Soubemos ontem, através dos meios de comunicação social portugueses, duas coisas no mínimo interessantes:
1) Há cinco vezes mais portugueses imigrantes em Angola que angolanos imigrantes em Portugal.
2) Pela primeira vez se constata que o número de portugueses que entram em Angola é superior ao número de angolanos que entram em Portugal. E que o número de cidadãos dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) que entram em Portugal é inferior ao número de portugueses que entram nos PALOP.
Que interesse tem isto para ser trazido para aqui? Tem muito interesse. Desde logo o de confrontar o actual ministro dos negócios estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, com as declarações, posições e medidas que, como governante e como líder do CDS, preconizou no passado recente, tendentes a asfixiar a emigração dos cidadãos dos PALOP para Portugal.
Na altura que esse senhor teve essas atitudes, tivemos o cuidado de, por outras palavras, lhe chamar a atenção para o facto de que «quem cospe para cima normalmente acaba por apanhar com o seu próprio cuspo na cara» - e é o que acontece agora!
Na altura que esse senhor teve essas atitudes, tivemos o cuidado de, por outras palavras, lhe chamar a atenção para o facto de que «quem cospe para cima normalmente acaba por apanhar com o seu próprio cuspo na cara» - e é o que acontece agora!
Entretanto não quero deixar de sublinhar que a imigração africana em Portugal teve sempre uma rejeição não despicienda por parte da população portuguesa em geral ― um pouco à moda de: “Nós podemos lá ir porque lhes entregámos aquilo que era nosso; eles não têm nada que vir cá fazer”...
...Mas afinal têm! Agora é a própria economia portuguesa que vai sendo comprada aos pedaços por capital angolano, chinês e de outros países terceiros...
Há uma certa frialdade nestes acontecimentos, não há?!...