Via Almocreve das Petas, com a devida vénia e sem comentários, reproduzo aqui a opinião de Miguel Esteves Cardoso sobre Portugal.
domingo, 31 de agosto de 2008
MAU DEMAIS. INADMISSÍVEL
Deixei para fazer este comentário só depois de ler a imprensa desta manhã. Não apareceu ainda ninguém com a sensatez suficiente para dizer que aquilo foi mau demais para ser considerado um jogo de futebol; que foi uma vergonha, uma miséria, uma autêntica porcaria. Em que o Benfica teve a culpa maior.
Não se entende como é que o Benfica, que já gastou este ano milhões e milhões de euros na aquisição de um treinador e de vários jogadores, considerando um deles, até, «um dos três melhores números 10 do mundo», joga tão mal e dá aquele espectáculo ridículo que nos foi apresentado: dois jogadores (Quim e Cardozo) no meio de nove galinhas doidas à solta no relvado da Luz; para acabarem todos arrastando-se pelo chão de tão cansados, ao cabo de 70 minutos de um jogo de 90.
Mas melhor que eu fala aqui, aqui e aqui o judicioso e contundente MAR SALGADO que por ser benfiquista não é suspeito de ser inimigo.
Lembram-se desta primeira página de jornal?
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
NELSON ÉVORA MEDALHA DE OURO
Parecia que se tinham esquecido dele; mas afinal o rapaz cabo-verdiano lá conseguiu fazer um saltinho triplo de 17,67m e dar a Portugal uma medalha de ouro olímpica 12 anos depois da de Fernanda Ribeiro.
Nada mau, não é?
E Vicente de Moura, ainda mexe?
P.S Sempre quero ver daqui a pouco como os telejornais vão noticiar a coisa. Curiosidade apenas!...
Editado em 22/08/2008, às 08:03PM, para acrescentar o nome de Fernanda Ribeiro.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
MAIS RESPEITINHO SE FAZEM O FAVOR
O presidente do Comité Olímpico Português, Vicente de moura, bem como a maioria dos órgãos de comunicação social têm falado do fracasso dos atletas portugueses nos Jogos de Pequim como se para a delegação portuguesa estes Jogos já tenham terminado.
Esquecem que ainda há por lá, na China, um atleta cabo-verdiano, Nelson Évora de seu nome, que ainda tem uns saltitos para fazer amanhã em nome de Portugal.
Ou será que só se Nelson Évora fosse agora D. Afonso Henriques é que lhe ligariam alguma coisa?!...
AS CAMPAÍNHAS DA MISÉRIA
Vai por aí um coro obsceno de palavras lançando lama e vergonha sobre os atletas portugueses presentes nos Jogos de Pequim, só porque aquelas mulheres e aqueles homens não cumpriram os “objectivos” constantes de um contrato-programa assinado em 2005 entre o COP (Comité Olímpico Português) e o Governo.
Ao que se diz e parece, os dirigentes estão todos a sacudir a água do capote ― com Vicente de Moura, o presidente do COP, a ser o mais duro ― lançando toda a responsabilidade do falhanço sobre os atletas.
Mas aqueles dirigentes não dizem que para muitos deles irem a Pequim pavonear-se e laurear a pevide (é que muitos deles não estão lá a fazer nada de nada), não tiveram pejo em deixar em Portugal alguns treinadores que, estes sim, poderiam fazer alguma coisa na China para ajudar os atletas a não se perderem entregues a si próprios.
Seria bom ler o texto do famigerado contrato-programa publicado em Diário da República em Abril de 2005 para se ficar a saber que no mesmo se promete o “imprometível” e se compromete com o “incumprível”.
Assim, o COP compromete-se a obter «cinco classificações no pódio»; «12 classificações até ao 8.º lugar»; e a «conquista de 60 pontos». Diz-se lá isso como se se conhecesse as capacidades e a evolução dos melhores atletas de todo o mundo para se afirmar que os atletas portugueses iriam classificar-se neste ou naquele lugar e iam trazer para casa 60 pontos, etc., etc..
O que se conclui é que talvez os maiores culpados de tudo isso sejam os dirigentes que, com a cabeça na lua, verteram para o papel um chorrilho de fantasias “vendendo” ao Governo um contrato-programa fantasioso e ridículo como se de coisa séria se tratasse.
Fala-se em 14 milhões de euros que terão sido gastos em quatro anos no projecto olímpico como se isso fosse uma fortuna colossal desbaratada impunemente por um grupo de raparigas e rapazes irresponsáveis, pândegos e dorminhocos que terão prometido vencer os Jogos e acabaram vencidos com desculpas várias. Não se diz que os 14 milhões foram distribuídos por federações, clubes, atletas, treinadores e despesas do próprio Comité.
Não se diz quanto se gastou com os atletas e quanto desbarataram as federações, os clubes e o COP e respectivos dirigentes, em deslocações, telefones, alojamento, almoços e jantares, transportes e outras coisas mais.
Se se desse essas informações talvez se concluísse com propriedade para quem foi a parte de leão dos 14 milhões.
Os jornalistas mais uma vez alinham logo com os dirigentes e fazem de caixa-de-ressonância das diatribes que vão ouvindo aqui e ali. Mal pagos e mal preparados, preguiçosos como sempre, não fazem o mínimo trabalho de escalpelização da situação para apurarem onde está a verdade, preferindo antes andar de um lado para o outro a “ouvir” este e aquele; o espectador, o gato e o cão da vizinha.
Vimos vice-campeões olímpicos de outros países bem mais destacados do que Portugal em termos de responsabilidades olímpicas serem “miseravelmente” eliminados precocemente nas provas em que concorriam e nem por isso tocaram as campainhas da miséria nos respectivos países.
É só aqui que se assiste a este triste exercício de mesquinhez e inveja.
Fez muitíssimo bem o Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, ao declarar à imprensa:
«Não faria um contrato com essas condições. Porque nós só devemos contratar e subscrever aquilo pelo qual somos responsáveis. Não é o comandante Vicente Moura quem corre, salta, joga, nada... Percebo essa vontade da parte do Comité Olímpico, das federações e atletas de corresponderem com resultados desportivos àquilo que é um esforço do país, mas nunca traduziria em cobrança de medalhas o esforço que o país fez, preparando ou dando meios financeiros para preparar a missão olímpica.»
Haja ao menos alguém responsável com a cabeça no lugar.
TAMBÉM ACHO
terça-feira, 19 de agosto de 2008
MAIS UM POEMA NO “ABRUPTO”
Pacheco Pereira brinda-nos com este interessante poema que transcrevo com a devida vénia.
Novelty Love Trot
I enjoy biographies and bibliographies,
and cultural studies. As for music, my tastes
run to Liszt's Consolations, especially the flatter ones,
though I've never been consoled
by them. Well, once maybe.
As for religion, it's about going to hell,
isn't it? I read that 30% of Americans believe in hell,
though only one percent thinks they'll end up there,
which says a lot about us, and about the other religions.
Nobody believes in heaven. Hell is what gets them fired up.
I'm probably the only American
who thinks he's going to heaven, though my reasons
would be hard to explain. I enjoy seasons
and picnicking. A waft from a tree branch
and I'm in heaven, though not literally.
For that one must await the steep decline
into a declivity, and shouts from companions
who are not far off.
In the end it matters little what things we enjoy.
We list them, and barely have we begun
when the listener's attention has turned to something else.
"Did you see that? The way that guy cut him off?"
Darlings, we'll all be known for some detail,
some nick in the chiseled brow, but it won't weigh much
in the scale's careening pan. What others think
of us is the only thing that matters,
to us and to them. You are stuffing squash blossoms
with porcini mushrooms. I am somewhere else, alone as usual.
I must get back to my elegy.
(John Ashbery)
Está aqui no Abrupto
Novelty Love Trot
I enjoy biographies and bibliographies,
and cultural studies. As for music, my tastes
run to Liszt's Consolations, especially the flatter ones,
though I've never been consoled
by them. Well, once maybe.
As for religion, it's about going to hell,
isn't it? I read that 30% of Americans believe in hell,
though only one percent thinks they'll end up there,
which says a lot about us, and about the other religions.
Nobody believes in heaven. Hell is what gets them fired up.
I'm probably the only American
who thinks he's going to heaven, though my reasons
would be hard to explain. I enjoy seasons
and picnicking. A waft from a tree branch
and I'm in heaven, though not literally.
For that one must await the steep decline
into a declivity, and shouts from companions
who are not far off.
In the end it matters little what things we enjoy.
We list them, and barely have we begun
when the listener's attention has turned to something else.
"Did you see that? The way that guy cut him off?"
Darlings, we'll all be known for some detail,
some nick in the chiseled brow, but it won't weigh much
in the scale's careening pan. What others think
of us is the only thing that matters,
to us and to them. You are stuffing squash blossoms
with porcini mushrooms. I am somewhere else, alone as usual.
I must get back to my elegy.
(John Ashbery)
Está aqui no Abrupto
DOIS CHAÇOS
Já não é só nos blogues. Muitas revistas da especialidade têm publicado artigos alertando para o enorme falhanço que constituem dois ícones recentes da informática e das telecomunicações: o Windows Vista acusado de ser um sistema operativo 40% mais lento do que o velho Windows XP, estando por isso a ser continuamente abandonado pelos seus compradores; e o novinho iPhone 3G acusado (acusação reconhecida pela Apple) de deixar cair frequentemente as chamadas, ter sempre fraco sinal de rede, e ser lento a “sarfar” a net.
O Windows Vista parece ser já reconhecidamente um caso perdido a ponto de a Microsoft já não falar nele e já estar a preparar o novo Windows 7 para o ano de 2010, com direito a este blogue nascido ontem e da autoria de dois engenheiros da Microsoft envolvidos naquele projecto.
O iPhone 3G é agora uma dor de cabeça para a Apple que fez sair ontem um bugfix para o seu firmware, coisa que, segundo os utilizadores, não veio resolver qualquer dos problemas apontados.
...
E quanto dinheiro investido nestas duas novidades (cada uma a seu tempo) para depois se constatar tratarem-se de dois chaços falsamente alcandorados pela publicidade (por vezes obscena) a chave do paraíso e da felicidade para milhões de consumidores e consumistas de todo o mundo...
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
domingo, 17 de agosto de 2008
BOM COMEÇO DE ÉPOCA
SPORTING 2 - 0 F. C. PORTO
Com um jogo tranquilo, controlado desde o primeiro minuto, o Sporting não deixou que o Porto colocasse pé em ramo verde ontem no Algarve na peleja pela Supertaça.
Parabéns aos leões e leõezinhos que derrotaram os campeões lá onde devem ser derrotados. No campo. Não na secretaria.
BOM DIA.
domingo, 10 de agosto de 2008
PELAS RUAS DA AMARGURA
Mark Dowd, técnico informático da IBM, da área de segurança de sistemas, e Alexander Sotirov, da empresa informática VMware Inc., descobriram uma técnica que permite ultrapassar toda e qualquer protecção de memória que a Microsoft introduziu no Windows Vista.
Conseguiram aproveitar-se da segurança do Vista e colocaram num computador que corria este sistema tudo o que quiseram, onde bem quiseram.
Dizem que a Microsoft pouco poderá fazer para resolver o problema porque não se trata de aproveitar um bug ou um buraco no Vista, mas sim de invadir o Windows Vista através da forma como a Microsoft concebeu estruturalmente o funcionamento da protecção daquele sistema.
Esta parece ser a machadada final na credibilidade do Windows Vista, um sistema operativo que, ao que parece, só se defende e passa a vida a chatear quem o compra em vez de prevenir que os larápios lhe invadam a casa.
Agora é só esperar que os hackers descubram a coisa, se sentem nos nossos escritórios e vasculhem totalmente os nossos computadores. Nossos, vírgula, os computadores de quem usa o Windows Vista.
Leia a notícia completa publicada aqui há dois dias.
sábado, 9 de agosto de 2008
RENTRÉE
Voltei de férias e creio que voltei mais sábio e mais maluco ― é o que sucede quando temos vinte dias para contemplar o mar e a terra árida de Cabo Verde e não fazer outra coisa que pensar muito e sentir tudo à nossa volta com os seis sentidos (seis) regulados para a sua máxima sensibilidade.
Voltei, vim à blogosfera e tomei a minha primeira decisão da rentrée: decidi contemplar, humildemente, um blogue ― um excelente blogue que leio assiduamente de há muito ― nos links preferidos aqui ao lado; trata-se do blogue O Cachimbo de Magritte. Quem ainda não o conhece, faça o favor!... tenha o prazer de ler os bloggers de O Cachimbo.
A penúltima posta colocada naquele blogue é de um humor ternurento eivado de fino sarcasmo (haverá sarcasmo fino?) e por isso merece ser aqui transcrita, pelo menos em parte, a parte sarcástica em que se critica Sísifo não pela produção de um trabalho sem finalidade, mas pelo absurdo resultado de um extenuante trabalho como são muitas teses de doutoramento: a satisfação (absurda) da vaidade pessoal.
Cito O Cachimbo:
«Há quem não tenha tempo porque está a acabar, ou a começar, ou algures à volta de - uma Tese. Uma Tese, senhores. Chegam a fugir para Singapura em nome da ciência. Como se isso servisse de alguma coisa. Anos de má escrita que ninguém vai ler, nem o orientador, sobre um tema obscuro que a ninguém interessa, nem à mãezinha. E para quê? Para disputar uma vaga de assistente convidado no Burkina Faso com os licenciados de Bolonha. Ainda vão ter saudades dos comentários do MRC, do Borges e do Lukachenko.»
Voltei, vim à blogosfera e tomei a minha primeira decisão da rentrée: decidi contemplar, humildemente, um blogue ― um excelente blogue que leio assiduamente de há muito ― nos links preferidos aqui ao lado; trata-se do blogue O Cachimbo de Magritte. Quem ainda não o conhece, faça o favor!... tenha o prazer de ler os bloggers de O Cachimbo.
A penúltima posta colocada naquele blogue é de um humor ternurento eivado de fino sarcasmo (haverá sarcasmo fino?) e por isso merece ser aqui transcrita, pelo menos em parte, a parte sarcástica em que se critica Sísifo não pela produção de um trabalho sem finalidade, mas pelo absurdo resultado de um extenuante trabalho como são muitas teses de doutoramento: a satisfação (absurda) da vaidade pessoal.
Cito O Cachimbo:
«Há quem não tenha tempo porque está a acabar, ou a começar, ou algures à volta de - uma Tese. Uma Tese, senhores. Chegam a fugir para Singapura em nome da ciência. Como se isso servisse de alguma coisa. Anos de má escrita que ninguém vai ler, nem o orientador, sobre um tema obscuro que a ninguém interessa, nem à mãezinha. E para quê? Para disputar uma vaga de assistente convidado no Burkina Faso com os licenciados de Bolonha. Ainda vão ter saudades dos comentários do MRC, do Borges e do Lukachenko.»
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