INTERVENÇÃO QUINQUAGÉSIMA QUARTA:
Segunda Parte:
Segunda Parte:
Uma Sucinta e pertinente abordagem das obras, mais significativas de FRANTZ FANON (1925-1961):
(A)
Les Damnés de la terre, publicada pela primeira vez, em Paris, no ano de 1961:
Trata-se de uma obra publicada, no remoto ano de 1961, numa época, em que se desencadeia a violência colonial, com a Guerra da Argélia. Apreendida várias vezes, aquando do seu advento, ulteriormente prefaciado por Jean-Paul SARTRE (1905-1980), conheceu um Destino excepcional.
Serviu e serve, aliás, ainda, presentemente de inspiração e de referência a gerações de militantes anti-colonialistas. A sua análise do traumatismo do colonizado, no quadro do sistema colonial e o seu projecto (reputado “utópico”) de um Terceiro Mundo revolucionário, ipso facto, portador de um “Homem Novo” permaneceu um grande clássico do terceiro mundo, a obra capital e o seu verdadeiro Testamento Político, sem sombra de dúvida.
Este livro, cujo o título, foi o único que ele próprio escolheu e, não os editores, foi redigido por um homem que se sabia condenado, por uma enfermidade, da qual, enquanto médico, que era incurável.
E, numa autêntica corrida contra o relógio e, outrossim contra a própria morte, FANON pretende fazer passar uma derradeira mensagem. A quem?
A resposta assertiva, pronta surge: Aos Deserdados, que já não são, fundamentalmente os proletários dos países industrializados, no término do século XIX, cantando, em alto e bom som: De pé, os condenados da terra, de pé os degredados da fome.
Com efeito, de anotar, avisadamente, que os condenados da terra, aos quais FANON se dirige, são os deserdados dos países pobres, que querem, realmente a terra e o pão, enquanto, na época a classe operária do mundo ocidental, amiúde racista e manifestamente ignorante das populações de ultramar, testemunha uma relativa indiferença no atinente à sorte das colónias das quais extrai, indirectamente benefício.
Esta obra, em apreço e análise, não é, nem um tratado de Economia, nem um Ensaio de Sociologia e, nem, tão pouco de Política, sim, um verdadeiro Apelo e, identicamente, um grito de alarme sobre o estado e o futuro dos países colonizados. Como, em toda a sua obra, aliás, FANON coloca nela em tensão política, cultura e o próprio indivíduo, tendo em conta, os efeitos do domínio económico, político e cultural sobre o dominado. A sua análise insiste sobre as consequências da escravização e da servidão respectiva, não unicamente dos povos, porém, dos indivíduos/sujeitos e sobre as condições da sua libertação, que é, antes de tudo, uma libertação do indivíduo, uma “descolonização do ser”.
Nos Condenados da terra se prossegue a sua lúcida e avisada interrogação acerca da alienação por um mundo dominante/dominador, que subverte e altera tão bem as colectividades como os indivíduos no seu devir pessoal.
A Obra retoma, radicalizando-os, no quadro do combate político, os dados das conexões dominador/dominado e as condições de Libertação, aliando ao político e à cultura, a libertação do sujeito/indivíduo. Os dois derradeiros capítulos são, aliás, consagrados, um à cultura e o outro às perturbações psíquicas traumáticas, respectivamente, engendradas de parte e de outra pela
Guerra de Argélia.
FANON escreveu, servindo-se da sua experiência singular, desde a história imediata, da sua imersão nesta mesma história, experiência que lhe é necessária elaborar e transmitir. A escrita segue outrossim, este movimento: os dissemelhantes temas que compõem os cinco (5) capítulos do livro são dispostos como fragmentos, como as estrofes de um poema às quais se mesclam tempos de análise rigorosa, porém, sempre escrita, numa linguagem que procura produzir, para além das significações, uma compreensão, que não se encontra vinculada a um único manuseio do conceito.
Enfim e, em suma:
Os Condenados da terra, reputado como uma obra farol e guia dos anos Setenta do Século XX pretérito, se assume vinculada fundamentalmente ao “terceiro mundo”, em que os avanços políticos eram então privilegiados, em detrimento da sua interrogação persistente e porfiada sobre os fundamentos da alienação do oprimido, em que se encontra, sucumbiu ulteriormente no olvido e, com ele, o conjunto da própria obra de FANON reputada, um tanto ou quanto, irreflectidamente como uma obra datada.
As suas audácias políticas foram consideradas e designadas estultamente de obsoletas. E a questão, que se levanta, obviamente, não havia FANON sobrestimado a força das massas camponesas nas lutas de Libertação? O que acontece, porém, é que, no contexto político da luta argelina, na época, os camponeses constituíam o contingente maioritário dos combatentes argelinos.
Não se pode e, nem se deve olvidar que FANON escreveu, baseando-se numa experiência histórica pontual. Eis porque, para ele, o dinamismo do camponês pode tão bem, como explica, aliás, no capítulo segundo dos Condenados da terra: “Grandeur et faiblesses de la spontaneité” acompanha a reacção como outrossim, a revolução.
Sim, efectivamente, FANON analisava uma realidade contingente Eis porque, o seu Livro não pode (aliás, não deve) ser percebido como algo despropositado, que se o limita ao contexto da sua época, em vez de o entender como um autêntico Apelo ao que seria possível.
Que as suas esperanças não tenham sido concretizadas tornam errónea a realidade a partir da qual as exprimia? É outra questão que se levanta. Todavia, se o sabe bem, esta realidade, em questão, inclusive a da violência, já não se assume, presentemente, em termos de opressão colonial ou de futuro do terceiro mundo, porém, em termos de incremento das desigualdades, de desvio crescente entre o Norte e o Sul, da exclusão e da redução dos sujeitos/indivíduos a meros objectos. Eis, sim, a verdadeira realidade dos factos!
Uma outra obra da lavra de FRANTZ FANON que merece ser referenciada, visando relevar as suas virtuosas linhas de força e, outrossim, para mostrar os sólidos e robustos conhecimentos que FANON possuía da Patologia do oprimido (neste caso concreto, o do oprimido/colonizado), é evidentemente Peau noire, masques blancs.
Uma vez feita a descolonização, este Ensaio de compreensão da conexão Negro Branco conservou todo o seu valor profético, visto que o racismo, a despeito dos horrores com os quais afligiu o Mundo, permanece um problema de futuro.
De feito, nesta obra, o racismo é abordado e combatido de frente, com todos os recursos das Ciências do Homem e, com uma paixão ardente do quem veria a ser um verdadeiro mestre na Arte de pensar, para muitos Intelectuais do Terceiro Mundo.
A primeira edição de Peau noire, masques blancs apareceu no ano de 1952,na colecção Esprit, FANON tinha apenas 25 anos de idade. Nesta Obra, a reflexão sobre o racismo aparece vinculada ao domínio de determinadas culturas decretado unilateralmente: não se trata de um acidente, de um capricho psicológico, porém de um sistema cultural de opressão a operar identicamente na situação colonial. Lutar contra o racismo se afigura uma tarefa vã, se não se elucida os efeitos da opressão exercida pela cultura dominante, opressão que atinge as comunidades, o político e a cultura, outrossim, porém, o Ser psíquico.
Peau noire, masques blancs, principia, de modo eloquentemente avisado, com uma acutilante citação do Poeta, Dramaturgo e Homem Político, Aimé CÉSAIRE (1913-2008), extraída da sua célebre obra, “Discours sur le colonialisme” (1950), ou seja:”Je parle de millions d’hommes à qui on a inculque savamment la peur, le complexe d’infériorité, le tremblement, l’agenouillement, le larbinisme » :
Nesta obra, com efeito, FANON constrói uma Análise, de um ponto de vista psicológico do que deixou o colonialismo como herança à Humanidade e isto, partindo da conexão entre o Negro e o Branco. É todo um jogo de definições que faz por diferenciações e, neste sentido, o Primeiro Capítulo presume bases de Linguística.
E, encurtando razões, nada melhor, que apresentar uma breve Sinopse da Obra:
Os Três Primeiros capítulos se ocupam do Negro moderno. “Tomo o Negro e experimento determinar as suas atitudes no mundo branco”. Por seu turno, os dois derradeiros abordam a tentativa de exploração psicopatológica e filosófica do existir do negro.
A análise é sobretudo regressiva.
O quarto e o quinto capítulos se situam, num plano fundamentalmente dissemelhante. No quarto, FANON critica avisadamente o trabalho de O. MANNONI (1950), que reputa de perigoso, sem, contudo, deixar de reconhecer que o próprio MANNONI está consciente da ambiguidade da sua posição. E, já no Capitulo quinto, que intitula de “L’expérience vécue du Noir”, mostra o negro perante a sua raça. Percebe-se que não existe nada de comum entre o negro deste capítulo e o que procura fazer amor com a Branca. Encontra-se, neste último, um desejo de ser Branco. Uma sede de vingança, no entanto, neste caso em concreto, pelo contrário, se assiste aos esforços desesperados de um negro que se encarniça em descobrir o sentido da identidade negra.
Elucida ainda mais, que a civilização branca, a cultura europeia impuseram ao Negro, um desvio existencial. Mostra, outrossim, enfim, que o que designa por alma negra é uma construção arquitectada pelo Branco.
“O Negro “evoluído,”escravo do mito negro, espontâneo, cósmico sente, num momento dado, que a sua raça já não o compreende”.
Sim, que ele, já não a compreende, outrossim.
Então, “se felicita desse facto e, desenvolvendo esta diferença, esta incompreensão, esta desarmonia encontra aí o sentido da sua verídica humanidade”.
Trata-se de uma obra publicada, no remoto ano de 1961, numa época, em que se desencadeia a violência colonial, com a Guerra da Argélia. Apreendida várias vezes, aquando do seu advento, ulteriormente prefaciado por Jean-Paul SARTRE (1905-1980), conheceu um Destino excepcional.
Serviu e serve, aliás, ainda, presentemente de inspiração e de referência a gerações de militantes anti-colonialistas. A sua análise do traumatismo do colonizado, no quadro do sistema colonial e o seu projecto (reputado “utópico”) de um Terceiro Mundo revolucionário, ipso facto, portador de um “Homem Novo” permaneceu um grande clássico do terceiro mundo, a obra capital e o seu verdadeiro Testamento Político, sem sombra de dúvida.
Este livro, cujo o título, foi o único que ele próprio escolheu e, não os editores, foi redigido por um homem que se sabia condenado, por uma enfermidade, da qual, enquanto médico, que era incurável.
E, numa autêntica corrida contra o relógio e, outrossim contra a própria morte, FANON pretende fazer passar uma derradeira mensagem. A quem?
A resposta assertiva, pronta surge: Aos Deserdados, que já não são, fundamentalmente os proletários dos países industrializados, no término do século XIX, cantando, em alto e bom som: De pé, os condenados da terra, de pé os degredados da fome.
Com efeito, de anotar, avisadamente, que os condenados da terra, aos quais FANON se dirige, são os deserdados dos países pobres, que querem, realmente a terra e o pão, enquanto, na época a classe operária do mundo ocidental, amiúde racista e manifestamente ignorante das populações de ultramar, testemunha uma relativa indiferença no atinente à sorte das colónias das quais extrai, indirectamente benefício.
Esta obra, em apreço e análise, não é, nem um tratado de Economia, nem um Ensaio de Sociologia e, nem, tão pouco de Política, sim, um verdadeiro Apelo e, identicamente, um grito de alarme sobre o estado e o futuro dos países colonizados. Como, em toda a sua obra, aliás, FANON coloca nela em tensão política, cultura e o próprio indivíduo, tendo em conta, os efeitos do domínio económico, político e cultural sobre o dominado. A sua análise insiste sobre as consequências da escravização e da servidão respectiva, não unicamente dos povos, porém, dos indivíduos/sujeitos e sobre as condições da sua libertação, que é, antes de tudo, uma libertação do indivíduo, uma “descolonização do ser”.
Nos Condenados da terra se prossegue a sua lúcida e avisada interrogação acerca da alienação por um mundo dominante/dominador, que subverte e altera tão bem as colectividades como os indivíduos no seu devir pessoal.
A Obra retoma, radicalizando-os, no quadro do combate político, os dados das conexões dominador/dominado e as condições de Libertação, aliando ao político e à cultura, a libertação do sujeito/indivíduo. Os dois derradeiros capítulos são, aliás, consagrados, um à cultura e o outro às perturbações psíquicas traumáticas, respectivamente, engendradas de parte e de outra pela
Guerra de Argélia.
FANON escreveu, servindo-se da sua experiência singular, desde a história imediata, da sua imersão nesta mesma história, experiência que lhe é necessária elaborar e transmitir. A escrita segue outrossim, este movimento: os dissemelhantes temas que compõem os cinco (5) capítulos do livro são dispostos como fragmentos, como as estrofes de um poema às quais se mesclam tempos de análise rigorosa, porém, sempre escrita, numa linguagem que procura produzir, para além das significações, uma compreensão, que não se encontra vinculada a um único manuseio do conceito.
Enfim e, em suma:
Os Condenados da terra, reputado como uma obra farol e guia dos anos Setenta do Século XX pretérito, se assume vinculada fundamentalmente ao “terceiro mundo”, em que os avanços políticos eram então privilegiados, em detrimento da sua interrogação persistente e porfiada sobre os fundamentos da alienação do oprimido, em que se encontra, sucumbiu ulteriormente no olvido e, com ele, o conjunto da própria obra de FANON reputada, um tanto ou quanto, irreflectidamente como uma obra datada.
As suas audácias políticas foram consideradas e designadas estultamente de obsoletas. E a questão, que se levanta, obviamente, não havia FANON sobrestimado a força das massas camponesas nas lutas de Libertação? O que acontece, porém, é que, no contexto político da luta argelina, na época, os camponeses constituíam o contingente maioritário dos combatentes argelinos.
Não se pode e, nem se deve olvidar que FANON escreveu, baseando-se numa experiência histórica pontual. Eis porque, para ele, o dinamismo do camponês pode tão bem, como explica, aliás, no capítulo segundo dos Condenados da terra: “Grandeur et faiblesses de la spontaneité” acompanha a reacção como outrossim, a revolução.
Sim, efectivamente, FANON analisava uma realidade contingente Eis porque, o seu Livro não pode (aliás, não deve) ser percebido como algo despropositado, que se o limita ao contexto da sua época, em vez de o entender como um autêntico Apelo ao que seria possível.
Que as suas esperanças não tenham sido concretizadas tornam errónea a realidade a partir da qual as exprimia? É outra questão que se levanta. Todavia, se o sabe bem, esta realidade, em questão, inclusive a da violência, já não se assume, presentemente, em termos de opressão colonial ou de futuro do terceiro mundo, porém, em termos de incremento das desigualdades, de desvio crescente entre o Norte e o Sul, da exclusão e da redução dos sujeitos/indivíduos a meros objectos. Eis, sim, a verdadeira realidade dos factos!
(B)
Uma outra obra da lavra de FRANTZ FANON que merece ser referenciada, visando relevar as suas virtuosas linhas de força e, outrossim, para mostrar os sólidos e robustos conhecimentos que FANON possuía da Patologia do oprimido (neste caso concreto, o do oprimido/colonizado), é evidentemente Peau noire, masques blancs.
Uma vez feita a descolonização, este Ensaio de compreensão da conexão Negro Branco conservou todo o seu valor profético, visto que o racismo, a despeito dos horrores com os quais afligiu o Mundo, permanece um problema de futuro.
De feito, nesta obra, o racismo é abordado e combatido de frente, com todos os recursos das Ciências do Homem e, com uma paixão ardente do quem veria a ser um verdadeiro mestre na Arte de pensar, para muitos Intelectuais do Terceiro Mundo.
A primeira edição de Peau noire, masques blancs apareceu no ano de 1952,na colecção Esprit, FANON tinha apenas 25 anos de idade. Nesta Obra, a reflexão sobre o racismo aparece vinculada ao domínio de determinadas culturas decretado unilateralmente: não se trata de um acidente, de um capricho psicológico, porém de um sistema cultural de opressão a operar identicamente na situação colonial. Lutar contra o racismo se afigura uma tarefa vã, se não se elucida os efeitos da opressão exercida pela cultura dominante, opressão que atinge as comunidades, o político e a cultura, outrossim, porém, o Ser psíquico.
Peau noire, masques blancs, principia, de modo eloquentemente avisado, com uma acutilante citação do Poeta, Dramaturgo e Homem Político, Aimé CÉSAIRE (1913-2008), extraída da sua célebre obra, “Discours sur le colonialisme” (1950), ou seja:”Je parle de millions d’hommes à qui on a inculque savamment la peur, le complexe d’infériorité, le tremblement, l’agenouillement, le larbinisme » :
Nesta obra, com efeito, FANON constrói uma Análise, de um ponto de vista psicológico do que deixou o colonialismo como herança à Humanidade e isto, partindo da conexão entre o Negro e o Branco. É todo um jogo de definições que faz por diferenciações e, neste sentido, o Primeiro Capítulo presume bases de Linguística.
E, encurtando razões, nada melhor, que apresentar uma breve Sinopse da Obra:
Os Três Primeiros capítulos se ocupam do Negro moderno. “Tomo o Negro e experimento determinar as suas atitudes no mundo branco”. Por seu turno, os dois derradeiros abordam a tentativa de exploração psicopatológica e filosófica do existir do negro.
A análise é sobretudo regressiva.
O quarto e o quinto capítulos se situam, num plano fundamentalmente dissemelhante. No quarto, FANON critica avisadamente o trabalho de O. MANNONI (1950), que reputa de perigoso, sem, contudo, deixar de reconhecer que o próprio MANNONI está consciente da ambiguidade da sua posição. E, já no Capitulo quinto, que intitula de “L’expérience vécue du Noir”, mostra o negro perante a sua raça. Percebe-se que não existe nada de comum entre o negro deste capítulo e o que procura fazer amor com a Branca. Encontra-se, neste último, um desejo de ser Branco. Uma sede de vingança, no entanto, neste caso em concreto, pelo contrário, se assiste aos esforços desesperados de um negro que se encarniça em descobrir o sentido da identidade negra.
Elucida ainda mais, que a civilização branca, a cultura europeia impuseram ao Negro, um desvio existencial. Mostra, outrossim, enfim, que o que designa por alma negra é uma construção arquitectada pelo Branco.
“O Negro “evoluído,”escravo do mito negro, espontâneo, cósmico sente, num momento dado, que a sua raça já não o compreende”.
Sim, que ele, já não a compreende, outrossim.
Então, “se felicita desse facto e, desenvolvendo esta diferença, esta incompreensão, esta desarmonia encontra aí o sentido da sua verídica humanidade”.
Lisboa, 21 Julho 2009
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista – Cidadão do Mundo).
.
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista – Cidadão do Mundo).