sábado, 30 de junho de 2007
A ARTE POR MIM
Gostei desta imagem. Não pelo que ela representa, claro. Mas pela forma artística como representa fielmente o sentimento e o receio de muita gente.
DESABAFOS DE UM ESCRAVO DO iPHONE
Se domina um bocadinho o inglês, vá até aqui e divirta-se um pouco com as recentíssimas desventuras de um infeliz proprietário de um iPhone que, propositadamente para comprar o bicho, voou esta manhã de Halifax para Nova Iorque, se hospedou no hotel Hilton, traçou a perna para, mas não consegue por nada deste mundo activar o seu brinquedo.
Se o tipo vivesse em Lisboa eu dir-lhe-ia ― ó pá, não te irrites, vai ali ao Martin Moniz, desbloqueia essa merda em qualquer das lojas dos paquistaneses que há por lá, e usa-o livremente com qualquer cartão das operadoras móveis de todo o mundo.
A tua liberdade está ali no Martin Moniz. E só custa vinte euros.
Se o tipo vivesse em Lisboa eu dir-lhe-ia ― ó pá, não te irrites, vai ali ao Martin Moniz, desbloqueia essa merda em qualquer das lojas dos paquistaneses que há por lá, e usa-o livremente com qualquer cartão das operadoras móveis de todo o mundo.
A tua liberdade está ali no Martin Moniz. E só custa vinte euros.
OS CARROS BOMBA DE LONDRES
Como se sabe, ontem a polícia britânica detectou e desarmou dois carros bomba colocados estrategicamente em locais movimentados de Londres por terroristas.
Perante esta notícia tive duas reacções. Primeiro congratulei-me com a eficiência da polícia britânica que ao frustrar estes dois atentados poupou a vida e o sofrimento a dezenas ou mesmo centenas de pessoas, na sua maioria, ou mesmo totalidade, civis.
Depois não consegui evitar, ou, se quiserem, o meu cérebro ― com o seu habitual mau funcionamento de sempre ― não se coibiu de pensar que é capaz de se tratar de eficiência a mais da polícia britânica.
― Encontrar um carro bomba antes de explodir... vá que não vá ― pensou ele (o meu cérebro).
Mas encontrar dois carros bomba.
No mesmo dia.
Em locais diferentes.
Antes de nenhum deles explodir...
Desarmá-los.
E apresentar assim, de uma penada, e em um dia, 100% de eficiência no combate ao terrorismo...
Isto já me deixou com alguma comichão nos miolos.
E ainda não passou.
LOUCURA
da loucura a que o iPhone levou os nova-iorquinos
Como na Europa parece que a coisa só estará à venda depois do Verão, nesse intervalo de tempo os europeus poderão pensar um pouco antes de adquirirem o brinquedo da Apple.
Nos Estados Unidos a caixinha preta custa cerca de $499 dólares a de 4 Gigabyte, e $599 dólares a de 8 Gigabyte. Para além disso o contrato de compra obriga a uma permanência de dois anos de utilização dos serviços da companhia de telecomunicações AT&T, por um preço de $60 dólares ou $100 dólares mensais, conforme o tipo de contrato estabelecido.
Transposto para Portugal nos mesmos termos, e atendendo a que em Portugal os produtos americanos deste tipo custam 150% do valor por que são vendidos na América, o iPhone custará cerca de €500 euros o de 4 Gigabyte, e €600 euros o de 8 Gigabyte.
(Isso se os sempre gananciosos vendedores não fizerem o que lhes é habitual: inflacionar os preços tal como fazem com as casas, os sapatos, a comida, tudo o que se vende em Portugal. Como se este desgraçado país pertencesse à OPEP ou OPEC).
Se o contrato de fidelidade custar o mesmo que nos Estados Unidos, pagar-se-á €50 euros a €80 euros mensais, o que corresponderá, ao fim de dois anos de permanência, a uma quantia que variará entre os €1200 euros a €1920 euros.
Isto para ter o (des)prazer de usar um dispositivo que não lhe oferece teclas obrigando-o a usar as duas mãos sempre que quer telefonar ou “mensagear”, tendo numa mão o iPhone e noutra a “canetinha” para picar o écran táctil, este qual depois de milhares de toques, dizem os entendidos, passará a funcionar mal;
um dispositivo que lhe obriga a parar a música que está a ouvir sempre que quer usar o telefone ou for à Net; e que o trará sempre muito preocupado em não perdê-lo, por duas razões: primeiro, porque é um produto caro; e segundo, porque mesmo tendo-o perdido terá que honrar os seus compromissos de dois anos de permanência na companhia de telecomunicações (quer usando um novo iPhone, quer usando o seu velho telemóvel com um novo cartão que terá que pedir para cumprir os seus compromissos).
Convenhamos que é escravidão a mais para um cidadão que se pretende livre;
um cidadão que pode muito bem ter um Ipod para milhares de músicas e dezenas de filmes; um telemóvel barato para as suas chamadas e mensagens; e navegar na Net, no sossego de sua casa, perante um ecran grande, com uma velocidade de comunicação razoável, enquanto ouve o Ipod tocar música e utiliza o telemóvel para falar com os amigos.
Isto não é um conselho ― não pretendo ser pedante a esse ponto ― é uma proposta de reflexão.
Nota: 04:50 PM - Introduzo a seguinte correcção ao que escrevi acima: O iPhone não tem "canetinha" para picar o ecran; usa-se os dedos para o efeito. Mas isto não quer dizer que não precisa das duas mãos para fazer funcionr a coisa. Precisa, sim.
sexta-feira, 29 de junho de 2007
quinta-feira, 28 de junho de 2007
O MODUS FACIENDI
E PARA QUE CONSTE PARA A POSTERIDADE
A acreditar no Jornal de Vieira, de Vieira do Minho, a coisa teve estes pressupostos (realces da minha responsabilidade):
«Em 6 de Julho de 2006, o Jornal de Notícias publicou uma entrevista com o ministro da Saúde, Correia de Campos. O ministro, em determinado momento da entrevista, declarou: "Nunca vou a um SAP nem nunca irei" (SAP é o Serviço de Atendimento Permanente - Urgência dos Centros de Saúde). Em meados de Agosto de 2006, num fim de semana, o Dr. Salgado Almeida, médico do Centro de Saúde de Vieira do Minho, afixou na sala de espera da Urgência do Centro, aquelas palavras do ministro, acompanhadas do comentário "Você está num SAP. Faça como o ministro da Saúde vá ao S. Marcos". Estes dizeres foram fotografados por um membro do secretariado do Partido Socialista de Vieira do Minho, fotos que enviou à ARS/Norte. Agora, em despacho de 5 de Janeiro, o ministro Correia de Campos exonerou a directora do Centro de Saúde, Celeste Cardoso, baseado na ausência de procedimento contra o médico Salgado Almeida.»
A acreditar no Jornal de Vieira, de Vieira do Minho, a coisa teve estes pressupostos (realces da minha responsabilidade):
«Em 6 de Julho de 2006, o Jornal de Notícias publicou uma entrevista com o ministro da Saúde, Correia de Campos. O ministro, em determinado momento da entrevista, declarou: "Nunca vou a um SAP nem nunca irei" (SAP é o Serviço de Atendimento Permanente - Urgência dos Centros de Saúde). Em meados de Agosto de 2006, num fim de semana, o Dr. Salgado Almeida, médico do Centro de Saúde de Vieira do Minho, afixou na sala de espera da Urgência do Centro, aquelas palavras do ministro, acompanhadas do comentário "Você está num SAP. Faça como o ministro da Saúde vá ao S. Marcos". Estes dizeres foram fotografados por um membro do secretariado do Partido Socialista de Vieira do Minho, fotos que enviou à ARS/Norte. Agora, em despacho de 5 de Janeiro, o ministro Correia de Campos exonerou a directora do Centro de Saúde, Celeste Cardoso, baseado na ausência de procedimento contra o médico Salgado Almeida.»
É VERDADE
O que mais detesto na espécie humana é a estupidez.
Tudo o mais é suportável.
A estupidez não é.
Tudo o mais é suportável.
A estupidez não é.
quarta-feira, 27 de junho de 2007
LAPIDAR
Não tenho tempo. Estou a sair para o trabalho, mas não poderia deixar de publicar antes este excerto do artigo de Baptista Bastos, sobre a OTA, publicado hoje aqui no DN.
«O português desespera: começa a compreender que não há convicções, nem esperança, nem felicidade - a não ser no céu, para os católicos; e no futuro, para os progressistas. Este é o País dos dez estádios, não o esqueçamos. Onde se encerram escolas, hospitais, serviços de saúde, maternidades, consulados. Onde se cerca a imprensa, se fecham serviços consulares, se ignora os emigrantes e se despreza os imigrados.»
«O português desespera: começa a compreender que não há convicções, nem esperança, nem felicidade - a não ser no céu, para os católicos; e no futuro, para os progressistas. Este é o País dos dez estádios, não o esqueçamos. Onde se encerram escolas, hospitais, serviços de saúde, maternidades, consulados. Onde se cerca a imprensa, se fecham serviços consulares, se ignora os emigrantes e se despreza os imigrados.»
terça-feira, 26 de junho de 2007
OS "CAVALOS" E A ELECTRÓNICA
O talvez mais esperado gadget desta primeira década do século XXI, o iPhone da Apple, já mobiliza compradores em Nova Iorque, desde ontem de manhã.
Rezam notícias como esta que um nova-iorquino de nome Greg Packer, de 43 anos, reformado, postou-se já numa bicha (pode ser fila para si) à porta de uma loja que vende produtos da Apple, e será o primeiro comprador do tão aguardado aparelhómetro. Vai estar cinco dias “acampado” no passeio até que às seis horas da tarde da próxima sexta-feira se dê por iniciada a venda de dito gadget.
Mas Greg já não está sozinho: as últimas notícias dão-lhe como acompanhado de mais pessoas que já se lhe juntaram na febre do IPhone.
O iPhone parece ser uma coisa boa pois junta três ou quatro “caixinhas” numa só; mas só será coisa boa se os hackers não lhe tratarem da saúde, e se não se confirmarem algumas razões apontadas para seu possível fracasso a médio termo.
De qualquer forma, como se costuma dizer, cavalo que corre por gosto não cansa.
Não se disse é se uma corrida mais prolongada (de dois anos de contrato de exclusividade com uma companhia de telecomunicações) não matará de vez o cavalo.
Rezam notícias como esta que um nova-iorquino de nome Greg Packer, de 43 anos, reformado, postou-se já numa bicha (pode ser fila para si) à porta de uma loja que vende produtos da Apple, e será o primeiro comprador do tão aguardado aparelhómetro. Vai estar cinco dias “acampado” no passeio até que às seis horas da tarde da próxima sexta-feira se dê por iniciada a venda de dito gadget.
Mas Greg já não está sozinho: as últimas notícias dão-lhe como acompanhado de mais pessoas que já se lhe juntaram na febre do IPhone.
O iPhone parece ser uma coisa boa pois junta três ou quatro “caixinhas” numa só; mas só será coisa boa se os hackers não lhe tratarem da saúde, e se não se confirmarem algumas razões apontadas para seu possível fracasso a médio termo.
De qualquer forma, como se costuma dizer, cavalo que corre por gosto não cansa.
Não se disse é se uma corrida mais prolongada (de dois anos de contrato de exclusividade com uma companhia de telecomunicações) não matará de vez o cavalo.
DIZ QUE É UMA ESPÉCIE DE LUZ DIVINA
Estou a ver o primeiro-ministro José Sócrates e todo o clã governamental; António Costa e todos os candidatos da sua lista eleitoral à Câmara de Lisboa, todas as noites, antes de se deitarem, ajoelharem-se à beira da cama, abrirem O Catecismo e rezarem longamente as orações novas que a cada dia Deus dita ao seu arauto predilecto, para bem de Portugal e dos portugueses.
É enternecedor pensar em toda essa gente bebendo da sabedoria divina e seguindo religiosamente os ditames do Altíssimo.
Amém.
É enternecedor pensar em toda essa gente bebendo da sabedoria divina e seguindo religiosamente os ditames do Altíssimo.
Amém.
UM COMPUTADOR QUE FUNCIONA A VAPOR
SÓ PODE
Sim senhor!
A PT, que ameaçava levar 8 a 15 dias para me mandar um técnico a casa para me mostrar como é que se liga um telefone à linha, meteu-se em brios e 4 dias depois aqui tive o técnico a mostrar-me como é que se liga uma ficha telefónica à tomada respectiva.
Fiquei maravilhado com esse prodígio de técnica que é a ficha Rj14.
― Já pode receber chamadas ― disse-me o técnico.
― Mas só depois de 3 a 12 horas é que poderá fazer chamadas ― acrescentou o mesmo técnico.
― É que é um computador que faz esse serviço e às vezes tem muito trabalho e leva 12 horas. É esperar ― concluiu o educadíssimo técnico que me baptizou de Sr. Ângelo.
E eu que pensava que os computadores eram mais rápidos!...
Vejam lá a minha estupidez.
Sim senhor!
A PT, que ameaçava levar 8 a 15 dias para me mandar um técnico a casa para me mostrar como é que se liga um telefone à linha, meteu-se em brios e 4 dias depois aqui tive o técnico a mostrar-me como é que se liga uma ficha telefónica à tomada respectiva.
Fiquei maravilhado com esse prodígio de técnica que é a ficha Rj14.
― Já pode receber chamadas ― disse-me o técnico.
― Mas só depois de 3 a 12 horas é que poderá fazer chamadas ― acrescentou o mesmo técnico.
― É que é um computador que faz esse serviço e às vezes tem muito trabalho e leva 12 horas. É esperar ― concluiu o educadíssimo técnico que me baptizou de Sr. Ângelo.
E eu que pensava que os computadores eram mais rápidos!...
Vejam lá a minha estupidez.
CHEGA DE BERARDO
A mim parece-me que Joe Berardo está a ficar um bocadinho (e é favor) a mais na comunicação social portuguesa.
Só em Maio e Junho (que ainda não terminou) temos isto:
Ele é Berardo a inaugurar um museu no CCB.
Ele é Berardo a guardar obras de arte no CCB à custa dos contribuintes.
Ele é Berardo na OPA do BCP sobre o BPI.
Ele é Berardo exigindo o fim de Jardim Gonçalves à frente do BCP.
Ele é Berardo na OPA sobre o Benfica.
Ele é Berardo a mandar um Fuck him a Rui Costa.
Ele é Berardo a dizer que quer criar um banco Benfica.
Ele é Berardo numa entrevista auto promocional na revista Sábado de 23 deste mês.
Ele é Berardo, ontem, a exigir a saída de Mega Ferreira de Presidente do Conselho de Fundadores da Fundação Colecção Berardo.(*)
E há mais Berardo que não trago p’ráqui .
Convenhamos que é Berardo a mais. Que já enjoa e chateia tanto Berardo.
E penso que está chegado o ponto em que alguém tem de meter Berardo na ordem.
Quem, vamos ver. Mas é preciso. Que o homem, ao que parece, não é capaz de entender quando não deve aparecer nem quando deve ficar calado.
(*) Lembre-se que Mega Ferreira é Presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém (CCB).
Só em Maio e Junho (que ainda não terminou) temos isto:
Ele é Berardo a inaugurar um museu no CCB.
Ele é Berardo a guardar obras de arte no CCB à custa dos contribuintes.
Ele é Berardo na OPA do BCP sobre o BPI.
Ele é Berardo exigindo o fim de Jardim Gonçalves à frente do BCP.
Ele é Berardo na OPA sobre o Benfica.
Ele é Berardo a mandar um Fuck him a Rui Costa.
Ele é Berardo a dizer que quer criar um banco Benfica.
Ele é Berardo numa entrevista auto promocional na revista Sábado de 23 deste mês.
Ele é Berardo, ontem, a exigir a saída de Mega Ferreira de Presidente do Conselho de Fundadores da Fundação Colecção Berardo.(*)
E há mais Berardo que não trago p’ráqui .
Convenhamos que é Berardo a mais. Que já enjoa e chateia tanto Berardo.
E penso que está chegado o ponto em que alguém tem de meter Berardo na ordem.
Quem, vamos ver. Mas é preciso. Que o homem, ao que parece, não é capaz de entender quando não deve aparecer nem quando deve ficar calado.
(*) Lembre-se que Mega Ferreira é Presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém (CCB).
domingo, 24 de junho de 2007
MAU SERVIÇO DA PT
OU PT NA IDADE DA PEDRA
Conta-se em duas palavras:
Em pleno século XXI em que qualquer das companhias que vendem serviço telefónico sobre internet nos faculta comunicação e nos fornece um número nómada mal ligamos o equipamento à rede;
A Portugal Telecom leva 8 a 15 dias para fazer o mesmo quando lhes compramos um equipamento e lhes pedimos uma linha de telefone fixo. EM PLENA CIDADE DE LISBOA.
É preciso fazerem deslocar um técnico a minha casa para “instalar” o telefone, isto é: para ligar a ficha do telefone à tomada respectiva (ligar a ficha à “parede”) e fornecer-me o sinal de comunicação e um número fixo.
Oito a quinze dias! ― ouviram bem ― para meter uma ficha numa tomada RJ14.
Em pleno século XXI e em plena capital de Portugal.
O que é isso senão um serviço de merda!?
Conta-se em duas palavras:
Em pleno século XXI em que qualquer das companhias que vendem serviço telefónico sobre internet nos faculta comunicação e nos fornece um número nómada mal ligamos o equipamento à rede;
A Portugal Telecom leva 8 a 15 dias para fazer o mesmo quando lhes compramos um equipamento e lhes pedimos uma linha de telefone fixo. EM PLENA CIDADE DE LISBOA.
É preciso fazerem deslocar um técnico a minha casa para “instalar” o telefone, isto é: para ligar a ficha do telefone à tomada respectiva (ligar a ficha à “parede”) e fornecer-me o sinal de comunicação e um número fixo.
Oito a quinze dias! ― ouviram bem ― para meter uma ficha numa tomada RJ14.
Em pleno século XXI e em plena capital de Portugal.
O que é isso senão um serviço de merda!?
HORA DE PÃ
Hora de Pã, o meio-dia faunal. Por entre gravigomosas serpiplantas, candente, lactífluos frutos, onde em águas fulvas folhas jazem anchas. A dor está distante.
Não mais a um canto ruminar.
[...]
Toca-me. Olhos doces. Mão doce doce doce. Estou sozinha aqui. Oh, toca-me logo, agora. Qual é essa palavra sabida de todos os homens? Estou mesmo aqui sozinha. Triste também. Toca, toca-me.
[James Joyce - in Ulisses]
Bom dia e bom domingo
Não mais a um canto ruminar.
[...]
Toca-me. Olhos doces. Mão doce doce doce. Estou sozinha aqui. Oh, toca-me logo, agora. Qual é essa palavra sabida de todos os homens? Estou mesmo aqui sozinha. Triste também. Toca, toca-me.
[James Joyce - in Ulisses]
Bom dia e bom domingo
sexta-feira, 22 de junho de 2007
NÃO HÁ PACHORRA
Então não é que dois dos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa resolveram gozar hoje connosco?
Helena Roseta fingiu-se de cega pelas ruas de Lisboa andando vendada e de bengala. Atrás de si trazia uma meia dúzia de patetas também armados em cegos.
E Fernando Negrão disse que Lisboa precisa de jardins suspensos. Esta também não lembra ao diabo. Quando a cidade está carente de higiene e de saneamento; de asfalto novo na maioria das ruas esburacadas; de melhor iluminação; de disciplina no estacionamento de veículos automóveis; sei lá que mais!...
E se fossem gozar com...
Eu não vou votar em nenhum desses pelintras. Que não dão uma que se veja p’rá caixa! É só disparates e marketing barato.
Nem no Sá Fernandes vou votar. Este ainda não nos disse nada; senão que “O Zé faz falta”.
Bolas para isto.
Haaann... há o Costa. Pois, o Costa. Que no Governo sempre se preocupou com leis para vigilância dos cidadãos, e que por certo quando for eleito irá espalhar câmaras de vídeo por tudo quanto é beco e jardim para nos filmar até a mija na esquina em noitadas de cerveja e fado.
Bolas para isto, outra vez.
Helena Roseta fingiu-se de cega pelas ruas de Lisboa andando vendada e de bengala. Atrás de si trazia uma meia dúzia de patetas também armados em cegos.
E Fernando Negrão disse que Lisboa precisa de jardins suspensos. Esta também não lembra ao diabo. Quando a cidade está carente de higiene e de saneamento; de asfalto novo na maioria das ruas esburacadas; de melhor iluminação; de disciplina no estacionamento de veículos automóveis; sei lá que mais!...
E se fossem gozar com...
Eu não vou votar em nenhum desses pelintras. Que não dão uma que se veja p’rá caixa! É só disparates e marketing barato.
Nem no Sá Fernandes vou votar. Este ainda não nos disse nada; senão que “O Zé faz falta”.
Bolas para isto.
Haaann... há o Costa. Pois, o Costa. Que no Governo sempre se preocupou com leis para vigilância dos cidadãos, e que por certo quando for eleito irá espalhar câmaras de vídeo por tudo quanto é beco e jardim para nos filmar até a mija na esquina em noitadas de cerveja e fado.
Bolas para isto, outra vez.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
SENSAÇÕES
Quem viveu o antes do 25 de Abril de 74 começa a ter a sensação esquisita de que alguém desregulou a máquina da central democrática que «Abril abriu» e inverteu a sua marcha virando-a em direcção ao passado de má memória.
.
.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
ATENÇÃO
O PROGRAMA "QUADRATURA DO CÍRCULO"
NA SIC NOTÍCIAS
Constou-me que houve (o programa é gravado) discussão de alguns temas interessantes que "fotografam" de alguma forma a "teia" (e sua qualidade) em que o Zé Povinho está metido.
Espero que seja isso verdade e não tenhamos alguma chuva no molhado como no programa anterior.
Editado às 08:37 PM, de 21/06/2007, para acrescentar o seguinte:
Não sei se viram ontem a última “Quadratura do Círculo”; se repararam bem na expressão estranha, desconfortável ― diria até: de um certo sofrimento contido ― do Dr. Jorge Coelho. A quem terá escapado por duas vezes a frase “Eu não me revejo num País” (Portugal) onde ...
Pois é, Dr. Jorge Coelho, nós também não nos revemos nesse país.
Mas é o PS que está no Governo, não é?
GRANDE BOSTA
De há pelo menos dois anos a esta parte, a cada manhã que desponta na pátria, todos os portugueses se perguntam:
― Qual será a má notícia de hoje?
― O que mais falta acontecer-nos?
― Então isto não pára?
― Seremos todos um dia esfolados vivos?
Cristão e povo sereno, crente de Fátima e da Santa da Ladeira; ainda ― bem lá no fundo ― cada português guarda uma réstia de esperança em como a partir de hoje as coisas vão começar a compor-se.
Mas logo, logo, descobre que a esperança é vã.
É que as más notícias teimam em sair ― quase diria ― dia sim, dia sim.
Desde há dois anos ― note-se ―.
É obra!
E, como dizia o outro ― desculpem-me o palavrão ―, não há cu que aguente.
A má notícia de hoje, para a mim, é esta que vem no blogue do jornalista da TVI, Carlos Enes, de um relatório sobre a sustentabilidade do SNS (Serviço Nacional de Saúde), elaborado por uma comissão de especialistas, relatório escondido até agora de toda a gente pelo Governo.
Não li ainda o relatório em causa mas a acreditar na interpretação do senhor jornalista e das glosas que sobre o mesmo fez esta noite o “Jornal Nacional” da TVI, este Governo ainda vai cumprir o seu ideal:
Tratará da Saúde AOS portugueses.
Sem qualquer dúvida. Vão ver.
Nota: Vital Moreira diz aqui não compreender porque é que o Governo não disponibiliza tal relatório.
Vejam que até um intrépido defensor incondicional do Governo já começa a vacilar no seu apoio não encontrando por certo argumentos convincentes que sirvam à causa.
― Qual será a má notícia de hoje?
― O que mais falta acontecer-nos?
― Então isto não pára?
― Seremos todos um dia esfolados vivos?
Cristão e povo sereno, crente de Fátima e da Santa da Ladeira; ainda ― bem lá no fundo ― cada português guarda uma réstia de esperança em como a partir de hoje as coisas vão começar a compor-se.
Mas logo, logo, descobre que a esperança é vã.
É que as más notícias teimam em sair ― quase diria ― dia sim, dia sim.
Desde há dois anos ― note-se ―.
É obra!
E, como dizia o outro ― desculpem-me o palavrão ―, não há cu que aguente.
A má notícia de hoje, para a mim, é esta que vem no blogue do jornalista da TVI, Carlos Enes, de um relatório sobre a sustentabilidade do SNS (Serviço Nacional de Saúde), elaborado por uma comissão de especialistas, relatório escondido até agora de toda a gente pelo Governo.
Não li ainda o relatório em causa mas a acreditar na interpretação do senhor jornalista e das glosas que sobre o mesmo fez esta noite o “Jornal Nacional” da TVI, este Governo ainda vai cumprir o seu ideal:
Tratará da Saúde AOS portugueses.
Sem qualquer dúvida. Vão ver.
Nota: Vital Moreira diz aqui não compreender porque é que o Governo não disponibiliza tal relatório.
Vejam que até um intrépido defensor incondicional do Governo já começa a vacilar no seu apoio não encontrando por certo argumentos convincentes que sirvam à causa.
terça-feira, 19 de junho de 2007
PACHECO PEREIRA NO SEU MELHOR
CORAJOSO E SEM PAPAS NA LÍNGUA
Num tempo em que se instala (ou se instalou) o medo de opinar livremente, eis como JPP aprecia no Abrupto o Primeiro-Ministro relativamente ao folhetim sobre o novo aeroporto e demais acções (políticas e outras) enquanto cidadão, político e chefe do Governo:
«Sabem o que cada vez mais isto me parece, a sensação com que já fiquei depois da história do "diploma"? É que é tudo muito parecido com o estilo das "jotas", uma indiferença face à honestidade e à verdade, uma política feita de trapalhices e trapacices, um vale tudo para manter o poder, ganhar uns pontinhos, esmagar um adversário, um autoritarismo com os fracos e subserviência para com os fortes, um parecer mais que ser. A todo o custo.»
Leiam no Abrupto a posta toda, intitulada
LENDO
VENDO
OUVINDO
ÁTOMOS E BITS
de 17 de Junho de 2007
que vale bem a pena.
Num tempo em que se instala (ou se instalou) o medo de opinar livremente, eis como JPP aprecia no Abrupto o Primeiro-Ministro relativamente ao folhetim sobre o novo aeroporto e demais acções (políticas e outras) enquanto cidadão, político e chefe do Governo:
«Sabem o que cada vez mais isto me parece, a sensação com que já fiquei depois da história do "diploma"? É que é tudo muito parecido com o estilo das "jotas", uma indiferença face à honestidade e à verdade, uma política feita de trapalhices e trapacices, um vale tudo para manter o poder, ganhar uns pontinhos, esmagar um adversário, um autoritarismo com os fracos e subserviência para com os fortes, um parecer mais que ser. A todo o custo.»
Leiam no Abrupto a posta toda, intitulada
LENDO
VENDO
OUVINDO
ÁTOMOS E BITS
de 17 de Junho de 2007
que vale bem a pena.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
SARAMAGO EM SANTILLANA DEL MAR
Vem nas notícias de “Última Hora” do Público: (sublinhados da nossa responsabilidade)
«A esquerda actual “deixou de ser esquerda” e tornou-se “estúpida”, afirmou hoje o escritor José Saramago, que acusou também os governos de estarem a tornar-se em “comissários do poder económico”.
“Já não há governos socialistas, ainda que tenham esse nome os partidos que estão no poder”» [...]
«Fugindo ao tema literário, Saramago acabou por dedicar grande parte da sua intervenção aos problemas das democracias contemporâneas, que na sua opinião não passam de “plutocracias”, e apelou à insubmissão da população, segundo relata a agência espanhola.» [...]
«“O mundo é dirigido por organismos que não são democráticos, como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio”, acusou.» [...]
«”É altura de protestar”»
«Para Saramago, “é altura de protestar, porque se nos deixamos levar pelos poderes que nos governam e não fazemos nada por contestá-los, pode dizer-se que merecemos o que temos”.»
«“Estamos a chegar ao fim de uma civilização e aproximam-se tempos de obscuridade, o fascismo pode regressar; já não há muito tempo para mudar o mundo”, afirmou José Saramago.» [...]
«A esquerda actual “deixou de ser esquerda” e tornou-se “estúpida”, afirmou hoje o escritor José Saramago, que acusou também os governos de estarem a tornar-se em “comissários do poder económico”.
“Já não há governos socialistas, ainda que tenham esse nome os partidos que estão no poder”» [...]
«Fugindo ao tema literário, Saramago acabou por dedicar grande parte da sua intervenção aos problemas das democracias contemporâneas, que na sua opinião não passam de “plutocracias”, e apelou à insubmissão da população, segundo relata a agência espanhola.» [...]
«“O mundo é dirigido por organismos que não são democráticos, como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio”, acusou.» [...]
«”É altura de protestar”»
«Para Saramago, “é altura de protestar, porque se nos deixamos levar pelos poderes que nos governam e não fazemos nada por contestá-los, pode dizer-se que merecemos o que temos”.»
«“Estamos a chegar ao fim de uma civilização e aproximam-se tempos de obscuridade, o fascismo pode regressar; já não há muito tempo para mudar o mundo”, afirmou José Saramago.» [...]
terça-feira, 12 de junho de 2007
AI QUE O CALDO SE IA ENTORNANDO...
Visivelmente zangado, Vital Moreira escreveu no seu blogue:
«A admissão pelo Governo de entregar a um comité de sábios a escolha da localização do novo aeroporto de Lisboa revela desorientação e medo.»
E eu pensei: ai, ai, ai que o caldo já se entornou, e o Governo vai perder o seu mais incondicional apoiante blogosférico.
Mas não, e é o próprio Vital que o diz numa adenda à essa mesma posta: «Felizmente, não se confirmaram os maus augúrios.»
«A admissão pelo Governo de entregar a um comité de sábios a escolha da localização do novo aeroporto de Lisboa revela desorientação e medo.»
E eu pensei: ai, ai, ai que o caldo já se entornou, e o Governo vai perder o seu mais incondicional apoiante blogosférico.
Mas não, e é o próprio Vital que o diz numa adenda à essa mesma posta: «Felizmente, não se confirmaram os maus augúrios.»
ESPÉCIE MALDITA A HUMANA
MAS AS OUTRAS QUE CONHECEMOS NÃO SÃO MELHORES
Creio que no capítulo da “Criação”, Deus falhou rotundamente ao criar os animais.
― Coitado, devia estar muito cansado ― digo eu.
Quanto ao homem, a sua maldade é evidente. Julgo que foi Albert Camus quem escreveu isto caracterizando-nos fielmente:
«Nada é mais excitante que um morto no prelo.»
Com efeito: temos um prazer secreto em ver morrer os outros; mesmo a alguns que nos sejam próximos e queridos.
E a maior parte das visitas a doentes hospitalizados, e de telefonemas para saber da saúde deste ou daquele, insere-se neste contexto do “prazer secreto”:
É tão bom ver adoecer e morrer os outros, não é?
Tenham um bom feriado, amanhã.
Creio que no capítulo da “Criação”, Deus falhou rotundamente ao criar os animais.
― Coitado, devia estar muito cansado ― digo eu.
Quanto ao homem, a sua maldade é evidente. Julgo que foi Albert Camus quem escreveu isto caracterizando-nos fielmente:
«Nada é mais excitante que um morto no prelo.»
Com efeito: temos um prazer secreto em ver morrer os outros; mesmo a alguns que nos sejam próximos e queridos.
E a maior parte das visitas a doentes hospitalizados, e de telefonemas para saber da saúde deste ou daquele, insere-se neste contexto do “prazer secreto”:
É tão bom ver adoecer e morrer os outros, não é?
Tenham um bom feriado, amanhã.
sábado, 9 de junho de 2007
HOLOCAUSTO EM PERSPECTIVA?
Revela Mário Soares na entrevista que deu à revista “Única” de hoje:
«O neoliberalismo deu às pessoas a ideia de que o mundo é uma selva e a selva é para os mais fortes, que se alimentam dos mais fracos. É o que se chama “darwinismo social». A força, aliás, não se mede pelo músculo mas pela carteira.»
«Cada vez há mais pobres e maiores desigualdades e o que acontece a esses pobres? É indiferente: estão condenados a desaparecer.»
«Neste momento há um relatório nos Estados Unidos, onde se diz que o grande inimigo já não é o terrorismo, mas o perigo que podem representar as populações do Sul, famintas, vítimas do subdesenvolvimento e das catástrofes naturais, procurando desesperadamente entrar nos países ricos do Norte.»
«E a única resposta possível ― diz o relatório ― será a sua exterminação em massa.»
Não comento. Não vou comentar. Estou a tremer. De medo e de raiva.
«O neoliberalismo deu às pessoas a ideia de que o mundo é uma selva e a selva é para os mais fortes, que se alimentam dos mais fracos. É o que se chama “darwinismo social». A força, aliás, não se mede pelo músculo mas pela carteira.»
«Cada vez há mais pobres e maiores desigualdades e o que acontece a esses pobres? É indiferente: estão condenados a desaparecer.»
«Neste momento há um relatório nos Estados Unidos, onde se diz que o grande inimigo já não é o terrorismo, mas o perigo que podem representar as populações do Sul, famintas, vítimas do subdesenvolvimento e das catástrofes naturais, procurando desesperadamente entrar nos países ricos do Norte.»
«E a única resposta possível ― diz o relatório ― será a sua exterminação em massa.»
Não comento. Não vou comentar. Estou a tremer. De medo e de raiva.
TRISTE SINA...
Mário Soares, sempre ele, qual candeia que vai à frente, numa entrevista hoje saída na revista “Única”, do Expresso, mais uma vez nos vem alertar para certos fenómenos que daqui a mais alguns anitos nos visitarão, aqui na “velha Europa”.
Adverte-nos agora dizendo que dentre em pouco tempo serão os Estados Unidos da América a “puxarem” o resto do mundo um pouco mais para a esquerda (para políticas de esquerda) ― quem diria!?
Isso quando os futuros governos americanos, pressionados pela opinião pública interna, forem obrigados (as sondagens já revelam 63% de americanos favoráveis) a adoptar políticas sociais de esquerda para colmatarem as grandes desigualdades sociais derivadas de anos e anos de políticas cruéis para a maioria da população; políticas que centrifugaram, por exemplo, cerca de 50 milhões de americanos para fora de qualquer sistema de protecção social ou mesmo de assistência na doença ―.
Um horror!
Esse mesmo horror que está sendo copiado desde há cerca de cinco anos, aqui em Portugal, por governos de direita (mas sobretudo pelo actual governo, dito de esquerda, do PS), começará a ser combatido ― diz Soares ― dentre em pouco
nos Estados Unidos. Calma, não é em Portugal.
Como Portugal tem sido um bom aluno, podemos ter a esperança de que daqui a trinta ou quarenta anos, depois de constatada a total falência da privatização da Saúde aqui no rectângulo; quando os então deserdados da sociedade forem alguns milhões de cidadãos; será iniciada a construção de um Serviço Nacional de Saúde Universal.
Como aquele que havia aqui há três anos atrás.
Ah sorte madrasta!...
Adverte-nos agora dizendo que dentre em pouco tempo serão os Estados Unidos da América a “puxarem” o resto do mundo um pouco mais para a esquerda (para políticas de esquerda) ― quem diria!?
Isso quando os futuros governos americanos, pressionados pela opinião pública interna, forem obrigados (as sondagens já revelam 63% de americanos favoráveis) a adoptar políticas sociais de esquerda para colmatarem as grandes desigualdades sociais derivadas de anos e anos de políticas cruéis para a maioria da população; políticas que centrifugaram, por exemplo, cerca de 50 milhões de americanos para fora de qualquer sistema de protecção social ou mesmo de assistência na doença ―.
Um horror!
Esse mesmo horror que está sendo copiado desde há cerca de cinco anos, aqui em Portugal, por governos de direita (mas sobretudo pelo actual governo, dito de esquerda, do PS), começará a ser combatido ― diz Soares ― dentre em pouco
nos Estados Unidos. Calma, não é em Portugal.
Como Portugal tem sido um bom aluno, podemos ter a esperança de que daqui a trinta ou quarenta anos, depois de constatada a total falência da privatização da Saúde aqui no rectângulo; quando os então deserdados da sociedade forem alguns milhões de cidadãos; será iniciada a construção de um Serviço Nacional de Saúde Universal.
Como aquele que havia aqui há três anos atrás.
Ah sorte madrasta!...
quinta-feira, 7 de junho de 2007
UM DEUS SÁDICO
Julgo que todos nós temos a ideia que um dia “os filhos de Israel”, escravizados no Egipto, empreenderam “O Êxodo” rumo à terra prometida, guiados por Moisés, por iniciativa e sob protecção do SENHOR Deus.
Para tal Deus ordenou a Moisés que fosse falar ao seu povo e lhe desse a boa nova da libertação. E mais lhe disse:
E ouvirão a tua voz; e irás, com os anciãos de Israel, ao rei do Egipto e lhe dirás: O SENHOR, o Deus dos hebreus, nos encontrou. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias, para o deserto. A fim de que sacrifiquemos ao SENHOR, nosso Deus. [Êxodo 3.18]
Agora atentem bem no que mais disse o SENHOR a Moisés:
Eu sei, porém, que o rei do Egipto não vos deixará ir se não for obrigado por mão forte.Portanto estenderei a mão e ferirei o Egipto com todos os meus prodígios que farei no meio dele; depois; vos deixará ir. [Êxodo 3.19]
Tudo bem, Deus vai castigar severamente o Faraó e obrigá-lo a deixar sair o povo de Israel do Egipto. Isto é lógico, Ele o disse. E continuou a falar a Moisés:
Disse o SENHOR a Moisés: Quando voltares ao Egipto, vê que faças diante de Faraó todos os milagres que te hei posto na mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo. [Êxodo 3.21]
Aqui, agora, Deus já começa a descambar. Vejam só o sadismo deste Deus (não vejo outra palavra, é mesmo sadismo): primeiro armadilha tudo, confere poderes sobrenaturais a Moisés para que este amedronte o Faraó e assim o obrigue a deixar sair os filhos de Israel do Egipto; mas logo a seguir diz que “endurecerá o coração do Faraó para que não deixe ir o povo”.
À primeira vista isto parece apenas um contra-senso ― mas não é ―. Como vamos ver, trata-se de um plano bem montado para uma acção gratuita de sadismo. É que, não deixando que o Faraó (a quem Deus vai endurecendo o coração a seu bel-prazer) permita a saída do povo de Israel, Deus vai ter assim a oportunidade de lançar, uma a uma, DEZ PRAGAS (10) sobre o Egipto. Para seu supremo deleite:
1) As águas do Egipto tornam-se em sangue.
2) A terra do Egipto é totalmente coberta por rãs.
3) Os homens e os animais são infestados por piolhos.
4) Gigantescos enxames de moscas invadem todo o Egipto.
5) A peste dizima os rebanhos do Egipto; mas não os de Israel.
6) Úlceras e tumores cobrem os corpos dos homens e dos animais do Egipto.
7) Uma chuva de pedras matará todos os animais e todos os homens que estiverem no campo.
8) Gafanhotos comerão tudo o que restou nos campos após a chuva de pedras.
9) “Trevas que se podem apalpar”, cobrem o Egipto e só os filhos de Israel têm direito à luz.
10) Uma tremenda mortandade de homens e de animais (nem estes coitados se safavam) é relatada assim:
Aconteceu que, à meia-noite, feriu o SENHOR todos os primogénitos na terra do Egipto, desde o primogénito do Faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogénito do cativo que estava na enxovia, e todos os primogénitos dos animais. [Êxodo 12.29]. Levantou-se Faraó de noite, ele, todos os seus oficiais e todos os egípcios; e fez-se grande clamor no Egipto, pois não havia casa em que não houvesse morto. [Êxodo 12.30]. Então, naquela mesma noite, Faraó chamou a Moisés e a Arão e lhes disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; ide, servi ao SENHOR, como tendes dito [Êxodo 12.31]. Levai também convosco vossas ovelhas e vosso gado, como tendes dito; ide-vos embora e abençoai-me também a mim [Êxodo 12.31].
Eu bem sei que Deus nunca apareceu, que Deus nunca falou com ninguém, que Deus nada fez contra ou a favor do povo do Egipto, do de Israel, ou de qualquer outro.
Eu também sei que os relatos bíblicos foram sendo escritos, modificados, reescritos, ao longo de séculos, e que pretendem historiar um tempo de que não há documentos ou evidências atempadamente registadas; que a Bíblia é um esforço para dar algum sentido à aventura humana sobre a terra.
Por isso acho que, aos olhos de hoje (que não aos olhos dos tempos em que foi sendo escrita), esta história toda do Êxodo parece impregnada de alguma idiotia provinda dos escribas que, ao tentarem engrandecer, até ao inimaginável, o poder de Deus, acabaram por, de certa maneira, O demonizar.
Bem ou mal, um pouco à moda dos judeus ortodoxos, aqui vou iniciando a minha prática religiosa tentando interpretar a Bíblia à minha maneira ― livremente.
Depois consultarei alguns “rabis”, das várias tendências religiosas que perfilham a Bíblia, e pedirei esclarecimentos.
Bom feriado.
Para tal Deus ordenou a Moisés que fosse falar ao seu povo e lhe desse a boa nova da libertação. E mais lhe disse:
E ouvirão a tua voz; e irás, com os anciãos de Israel, ao rei do Egipto e lhe dirás: O SENHOR, o Deus dos hebreus, nos encontrou. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias, para o deserto. A fim de que sacrifiquemos ao SENHOR, nosso Deus. [Êxodo 3.18]
Agora atentem bem no que mais disse o SENHOR a Moisés:
Eu sei, porém, que o rei do Egipto não vos deixará ir se não for obrigado por mão forte.Portanto estenderei a mão e ferirei o Egipto com todos os meus prodígios que farei no meio dele; depois; vos deixará ir. [Êxodo 3.19]
Tudo bem, Deus vai castigar severamente o Faraó e obrigá-lo a deixar sair o povo de Israel do Egipto. Isto é lógico, Ele o disse. E continuou a falar a Moisés:
Disse o SENHOR a Moisés: Quando voltares ao Egipto, vê que faças diante de Faraó todos os milagres que te hei posto na mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo. [Êxodo 3.21]
Aqui, agora, Deus já começa a descambar. Vejam só o sadismo deste Deus (não vejo outra palavra, é mesmo sadismo): primeiro armadilha tudo, confere poderes sobrenaturais a Moisés para que este amedronte o Faraó e assim o obrigue a deixar sair os filhos de Israel do Egipto; mas logo a seguir diz que “endurecerá o coração do Faraó para que não deixe ir o povo”.
À primeira vista isto parece apenas um contra-senso ― mas não é ―. Como vamos ver, trata-se de um plano bem montado para uma acção gratuita de sadismo. É que, não deixando que o Faraó (a quem Deus vai endurecendo o coração a seu bel-prazer) permita a saída do povo de Israel, Deus vai ter assim a oportunidade de lançar, uma a uma, DEZ PRAGAS (10) sobre o Egipto. Para seu supremo deleite:
1) As águas do Egipto tornam-se em sangue.
2) A terra do Egipto é totalmente coberta por rãs.
3) Os homens e os animais são infestados por piolhos.
4) Gigantescos enxames de moscas invadem todo o Egipto.
5) A peste dizima os rebanhos do Egipto; mas não os de Israel.
6) Úlceras e tumores cobrem os corpos dos homens e dos animais do Egipto.
7) Uma chuva de pedras matará todos os animais e todos os homens que estiverem no campo.
8) Gafanhotos comerão tudo o que restou nos campos após a chuva de pedras.
9) “Trevas que se podem apalpar”, cobrem o Egipto e só os filhos de Israel têm direito à luz.
10) Uma tremenda mortandade de homens e de animais (nem estes coitados se safavam) é relatada assim:
Aconteceu que, à meia-noite, feriu o SENHOR todos os primogénitos na terra do Egipto, desde o primogénito do Faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogénito do cativo que estava na enxovia, e todos os primogénitos dos animais. [Êxodo 12.29]. Levantou-se Faraó de noite, ele, todos os seus oficiais e todos os egípcios; e fez-se grande clamor no Egipto, pois não havia casa em que não houvesse morto. [Êxodo 12.30]. Então, naquela mesma noite, Faraó chamou a Moisés e a Arão e lhes disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; ide, servi ao SENHOR, como tendes dito [Êxodo 12.31]. Levai também convosco vossas ovelhas e vosso gado, como tendes dito; ide-vos embora e abençoai-me também a mim [Êxodo 12.31].
Eu bem sei que Deus nunca apareceu, que Deus nunca falou com ninguém, que Deus nada fez contra ou a favor do povo do Egipto, do de Israel, ou de qualquer outro.
Eu também sei que os relatos bíblicos foram sendo escritos, modificados, reescritos, ao longo de séculos, e que pretendem historiar um tempo de que não há documentos ou evidências atempadamente registadas; que a Bíblia é um esforço para dar algum sentido à aventura humana sobre a terra.
Por isso acho que, aos olhos de hoje (que não aos olhos dos tempos em que foi sendo escrita), esta história toda do Êxodo parece impregnada de alguma idiotia provinda dos escribas que, ao tentarem engrandecer, até ao inimaginável, o poder de Deus, acabaram por, de certa maneira, O demonizar.
Bem ou mal, um pouco à moda dos judeus ortodoxos, aqui vou iniciando a minha prática religiosa tentando interpretar a Bíblia à minha maneira ― livremente.
Depois consultarei alguns “rabis”, das várias tendências religiosas que perfilham a Bíblia, e pedirei esclarecimentos.
Bom feriado.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
OS DIAS DO MEDO
Batista Bastos traz-nos aqui um retrato fiel e preocupante dos dias do medo e da perseguição em que cada vez mais se vai vivendo em Portugal. Eis dois extractos do artigo desse excelente jornalista, dono de uma invejável coluna vertebral:
«O Sindicato dos Jornalistas foi ao Parlamento "denunciar" que "profissionais experientes e incómodos para os órgãos de comunicação social estão a ser expulsos das redacções". A frase está mal construída, por confusa; a "revelação" é extraordinária, por atrasada. Há mais de 25 anos que o fenómeno da exclusão começou a verificar-se.»
«Grandes jornalistas, que lavraram, no armorial do ofício, páginas brilhantes, às quais nunca faltou a marca d'água da honra - e da gramática -, foram desprezados, humilhados, perseguidos. Uma casta parda mas perigosa, com sorriso de bisturi e alma de delinquente, assenhoreou-se de lugares de mando e tripudiou sobre a dignidade da imprensa. À esquerda e à direita. Terá o sindicato capacidade colectiva, autoridade moral e histórica para "denunciar" esta monstruosidade social, dispersa por outras monstruosidades sociais em que o País é fértil?»
«O Sindicato dos Jornalistas foi ao Parlamento "denunciar" que "profissionais experientes e incómodos para os órgãos de comunicação social estão a ser expulsos das redacções". A frase está mal construída, por confusa; a "revelação" é extraordinária, por atrasada. Há mais de 25 anos que o fenómeno da exclusão começou a verificar-se.»
«Grandes jornalistas, que lavraram, no armorial do ofício, páginas brilhantes, às quais nunca faltou a marca d'água da honra - e da gramática -, foram desprezados, humilhados, perseguidos. Uma casta parda mas perigosa, com sorriso de bisturi e alma de delinquente, assenhoreou-se de lugares de mando e tripudiou sobre a dignidade da imprensa. À esquerda e à direita. Terá o sindicato capacidade colectiva, autoridade moral e histórica para "denunciar" esta monstruosidade social, dispersa por outras monstruosidades sociais em que o País é fértil?»
sábado, 2 de junho de 2007
AH... G’ANDA MULHER!
Desporto antigo, o adultério tem relato breve em Génesis 39.1,6 e 7
1. José foi levado ao Egipto, e Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda, egípcio, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá.
6. Potifar tudo o que tinha confiou às mãos de José, de maneira que, tendo-o por mordomo, de nada sabia, além do pão com que se alimentava. José era formoso de porte e de aparência.
7. Aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e lhe disse: Deita-te comigo.
1. José foi levado ao Egipto, e Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda, egípcio, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá.
6. Potifar tudo o que tinha confiou às mãos de José, de maneira que, tendo-o por mordomo, de nada sabia, além do pão com que se alimentava. José era formoso de porte e de aparência.
7. Aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e lhe disse: Deita-te comigo.
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