Na Peugada de NOVOS RUMOS:
“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895).
Nota Proemial:
A procura do risco máximo que se manifestou no Sistema financeiro obedece a uma lógica inversa das empresas pioneiras da modernidade. Os editores, os grossistas, os seguradores procuravam reduzir a intensidade do risco económico para dilatar o campo ao benefício da actividade económica, os inovadores (de toda a espécie e de todo o tipo) da nova finança procuram disseminar os riscos que eles desmultiplicam pelas suas inovações financeiras. Aproximadamente, quatro (4) séculos após o delineamento da Economia hodierna ter feito o seu aparecimento, os operadores cujo o charlatanismo o disputa à pretensão e ao necrotério, desviaram a noção de risco económico para criar, de raiz os novos jazigos de riquezas nos quais eles acreditam ter necessidade.
Isto revela (de passagem), a que ponto, tanto os economistas, como os dirigentes económicos, olvidaram as origens da Economia moderna, pois que um verdadeiro retorno às fontes os teria levado a afastar as práticas que engendraram as grandes bancarrotas cuja a experiência neo-liberal demarcou.
Por outro, de sublinhar, como, efectivamente a vulgata tenta impor a crença num triunfo definitivo do modelo anglo-americano, muitos são inclinados a pensar que não existe outra saída que se acomodar, reformando-o no limite, ou, senão, inventar uma forma radicalmente nova de organização financeira. Ora, a Europa económica e financeira receia ter no seu seio, uma economia que, tendo recusado seguir o comboio da experiência neo-liberal, soube preservar dos seus vícios e dos seus perigos.
De feito e, na realidade (sem dúvida nenhuma), a Suécia se manteve, numa trajectória económica favorável, conservando as instituições económicas e financeiras que lhe tinha proporcionado os seus êxitos precedentes.
Posto isto e, já agora et pour cause, vamos abordar a temática deste nosso Estudo Ensaístico:
Uma breve leitura da excepção Sueca:
Parte Primeira
(1) Os economistas bruxelenses não possuem vocábulos suficientes, aquando se trata de elogiar as economias escandinavas e, sobretudo, a da Suécia e de as recomendar como exemplo a seguir. Com efeito, a Suécia apresentaria, desde actualmente as características de um País, que, adaptado à mundialização se tornou capaz de extrair benefícios dessa posição privilegiada.
(2) Em Bruxelas, avançam-se os esforços consentâneos para reduzir as despesas públicas, reforçando, simultaneamente as despesas consagradas à Educação e à Investigação, a taxa de equipamento das empresas e dos lares em computadores, outrossim e, ainda a concentração das actividades industriais em espaços a forte teor tecnológico e a forte potencial exportadora. Consistiria, por conseguinte, colocando os seus passos nos dos seus amigos suecos como os outros Europeus poderiam, por sua vez, cumprir a sua parte das promessas que lhes oferece a mundialização das permutas.
(3) De feito, se a Suécia apresenta características que a coloca, na situação de excepção e o faz um verdadeiro objecto e motivo de reflexão para o necessário reenquadramento das economias europeias, é que estas características não são as que se podem encontrar na propaganda quotidiana das burocracias da União. Primeiramente, além disso (de resto) e, em suma: os factos que estas burocracias avançam devem ser restituídas às suas legítimas propostas, obviamente.
(4) Tratando-se, efectivamente das despesas públicas, a tarefa de reduzir, aparecia mais fácil e mais cómoda, quando estas se situavam, antes numa taxa constituindo o recorde Mundial. Com efeito, o esforço relevante dos dirigentes suecos, sustentado e suportado pela população, logrou como resultado final, a aproximação desta taxa da que representa a média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e, não de fazer dela, o padrão (leia-se, BENCHMARK) da menor despesa pública no Mundo, para participar no palmarés oficial da competitividade outorgada pelo júri de DAVOS.
(5) No atinente à problemática que se prende com a adaptação às novas tecnologias, nenhum país pode pretender conservar indefinidamente o seu avanço, senão no limite. A própria natureza das novas tecnologias que evoluem para uma maior convivência e um menor custo das suas ferramentas de exploração, leva a pensar que as regiões mais recuadas do Planeta, em breve, terão capacidades de utilização que constituíam o apanágio das Nações mais avançadas no término do século passado.
E no que diz respeito à R & D (ou a capacidade exportadora), é reconhecida a eloquente capacidade sueca, nestes domínios. Todavia, além do facto de se tratar de um evento, na verdade, novo, um estudo embrionário demonstra que a Suécia extrai, sobretudo proveito do seu comércio com os seus parceiros tradicionais: A Alemanha, a Noruega, os Estados Unidos (que procuram neles sozinho, a metade do excedente comercial do país), a Rússia.
Quando fazem elogio da performance deste País meritório, subentendendo que ela é fruto de uma adaptação conseguida na extensão dos mercados planetários, os economistas da União encenam uma Suécia imaginária destinada a fortalecer os postulados da mundialização feliz.
Lisboa, 11 Outubro 2010
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).