sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

REGRESSO

Regressado há menos de um dia de Cabo Verde ― para a civilização do divertimento permanente, do mau governo e das nomeações de amigos ― iniciei a leitura de mais um livro de Umberto Eco, Construir o Inimigo, após pouco mais de um mês em que estive em total blackout informativo, pelo que só nestas últimas horas dei-me conta do desenvolvimento da questão “nuclear” entre o Ocidente e o Irão.

E nem de propósito ― logo a páginas 12 do seu livro, Eco escreve:

«Ter um inimigo é importante, não apenas para definir a nossa identidade, mas também para arranjarmos um obstáculo em relação ao qual seja medido o nosso sistema de valores, e para mostrar, no afrontá-lo, o nosso valor. Portanto, quando o inimigo não existe, há que construí-lo. Eis que, nesta ocasião, não nos interessa tanto o fenómeno quase natural de identificar um inimigo que nos ameaça, quanto o processo de produção e demonização do inimigo

Virá aí um novo Iraque, no engano de que desta vez é que será?!...