domingo, 28 de fevereiro de 2010

JORNALISMO COMPARADO

Ontem o Chelsea perdeu em casa por 2 a 4 com o Manchester City. Um jornalista inglês escreveu esta crónica no tablóide The Sun.

Como se pode constatar o jornalista limita-se a descrever o que viu acontecer ante si. Por uma única vez sequer faz juízos de valor sobre os intervenientes no espectáculo: não especula, por exemplo (como aposto se faria por cá até à exaustão), com o facto de na baliza do Chelsea ter estado Hilário e não Petra Cech; sobre a arbitragem nada sabemos senão indirectamente quando refere ter havido duas expulsões de jogadores do Chelsea (mas não questiona a justiça ou não dessas expulsões e sequer diz porque as houve); pois não foi para lá julgar o árbitro e não era isso que interessava, mas sim aquilo a que Gabriel Alves chama «as incidências do jogo». O nome do árbitro só é referido uma vez, no fim da crónica, na ficha do jogo.


É toda uma outra forma de fazer jornalismo de modo a trazer ao leitor o espectáculo desportivo e não as questiúnculas que dele se pode retirar com o espírito julgador do (por exemplo) “jornalista” português que passa a vida e procurar os “culpados” disto e daquilo.


Enfim, uma lição que ninguém vai aprender. Depois do Sporting Porto de hoje, tentem seguir os ditos e os escritos dos chamados “jornalistas desportivos” e vão ver o que se discutirá e se dirá do jogo. É bem capaz de ser transformado num novo “caso Casa Pia”.

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