da loucura a que o iPhone levou os nova-iorquinos
Como na Europa parece que a coisa só estará à venda depois do Verão, nesse intervalo de tempo os europeus poderão pensar um pouco antes de adquirirem o brinquedo da Apple.
Nos Estados Unidos a caixinha preta custa cerca de $499 dólares a de 4 Gigabyte, e $599 dólares a de 8 Gigabyte. Para além disso o contrato de compra obriga a uma permanência de dois anos de utilização dos serviços da companhia de telecomunicações AT&T, por um preço de $60 dólares ou $100 dólares mensais, conforme o tipo de contrato estabelecido.
Transposto para Portugal nos mesmos termos, e atendendo a que em Portugal os produtos americanos deste tipo custam 150% do valor por que são vendidos na América, o iPhone custará cerca de €500 euros o de 4 Gigabyte, e €600 euros o de 8 Gigabyte.
(Isso se os sempre gananciosos vendedores não fizerem o que lhes é habitual: inflacionar os preços tal como fazem com as casas, os sapatos, a comida, tudo o que se vende em Portugal. Como se este desgraçado país pertencesse à OPEP ou OPEC).
Se o contrato de fidelidade custar o mesmo que nos Estados Unidos, pagar-se-á €50 euros a €80 euros mensais, o que corresponderá, ao fim de dois anos de permanência, a uma quantia que variará entre os €1200 euros a €1920 euros.
Isto para ter o (des)prazer de usar um dispositivo que não lhe oferece teclas obrigando-o a usar as duas mãos sempre que quer telefonar ou “mensagear”, tendo numa mão o iPhone e noutra a “canetinha” para picar o écran táctil, este qual depois de milhares de toques, dizem os entendidos, passará a funcionar mal;
um dispositivo que lhe obriga a parar a música que está a ouvir sempre que quer usar o telefone ou for à Net; e que o trará sempre muito preocupado em não perdê-lo, por duas razões: primeiro, porque é um produto caro; e segundo, porque mesmo tendo-o perdido terá que honrar os seus compromissos de dois anos de permanência na companhia de telecomunicações (quer usando um novo iPhone, quer usando o seu velho telemóvel com um novo cartão que terá que pedir para cumprir os seus compromissos).
Convenhamos que é escravidão a mais para um cidadão que se pretende livre;
um cidadão que pode muito bem ter um Ipod para milhares de músicas e dezenas de filmes; um telemóvel barato para as suas chamadas e mensagens; e navegar na Net, no sossego de sua casa, perante um ecran grande, com uma velocidade de comunicação razoável, enquanto ouve o Ipod tocar música e utiliza o telemóvel para falar com os amigos.
Isto não é um conselho ― não pretendo ser pedante a esse ponto ― é uma proposta de reflexão.
Nota: 04:50 PM - Introduzo a seguinte correcção ao que escrevi acima: O iPhone não tem "canetinha" para picar o ecran; usa-se os dedos para o efeito. Mas isto não quer dizer que não precisa das duas mãos para fazer funcionr a coisa. Precisa, sim.