Eu acho que Angola faz muitíssimo bem em comprar os anéis, as jóias e vários bens do seu antigo colonizador, pois, para além de ser catártica, essa compra consiste em negócios rendosos e de futuro; e Angola faz bem em investir biliões e mais biliões noutros países industrializados do ocidente decadente, pois a deslocação desse capital para fora do território angolano funciona como aforro de que beneficiarão futuros governos daquele país quando o actual regime for substituído e os bens forem entregues a quem de direito ― ao povo angolano. Não sou ingénuo e sei que não é por este motivo que todo o dinheiro angolano é investido fora de Angola, há outros motivos; mas o certo é que historicamente o tiro acaba sempre por sair pela culatra aos ingénuos e aos crédulos que assim procedem.
Ora, não era bem isto que eu vinha dizer. O que vinha mesmo dizer é que, como tantos outros já o fizeram (em blogues, jornais, rádio, e redes sociais), eu também aplaudo a eleição de uma angolana como Miss Universo. E felicito os angolanos que lograram concretizar esse negócio de visibilidade planetária. É um excelente cartaz publicitário do poderio de Angola no concerto internacional.
A eleição de Miss Universo foi ― desde sempre ― um enorme e rendoso negócio detido por empresários norte-americanos. E é a candidata que paga mais (e que garante mais rendibilidade futura) que ganha a coroa respectiva ― sempre foi assim, repito! ―. Não há, portanto, demérito algum nesta última eleição.
Parabéns Angola!