Por aquilo que julgo conhecer do passado profissional da senhora ministra da Saúde, e admitindo que a senhora não tomou nenhum xarope que lhe tenha alterado a personalidade e as ideias, desde que foi para o governo, não entendo como a mesma pode estar a fazer uma política de Saúde tão contrária àquilo que seria de esperar!
Claro que sei que os ministros não fazem políticas pessoais, mas sim as políticas dos governos a que pertencem.
Mas, caramba! Uma coisa é flexibilidade de opiniões e de posições; e outra bem diferente é mudança de carácter (por obrigação ou por conveniência, tanto faz) ― coisa que, como é mais que óbvio, é sempre de recusar por parte de qualquer espírito independente que se preza ―. Por isso espero que a senhora ministra da Saúde tenha presente que há uma figura chamada “Pedido de Demissão”.
Nas actuais circunstâncias, longe de significar cobardia política ou pessoal, pedir a demissão do cargo de ministra da Saúde só pode enobrecer a senhora.
Com a demissão, sairia do pântano governamental em que se está atolando e iria tentar salvar o que resta do seu não muito antigo Serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta que, pelo que sei, está hoje pelas ruas da amargura.
Vá reocupar o seu antigo cargo, senhora ministra, e mostre-nos como é que é possível ter um Serviço Hospitalar seguro, fiável e eficiente nos dias que correm e nas condições que o governo, o PS e a direita criaram e agravam a cada dia, a cada hora, a cada minuto.
Vá e mostre-nos que conseguirá trabalhar em condições normais e não será levada a pedir reforma antecipada ou a afastar-se do cargo por qualquer motivo.
VÁ, SENHORA MINISTRA! FORÇA NISSO!!!