Esperemos que a avaria nada tenha a ver com a utilização do Windows Vista.
(*) Isto de dizer que o Abrupto está em baixo é um eufemismo pois sabemos bem que o nome do blogue de JPP agora está mesmo bem lá em cima num microchip levado ao espaço pela nave espacial, Dawn, lançada há dois dias em missão de estudo ao asteróide Belt.
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
CHAPEAU
Por uma vez tiro o meu chapéu a Pedro Santana Lopes.
Com esta sua atitude o "menino guerreiro" acabou por fazer a mais contundente crítica alguma vez feita à ligeireza, à leviandade, à estupidez, à “ralezura” (de ralé) com que se faz televisão em Portugal. Creio mesmo que os estafes das televisões, se ainda têm algum bom senso, irão reflectir sobre este momento televisivo e corrigir algo do seu comportamento actualmente virado mais a tratar o público como mentecapto do que com o respeito devido.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
BEM VOS AVISÁMOS
Os utilizadores tecnicamente mais esclarecidos já tinham avisado a malta: O Windows Vista é um sistema operativo mandão que quer tomar conta de tudo, mandar em tudo e em cada um de nós. É chato que nem uma melga; é lento (mais lento que o XP) nalgumas operações banais como a pesquisa de ficheiros no disco, por exemplo; exige muitos recursos de hardware e dá pouca coisa em troca (uma nova interface para deslumbrar papalvos, alguns recursos de segurança incorporados ― recursos que você podia já ter através dos firewall e antivírus, por exemplo ―, e pouco mais). Para além de tudo o mais, é caro! é injustificadamente caríssimo!
(Veja avisos aqui e aqui, por exemplo).
Com o andar do tempo os utilizadores do Vista foram-se apercebendo do logro em que caíram; choveram as críticas e hoje já se berra contra a Microsoft. Até que esta empresa não pôde mais ficar calada.
E reconheceu o erro com humildade dizendo através do seu chefe de departamento de desenvolvimento, Greg Elston, o seguinte:
«We're focused on giving the customer what they want, and what they want is to just go back to XP,»
― Pois é, o que as pessoas querem é o Windows XP.
Esta frase saíu nesta notícia bizarra que diz que a Microsoft vai contemplar os utilizadores do Vista com o lançamento em breve do “Service Pack 1 do Vista”.
E querem saber o que faz este Service Pack 1?
1. Você pega nele
2. Você instala-o sobre o seu Windows Vista e...
3. (tchantchammmmm!)...
4. O seu computador dá um passo atrás e recupera o Windows XP.
Mas a Microsoft diz mais: diz que não quer perder mais tempo corrigindo os bugs e melhorando as capacidades do Windows Vista; quer afastar as pessoas do Vista para que os seus técnicos se concentrem na produção do novo Windows 7.
Mas a notícia tem ainda uma outra parte bem mais engraçada, por sinal, lá no seu fim; é quando Grec Elston diz (e traduzimos com ligeireza):
“Se as pessoas se queixarem demais o que têm a fazer é reverterem para o Windows Millenium.”
Nem mais!
(Veja avisos aqui e aqui, por exemplo).
Com o andar do tempo os utilizadores do Vista foram-se apercebendo do logro em que caíram; choveram as críticas e hoje já se berra contra a Microsoft. Até que esta empresa não pôde mais ficar calada.
E reconheceu o erro com humildade dizendo através do seu chefe de departamento de desenvolvimento, Greg Elston, o seguinte:
«We're focused on giving the customer what they want, and what they want is to just go back to XP,»
― Pois é, o que as pessoas querem é o Windows XP.
Esta frase saíu nesta notícia bizarra que diz que a Microsoft vai contemplar os utilizadores do Vista com o lançamento em breve do “Service Pack 1 do Vista”.
E querem saber o que faz este Service Pack 1?
1. Você pega nele
2. Você instala-o sobre o seu Windows Vista e...
3. (tchantchammmmm!)...
4. O seu computador dá um passo atrás e recupera o Windows XP.
Mas a Microsoft diz mais: diz que não quer perder mais tempo corrigindo os bugs e melhorando as capacidades do Windows Vista; quer afastar as pessoas do Vista para que os seus técnicos se concentrem na produção do novo Windows 7.
Mas a notícia tem ainda uma outra parte bem mais engraçada, por sinal, lá no seu fim; é quando Grec Elston diz (e traduzimos com ligeireza):
“Se as pessoas se queixarem demais o que têm a fazer é reverterem para o Windows Millenium.”
Nem mais!
terça-feira, 18 de setembro de 2007
UM CARRO MUITO ESPAÇOSO
Trata-se de humor negro, sem dúvida;
mas o humor negro também tem direito à existência.
(Recebido por email)
Em tradução de pé quebrado dá mais ou menos isto:
“Tão espaçoso que você nem diz que as crianças vão atrás”
(Clique a imagem para aumentar)
domingo, 16 de setembro de 2007
ESPECULANDO SOBRE «OS GENÉRICOS»
Depois de cerca de dois anos da introdução em larga escala dos medicamentos genéricos em Portugal, convém dizer duas ou três coisas que se afiguram de alguma importância para se tentar perceber algo até agora foi pouco, mal, ou não explicado sobre o tema.
Peguemos apenas em dois aspectos essenciais, um deles óbvio, e vejamos se somos capazes de os entender:
a) O óbvio: Os medicamentos genéricos são mais baratos que os medicamentos originais vulgarmente identificados como “de marca”;
b) Ninguém, até agora, está em condições de nos afiançar com toda a certeza que a eficácia terapêutica dos medicamentos genéricos é idêntica à dos medicamentos originais;
Especula-se que o preço mais baixo dos genéricos se deverá, entre outras coisas, ao corte das despesas de “publicidade” e marketing dos genéricos junto da classe médica e do público; despesas que não se terá dispensado relativamente aos medicamentos “de marca”.
Tendo começado por ser isso verdade, esta realidade está a mudar rapidamente pois os medicamentos genéricos já contam praticamente com a mesma “publicidade” e o mesmo marketing que envolvem os medicamentos “de marca”. Portanto, não será certamente por aí que parece haver poupança.
Será então na preparação e no fabrico, isto é, pela via da mão-de-obra; e pelo investimento em menos máquinas e menor sofisticação no fabrico, que os genéricos se tornam mais baratos?
Também não parece sê-lo.
Sem recomendar que se ponha a mão no fogo por todos eles, e em todas as circunstâncias ― pois que no comércio, como bem sabemos, não há cem por cento de virgens puras ―, não se crê, contudo, que os laboratórios descurem aspectos essenciais da segurança e rigor na produção dos genéricos buscando com isso reduzir os custos e baixar os preços. Os medicamentos genéricos serão certamente fabricados com os mesmos requisitos de segurança e o mesmo rigor que os medicamentos “de marca” (salvo, é certo, situações de fraude detectadas, por exemplo, na Ásia ― mas não é disso que estamos a tratar).
Sem a veleidade de avançar com estimativas percentuais, dizemos que entre os médicos há muitos com a opinião de que o segredo da baixa de preços estará (não só, mas também) no facto não provado (daí ser pura especulação) de os medicamentos genéricos não conterem os mesmos excipientes encontrados nos respectivos medicamentos “de marca” copiados, contendo embora igual dose da substância activa destes. Esta opinião empírica (colhida normalmente em conversas informais) é encontrada maioritariamente entre médicos que julgam ter falhado terapêuticas por aquilo que classificam como menor eficácia terapêutica de medicamentos genéricos prescritos aos seus doentes.
― Também existem opiniões contrárias de muitos outros médicos para quem os genéricos substituem na perfeição os medicamentos “de marca” ―.
Dediquemos por isso alguma atenção aos excipientes.
A composição dos excipientes é um dos segredos mais bem guardados da indústria farmacêutica, a qual gasta biliões na sua investigação; indústria que não é obrigada, por exemplo, a publicar a composição química dos excipientes nas bulas e nas embalagens dos medicamentos. Repare que quando há referência a isso, costuma ler-se apenas a frase «excipiente q.b.», isto é, excipiente quanto baste. E nem sempre se dá a conhecer a composição do excipiente.
Não sabemos se os fabricantes são obrigados a fornecer a toda a concorrência “genérica” a fórmula dos seus excipientes quando caduca o registo de uma patente de um medicamento e este passa a poder ser copiado, fabricado, sem licença, por outro laboratório; contudo não cremos de todo que essa obrigação exista.
Vejamos agora com muita simplicidade o que é um EXCIPIENTE e que importância tem ou não tem num medicamento.
O excipiente, resumidamente, é uma substância que é incluída na, que se adiciona à, composição do medicamento, e cujo papel fundamental e essencial é conservar e servir de veículo à substância activa, ao fármaco, para que este viaje, sem se degradar pelo caminho, do local onde é introduzido no organismo (aparelho digestivo, músculo, veia, etc.) e seja levado pela corrente sanguínea até aos locais onde se pretende que actue: órgãos, tecidos e células ou microrganismos (em casos de infecção).
Em linguagem mais técnica, os excipientes servem para garantir a biodisponibilidade dos medicamentos. Umas vezes o excipiente é uma substância inactiva corriqueira como o talco ou o açúcar, por exemplo, outras trata-se de substâncias activas complexas.
Fácil parece, então, poder inferir-se que um bom excipiente garante a total ou quase total biodisponibilidade de uma determinada dose de fármaco administrado a um doente; enquanto um excipiente menos bom, ou mesmo mau, não permitirá que um fármaco administrado a um doente chegue em doses terapêuticas ao seu alvo e exerça assim a acção esperada.
Sabendo que quem vende não vende para perder dinheiro;
Sabendo ainda que laboratórios que fabricam medicamentos “de marca”, também fabricam genéricos dos seus próprios medicamentos, e os vendem mais baratos que aqueles;
Você é convidado a ter a sua opinião sobre o fenómeno.
Agora atenção! Que esta nossa reflexão não seja vista como uma campanha contra os medicamentos genéricos. Havê-los-á (genéricos), certamente, de boa qualidade. E não podemos afirmar que os haverá de má qualidade.
Mas que se trata de uma questão parecida com aquela da existência das bruxas...
Peguemos apenas em dois aspectos essenciais, um deles óbvio, e vejamos se somos capazes de os entender:
a) O óbvio: Os medicamentos genéricos são mais baratos que os medicamentos originais vulgarmente identificados como “de marca”;
b) Ninguém, até agora, está em condições de nos afiançar com toda a certeza que a eficácia terapêutica dos medicamentos genéricos é idêntica à dos medicamentos originais;
Especula-se que o preço mais baixo dos genéricos se deverá, entre outras coisas, ao corte das despesas de “publicidade” e marketing dos genéricos junto da classe médica e do público; despesas que não se terá dispensado relativamente aos medicamentos “de marca”.
Tendo começado por ser isso verdade, esta realidade está a mudar rapidamente pois os medicamentos genéricos já contam praticamente com a mesma “publicidade” e o mesmo marketing que envolvem os medicamentos “de marca”. Portanto, não será certamente por aí que parece haver poupança.
Será então na preparação e no fabrico, isto é, pela via da mão-de-obra; e pelo investimento em menos máquinas e menor sofisticação no fabrico, que os genéricos se tornam mais baratos?
Também não parece sê-lo.
Sem recomendar que se ponha a mão no fogo por todos eles, e em todas as circunstâncias ― pois que no comércio, como bem sabemos, não há cem por cento de virgens puras ―, não se crê, contudo, que os laboratórios descurem aspectos essenciais da segurança e rigor na produção dos genéricos buscando com isso reduzir os custos e baixar os preços. Os medicamentos genéricos serão certamente fabricados com os mesmos requisitos de segurança e o mesmo rigor que os medicamentos “de marca” (salvo, é certo, situações de fraude detectadas, por exemplo, na Ásia ― mas não é disso que estamos a tratar).
Sem a veleidade de avançar com estimativas percentuais, dizemos que entre os médicos há muitos com a opinião de que o segredo da baixa de preços estará (não só, mas também) no facto não provado (daí ser pura especulação) de os medicamentos genéricos não conterem os mesmos excipientes encontrados nos respectivos medicamentos “de marca” copiados, contendo embora igual dose da substância activa destes. Esta opinião empírica (colhida normalmente em conversas informais) é encontrada maioritariamente entre médicos que julgam ter falhado terapêuticas por aquilo que classificam como menor eficácia terapêutica de medicamentos genéricos prescritos aos seus doentes.
― Também existem opiniões contrárias de muitos outros médicos para quem os genéricos substituem na perfeição os medicamentos “de marca” ―.
Dediquemos por isso alguma atenção aos excipientes.
A composição dos excipientes é um dos segredos mais bem guardados da indústria farmacêutica, a qual gasta biliões na sua investigação; indústria que não é obrigada, por exemplo, a publicar a composição química dos excipientes nas bulas e nas embalagens dos medicamentos. Repare que quando há referência a isso, costuma ler-se apenas a frase «excipiente q.b.», isto é, excipiente quanto baste. E nem sempre se dá a conhecer a composição do excipiente.
Não sabemos se os fabricantes são obrigados a fornecer a toda a concorrência “genérica” a fórmula dos seus excipientes quando caduca o registo de uma patente de um medicamento e este passa a poder ser copiado, fabricado, sem licença, por outro laboratório; contudo não cremos de todo que essa obrigação exista.
Vejamos agora com muita simplicidade o que é um EXCIPIENTE e que importância tem ou não tem num medicamento.
O excipiente, resumidamente, é uma substância que é incluída na, que se adiciona à, composição do medicamento, e cujo papel fundamental e essencial é conservar e servir de veículo à substância activa, ao fármaco, para que este viaje, sem se degradar pelo caminho, do local onde é introduzido no organismo (aparelho digestivo, músculo, veia, etc.) e seja levado pela corrente sanguínea até aos locais onde se pretende que actue: órgãos, tecidos e células ou microrganismos (em casos de infecção).
Em linguagem mais técnica, os excipientes servem para garantir a biodisponibilidade dos medicamentos. Umas vezes o excipiente é uma substância inactiva corriqueira como o talco ou o açúcar, por exemplo, outras trata-se de substâncias activas complexas.
Fácil parece, então, poder inferir-se que um bom excipiente garante a total ou quase total biodisponibilidade de uma determinada dose de fármaco administrado a um doente; enquanto um excipiente menos bom, ou mesmo mau, não permitirá que um fármaco administrado a um doente chegue em doses terapêuticas ao seu alvo e exerça assim a acção esperada.
Sabendo que quem vende não vende para perder dinheiro;
Sabendo ainda que laboratórios que fabricam medicamentos “de marca”, também fabricam genéricos dos seus próprios medicamentos, e os vendem mais baratos que aqueles;
Você é convidado a ter a sua opinião sobre o fenómeno.
Agora atenção! Que esta nossa reflexão não seja vista como uma campanha contra os medicamentos genéricos. Havê-los-á (genéricos), certamente, de boa qualidade. E não podemos afirmar que os haverá de má qualidade.
Mas que se trata de uma questão parecida com aquela da existência das bruxas...
terça-feira, 11 de setembro de 2007
AINDA ESTÁ AÍ SENTADO?
Se tem ou pensa adquirir um iPod, corra já às lojas todas do ramo e encontre uma onde possa comprar este sistema Hi-Fi da Apple para ouvir música a partir do seu iPod.
É que, segundo os técnicos, a Apple vai deixar (ou já deixou) de produzir este excelente sistema de alta-fidelidade porque o material utilizado na sua fabricação é muito bom e caro, e por isso não consegue baixar o preço do mesmo (cerca de €350) para competir com a concorrência.
Eu tenho a sorte de possuir um (comprei-o na FNAC do Colombo); e tanto quanto o meu pobre ouvido de melómano me permite, aconselho-o (a si) vivamente a fazer o mesmo, pois o som é simplesmente fantástico.
É que, segundo os técnicos, a Apple vai deixar (ou já deixou) de produzir este excelente sistema de alta-fidelidade porque o material utilizado na sua fabricação é muito bom e caro, e por isso não consegue baixar o preço do mesmo (cerca de €350) para competir com a concorrência.
Eu tenho a sorte de possuir um (comprei-o na FNAC do Colombo); e tanto quanto o meu pobre ouvido de melómano me permite, aconselho-o (a si) vivamente a fazer o mesmo, pois o som é simplesmente fantástico.
NO 11 DE SETEMBRO DE MÁ MEMÓRIA
Foi divulgado hoje, na Internet, um vídeo com uma mensagem de Osama Bin Laden. Esta notícia corre mundo em todos os jornais, televisões e rádios; aliás, desde ontem houve o aviso prévio da divulgação desse vídeo.
Desengane-se quem acredita que não há censura na Internet neste suposto «Mundo Livre» onde vivemos (União Europeia, Estados Unidos da América, Austrália, e por aí fora).
Por mais que se tente procurar pelo vídeo, por ora não se consegue obter um único URL (endereço electrónico) que nos permita aceder a um dos sites onde o vídeo terá sido divulgado. Todas as notícias lhes chamam «sites islâmicos radicais» mas nenhuma nos dá o URL para que consultemos a coisa. O máximo que fazem é mostrarem fotografias do vídeo. E até o famosíssimo Google assobia para o lado e não encontra a coisa.
Isto é CENSURA.
Censura feita por quem passa a vida a condenar a China por esta não permitir que os seus cidadãos tenham, por exemplo, acesso ao Blogger (para lerem blogues; para publicarem blogues; para colocarem livremente informação na Internet).
Se Bush que (entre várias outras manifestações de igual teor) se julgou na Áustria quando esteve há dias na Austrália, tem direito a ver o vídeo, por que carga d’água é que eu que tenho mais conhecimentos do que ele não posso?
E se encontrar o vídeo, publicá-lo-ei aqui no África Minha. Em nome da liberdade de informação.
A não ser que o Blogger, que pertence ao Google, me censure.
Nota: Uma hora depois de ter escrito esta posta, depara-se-me esta notícia.
Estamos lixados... com F grande.
Desengane-se quem acredita que não há censura na Internet neste suposto «Mundo Livre» onde vivemos (União Europeia, Estados Unidos da América, Austrália, e por aí fora).
Por mais que se tente procurar pelo vídeo, por ora não se consegue obter um único URL (endereço electrónico) que nos permita aceder a um dos sites onde o vídeo terá sido divulgado. Todas as notícias lhes chamam «sites islâmicos radicais» mas nenhuma nos dá o URL para que consultemos a coisa. O máximo que fazem é mostrarem fotografias do vídeo. E até o famosíssimo Google assobia para o lado e não encontra a coisa.
Isto é CENSURA.
Censura feita por quem passa a vida a condenar a China por esta não permitir que os seus cidadãos tenham, por exemplo, acesso ao Blogger (para lerem blogues; para publicarem blogues; para colocarem livremente informação na Internet).
Se Bush que (entre várias outras manifestações de igual teor) se julgou na Áustria quando esteve há dias na Austrália, tem direito a ver o vídeo, por que carga d’água é que eu que tenho mais conhecimentos do que ele não posso?
E se encontrar o vídeo, publicá-lo-ei aqui no África Minha. Em nome da liberdade de informação.
A não ser que o Blogger, que pertence ao Google, me censure.
Nota: Uma hora depois de ter escrito esta posta, depara-se-me esta notícia.
Estamos lixados... com F grande.
domingo, 9 de setembro de 2007
ZAROLHICE INTENCIONAL?
O senhor, aqui apelidado de «núncio da ortodoxia governamental», ao que parece, não lê (vê), nem comenta, notícias destas. Que zarolhamente deve achar que revelam medidas governamentais de “Construção do Estado Social”.
Importa-se mais é com este género de serviço.
Mas mesmo assim parece que o Governo, certamente com muita pena, não vai poder construir-lhe o aeroporto na Ota para que Coimbra entre no mapa do país.
Pena! Uma peninha!
Importa-se mais é com este género de serviço.
Mas mesmo assim parece que o Governo, certamente com muita pena, não vai poder construir-lhe o aeroporto na Ota para que Coimbra entre no mapa do país.
Pena! Uma peninha!
sábado, 8 de setembro de 2007
PURITANISMO PARA OS MAIS FRACOS
(Foto Diário de Notícias)
Está-se a armar um escândalo inusitado com a “descoberta” de que há polícias que nas horas vagas trabalham como seguranças em discotecas.
Pois se estamos num país onde se vê saltar gente (ao nível ministerial e secretarial), como pipocas, dos Governos para administrações de empresas, de administrações de empresas para os Governos;
Num país onde deputados activos, e importantes membros activos dos partidos da área do poder, trabalham (como advogados e consultores jurídicos, por exemplo) para empresas públicas e privadas;
Num país onde, cada vez mais, público e privado se vão confundindo (na prestação de serviços aos municípios, na gestão dos hospitais, etc.);
Num país, enfim, onde A LEI DA OFERTA E DA PROCURA assentou arraiais e vai comandando tudo;
Então só os senhores polícias, com ordenados de miséria, é que não podem fazer uma perninha privada para compor o orçamento familiar!
Tenham, mas é santa paciência: liberalizando ou não, a todos os níveis, a promiscuidade Estado/privados; deixem a máquina girar que vão ver o lindo país que Portugal já é.
Está-se a armar um escândalo inusitado com a “descoberta” de que há polícias que nas horas vagas trabalham como seguranças em discotecas.
Pois se estamos num país onde se vê saltar gente (ao nível ministerial e secretarial), como pipocas, dos Governos para administrações de empresas, de administrações de empresas para os Governos;
Num país onde deputados activos, e importantes membros activos dos partidos da área do poder, trabalham (como advogados e consultores jurídicos, por exemplo) para empresas públicas e privadas;
Num país onde, cada vez mais, público e privado se vão confundindo (na prestação de serviços aos municípios, na gestão dos hospitais, etc.);
Num país, enfim, onde A LEI DA OFERTA E DA PROCURA assentou arraiais e vai comandando tudo;
Então só os senhores polícias, com ordenados de miséria, é que não podem fazer uma perninha privada para compor o orçamento familiar!
Tenham, mas é santa paciência: liberalizando ou não, a todos os níveis, a promiscuidade Estado/privados; deixem a máquina girar que vão ver o lindo país que Portugal já é.
domingo, 2 de setembro de 2007
PACHECO PEREIRA LAPIDAR
(E EU NÃO PODIA ESTAR MAIS DE ACORDO)
Esta posta de JPP (que também saiu em artigo no jornal PUBLICO) no que diz respeito às reformas do Governo, é de uma veracidade e acutilância irrefutáveis quanto ao sector hospitalar. Aqui JPP acerta na mouche: é isto mesmo que lá se passa (sublinhados da minha autoria):
«O modo populista e punitivo como as reformas foram lançadas colocou contra as reformas, numa amálgama de recusa, os melhores e os piores profissionais e isso impede que haja forças que lhes sirvam de sustentação. Nos discursos oficiais, as palavras são muito bonitas; no interior das escolas, das repartições, dos hospitais, dos serviços públicos, a realidade é o caos e a desorganização, é um agravar dos problemas sobre um enorme mal-estar, em que o que é mais afectado é o melhor e não o pior dos serviços do Estado.»
«Esta análise "micro" das reformas é pouco jornalística, mas é urgente. É urgente que se vá às escolas e às repartições saber como estão a ser aplicadas medidas como a hierarquização dos professores ou os critérios de mobilidade na função pública, para encontrar ambientes de cortar à faca, em que não é o mérito que impera, mas sim o acantonamento burocrático, os privilégios para os que estão, os conflitos de todos contra todos, as prepotências das chefias, a paralisia entre uma greve de zelo universal não proclamada mas eficaz nos seus efeitos de resistência e uma lei do silêncio e do medo. Corre-se o risco de ter como resultado a diminuição do já muito escasso know how e do capital de experiência existente nos serviços públicos e das medidas aplicadas terem apenas efeitos de contenção financeira, deixando os serviços públicos muito pior do que estavam. Em sectores cruciais como o ensino e a saúde, o preço será muito elevado se a retórica "macro" das reformas esconder a realidade "micro". E não adianta vir dizer que todas as reformas são assim, têm estes efeitos, porque não é verdade. Pode, de facto, estar apenas a assistir-se a mais uma operação de aperto financeiro, sem cuidar dos efeitos perversos que ficam pelo caminho e sem conteúdo reformista real. O barato pode-nos sair muito caro.»
Esta posta de JPP (que também saiu em artigo no jornal PUBLICO) no que diz respeito às reformas do Governo, é de uma veracidade e acutilância irrefutáveis quanto ao sector hospitalar. Aqui JPP acerta na mouche: é isto mesmo que lá se passa (sublinhados da minha autoria):
«O modo populista e punitivo como as reformas foram lançadas colocou contra as reformas, numa amálgama de recusa, os melhores e os piores profissionais e isso impede que haja forças que lhes sirvam de sustentação. Nos discursos oficiais, as palavras são muito bonitas; no interior das escolas, das repartições, dos hospitais, dos serviços públicos, a realidade é o caos e a desorganização, é um agravar dos problemas sobre um enorme mal-estar, em que o que é mais afectado é o melhor e não o pior dos serviços do Estado.»
«Esta análise "micro" das reformas é pouco jornalística, mas é urgente. É urgente que se vá às escolas e às repartições saber como estão a ser aplicadas medidas como a hierarquização dos professores ou os critérios de mobilidade na função pública, para encontrar ambientes de cortar à faca, em que não é o mérito que impera, mas sim o acantonamento burocrático, os privilégios para os que estão, os conflitos de todos contra todos, as prepotências das chefias, a paralisia entre uma greve de zelo universal não proclamada mas eficaz nos seus efeitos de resistência e uma lei do silêncio e do medo. Corre-se o risco de ter como resultado a diminuição do já muito escasso know how e do capital de experiência existente nos serviços públicos e das medidas aplicadas terem apenas efeitos de contenção financeira, deixando os serviços públicos muito pior do que estavam. Em sectores cruciais como o ensino e a saúde, o preço será muito elevado se a retórica "macro" das reformas esconder a realidade "micro". E não adianta vir dizer que todas as reformas são assim, têm estes efeitos, porque não é verdade. Pode, de facto, estar apenas a assistir-se a mais uma operação de aperto financeiro, sem cuidar dos efeitos perversos que ficam pelo caminho e sem conteúdo reformista real. O barato pode-nos sair muito caro.»
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