terça-feira, 8 de abril de 2008

UM BRINCALHÃO ASSASSINO

Os vírus hão-de nos matar a todos: Homem e demais animais. E depois disso os vírus mais resistentes ficarão aí pelo chão como calhaus  à espera que um dia qualquer apareça na Natureza um novo ser vivo que possam infectar reeiniciando assim a sua reprodução e as suas mutações; ou até que a natureza os incinere de vez. Sim, porque sem nós ou outro ser vivo portador de ADN, os vírus não conseguem replicar-se (reproduzir-se).

Parece que cada vez há mais vírus no planeta Terra. E há, certamente. E é normal que haja.

A cada dia que passa somos alvo de mais um ataque viral diferente dos ataques anteriores; somos alvo do ataque de um vírus mutante ou apenas variante que se diverte a “ver” as suas cópias proliferarem no nosso organismo como cogumelos em estrume não se importando que demos o berro e só fique a nossa carcaça como recordação.

Agora anda por aí um vírus qualquer cujo ataque ao ser humano provoca uma sintomatologia inédita, curiosa e difícil de perceber: de repente o indivíduo atacado começa a sentir-se desconfortável para, poucas horas depois, ser alvo de dores musculares esqueléticas e dores intestinais bastante fortes com cólicas que chegam a ser violentas (sem diarreia).

O curioso da mialgia (dores musculares) que afecta o doente é que as dores instalam-se exclusivamente nos músculos posteriores do corpo: desde a parte posterior do pescoço, abrangendo as costas e os membros superiores e inferiores (apenas as suas faces posteriores) até ao tornozelo, sentimo-nos como se estivéssemos presos do pescoço aos calcanhares; metidos numa semi-carapaça (porque só posterior) fixa a nós por milhões de pregos que nos incomodam: doendo e dificultando os nossos movimentos. A parte anterior do nosso corpo não é afectada e sentimo-la normalmente.

Concomitantemente à mialgia (dor muscular) posterior, surgem em pouco tempo episódios de cólicas intestinais que perduram por dois, três ou mesmo quatro dias, e privilegiam: desde a região epigástrica (a do estômago) ao umbigo, abrangendo ainda os dois flancos do abdómen (regiões do fígado e do baço) ― as cólicas não se manifestam nem na fossa ilíaca direita (zona do apêndice), nem no hipogastro (abaixo do umbigo), nem ainda na fossa ilíaca esquerda. Temos uma imensa vontade de expelir toneladas de gases, mas não sai nada. A barriga fica como um tamborzinho no qual não se pode tocar sequer com as pontas dos dedos.

É o vírus a divertir-se à custa do nosso bem-estar e da nossa saúde. Com o único objectivo de se replicar (reproduzir) ― sem cuidar de saber que essa brincadeira que nos leva ao desespero também nos pode levar ao suicídio pondo então em risco a sua sobrevivência como ser semi-vivo que é.

Remédio? Analgésicos, um anti-espasmódico tipo buscopan, e qualquer coisa para dormir.

Cinco dias depois estaremos prontos para nova invasão.

E eles não tardarão a aparecer.

Cada vez com maior frequência.

Até ao nosso extermínio.

Nota: Postado por uma vítima actual.